Selina tem um encontro. Selina vai sair com um homem. Um homem que vai toca-la e beijá-la. Um homem que Bruce adoraria matar.

-Merda! –Bruce jogou o travesseiro no chão –Quem é esse bastardo? Como ele ousa se aproximar da minha mulher!

Espera! O que ele disse?

-Minha funcionaria, não mulher. Pamela será minha mulher. –Essa última parte saiu mais desanimada que o normal.

Bruce deitou, seus braços e pernas abertos preenchia toda a cama, seu quarto estava bem escuro uma pequena luz do luar entrava pela fresta da cortina.

Ele não conseguia dormir e saber que Selina tinha um encontro com um filho da puta que achava que podia mexer no que era dele o deixava louco.

-Esse é o problema! Selina não é sua. Ela tem todo o direito de sair com quem quiser e eu não me importo!

Bruce virou de lado e fechou os olhos. Se isso era verdade então porque só o pensamento de perder a morena o deixava perturbado?

No dia seguinte Selina guardava a louça, uma pequena ajuda que Alfred aceitava, quando Bruce entrou na cozinha e parou na frente dela. Ele cruzou os braços e a olhava como se estivesse a avaliando.

-Que foi? –Ela não estava com paciência pra lidar com Bruce.

-Você pode ter os domingos de folga.

-Já era hora. –Selina colocou a faca na gaveta.

-Peço desculpas por não ter lhe dado a folga antes, mas Alfred nunca tira folga...

-Então você também o escraviza? –Selina o interrompeu –Pobre homem.

-Eu não o escravizo! Alfred não gosta de tirar folgas apesar de ele poder tirar quando quiser.

-Sei.

Bruce olhou irritado pra ela.

-Engraçado que até aparecer com esse namoradinho também não se importava com folgas.

-Ele não é meu namorado.

-Então porque sair com ele?

-Pra conhecê-lo.

-Isso pode ser perigoso sabia? Ou já se esqueceu de quando foi atacada? E se ele fizer o mesmo?

-Eu não esqueci senhor Wayne, mas sei me cuidar. –Selina estava ficando brava –Hall é muito gentil.

-Hall?

-O nome dele.

-Que tipo de mãe dá o nome de Hall pro filho?

-É um nome bonito!

-É o nome mais horrível que já ouvi!

Eles se encararam por um tempo, a raiva transbordava por Selina e o ciúmes era muito forte em Bruce. Ninguém desviou o olhar pois eram teimosos demais para fazê-lo mesmo quando o telefone tocou ainda se encararam.

-Qual é o sobrenome dele?

-Porque?

-É obvio que não fez nenhuma pesquisa sobre essa cara então eu vou fazer e deveria me agradecer por pensar em sua segurança.

-Agradecer? Seu paranoico! Louco!

-Vai sair com alguém que nem conhece e eu sou louco?

-Escuta aqui...

Selina não terminou pois a chamada caiu para a secretaria eletrônica.

-Hum.. Bom dia senhor Wayne aqui é da diretoria da escola estou ligando porque ouve um acidente envolvendo Timothy...

Bruce correu para atender o telefone e Selina estava logo atrás.

-Alo é o Bruce. –Sua voz estava carregada de preocupação.

Ouve um momento de silencio e Selina interrompeu.

-O que aconteceu?!

-Quieta! –Bruce voltou a falar ao telefone –Sim... Sim... Entendo estou a caminho. –Ele colocou o telefone no gancho e saiu da cozinha Selina o seguiu.

-O que aconteceu com o Tim?!

-Algumas crianças bateram nele e eu vou até lá busca-lo.

Bruce foi para a garagem entrou no carro, mas quando ele ia sair Selina parou na frente do veículo. Ele abaixou o vidro e colocou a cabeça pra fora.

-Sai. –Era uma ordem.

-Eu vou com você. –Selina cruzou os braços e ficou parada.

-Não, ele é meu filho e vou cuidar disso. Agora saia!

-NÃO! Eu vou junto!

-Último aviso senhorita Kyle, SAIA AGORA! –Quando Selina não se moveu Bruce sorriu –Tá bem!

Ele acelerou o carro e foi em direção a morena, Bruce freio faltando pouco para atropelar ela.

-Entra! –Selina sorriu e entrou no banco ao lado dele –Não pense que a ideia não passou pela minha cabeça.

Quando chegaram na diretoria Tim estava sentado em uma cadeira, ele estava com a roupa suja de areia e seus cabelos bagunçados, as mãos deles apertavam os joelhos e sua cabeça estava abaixada. Bruce abaixou para ficar na altura da criança.

-Tim? –Ele ergueu o rosto do filho e viu um pequeno hematoma na bochecha. –Quem fez isso?

-Talvez devesse perguntar o que esse menino fez?

Bruce fechou os olhos com força, ele respirou fundo se levantou para encarar a voz. Era uma mulher loira toda artificial que já estava com as mãos sobre os ombros de seu filho, um menino que realmente parecia bem além de estar com um pouco de sujeira na calça.

-Senhora Neys por favor...

-Não diretor! –Ela apontou um dedo com a unha bem feita em direção do Tim –Esse menino bateu no meu Gustav!

