Ela encaixou-se mais no colo dele esfregando-se em movimentos lânguidos sentindo o contato duro com aquela ereção. As mãos dele subiram pelas coxas dela apertando até alcançar a bunda firme da qual ele apertou com força arrancando dela um gemido sôfrego entre seus lábios.
Deus, ela ia o enlouquecer completamente daquela forma!
Os lábios dele desceram pelo pescoço dela roçando os dentes à medida que se encaminhava para os seios. Tenten envolveu o pescoço dele e deixou a cabeça pender para trás enquanto fechou os olhos deliciando-se apenas com o contato enquanto dava pequenas reboladas no colo masculino, completamente excitada e pervertida. Estavam pegando fogo aquela altura, no entanto, um barulho da tranca fez a garota abrir os olhos de uma vez e sair do colo dele jogando-se mais afastada no sofá, quanto a ele pegou uma das almofadas e colocou sobre o colo porque não havia a menor forma de esconder o quanto estava duro naquele momento.
A porta abriu-se com a pequena Hyuuga entrando ali e arregalando os olhos surpresa com a visita, embora ela tivesse capturado um clima no mínimo suspeito. Tenten parecia calada demais e um tanto forçada. Enquanto ele estava ligeiramente corado e disfarçava um tanto mal, mas a primeira coisa que a Hyuuga pensou foi que talvez ambos estivessem tendo alguma conversa um pouco... Íntima.
A verdade era que eram dois cara-de-pau. Sorte deles ela ser tão ingênua em alguns aspectos.
—Neji, o que faz aqui? – perguntou encostando a porta atrás de si.
Ele passou a mão esquerda pelos cabelos e a olhou.
—Vim te buscar para o almoço em família, esqueceu? Papai passou a semana toda nos lembrando disso.
Ela deu um tapa na própria testa ao se lembrar daquilo, havia mesmo esquecido totalmente, e agora estremecia encarando o irmão mais velho, ficou um tanto vermelha, e ele, como se a lesse em todos os detalhes logo disse:
—Eu já vi o vídeo, e não, o papai não sabe e nunca vai saber, conhece como ele detesta essa coisa toda de modernidade tecnológica.
—C-como... Soube?
—Vamos conversar suas razões, mas não é como se você tivesse feito algo criminoso. Ágil como um jovem normal.
—Viu só? Eu te disse – reforçou a Mitsashi.
Hinata juntou os indicadores batendo um contra o outro enquanto baixava um tanto o olhar.
—Foi vergonhoso...
—Confesso que ri, muito, alias, Hanabi também, ela disse que você precisava se soltar mais. A última vez que cantou tão espontânea assim foi no coral da igreja.
—Eu tinha dez anos.
—Pra você ver! Precisamos disso na próxima reunião de família – ele a provocou.
—Nem na próxima encarnação!
Com as coisas sob controle novamente, o Hyuuga mais velho levantou-se finalmente.
—Vamos logo!
(...)
Ela havia organizado algumas coisas no seu quarto e separado material para a segunda na faculdade, naquele momento, Tenten estava sentada um tanto largada no sofá enquanto seu notebook estava aberto no seu colo e ela fazia uma leitura importante para as aulas, era um saco essa parte, mas havia sempre debates sobre teses, principalmente em direito criminal. Ela lia pela terceira vez o mesmo parágrafo tentando absorver aquela ideia quando alguém tocou a campainha.
Sinceramente? Ela precisava mesmo estudar e não estava a fim de falar com ninguém, se fosse algo importante teriam ligado antes, quem é o filho da mãe que vai sem avisar na casa dos outros?
Ela então voltou a se concentrar, mas o filhotinho do capiroto continuou a perturbá-la, e foi movida justamente por essa raiva que ela largou o note de lado e foi a porta sem nem ao menos se dar ao trabalho de usar o olho mágico, e qual não foi sua surpresa ao ver bem diante de si uma safada de cabelos rosa?
—Cadê a Hinata? – perguntou de forma hostil se impondo a entrar mesmo sem convite e foi no braço da Mitsashi que ela foi parada.
