Bruce viu quando o homem colocou a mão no ombro da Selina para que ela olhasse pra ele.

-Tá em pé ainda o encontro de sábado?

-Claro.

-Com licença. –Bruce se colocou no meio dos dois de frente para Hall.

-Quem é você?

-Bruce Wayne e você deve ser o Hall Smthi.

-É Hall Jordan.

-Ah Jordan. –Bruce sorriu ele ouviu Selina bufar atrás dele –Gostaria que não falasse com a minha empregada quando ela está de serviço.

-E o que tem isso de mais? –Hall estava irritado.

-Não quero alguém que não conheço conversando com a babá dos meus filhos.

-Senhor Wayne! –Selina foi para o meio dos dois. –Não ligue pra ele Hall.

-Já que pediu querida.

Bruce ia matar esse sujeito.

-Querida? Mesmo? É muita intimidade não acha?

-Não acho não, Wayne.

Selina sentiu Bruce se aproximando, ele só não ficou mais perto de Hall porque ela estava no meio servindo como uma barreira para eles.

-Papai?

-Sim Tim? –Bruce não desviou o olhar.

-Vamos pra casa?

-Sim.

-Oi garoto lembra de mim?

-O tio que pagou um sorvete. –O menino sorriu.

-Isso mesmo, viu Selina ele gosta de mim.

-Precisa fazer bem mais do que só pagar um sorvete pra isso acontecer. –Bruce fervia de raiva.

-Como sair com a babá deles?

Selina percebeu Bruce apertando os punhos com força, isso não acabaria bem. Ela já viu o homem perder o controle antes.

-Hall eu tenho que ir a gente se vê por ai. –Ela pegou a mão do menino e puxou Bruce pelo braço. –Vamos.

A morena percebeu que eles ainda se encaravam quando afastou Bruce e o guio até o carro.

Quando chegaram em casa Tim correu até a cozinha deixando os dois sozinhos na entrada da casa.

-Vem. –Bruce pegou sua mão e a levou até a sala –Ele é um idiota!

-Quem?

-Hall! É arrogante, não conhece o limite e principalmente chama alguém que nem conhece de querida! –Bruce caminhava pela sala.

-Eu não preciso da sua aprovação pra sair com ele.

-Não se trata disso.

-Então...?

-Se trata de você saindo com um babaquinha de merda. –Bruce parou na frente dela.

-Retire o que disse! Hall não é assim. –Tá talvez Selina tenha o achado meio arrogante, mas queria contrariar o homem a sua frente.

-"Impossível não reconhecer sua beleza" –Bruce imitou a forma que Hall falou –Me poupe que tipo de pessoa passa uma cantada dessas? Eu lhe digo um babaca de merda! Aposto que deve ser um psicopata procurando um nova vítima!

-Você é doente! Hall é maravilhoso e sim ele fala estranho as vezes, mas eu gosto!

-GOSTA DE BABACAS?

-NÃO, PORQUE AI EU TERIA QUE GOSTAR DE VOCÊ TAMBEM!

Os dois estavam tão próximos que ambas as respirações podiam ser ouvidas.

-Eu vou sair com ele.

-Não...

-Eu vou sim! –Selina o interrompeu –Sou solteira, diferente de você. –Sua voz saiu triste e baixa. -Posso sair com quem quiser.

Bruce não sabia o que falar. Selina desviou o olhar e viu o mesmo sofá em que eles se beijaram, o mesmo lugar onde ela se sentiu tão desejada por esse homem, o mesmo homem que nem se lembrava disso.

Selina tinha que esquecer esse episódio e se sair com Hall ajudasse então ela faria.

-Não vou mais me meter em sua vida.

A morena encarou Bruce que tinha um olhar frio combinando com sua voz.

-Faça o que quiser senhorita Kyle.

Ele saiu da sala sem olhar pra trás, Selina sentou no maldito sofá aonde algumas noites atrás tinha sido beijada e se abraçou. Bruce sempre conseguia deixar um vazio nela quando brigavam, ele saia e era como se dissesse eu não me importo com você.

Isso doía muito ela sentiu as lágrimas caírem aos poucos, Selina as limpou rapidamente se levantou e saiu da sala.

Bruce Wayne não merece suas lágrimas.

A semana passou Bruce evitou Selina o tempo todo, não tomava café só aparecia pra levar os filhos pra escola, chegava tarde do trabalho só para ir pra cama sem ao menos falar com ela.

Isso era somente com a morena já que as crianças sempre tinham sua atenção e até mesmo Alfred, certo dia ela ouviu uma conversa sem querer do mordomo e Bruce.

-... Evitar não é a solução patrão Bruce.

-Não estou evitando, apenas muito ocupado!

Bruce passou por ela sem nem ao menos olhar em seus olhos. Selina sentia falta dele até pensou em começar uma briga pelo menos assim Bruce olharia em seus olhos, mas isso não daria certo ele provavelmente a ignoraria.

Sábado a noite Selina se arrumou para o encontro, ela colocou um vestido vermelho que ficava na altura das coxas e um salto preto, ela pintou uma sombra bege nos olhos e um delineador preto que realçava o verde de sua íris, um batom vermelho veludo e uma pequena gargantilha prata que ia até a altura dos seios.

Ela passou um pouco de perfume quando ouviu leves batidas na porta, Damian estava do lado de fora.

-Dami devia estar dormindo.

-Nossa com você tá bonita.

-Gostou? –Ela sorriu.

-Sim, sim, sim. –A criança pulava –Aonde vai tão bonita assim?

-O que está fazendo acordado? –Selina não queria falar sobre seu encontro com o menino.

-Não sei aonde Bruce está.

Bruce era o nome do elefante de pelúcia que Selina deu de presente a ele.

-Você não estava com ele?

-Alfred o lavou essa manhã, mas não me devolveu.

-Tudo bem vamos procurar ele.

Selina pegou a criança no colo e foi falar com o mordomo, Alfred havia deixado o brinquedo no quarto de Damian, mas eles não conseguiam acha-lo.

Damian e Selina procuraram pelo quarto todo, até que ela o encontrou caído atrás da cômoda que ficava perto do armário.

-Aqui.

-Bruce! –A criança o abraçou.

-Agora pra cama. –Selina o deitou e cobriu ele, a morena deu um beijo na sua testa –Boa noite gatinho.

-Selina você vai sair?

-Vou.

-Com o papai?

-Não! O que te faz pensar isso?!

-Gostaria de ter você como mãe.

Selina sorriu, ela amava essas crianças e estaria mentindo se não pensou em ser a mãe deles em algum momento, mas pra isso teria que ser algo mais para Bruce que nem ao menos olhava pra ela.

-Selina com quem vai sair?

-Um amigo.

-Mas o meu pai é mais legal! –Oh céus ele faz a mesma cara zangada do Bruce.

-Tudo bem, agora vai dormir.

-Como a gente convida alguém pra sair? –Damian não estava com sono isso vai ser difícil.

-Porque a pergunta? –Ela viu ele ficar vermelho.

-Queria chamar alguém pra brincar.

-Hum... A Ravena?

-Não! –Ele cruzou o braço e virou o rosto. -Mas e se eu pedir pra ela vir brincar aqui em casa comigo?

-É uma ótima ideia. –Selina sorriu –Agora vai dormir tá muito tarde.

-Tá bom. –Damian segurou a pelúcia com força –Boa noite.

-Boa noite Dami e boa noite Bruce.

Ela sorriu, assim que saiu do quarto ela pegou sua bolsa e saiu da casa, Hall a estava esperando. Os dois nem perceberam quando um carro saiu da garagem e os seguiu.