Os lábios formaram um pequeno bico quando ela expeliu o ar e inspirou novamente mantendo o ritmo. os fones no ouvido enquanto deixava sua playlist rolar. usando uma calça tipo legging e uma camisa de compressão de mangas longas que tinha controle térmico, ela corria sem olhar para trás em um ritmo bastante ágil. os lábios formaram um pequeno sorriso quando olhou de soslaio vendo seu atual parceiro de corrida ficando para trás naquela corrida amistosa deles que contornavam o lago pela pista de cooper.
—Vai me matar! – reclamou a voz masculina quando o ritmo dela aumentou mais um pouco até que chegaram ao ponto de parada.
ela ofegou arrancando os fones e checando no relógio de pulso o tempo, os quilômetros...
—Uh, isso foi muito bom! vinte minutos e recomeçamos.
Seu companheiro, tinha as mãos apoiadas nos joelhos; com as costas flexionadas ele dava fortes lufadas de ar completamente exausto. o cara de cabelos castanhos ergueu o olhar para a garota baixinha a vendo pegar a garrafa de água e a beber. tão enérgica e cheia de resistência.
era ridículo um cara como ele, que fazia musculação, ser ridicularizado por uma garotinha, mas ele estava exausto.
— Tô morto! – ele deixou-se cair sentado no gramado do parque pegando sua garrafa e a bebendo também. – Quando ficou tão boa assim?
—Quando se precisa correr de valentões, você fica boa. – Ela sorriu e bebeu mais água.
Ele puxou o ar forte.
—Esqueci desse pequeno grande detalhe.
—É... senhor me tornei popular. – Zombou a Hyuuga.
—Pega leve Hinatinha! – ergueu as mãos em rendição - agora volta a me falar do tal carinha.
—Não tem o que falar, Kiba. – Ela alongava-se – quer dizer... é aquilo que eu disse. ele é grosso, evasivo e eu não sei o que tá acontecendo na maior parte do tempo, eu só me sinto perdida.
—Já tentou ser, sei lá, mas aberta consigo mesma? ou... com ele. tem que admitir que é bem confuso. tenha em mente que homens são criaturas muito simples e disfuncionais.
Hinata sorriu, negando.
—Tô falando sério, vocês mulheres que são criaturas assustadoras e devoradoras, complicam tudo e confundem a gente.
—Muito hipócrita isso! – ela disse ainda rindo.
—é... talvez um pouco. mas tenta mesmo. sei lá. só conversa com ele. deixa claro se quer só ficar, trocar uns pegas. dizer como se sente confusa e até que não tá pronta pra uma relação por causa daquele merda do Uzumaki...
Ela suspirou, bebeu um pouco mais de água.
—Ele vai me achar louca. quer dizer. ele sempre foi um cara tão popular e ele parece todo seguro e sabe exatamente o que quer. eu não sei se é receio, ou medo, porque simplesmente não entra na minha cabeça um cara como ele, que sempre foi tão... entende? O que tem a ver um casal como a gente? na época do colégio as poucas palavras que eu troquei com ele sempre tiveram a ver com trabalho de laboratório e isso não é incluído em intimidade. ele sempre foi estranho e fechado e parecia tão sinistro e obscuro. parecia me odiar – pensou – melhor, parecia que eu tinha algo estranho que o repelia, ele era sempre tão... desagradável comigo. parecia mesmo me detestar.
—Pergunta pra ele, ué!
—Simples assim? – ela sorriu achando graça.
—Simples assim! chega bem pertinho – ele se levantou se aproximando dela – ajeita esse seu cabelinho e faz aquele biquinho com olhinhos ingênuos.
—Não tenho isso não! – ela sorriu negando.
—Aí fica coradinha e olha nos olhos dele, o acuando, é muito bom isso, caras não sabem dizer não a olhos grandes e fofos – Kiba sorriu – então fala assim: porque você está tão obcecado por mim, Sasuke?
— Mariah Carey? – ela gargalhou.