—Pera lá. Aqui não é casa da zona pra ir entrando qualquer uma assim não! – disse rude e empurrou Sakura.
—Não interessa, como se eu quisesse entrar de boa vontade nesse ninho de fracassadas. Chama aquela sonsa, tenho contas a acertar com ela agora!
—Deixa eu ver se eu entendi. Você é uma puta escrota de merda, rouba o namorado dela, praticamente humilha ela em público e se acha no direito de acertar algo? Garota, tu é muito sem noção!
A rosada deu um sorriso presunçoso e debochado.
—Esquisita, eu sabia que era o cãozinho de guarda dela, mas não sabia que latia tanto.
—Ahh mas eu não lato somente, eu mordo e faço isso pra arrancar pedaço pra valer – disse ameaçadora dando dois passos em direção a Sakura, que recuou espantada com a ousadia.
—Olha aqui – foi cortada pela Mitsashi.
—Olha aqui, você está quebrando pelo menos duas leis estaduais, perturbação, ameaça, tentativa de atuação... Posso chamar a polícia e sua foto de formatura vai ter uns numerozinhos na frente, quer?
—Sabe quem é o meu pai?
—Você não me intimada, Barbie azeda. Não sou tonta.
—Deveria, afinal, não me conhece e nem sabe do que eu sou capaz.
—ahhh sei sim, você é aquele tipinho baixa. – Ela viu a careta irritada da Haruno – mas sei bem porque tá aqui com todo esse desespero de uma cadelinha no cio. Que foi? Tá com ciuminho dele? Quem sabe a Hinata não esteja agora mesmo num almoço mega sexy com o Uchiha, num lugar com espelho no teto se é que me entende. – disse maliciosa e aquilo tirou o restante do controle da rosada que ergueu a mão em direção direta a face de Tenten.
Para seu azar, a garota segurou bem a tempo.
—Vem cá? O seu namoradinho saber que tá tão empolgadinha correndo atrás de outro? Tsc... Nem uma semana juntos... É o que dizem, casais famosos não duram muito. Mas se aceita uma dica, deveria cuidar bem direitinho dele, afinal, se esforçou tanto para tê-lo, deveria brincar mais com seu brinquedinho antes de quebrá-lo.
Sakura abriu a boca para respondê-la a altura, mas Tenten a empurrou e bateu a porta literalmente na cara da garota. O que sobrou para depois foi uma sessão barulhenta de xingamentos e socos de Sakura contra a porta da qual Tenten não ouviu porque ligou seus fones no máximo.
Quando gritou tudo que precisava e cansou, Sakura ajeitou os cabelos vendo que chamou atenção demais, havia pessoas a olhando e a chamando de louca.
Malditas fracassadas!
Ela não deveria agir impulsivamente, oh não. Ela precisava mesmo colocar a cabeça em ordem. Provavelmente aquilo era algum tipo de jogo da Hyuuga bizarra e ela o ganharia. Ela sempre ganhava, afinal.
Ela saiu do prédio em que as garotas moravam e já na calçada tirou o celular da bolsa e ligou para Naruto, precisa vê-lo. Só então ela notou o pulso avermelhado marcado.
—Mulher gorila, credo! – massageou o mesmo praguejando Tenten.
(...)
Frente ao espelho, ela queria só sumir e nada além disso. Esperava – e rezava – muito para que ou ninguém soubesse que era ela naquele vídeo, o que foi descartado dado a quantidade de estranhos que a marcaram em suas redes sociais, ou dois, a euforia já tivesse acabado e tudo voltasse ao mais profundo esquecimento. Já vivera humilhação demais para um dia só, e agora tinha um aparente problema chamado: Sasuke Uchiha.
Ela colocou um vestidinho estampado geométrico azul marinho regata sem decote. Cabelos soltos e escovados e um brilho nos lábios. Passou um pouco de rímel para destacar os cílios e pegou a mochila preta e lilás saindo do quarto finalmente. Na sala viu Tenten brigando com alguma coisa na cozinha e achou certa graça. Tomaram um café rápido e foram juntas para faculdade como quase sempre faziam.
