Com o passar dos dias Bruce reparou que seus filhos andavam tristes, eles não brincavam mais ou falavam muito. Caramba! Até das brigas Bruce sentia falta.

-Bom dia meninos. –Bruce sorriu quando entrou na cozinha e como esperado nenhum deles o respondeu exceto Alfred.

-Bom dia patrão Bruce.

-Então quais a novidades? –Ele encheu sua xicara com café. –Dick?

-Nada. –O menino mexia sua tigela de serial.

-Jason? Tim? –Bruce viu Tim negar com a cabeça e Jason comer em silencio. –Meninos falem comigo, o que aconteceu?

-Queremos ver a Selina. –Damian apertava seu elefante com força, o garoto o mantinha consigo o tempo todo.

-Ela está ocupada. –Bruce desviou o olhar.

-E se fossemos visita-la? –Jason falou pela primeira vez –Você sabe aonde ela mora né?

-Isso vamos até lá! –Tim sorriu.

Os quatro meninos sorriam e combinavam de ir visitar a morena quando Bruce os interrompeu.

-Não!

-Mas pai...

-Sem mais Dick! Nunca mais iram ver aquela mulher me entenderam?

-Porquê? –Damian perguntou baixinho.

-Porque eu disse.

-Isso não é justo! –Jason bateu as mãos na mesa.

-Queremos ver a Selina pai! –Dick se levantou.

-É nossa amiga. –Tim agarrou o casaco do Jaison.

-Eu vou fugir pra visitar a Selina! –Damian levantou e ficou ao lado de Dick.

-CHEGA! –Bruce viu seus filhos se encolherem. –Nenhum de vocês podem falar dessa forma comigo! E ninguém vai fugir pra visitar uma mulher que mal conhecem, se souber que fizeram isso vão ficar de castigo pelo resto da vida de vocês!

-Mas...

-Mas nada Richard! Os quatro vão pegar suas mochilas e irem pra escola. –Quando ele viu que nenhum dos meninos se mexeu ele gritou –AGORA!

Tim foi o primeiro a sair puxando Jaison pelo casaco, Dick olhou para Bruce com o que parecia ser raiva infantil ele pegou Damian no colo a saiu com o menino.

Bruce fechou os olhos e suspirou.

-Acredito que esteja atrasado também patrão Bruce. –Alfred tirou a xicara da mesa.

-Acha que me exaltei?

-Já tinha visto alguns dos seus filhos olharem assustado para você?

Ele já tinha a resposta.

Bruce levou os filhos para escola, o carro estava mais silencioso que o normal.

-Chegamos. –Ele sorriu –Tenham um bom... –Bruce viu as crianças saindo do carro sem olhar para ele –Dia.

Ele esperou os meninos entrarem na escola.

-Parabéns Bruce conseguiu fazer seus filhos te odiaram.

O trabalho foi algo que não distraiu Bruce, a única coisa que pensava era em como tinha gritado com as crianças e seus rostos tristes, raivosos e com medo. Bruce se encostou na cadeira, afrouxou a gravata e deixou sua mente vagar por lembranças que gostaria de esquecer.

...-EU DISSE NÃO! –A mulher gritava.

-Chega! –Bruce abraçou Dick com força.

-VIU O QUE ELE FEZ?

Bruce sentiu Dick se encolher.

-Ele só tem três anos não sabia o que estava fazendo! Além do mais é só uma cortina pelo amor de Deus. –Sua mulher estava gritando com o menino só porque ele rasgou a cortina da sala em uma brincadeira besta que crianças fazem.

Ele sentiu Dick chorar e o abraçou com mais força. Bruce prometeu que nunca gritaria com seus filhos assim. Nunca.

Algo que ele falhou obviamente. Bruce viu seu telefone vibrar e gemeu.

-Pamela.

-Oi amor. –A voz da ruiva deu dor de cabeça nele. –Vamos almoçar hoje?

-Não posso hoje eu tenho reunião com alguns sócios, mas podemos jantar outro dia.

-Acho que está mentindo.

-Pamela...

-Bruce eu tó cansando disso!

-Eu...

-Ou você marca essa data logo ou está tudo terminado!

Bruce escutou a batida do outro lado da linha.

Ótimo além dele ter que lidar com suas crianças agora tem que lidar com os pitis da noiva.

-Merda de vida!

A noite Bruce esperava encontrar seus filhos mais receptivos mais não aconteceu. Ele andou pelo corredor tentando pensar em algo pra compensar a forma como falou com eles quando pisou em algo macio.

-Mas o que...? –Era a pelúcia de elefante que Selina deu para Damian no seu aniversário.

Só de olhar para o brinquedo todo voltava, maldita hora que seus filhos conheceram Selina. Maldita hora que ele conheceu Selina. Maldita hora que ele se sentiu atraído por ela. "Espera! O que?!" Bruce não se sentiu atraído pela Selina. O único motivo de querer a mulher longe era pela segurança de seus filhos não era pelo fato de Bruce se sentir estranho perto dela.

Bruce olhava aquele brinquedo com ódio.

-Patrão Bruce.

-Alfred. –O mordomo se aproximou. –Eu... –Ele apertou o brinquedo com força.

-Bruce o que aconteceu?

-Eu mandei Selina se afastar dos meninos. –Bruce olhava a pelúcia –Quero ela longe deles porque tenho medo que Selina os machuque.

-Patrão Bruce...

-Não quero ela perto deles mas também não quero velos tristes –Bruce apertou mais forte o elefante. –Maldita hora que essa mulher apareceu na minha vida! –Ele arremessou o brinquedo na parede.

-Papai! –Damian correu em direção do brinquedo.

-Damian! –Bruce não sabia que a criança estava alí. –Damian eu...

-Você mandou a Selina embora. –Damian pegou o brinquedo e o apertou, Bruce viu lagrimas se formarem nos olhos do menino.

-Filho...

-EU ODEIO VOCÊ! -O menino correu para longe do adulto.

-Damian espera! –Bruce sentiu uma mão segurando ele.

-Talvez seja melhor deixar ele se acalmar primeiro.

-Mas...

-Além do mais acho que precisa visitar a senhorita Kyle. Já a agradeceu pelo fato de ela ter encontrado patrão Damian naquele dia?

-Claro que eu... –Mas Bruce nunca a agradeceu –Não.

-Que tal ir falar com ela.

Bruce suspirou como sempre Alfred tinha razão.

-É isso Selina. –O homem saiu do apartamento.

-Espera! Você tem que arrumar! É a porra do sindico.

-E você não paga o aluguel a um mês por tanto não arrumo nada! –O velho sorriu –Claro se quiser pagar de outra forma. –Ele a olhou de cima a baixo.

-Tenho cara de cuidadora de idosos agora?

Selina viu o velho ficar vermelho.

-SE VIRA ENTÃO SUA VADIA!

Ele se afastou e Selina fechou a porta com força. Ela estava com o chuveiro quebrado a uma semana, ou seja, a uma semana tomando banho gelado porque o sindico se recusava a arrumar o chuveiro.

-Idiota!

Selina ouviu alguém bater na porta.

-Escuta aqui seu velho! –Selina abriu a porta –Eu não vou pra cama... Você?!

-Oi. –Bruce Wayne estava parado na sua porta e parecia que já tinha visto dias melhores.