—Eu gosto dela! E depois, vai por mim, ele vai falar.
—E se não falar?
—Então – ele deu um passo mais próximo da menor – ele vai te prensar e te agarrar, e aí te fazer ver estrelas. Mas tem a segunda opção, você dançar Mariah Carey pra ele.
Hinata corou-se completamente e usando a mão livre empurrou Kiba na altura do peito, e esse gargalhou gostosamente da timidez dela.
...
Ele usava nada além de uma calça de moletom escuro enquanto terminava de preparar um risoto de tomate, queijo e manjericão com um pequeno toque de palmito, quando o irmão mais velho surgiu em seu campo de visão o fazendo arquear a sobrancelha ao vê-lo arrumado pronto para curtir a noite.
—Vai sair?
—Vou, por acaso alguns amigos vão beber – disse o Uchiha ajeitando as mangas da camisa que escolhera.
—Hm – resmungou continuando a atenção ao que fazia.
Ainda arrumando a outra manga, Itachi olhou para o irmão caçula.
—Então... em que pé está, com a garota?
—Porque é tão pé no saco? – respondeu um tanto rude.
—Alguém precisa intervir no desastre que é sua vida amorosa – deu um meio sorriso com um "q" de provocação.
—Que vida amorosa? – rosnou sorrindo com deboche.
—Viu só?
—Palhaçada! – zangou-se começando a servir seu prato e sentando junto ao balcão começando a comer.
—Eu ouvi isso irmãozinho, e só por isso digo que vai de mal a pior. – Reclinou-se em direção ao balcão.
Ele mal havia levado a primeira garfada à boca quando soltou o talher irritado no prato novamente e encarou Itachi.
—Eu não sei o que fazer! Tá feliz?! eu não... quer dizer, essas garotas loucas, eu nunca tive problema pra lidar, mas a Hina?
—Entendi... você é um mané – riu, afastando-se e levando a mão ao queixo.
—Não tem graça!
—Não, não, tô falando sério!
—Tsc... não sei porque ainda acredito em você – voltou a comer.
—Sou mais velho, mais bonito, mais experiente, mais esperto... a lista é enorme. – Apontou com os dedos enquanto sorria o que fizera o irmão revirar os olhos. Talvez a falta de modéstia era um mal Uchiha, afinal.
—Sabe porque está tendo problemas? porque fazia assim – ele estalou os dedos – e tinha a garota escolhida na cama. sem conversa, sem promessas e sem depois. nunca precisou conquistar nenhuma delas. não tem experiência alguma com relacionamento porque nunca teve um decente. tudo era sempre uma relação baseada nos seus anseios e agora lida com uma garota real e isso é assustador pra você.
—Ela... é complicada. não importa o que eu faça. – praticamente rosnou as palavras.
—Fala sério, acha que um convite pra jantar basta pra uma garota assim se jogar nos seus braços? você não está fazendo isso direito. ela acabou de sair de uma relação e rolou tudo aquilo lá...
—é... – Resmungou olhando para o prato e divagando.
—Ela deve estar bem insegura, com a autoestima baixa, entre outras coisas. deveria conhecê-la melhor, afinal, você era um stalker dessa garota no ensino médio.
—Não era pra tanto – justificou-se.
—Sua senha ainda é o aniversário dela?
—Tsc...
—Bom... boa sorte, eu vou beber e com sorte dormir muito bem acompanhado. tchau, maninho! – disse finalmente saindo da casa.
Ele ficou divagando naquela conversa durante todo o seu solitário e silencioso jantar. ocasionalmente olhava para o celular onde era sempre bombardeado de notificações, fosse dos colegas de turma da pós, fosse das redes sociais, da qual ele geralmente não se expunha tanto quanto a maioria. era mais reservado do que considerava ser. Ainda assim, aquela droga de vídeo parecia o perseguir.