Ela tinha quase certeza que estavam a olhando quando chegaram ao campus Senju, da Universidade de Konoha. Haviam alguns murmurinhos e ela agarrou o braço de Tenten.
—Fica calma, ninguém falou nada e você finge demência, entendeu? – Hinata assentiu e continuou andando embora sentindo as bochechas quentes tendo cem por cento de certeza que estava vermelha. – E depois todos tomam um porre na vida.
Ela puxou o ar para os pulmões e frouxou um pouco o aperto na Mitsashi, e infelizmente para o seu azar, vira logo em seguida encostados e sentados contra uma das muitas muretas de contenção dos jardins externos, o pior grupinho do mundo. Lá estava Sakura sentada no colo de Naruto e pendurada em seu pescoço, e junto deles Ino, Gaara, Shikamaru e os demais. Talvez fosse um maldito habito que ela precisava arrancar de si, mas o primeiro par de olhos que encontrou fora os azuis, mas esses não sustentaram aos seus, ele desviou e ela tinha certeza que havia algum tipo de raiva ou hostilidade da parte dele, ou talvez ele só nunca gostou dela de fato.
"idiota!" Pensou rispidamente. Despertou de pensamentos homicidas com a voz de Tenten.
—O que foi? Tá nervosa ainda?
Ela assentiu suavemente.
—Ele é o babaca, mas eu me sinto culpada e errada. É tão injusto!
—Ei! Levanta essa cabecinha. Não dá esse gostinho pra nenhum deles não.
Hinata ia mesmo retrucar, odiava conflitos diretos pra valer, não que ela não os pudesse sustentar, apenas achava que havia coisas que não valiam a pena perder tempo, o total oposto de Tenten. Os lábios até coçaram entreabertos, mas o barulho do ronco de motor da BMW s1000rr preta e vermelha soou e sem dúvidas houve vários olhares curiosos em direção a moto potente que acaba de acessar o estacionamento aberto do campus. Os olhos prateados acompanharam o movimento e ela sentiu aquele nervoso perturbador em si de que algo iria acontecer, tipo um pressentimento ruim. Seu coração acelerou-se mesmo que ela não tivesse controle algum.
Ela viu o motoqueiro descer e estabilizar a moto tirando o capacete logo em seguida, aquilo bastou para o pânico alastrar-se, então ela fez o mais óbvio, pegou a mão de Tenten e começou a puxá-la mais rápido em direção ao prédio.
—Ei, espera! Aquele não é o Uchiha malvadão?
Ela não queria falar, queria correr, mas não poderia senão ia chamar mais atenção e era tudo que ela não queria.
Ele, assim que chegou ao estacionamento e encostou a trava no chão, virou a cabeça de lado e teve uma visão mesmo que um pouco longe daquela garota de cabelos negros azulados e olhos perolados e ainda de capacete, ele dera um meio sorriso. Era tão instigante aquilo, ela...
Ele enfiou o capacete na mochila e imediatamente fez algo que era fora de seu costume, acelerou seu passo em direção a garota a fim de alcançá-la.
Naquele mesmo instante, os olhos esmeraldinos finalmente vislumbraram o garoto de cabelos negros, e foi por puro impulso que ela saiu do colo de Naruto praticamente o empurrando para que a largasse. Sentiu aquelas malditas borboletas no estomago que somente ele a causava, o coração acelerado. Ino, tal como a amiga, estava paralisada com a presença do Uchiha bem ali, mas o que ambas viram logo em seguida, fez a rosada querer absurdamente agarrar Hinata pelos cabelos.
Sasuke surpreendeu Hyuuga ao agarrá-la por trás e sussurrou no ouvido dela.
—Sentiu minha falta? – Ela com tais ações, paralisou completamente, estava pra lá de vermelha, nervosa, assustada, sentia seu coração na garganta e agora, os pelos de seu corpo eriçaram.
— Eu vou matar ela! – murmurou sakura mordida de ciúmes vendo aquilo a distância.
