Quando Bruce acordou na manhã seguinte a primeira coisa que sentiu foi uma forte dor de cabeça, como se ela tivesse sido partida em duas. A segunda coisa foi que não estava em seu quarto, mas sim na sua sala deitado no sofá com a mesma roupa que usou para sair ontem.

A cabeça dele doía só de lembrar do quanto havia bebido. Como ele chegou em casa mesmo? A lembrança que ele tinha era que estava bebendo com Clark e o mesmo chamou um taxi pra ele. Sim foi isso mesmo Bruce veio de taxi pra casa, mas porque estava no sofá em vez de seu quarto?

Ele sentou devagar sua cabeça ainda doía, Bruce levou a mão na têmpora e sentiu um faixa nela.

-Mas o que...?

Ele caiu? Era por isso que sua cabeça estava enfaixada? Quem enfaixou? Bruce levantou e abriu a porta bem devagar ele escutou as vozes dos meninos vindo da cozinha. "Eles não podem me ver assim." Bruce tentou subir a escada, mas se desiquilibrou. Ele sentiu um par de mãos o segurarem pelas costas.

-Não faça movimentos muito rápidos se não vai sangrar de novo.

-Senhorita Kyle? –Bruce passou o braço pelo ombro dela.

-Vamos.

Ela o ajudou a chegar até o quarto o fez sentar na cama, Bruce podia estar com muita dor mas percebeu a forma estranha como a mulher o olhava.

-Algum problema?

-O que aconteceu ontem à noite? –Selina cruzou os braços com força.

-Não tenho muita certeza... –Ele passou a mão pelo cabelo –Bebi demais com o Clark, vim pra casa de taxi... Tenho que mandar alguém buscar meu carro. Acho que cai e bati a cabeça porque não me lembro de mais nada.

Bruce viu Selina arregalar os olhos.

-Não lembra? –Havia uma forte descrença em sua voz.

-Não.

-Deixe-me lembrar então: entrou em casa bêbado ontem achei que podia ser um ladrão então bati na sua cabeça com um rolo de massa.

-Você bateu em mim?! –Bruce se levantou péssima ideia já que logo seu corpo caiu sentado na cama de novo –É por sua culpa que tó com essa puta dor?

-Se soubesse que não lembraria de nada teria batido com mais força!

Selina saiu do quarto e bateu a porta com força fazendo Bruce estremecer de dor.

-Ela me bate e ainda acha que pode brigar comigo? Maluca.

Bruce conseguiu levantar e caminhar até o banheiro, lá ele viu a faixa na cabeça estava bem feita e parecia que tinha sido trocado ressente.

-Se Selina bateu na minha cabeça então foi ela que me enfaixou? –Ela passou a mão de leve sobre o curativo.

-Sim senhor. –Alfred estava parado na entrada do banheiro, seu olhar de reprovação era evidente.

-Antes de brigar comigo Alfred saiba que nem eu sei o que aconteceu. E que não vou fazer de novo prometo.

Alfred apenas levantou a sobrancelha pra ele, Bruce sabia que sua dor de cabeça estava preste a piorar.

Selina fervia de raiva. Como assim Bruce não se lembrava? Ele a agarrou! Ele a beijou!

-Homem é tudo igual, não adianta! –Ela ergueu os braços e imitou a voz dele– Eu não lembro! Oh caralho que não lembra!

Selina não estava só com raiva por Bruce não lembrar, mas sim por ela lembrar. Aquelas mãos, aqueles lábios as palavras que ele sussurrava...

-Merda! –Ela agarrou o cabelo –Tenho que sair daqui!

-Selina. –Tim correu e agarrou a cintura dela –Vamos ao parque hoje?

-Ao parque?

-Sim! –Jaison parou ao lado do irmão –Aquele no centro da cidade aonde vendem cachorro-quente e algodão doce.

-Bom... Eu estava querendo sair um pouco dessa casa mesmo –Ela respondeu –Vamos sim!