Quando finalmente lavava aquelas poucas louças sujas, ele pensou que talvez devesse quebrar aquele longo silêncio e falar com ela, mas a pergunta formou-se em sua mente: como?
tudo começou com um simples: oi.
esperou alguns minutos, mas ela nem ao menos visualizava e aquilo o corroía. maldito o ser que criou o chamado jogo de amor e sedução.
Mais tarde, ele estava sentado em sua cama com o notebook no colo enquanto redigia um dos trabalhos, ocasionalmente olhava para o celular que estava ao lado, suspirou um tanto irritado e passou a mão na testa afastando a franja. Quando passou por tal situação? mas não, com a miúda Hyuuga parecia ficar costumeiro
—Porque essa merda é tão complicada? – rosnou irritado demais.
"precisa conquistá-la..."
—Tsc... ridículo. – Voltou a concentrar-se no trabalho quando o celular vibrou com uma resposta dela.
bruto, sua vontade era imensa de ligar e brigar com ela questionando o porquê dela demorar tanto para responder. desesperado e controlador? é... aquilo era um lado volátil que ele tentava controlar. segurou o aparelho apertando, e cerrando os olhos encarando a tela. respirou acalmando os próprios nervos ansiosos, afinal, ela não lhe devia nenhuma justificativa e mesmo que o devesse não gostaria de começar tudo com o pé esquerdo.
ia digitar algo, mas viu que ela escrevia, decidiu esperar.
não respondi antes porque estava correndo.
ok, acalmou-se um pouco mais. sorriu um tantinho.
se divertiu?
Foi estimulante...
—Claro que foi - divagou sozinho olhando para a tela. ansioso, pensava em várias coisas para dizer, mas nenhuma parecia boa o bastante ou justificava-se.
horas parecia tarado demais, afobado demais, seco demais, idiota demais.
Como mostrar a uma garota que você estava a fim sem dar tão na cara depois de ouvi-la dizer que não queria mais relacionamentos? Era uma questão tão difícil...
Talvez eu prove desse estímulo... qualquer dia. – Digitou e mordeu levemente o lábio inferior se praguejando internamente.
Do outro lado, Hinata que estava agora de pijama jogada no sofá da sala, mordia o lábio olhando aquilo. sentia aquele nervoso burburinho no estômago. pensava nas palavras de Kiba.
digitou:
Seria legal. Eu ia gostar, sabe...
Ele tinha um sorriso meio idiota no rosto com aquela resposta da qual nem mesmo ele se atentava, talvez tivesse sido exagerado demais ao deixar de acompanha-la naquela tarde, mas era aquilo, não se deveria chorar pelo leite derramado, já foi... e o que vinha agora? porque era tão complicado? Nunca foi bom em expressar seus sentimentos e emoções, embora algumas delas pareciam fluir tão naturalmente ao lado de Hinata que o assustava. era algo complexo e sempre fora, mas simples o bastante para comparar ele a um cadeado e ela a chave única capaz de abri-lo.
sorriu ao mesmo tempo desgostoso, conformado.
Lembrou-se dela em um dia nos tempos de colégio em que faziam o laboratório juntos, ela estava completamente concentrada escrevendo. ele se lembrava da careta de concentração dela, da caligrafia bonita, do cheiro do perfume floral adocicado que ela emanava. os pequenos sussurros que ela dava ao repetir internamente a matéria, sim e se lembrava bem daquele dia, porque ela o pegou a olhando e aquilo o assustou ao ponto de ele esbarrar no vidro de formol que caiu na mesa derramando sobre ela. ele entrou em pânico, mas a culpou por aquilo como mecanismo de defesa das emoções novamente. como era idiota e infantil para lidar com o que sentia.
a assustou.
como uma lembrança conseguia ser tão boa e tão ruim?
suspirou.
Será que seria capaz agora de exteriorizar aquilo que sentia? irremediavelmente o destino o dera a segunda chance, o que fazer com ela?
Qualquer dia, Hyuuga. Quem sabe? – parou olhando para a mensagem. achou-a evasiva demais. lembrou da conversa que haviam tido mais cedo na quadra – O que tá fazendo?