—S-Sasuke... – gaguejou nervosa e constrangida, buscou o agarro de Tenten, mas essa já havia fugido dela a muito tempo abrindo espaço para o Uchiha, era um complô, ela tinha certeza! – N-não faz isso assim, na frente de todo mundo e...
Ele notou o estado dela, preste a ter uma síncope, por essa razão, ele afastou-se um pouco dela e ficou ao lado da garota de olhos perolados.
—Mitsashi...- cumprimentou a outra garota, da qual ele lembrava-se também de nunca desgrudar de Hinata.
— Uchiha babaca. – Trocaram um rápido aceno que bastou para a garota saber que a amiga estava em mão... Não tão ruins. – Hina, eu vou pra sala.
—Não me larga sozinha. - Murmurou desesperada a morena.
—ahhh, me conhece, acho que os lobos-maus protegem melhor que os príncipes – ela piscou pra Hinata que corou ainda e olhou de soslaio para Sasuke que naquele momento passava a mão pelos cabelos grandes do franjão e os jogava para trás.
Tão badboy, tão descolado, tão... Uchiha.
Abaixou a cabeça e mordeu o lábio ao tempo que Tenten afastou-se e eles continuaram a adentrar pelos corredores do campus.
—Não respondeu minhas mensagens. – disse ele em um tom meio rude a olhando de lado, molhou um pouco os lábios ansioso e pouquíssimas coisas o causavam isso.
—porque eu responderia? – ela disse ainda um tanto cabisbaixa, mas cheia de confiança para sustentar aquele diálogo, talvez por ter havido aquela primeira quebra de tensão entre eles no dia anterior.
Ele parou e segurou o braço dela a fazendo parar por igual no meio do corredor, a outra mão foi ao queixo dela e ele segurou a fazendo o encarar, e podendo assim olhar bem nos lindos olhos dela e apreciando os contornos delicados do rosto.
—Pensei que fosse uma boa garota com todos. – disse com uma suavidade maliciosa e rouca.
Ela sentiu-se presa no olhar dele por um instante, como se ele tivesse um real poder de captura-la bem ali e transportá-la para um outro universo. Quando finalmente livrou-se daquela hipnose momentânea, ela levantou o pulso olhando as horas.
—Eu tenho aula agora, a gente conversa no intervalo.
—Tsc... Como você é escorregadia – disse com aquela face séria, mas ao mesmo tempo divertiu-se com o nervosismo dela. Porque ela o instiga tanto?
Os olhos perolados desviaram, ela estava bastante corada, e certamente o responderia como se devia, mas seus olhos viram algo que ela não gostou: a fúria rosa.
A fim de evitar confrontos idiotas, a Hyuuga sentiu o contato dos lábios de Sasuke em sua bochecha, e fugiu dos seus braços correndo para a sala. Assim que entrou ali, todos estavam conversando, mas quando ela entrou, houve um silêncio pra lá de constrangedor. Ela escolheu um lugar que sempre sentava e poucos instantes depois, Naruto entrou, era engraçado, porque agora o olhar dele a buscou, mas foi ela que não conseguiu sustentá-los e desviou para a mochila tirando seu material. Não era vergonha, na verdade era mágoa. Só agora ela sentia novamente o peso do que ele fizera consigo. Se considerar tudo, Sasuke fora uma boa distração de suas dores e talvez ela devesse ser um pouco mais legal com ele.
Sorriu docemente e negou com a cabeça sem saber que estava sendo curiosamente observada pelo loiro que parecia analisá-la.
Seu celular vibrou logo em seguida indicando uma nova mensagem. Ela olhou o ecrã e mordeu sutilmente os lábios, hesitou um pouquinho e deixou o aparelho de lado, mas esse vibrou com a insistência das mensagens dele.
Dessa vez uma mensagem mais provocativa que a fizera corar um tanto. Então veio o novo convite para saírem juntos. A desculpa do Uchiha era que ele era novo na cidade novamente, ela poderia ser uma boa amiga e lhe mostrar algum lugar legal, como um restaurante.
Ela sorriu ainda mais com aquilo.