Bruce olhou para Gustav que não tinha nenhum arranhão, antes que pudesse falar Selina passou na frente.

-Só se for com o vento! O garoto nem está machucado.

-Selina! –Tim não tinha visto a mulher ali até então –Selina!

Os olhos do menino se encheram de água, a morena o pegou no colo e sentou com ele na cadeira.

-Está tudo bem gatinho, não estou brava com você e nem o seu pai. –Tim a abraçava com força.

-Quem é essa? –O diretor perguntou.

-Selina Kyle a babá dos meus filhos.

-Certo... É bem acho que devemos informar que Tim foi pego brigando com Gustav atrás da escola hoje...

-E como aconteceu isso? –Sim porque Tim era quem estava machucado ele nunca começaria uma briga e Bruce tinha certeza disso.

-Bateu no meu filho!

-Me poupe seu filho está perfeitamente bem, diferente do meu!

-Por favor senhores. –O diretor tentava acalma-los.

-O senhor não consegue controlar seus filhos! –A mulher continuou –Se bem me lembro seu mais velho já bateu no amigo do Gustav antes!

-Porque o amigo em questão bateu no Tim! Jaison só briga para proteger o irmão que fique bem claro!

-São todos uns mal educados! Mas também com a mãe que tinham era de se esperar. –A mulher sorriu.

Selina viu Bruce apertando as mãos em punhos, ele queria socar algo mas nunca machucaria uma mulher nem mesmo se merecesse. Já Selina não se importava.

-Escuta aqui o projeto de Barbie. –Ela se levantou, mas manteve o rosto do menino escondido –Não ouse insultar uma pessoa que não está aqui para se defender na frente do filho dela e do viúvo. –Selina olhou para o diretor – O senhor sabe como aconteceu?

-Na verdade não, só que Tim empurrou Gustav.

Selina colocou o menino na cadeira e se abaixou na frente dele.

-Me conte sua versão. –A criança apertou o lábio com força –Tim eu prometo que ninguém vai brigar com você.

-Pa-Papai...

-Não vou ficar bravo. –Bruce parou atrás da Selina e sorriu pro menino.

-Gustav sempre me provoca. Quando estou com Jaison ele não fala nada, mas estava sozinho hoje.

-O que ele diz? -Selina segurou a mão dele.

-Que eu sou burro e não sei fazer nada direito, nas aulas de educação física ele sempre me dá uma bolada, rasga meus deveres de casa e hoje ele me bateu. Eu não quis empurrar o Gustav, mas fiquei com raiva porque ele disse que ia mandar o irmão mais novo dele bater no Damian. –Tim enxugou as lágrimas –Dami é muito pequeno e o irmão mais novo do Gustav é dois anos mais velho. Por isso o empurrei e ai ele me bateu.

Bruce olhou para o filho com pena.

-Viu ele admitiu que bateu no Gustav! –A mãe do menino olhava pro diretor –Tem que tomar uma providência!

-Você ao menos escutou a história? –Bruce olhou para a mulher. –Seu filho começou!

-Meu Gustav é um anjo.

-Até Lúcifer foi um. –Selina levantou.

-Tudo bem já chega. –O diretor interrompeu –Gustav vai ficar de castigo por uma semana ajudando na biblioteca.

-O QUE?! ISSO É UM ABSURDO! –O menino falou pela primeira vez. –Mamãe!

-Meu filho é inocente!

-Não ele não é. –O diretor olhou para Bruce –Tim será punido também afinal ele começou a briga.

Selina bufou mas ficou calada Bruce apenas ouvia.

-Acho que o pai e filho podem fazer um redação e me entregar até semana que vem contando do porquê é errado a violência e que não deveríamos praticar.

-Está bem, mas eu quero que tenha seminários na escola sobre Bullyng e como isso afeta os alunos.

-Senhor Wayne...

-Eu financio diretor irei fazer o trabalho com Tim, mas não o culpo por ter se defendido que isso fique claro. Agora se me dá licença.

Bruce pegou a criança no colo, ele segurou a mão da Selina e saíram da sala.

Bruce levou Tim para o hospital, eles aplicaram um pouco de remédio e daqui a dois dias o machucado teria saído. Ainda bem que crianças não tem muita força nas mãos.

-Sabe fico feliz que era a mãe e não o pai com o outro garoto. –Selina estava sentada nas cadeiras do corredor enquanto Bruce assinava os papeis para a saída de Tim do hospital –Teria quebrado a cara dele.

-Como você quase fez com a Barbie? –Ele sorriu.

-Só não fiz porque tinha crianças na sala.

Bruce entregou os papéis e Selina levantou, Tim ainda estava muito quieto.

-Ei. –Bruce pegou a mão do menino.

-Desculpa.

-Não estou bravo com você, mas se algo assim acontecer de novo me conte está bem?

-Tá. –Tim sorriu e abraçou o pai.

Assim que saíram do hospital Selina ouviu alguém chamando ela.

-Sabia que era você.

-Hall?

Ele se aproximou e parou na frente dela.

-Impossível não reconhecer sua beleza.

Selina sorriu, mas seu sorriso morreu quando sentiu um olhar a queimando nas costas.

Bruce Wayne estava com o olhar mais assassino que Selina já viu na sua vida.