Agora?
Sim, agora
Bom, além de falar contigo, vou começar a revisar o trabalho de entrega amanhã. E você?
Também no meio de um trabalho.
Ela pressionou os lábios encarando como uma maníaca a tela, sentia o coração disparado no peito, nervosa e ansiosa, ela cogitava como falar com ele, se deveria mesmo falar e o que dizer exatamente sem parecer tão insegura como de fato era, e sem parecer tão bobona. Ele deveria rir de uma garota como ela. acreditaria ele que ela só tivera um único relacionamento a vida toda?
é... olhando bem, ela parecia tão longe das garotas que cercavam caras com Sasuke.
Já ele já pensava se deveria só convidá-la para sair, para algum programa talvez, mas quanto mais pensava, mais tenso ficava, porque suspeitava dos gostos dela, no entanto tinha receio que esse houvessem mudado, fora que ele queria mesmo levá-la a algum legal que ele também considerasse legal para ambos e ele preparou mentalmente o convite ideal na sua cabeça, mas viu que ela começou a digitar.
Ela sem saber como dar continuidade, fez o que era boa: acuou-se e fugiu.
Bom, eu vou me concentrar agora, boa-noite, Sasuke.
Ele bufou um pouco decepcionado consigo mesmo, e porque não um pouco frustrado com ela também.
Boa-noite. se precisar de ajuda tô aqui.
Ela sorriu com a última parte, mas tencionou-se, pensando que tipo de interesse teria mesmo o Uchiha em si? afinal, aquele pequeno jogo de gato e rato tinha como objetivo apenas sexo casual? se sim, ela era o tipo de garota que fazia isso? tipo, sexo apenas por fazer sem qualquer pretensão, ou laço afetivo?
Bem, se tinha mesmo pretensão de não se iludir com romances, a puritana que habitava em si deveria tirar férias, mas como fazer isso se ela nunca tirou?
suspirou mais uma vez deixando o celular de lado e se concentrando no note.
(...)
Ela batia os dedos na mesa em um ato de puro nervosismo e ansiedade enquanto ouvia ao fundo a voz do seu professor. os olhos perolados estavam focados apenas no caderno a sua frente com a anotação do trabalho que deveria entregar naquele dia, mas ela o tinha feito ainda no primeiro dia do prazo, no entanto, a atenção estava literalmente no arrogante, cheio de si e ironicamente sexy: Uchiha. esse havia ocupado drasticamente seus pensamentos desde do dia anterior.
Hinata pensava bem no que Kiba havia dito, nas suas próprias conclusões e justamente por isso decidiu que aquele era o dia, e nenhum a mais. Conversaria cara a cara com Sasuke e exporia suas dúvidas e talvez, e só talvez, resolver aquilo ali que eles pareciam querer, mas era um desafio e tanto dada a sua natureza acuada e tímida. Talvez houvesse medo de uma nova frustração, ou pior de uma rejeição. e se ele risse em sua cara e taxasse de boba, e iludida, ou pior... cheia de expectativas bobas e infantis?
suspirou... Cresça, Hinata.
—Senhorita Hyuuga? – ela ouviu a voz do professor mais alta, e por isso despertou.
—Hm? – os olhos azuis de Naruto, focaram-se na garota notando que essa estava bem aérea com algo. havia algo bem diferente nela ou era impressão sua? Talvez não houvesse nada, e só apenas agora ele realmente a observava. Hinata andava cheia de expressões.
—Poderia nos dar alguns exemplos de ações de engajamento? – reforçou o professor.
Os olhos rapidamente encararam o quadro em que havia algumas anotações e rapidamente ela situou-se, com uma rapidez impressionantemente analítica, levantou-se e começou a falar.