*não vou me encontrar contigo, e depois a louca da tua ex tá me perseguindo. *
Ela queria soltar o celular, mas não o fez, em vez disso ficou encarando a tela com uma nervosa expectativa.
*não esquenta com ela não. Ela só tem uma péssima estima pessoal, compensada com um ego enorme *
Ela quase gargalhou e só não o fez porque levou a mão à boca. Olhou desconfiada pelos lados e voltou ao celular digitando.
*Ela é louca! Sério mesmo. Como se não a conhecesse. Não quero estar no meio de mais bagunça, a minha vida pessoal já está uma. *
Ela suspirou. Porque sentiu uma vontade gigante dele insistir? Talvez aquilo fazia de certo modo bem ao seu ego, ou não quisesse só aceitar que a companhia dele não era tão ruim como sempre imaginou.
*Eu pensei em torta de maçã e canela, e uma mocha. *
Ela entreabriu os lábios. Sentindo o coração acelerado pra valer. Era sua torta favorita, mas ela sabia que não tinha no refeitório. Como ele sabia?
*eles não vendem aqui*
*sorte sua que eu acidentalmente comprei errado uma fatia antes de vir pra cá. *
*porque sinto que está me perseguindo? *
*acho que tem mania de perseguição. Lembre-se, sou seu novo amigo e me deve ainda pela calcinha. *
Ela corou absurdamente, e o loiro a perceber tal reação literalmente coçou-se para saber que tipo de conversa ela estava tendo e com quem.
*tá... Seu ogro inconveniente. Agora vou estudar, deveria fazer o mesmo! *
*sou genial, tiro de letra*
Ela sorriu negando e bloqueou o aparelho o guardando.
Sim, definitivamente havia uma imensa curiosidade do loiro em saber que raio de conversa era aquela, aliás, havia uma pontinha irritante e estranha de ciúmes principalmente ao se lembrar de Sasuke a agarrando com tamanha intimidade no meio do pátio. Ele julgava talvez ser um pouco de ego ferido, ou talvez porque nunca havia de fato reparado bem na garota e agora se permitiu fazer. Se perguntava o que Sasuke queria tanto com a Hyuuga, ela nem era o tipo de garota que ele saia ou se interessava, pelo menos não na época do colégio. Teria ele mudado tanto assim?
Sua atenção voltou-se ao professor que começava a falar algo que realmente o fez gelar.
—Para o final de curso sempre existe essas avaliações, vocês vão passar claro, pelo trabalho de conclusão do curso, mas esse aqui é especial, ele serve para colocarem em prática conceitos e teorias aprendidas ao longo desses anos. Uma união dos principais elementos do curso. O chamado projeto embrião. – Aquelas palavras bastaram para que o loiro perdesse completamente a cor – o projeto deverá ser apresentado logo após defenderem suas teses no final do curso – ele pegou algumas folhas com as diretrizes e passou para os primeiros alunos que passaram adiante cada qual pegando a sua cópia. Os olhos azuis fitaram a extensa e complexa lista e obrigatoriedades e estremeceu. – Para a sorte de vocês, será em dupla. Podem começar.
Mal o professor terminou de dizer aquilo e Naruto olhou em direção a Hinata, porém, foi completamente surpreendido com a voz doce dela que se virou para trás:
—Kankuro, gostaria de ser meu parceiro?
Ele franziu o cenho confuso, ainda olhou rapidamente em direção a Naruto que sempre era o parceiro da garota em trabalhos acadêmicos, mas não ia rejeitar de forma alguma aquela chance, todos sabiam que Hinata era a melhor aluna da turma.
—C-claro! Quer dizer... Obrigado pelo convite. – disse com um sorriso animado. Tinha tirado a sorte grande em tê-la como parceira.
O moreno, logo após Hinata virar-se de volta para frente, olhou para Naruto que o encarava com uma face nada amigável, mas ele apenas encolheu-se um pouco e ergueu os ombros. Se Naruto tinha tido qualquer problema com Hinata, a culpa não era dele. Vacilou, perdeu.