-Heeeeee! –Os meninos sorriram.

-Vou ver se o pai vem com a gente.

Antes de Selina responder Jaison já subia a escada.

-Ao parque?

-Sim.

Bruce estava sentado na poltrona quando Jaison entrou parecendo um furacão. Ele até queria passar um tempo com os meninos, mas sua cabeça o estava matando.

-Eu não estou me sentindo bem hoje Jay, vão vocês.

-Tá doente?

-Um pouco. –Bruce estava era com uma ressaca forte sem falar na cabeça que parecia que iria se partir toda vez que tentava se lembrar do que aconteceu noite passada. –Alfred leva vocês.

-Selina vai nos levar. –Jaison foi para a porta ele parecia triste, mas Bruce achou melhor não falar nada.

Selina estava sentada de baixo de um arvora vendo os meninos correrem, Dick carregava Damian nas costas enquanto Tim corria atrás deles e Jaison estava parado olhando, aparentemente Jaison não podia se mexer até que Dick e Damian fosse pegos. Crianças, vai entende-las.

Selina sentiu alguém se aproximar dela, tantos anos vivendo em um bairro ruim de Gothan deixou ela preparada pra tudo. A morena sentiu um braço erguer, ela rapidamente deu um rasteira na pessoa que caiu de costas no chão. Selina levantou e colocou o pé sobre o peito dele.

-Opa! –O homem ergueu as mãos –Desculpa, desculpa.

-Quem é você?

-Meu nome é Hall Jordan e eu não quis te assustar.

-Pouco provável chegando desse jeito por de trás de uma mulher.

-Ok ok tem razão desculpa. –Ele sorriu sem graça –Eu ia tentar um cantada por isso cheguei desse jeito.

-O que?

-É você sabe tipo: Tem uma folha no seu ombro aproposito me chamo Hall.

Selina ergueu a sobrancelha desconfiada.

-Pode por favor me deixar levantar tem gente olhando. –Era verdade algumas pessoa estavam olhando Selina tirou o pé de cima dele. Hall se lamentou tirando a sujeira da roupa –Mas uma vez sinto muito por te assustar.

-Quem disse que me assustou?

-Tem ótimo reflexos, aonde aprendeu a lutar desse jeito?

-Outra cantada?

-Talvez.

Selina sorriu.

-Suas cantadas são horríveis.

-E qual usaria? –Ele cruzou os braços.

-Gato você não é terremoto, mas abalou a minha estrutura.

-Nossa essa foi horrível! Hahahaha. –Ele viu Selina sorrir –Me chamo Hall.

-Já disse.

-Vai falar seu nome pra mim né? Afinal você me derrubou.

-Merecidamente. –Ela sorriu –Selina.

-Selina. Um bonito nome pra...

-Uma bela mulher, seu repertorio é muito antigo.

Eles começaram a rir, Selina sentiu alguém agarrando suas pernas.

-Posso comer um cachorro quente?

-Claro que pode Damian. –Ela entregou o dinheiro pro menino –Peça pro Dick comprar daquele moço alí. –Selina já tinha olhado a área e decidiu que era seguro aquela barraquinha. Damian saiu correndo e Selina ficou olhando os meninos.

-Seus filhos?

-Sou a babá deles. –Selina tinha um carinho na voz –Mas os amo como se fossem meus.

-Meninos de sorte.

Os dois continuaram conversando enquanto Selina sempre observava os meninos de longe, no final do dia Hall pagou um sorvete para todos. Ele entregou uma casaquinha de morango pra Selina que estava limpando o sorvete da boca do Tim.

-Obrigada. –As crianças terminaram de comer e se afastaram –Boa jogada comprar sorvete para os meninos.

-Eu sei. Isso significa que vou te ver de novo?

-Talvez.

Ela sorriu e pela primeira vez Selina conseguiu esquecer Bruce Wayne.