O Uchiha estava completamente centrado na aula que estava tendo, embora a mesma (concentração) conseguisse facilmente ser dividida entre aquilo e a Hyuuga. enquanto ouvia o professor e fazia suas anotações, ele pensava no que havia lido na noite passada sobre garotas e romances, embora quase tudo parecesse bizarramente enfadonho, contra todo o seu orgulho e convicção, pela pequena Hyuuga, ele poderia até tentar. e pensar em tentar algo novo e fora da sua zona de conforto o fazia imediatamente sentir-se ligeiramente ansioso para falar com ela. Talvez fosse o momento ideal para convidá-la para um programa efetivo como o festival de cinema amador que ocorreria na cidade vizinha.
—Será que ela gosta dessa cafonice? – resmungou consigo mesmo de repente franzindo o cenho. por ele, não iriam a mostra de cinema, mas a algum show e de preferência enchendo a cara, talvez a um dos jogos dos Shinobi's.
—Senhor Uchiha, deseja acrescentar algo? – a voz do professor o trouxe de volta.
—Hm... não. – disse firme, curto e grosso e tornou a girar a caneta entre os dedos, aquele era um dos seus gestos de puro nervosismo.
a verdade era que o Uchiha era cheio de tiques, mas a maioria das pessoas parecia incapaz de lê-los, menos Itachi, esse parecia conhecer cada um deles como ninguém, bem como sua mãe Mikoto.
...
Era o horário de pausa entre os tempos de aula e para ambos era o momento ideal de se acharem e falar. cada um carregava suas incertezas e inseguranças, mas ambos a mesma ansiedade de se resolverem, mesmo que cada qual a sua própria maneira. e foi assim que a Hyuuga marchou subindo as escadas para o terceiro andar do prédio de encontro a Sasuke.
Era o time perfeito, o dia parecia perfeito, as circunstâncias, mas não...
quando Hinata chegou ao topo do corredor largo de salas, ela estava ligeiramente ofegante dado a ansiedade e longa distância percorrida em pouco tempo por ela. suas bochechas estavam ligeiramente rubras e os lábios entreabertos, tinha quase certeza que estava um pouco descabelada até.
sorriu dando os primeiros passos, porém a distância, ela foi capaz de reconhecer a cabeleira rosada que estava parada frente a Sasuke Uchiha, e não era difícil notá-los, já que Sasuke era incrivelmente alto perto da maioria dos caras e principalmente das garotas. Hinata sentiu o coração ficando apertadinho ao ver Sakura ali de frente para ele e tão cheia de intimidades. A ponta do dedo da garota tocava na altura do peito do Uchiha e ela sabia que conversavam algo, era possível ver os lábios moverem-se.
ela mordeu os lábios ligeiramente e então sorriu, mas esse era em desagrado de si mesma. pelo visto tolinha mesmo. perguntou-se como caras simplesmente faziam aquilo: separar amor de sexo. pelo visto ela precisava de aulas urgentes.
Ela baixou ligeiramente o olhar, mas não sem antes ver os olhos dele encontrarem os seus. Hinata apenas virou o corpo e voltou pelo mesmo caminho, talvez com a motivação redobrada apenas em se afastar.
Sasuke, que havia sido abordado pela Haruno, estava em um estado de falta de paciência com a garota, Antes de conseguir seguir com seu plano de achar Hinata e conversar, a ex o interceptou no meio do corredor e veio com a conversa mais sem noção da sua vida, algo como: "Poxa, a gente tem um passado. poderíamos ao menos tentar ser amigos, e para ser justa você me deve isso. será que não dá só pra zerar?"
Não, não dava, porque ela não era o perfil de amizade que ele listaria, simplesmente porque não havia nenhuma conexão para formar qualquer laço, nem gostos parecidos, ou interesses mútuos, ou muito menos prazer na companhia.
Ele estava preste a mandá-la se foder quando ela o tocou toda cheia de intimidade e quebrando a linha que ele havia estipulado. ele segurou o pulso dela, mas quando abriu a boca para justificar mais uma vez porque a queria longe de si, seus olhos viram Hinata bem ali, materializada bem ali diante de seus olhos.