Completamente frustrado, o loiro foi chamado por outra pessoa para fechar a dupla.
...
Era óbvio que ela dividiria tal acontecimento com a melhor amiga. Contava em detalhes sua situação e o fato de ter de trabalhar agora com um completo estranho para ela que era Kankuro, bem, não que não o conhecesse, afinal, estavam a quatro anos estudando juntos, mas entre conhecer uma pessoa por convivência e ter intimidade de qualquer espécie eram outros quinhentos.
—Eu podia sentir o olhar de raiva dele – disse a Hyuuga baixinho.
—Bem feito, babaca de merda! Acho é pouco.
—Agora eu preciso começar a pensar no projeto e não faço ideia de como começar. E convenhamos, o Kankuro não é o ser mais extraordinário da terra.
—Ele é o tipo ordinario, isso sim! – zombou a Mitsashi fazendo a amiga sorrir.
Elas estavam tão entretidas ali que mal notaram a presença do Uchiha, que foi direto ao balcão do refeitório pegando uma mocha e um café. Foi Tenten a primeira a vê-lo, porque o viu vindo em direção a onde estavam.
—Qual é a dele? Ele tá na sua, certo? – ela mordeu a maçã que comia. – Hinata virou o rosto o enxergando, sentiu as mãos tremerem um pouco nervosas e o coração acelerar levemente. Voltou a Tenten.
—Somos... Conhecidos.
—Conhecidos que transam? Olha, desculpa desapontar você, mas o nome disso é pau amigo.
—Meu deus, Tenten! Vamos só... Ignorar essa parte. Foi só uma vez e... Estávamos bêbados. Foi um acidente.
—Hm... Acidentalmente você caiu em cima do pau dele duro?
Hinata ficou roxa. Como poderia ela, tímida até os ossos, ser amiga de alguém como Tenten? Era inexplicável.
—Uma hora você me mata de vergonha.
—Ok, ok – riu – ele disse que foi um acidente?
—Eu disse.
—Humm acho que entendi, então é ele que quer ser seu amiguinho?
—Ele... Tá deslocado. – Justificou-se
—Não é o que parece.
Hinata franziu o cenho.
—Olha, eu vou dizer exatamente o que parece, que você acabou de arranjar um belo pau amigo. Então aproveita. – Ela piscou se levantando quando o Uchiha chegou ali.
O Garoto colocou os copos térmicos sobre a mesa e largou a mochila na cadeira ao lado sentando-se de frente a Hinata que estava bem coradinha. Arqueou a sobrancelha a fitando curioso, mas ela apenas balançou a cabeça negando. Como prometido, ele abriu um dos bolsos da mochila e tirou de lá as embalagens transparente com as duas fatias de torta e empurrou uma para Hinata, ficando com a outra.
Ela olhou para o item e para a cara tão séria e malcriada do Uchiha, desenhou um sorriso.
—Obrigada... Como soube?
—Foi a que pediu quando a gente saiu... E depois... Sua cara te denuncia muito fácil. – Ele respondeu com aquela mesma seriedade de quem achava complicado demais apenas sorrir para os quatro cantos. Na mente dele não havia a menor necessidade de sair mostrando os dentes pra todo mundo, ainda mais que ele não gostava da metade das pessoas do mundo e a outra parte, ele aturava, felizmente havia raras exceções.
—Já a sua assusta crianças – ela deu um risinho o perturbando e levou uma garfada da torta aos lábios, agitando-se como uma criança eufórica comendo doce até receber um peteleco dele na testa, e por incrível que pareça, ela viu aquele pequeno sorrisinho dele que sempre o deixava mais bonito que já era.
A distância, a várias mesas, um grupo em particular socializava também, só que o par de olhos verdes claros e verdes esmeraldinos observavam a cena com ódio.
—Poderia se focar aqui, na gente? – reclamou o loiro com sua namorada. Nem queria se dar ao trabalho de olhar para onde ela certamente encarava.
—tô focada – respondeu um tanto curta e grossa.
—Falta comer ele com o olhar e nem disfarça. Tá me irritando, Sakura.