"Puta que pariu!" Foi tudo que conseguiu pensar, viu-a virar-se saindo levando junto todas aquelas expressões cristalinas consigo. ele impulsionou-se para ir atrás dela, mas foi barrado pela rosada, da qual ele tinha certeza que viu Hinata também.
—Eu to falando contigo, Sasuke! – bradou irritada o segurando.
com raiva, ele tirou as mãos dela de si com uma certa rispidez. precaveu-se, afinal, se fosse agressivo com a garota bem ali, diante de todos aqueles alunos corria o risco de ser taxado de escroto ou de agressor, e pelo menos a segunda coisa ele tinha certeza que não era.
—Ai cacete! Não seja tão rude, Sasu – ela fez uma vozinha que arranhou os ouvidos dele que logo em seguida respondeu com uma profunda face de desgosto.
—Vá a merda, Sakura. viu só o que fez? – ele bateu com os dedos na testa dela com aspereza – acorda pra vida. não quero nem ficar no mesmo ambiente que você, que dirá amizade.
As pessoas olhavam para os tons de vozes alterados, mas àquela altura, ele estava pouco se fodendo. Sakura o tirava do sério e não era de um jeito bom. Sempre fora assim, ela nasceu com aquele dom absurdo de ser irritante e distorcer o seu caminho.
bufou passando as mãos pelos cabelos negros enquanto ainda ouvia a voz dela ao fundo.
—Você não está sendo justo comigo, Uchiha babaca! esqueceu tudo que eu fiz por você, pela gente? ah Sasuke... talvez eu precise refrescar sua memória para várias coisas do passado.
Os olhos dele arregalaram completamente encarando os esmeraldinos.
—Você é completamente, maluca! – disse chocado.
Ela bateu a ponta do dedo no peito dele outra vez, e ele segurou-se para não virá-lo e quebrar.
—Você me fez assim, Uchiha. ainda não entendeu que eu amo você? nosso destino é ficar juntos pra sempre. você me pertence. – Ela sorriu de forma tão intensa que brilhava os olhos – Você é meu, só não entendeu. – Ela beijou a ponta dos dedos de forma rápida e levou aos lábios dele que fora pego de surpresa, a verdade era que ainda estava ligeiramente em choque com a capacidade de Sakura.
...
Ela perdeu a vontade da conversa e de quebra a fome. Hinata voltou para a sala e ficou encarando a pasta do trabalho sem saber exatamente como se sentir, estava apenas confusa demais, travada demais. a palavra era: desestruturada. sorriu com um pouco de raiva enquanto a cabeça movia-se levemente em negação de si mesma.
—Hina, você está bem? – o som da voz de uma das suas colegas a despertou. ela piscou algumas vezes como se buscasse se situar novamente, sorriu forçadamente.
—Tô sim!
—Tá chorando – a garota apontou e só aí Hinata se dera conta. boba era pouco.
Passou os punhos nas bochechas ainda com o mesmo sorriso nos lábios.
—Não é nada, só... uma lembrança.
—Boa ou ruim?
—Sinceramente eu não sei.
Não demorou mais tanto quando o professor Tobirama adentrou a sala. Ele não tinha humor, era sério e nunca para brincadeiras, pegava pesado pra valer, mas Hinata já havia habituando-se aquilo e nunca tivera problemas.
—Sem perder tempo, quero os trabalhos aqui na frente já.
Hinata, que já estava com o seu sobre a mesa, apenas esperava pelos outros que passavam entre si até formar uma pilha na primeira ordem de acentos para o professor os recolher, então fora justamente aí que ela viu o que fez seu sangue terminar de ferver naquele dia: Naruto entregando o trabalho que justamente ela tinha refeito para ele. era muita cara de pau. Ela se lembrava perfeitamente do trabalho que ele o havia enviado por e-mail e ela acabou por praticamente o refazê-lo todo. Se tivesse ao menos um pingo de decência, teria ao menos usado o dele mesmo e revisado ou... qualquer coisa que fosse.