Os olhos dela se voltaram a ele. A mão deslizou pelo rosto de Naruto.
—Ciúmes não combina contigo, amor. –Sorriu maliciosa e o beijou suavemente – só estou tentando digerir e entender esses dois, é bizarro, não acha?
Ele bufou, virou um pouco o rosto e viu a distância o momento que Hinata estava empurrando um pedaço de torta na boca de Sasuke, ela rindo do possível e muito conhecido mal humor dele. A careta de quem estava comendo algo a muito contragosto, e de fato estava, já que ele detestava doce, e estava apreciando a torta de tomate e queijo.
O loiro avaliou não apenas aquela situação, como era notório todo o burburinho que estava se formando em volta em torno do Uchiha e a Hyuuga. Se aquilo o incomodava? Não deveria, mas sim, o incomodava. Ele tinha certeza que nada doía mais que um ego ferido, e ele relacionava isso ao fato de Hinata só o ter superado num estalar de dedos, ainda mais com o Uchiha, e o pior, depois de dizer que gostava tanto assim.
Voltou a encarar seu sanduíche com o cenho franzido em uma expressão irritada demais para quem não se importava.
—Concordo – falou de repente.
—Parece até combinado, para... Provocar a gente. – Ela murmurou, e ele pensa que isso não fazia muito o tipo de Hinata, no entanto, que aquilo era bizarro, isso era.
Na mesa do casal, Hinata voltava a terminar sua torta.
—Se comesse mais doces, não seria assim tão zangado. É fato, pessoas que ingerem doce são felizes, é impossível não ficar feliz com doce.
—Odeio doces – ele a encarou parecendo aqueles assassinos – completamente odiáveis.
—Nem macarons?
—Nem daifuku.
Ela bufou. Levou o último pedaço a boca e sujou um pouco o canto dos lábios. Ele encarou aquilo como um karma divino, mas uma tentação imensa.
Deus era prova de como ele detestava doce, mas estava se apaixonando novamente pela coisa mais doce que já conhecera na vida.
Seu olhar fixo nos lábios dela a constrangeram.
—Já sei, to suja, né? – ela levou o dedo para limpar o canto, porém ele segurou o pulso dela ainda encarando os lábios suculentos. Levou o polegar passando ali e chupou logo em seguida o resquício do doce.
Hinata sentiu o coração na garganta, o rosto quente demais e o corpo agitado. Pera... Estava ficando excitada? Era isso?
—Você é doce demais, Hyuuga. – Ele murmurou e a soltou.
—S-Sasuke... – ofegou um tanto e despertou – obrigada pela torta e... Pelo café.
—Hm... – ele continuou sério e cruzou os braços a encarando.
— E-então... Acho que... Se você ainda quiser e... E... Não tiver nada pra fazer... Talvez... Só talvez... Eu... Poderia assim...
—Desembucha, Hyuuga. – Ela estremeceu com o tom imperativo e rude, sempre tão grosseiro.
Suspirou nervosa.
—Um filme... O cinema fica...
—Te pego às sete, me manda teu endereço – disse simplesmente e ela sorriu olhando para o tampo da mesa.
—Tá bom! – levantou-se pegando sua mochila – eu tenho que ir agora.
Assim que a garota saiu, o Uchiha desenhou um sorriso muito pequeno e discreto a vendo se distanciar, era impressionante como uma coisinha miúda daquela mexesse tanto com a sua imaginação, principalmente ao pensar nela naquela noite do Pub.
Ele pegou sua mochila e levantou-se a fim de sair dali.
Do outro do refeitório, a garota de cabelos rosados observada de forma bem mais disfarça o Uchiha. Na sua mesa os colegas estavam em uma conversa bastante entrosada sobre o feriado que aconteceria dali a quinze dias e planejavam irem para um chalé no interior que tinha um lago e cachoeiras. Naquele instante, ela meio que se sentiu doída, porque o garoto nem ao menos olhou naquela direção ou a buscou, aliás, ela nem havia conseguido achá-lo cedo pela manhã. Se ele queria a sua atenção, ele tinha conseguido, e fora vendo ele sair que ela viu sua brecha. Tocando de forma carinhosa nos cabelos do loiro, ela sussurrou de forma melosa e macia no ouvido dele:
—Amor... Eu lembrei que tenho que terminar uma coisa pra entregar no próximo tempo, eu vou pra sala. Nos vemos depois?
Ele virou-se para ela e sentiu os lábios da rosada contra o seu. Ele não conseguia negar absolutamente nada para a dona dos olhos esmeraldinos. Era um tolo, mas completamente apaixonado por ela.
—Claro. Vai lá e arrasa. – disse malicioso piscando o olho para ela que pegou a mochila sem falar com mais ninguém saindo.
Ino, que estava mais atenta a amiga do que ela imaginava, sabia bem o que Sakura estava fazendo, estava correndo atrás de Sasuke.
Ela seguiu pelo corredor apressada até finalmente ver Sasuke que caminhava com uma tranquilidade até irritante para ela.
—Sasuke! – chamou, mas ele não se virou, e muito menos parou – Sasuke, ei! – insistiu, e com uma pequena corrida o alcançou entrando na frente do garoto. – Eu to te chamando.
—Tsc... – ele a encarou com aqueles olhos negros frios. – O que quer?
—C-como o que eu quero? Sasuke, v-você... Voltou. – Ela sorriu – achei que iria me procurar.
—Achou errado – ele disse seco desviando para o lado e voltando a caminhar, ela agarrou o braço dele o fazendo parar e a dar atenção.
—Como assim! Sasuke, sou eu! Poxa... Eu procurei você essa manhã em tantos lugares.
—Engraçado, porque eu fugi de você de muitos também. – Ele respondeu com um tom de provocação e desdém e puxou o braço para se livrar, mas ela não o soltou – me larga, cacete! – rosnou.
—Você voltou finalmente para mim, eu não vou te largar nunca mais!
Ele arregalou os olhos.
—Tá maluca? – ele puxou-se dela com mais hostilidade – que porra de pensamento é esse?
—Claro que não! – ela sorriu apaixonada e ele sinceramente achou aquilo um tanto bizarro e até maníaco – Não precisa de fingimentos, Sasu, eu entendi tudinho já. Confesso que foi uma escolha bem bizarra, a Hyuuga, pra me fazer ciúmes, mas não precisa mais. A gente vai ficar junto, não precisa fingir nada!
—Garota, tá surtada?
—Claro que não! Eu só amei você, só quero você. A gente nasceu pra ficar junto.
—é? E o Naruto? Tá com ele, né?
—Ele não é ninguém, só um substituto. – Ela disse de forma tão apaixonada e intensa que o assustou – somos perfeitos um para o outro e todos sabem disso.
Por um ato completamente calculado, Sasuke segurou o rosto dela, e afagou a fazendo sorrir ainda mais, e então notou aquele sorriso nos lábios dele, não era um sorriso bonito, era um sorriso perverso e muito assustador.
—Como é irritante e ingênua. – Ela tentou se afastar, mas a mão dele no rosto dela não deixou – você e o babaca júnior fazem um casal perfeito, acredite. Você é cínica, maníaca, repetitiva demais. Fora que perseguidora, acho que ter te bloqueado completamente da minha vida foi mais que uma direta de to pouco me lixando pra você, mas se não for o bastante, eu repito: eu to cagando pra tua existência, Sakura. – Concluiu finalmente a soltando. Viu os olhos com um brilho marejado e sofrível.
Ela encarou a face hostil dele que estava agora séria e fria. Negou veemente deixando as lágrimas descerem no rosto bonito.
—tá mentindo pra me afastar, você sempre fez isso e nada mudou, me machuca pra... Me fazer desistir, mas eu não vou! Eu amo você – ela sorriu mesmo chorando
—Que seja, embora eu ache que precise mesmo é de ajuda. – Ele a deu as costas. – Só não mete quem não se deve nas tuas loucuras.
—Tá falando dela? – no entanto teve apenas o silêncio e indiferença como resposta.