"aí Hina, você é sempre toda boazinha, é tão difícil assim dizer não?" a voz de Tenten ecoou em sua mente e ela estreitou o olhar em direção ao loiro descarado. as mãos apertaram fechadas com força. talvez aquela fosse a gota que faltava para o seu copo transbordar naquele dia. ela seria a prova real de que flores também tinham espinhos.
A mente processou calculadamente uma forma de mostrar que não era tão boazinha assim e sabia arranhar quando alguém a machucava também.
olhou para o celular sobre a mesa e um sorriso brotou nos lábios femininos ao finalmente acertar em cheio. pegou o aparelho e voltou às suas pastas de mensagens. não foi difícil localizar o e-mail de Naruto com o anexo do trabalho original feito por ele, e talvez foi aí que seu sorriso malicioso nasceu pra valer. Sem pensar duas vezes, ela mandou uma mensagem para o seu colega que trabalhava no suporte de impressões da universidade e o mandou o arquivo pedindo tudo direitinho e urgência pois ela pegaria no final do último tempo.
se era louca? pelo visto havia um pequeno ponto negro em si que nem mesmo ela conhecia pra valer. o celular tornou a vibrar e ela viu uma nova mensagem de Sasuke, e naquele instante ela apenas decidiu ignorar momentaneamente. não queria ferrar ainda mais o seu humor.
(...)
As aulas mal terminaram e o Uchiha havia vencido o próprio orgulho e descido aquela droga de escadaria de encontro a sala da Hyuuga, e quando não foi sua surpresa ao não a encontrar ali?
bufou frustrado e irritado e só deus conhecia a vontade íntima de seu coração em quebrar o pescoço de Sakura. puxou seu celular do bolso e imediatamente fez uma nova chamada direta para Hinata, mas para foder ainda mais sua sanidade ela rejeitou a chamada. Sasuke, no auge do seu auto controle, deslizou os dedos entre os fios negros sentindo uma bela veia dilatar-se pulsando em sua testa. Quando todas as suas esperanças de não deixar mais para depois estavam quase esgotadas, ele viu de longe a Mitsashi e não deu outra: correu até ela.
—Uchiha, bundão. o que foi?
Ele fez uma careta mal-criada encarando os dentes quase rangiam.
—Onde está a Hinata?
—Porque? – arqueou a sobrancelha formando um sorrisinho maléfico.
—Rmnr não é da sua conta, bocuda.
—Tem razão. foda-se – disse ela dando as costas para ele, que grunhiu. porque não forrar logo o chão com seu orgulho próprio e fazer todos pisotearem?
Sem conter mais um rosnado extremamente contrariado, ele segurou o pulso de Tenten que o olhou piscoticamente.
—É bom me dar uma boa razão para eu não quebrar seu braço. – disse ela e ele imediatamente a soltou arregalando os olhos, ergueu as mãos em rendição e a viu cruzar os braços frente ao peito.
—Ela não está me atendendo e ela pode ter visto algo e entendido tudo errado.
—Já fez merda?
—Eu não! a... – Ele passou a mão no rosto e olhou ao redor – a sakura me procurou com um papo fiado. ela é completamente maluca. eu não fiz nada, juro!
Ela o fitou o analisando minuciosamente enquanto estreitava os olhos e então de repente sorriu e baixando o tom o falou:
—Talvez... a Hina está cometendo um pequeno delito agora mesmo na sala do professor dela.
Os olhos dele arregalaram-se ainda mais.
—Q-que professor?
—Um tal de Tobirama e...
Ele nem a deixou terminar e foi correndo para o lugar que ficavam as salas de mestres e acadêmicos.
—De nada, seu BUNDÃO! – gritou Tenten o dando o dedo do meio.
...
Hinata havia ficado à espreita aquele tempo todo próximo a sala do professor, a vantagem de ser pequena e neutra era justamente essa, ninguém a notava, mesmo sendo uma comparação deplorável, ela era como um ratinho que podia facilmente se infiltrar.
—Ou uma das três espiãs demais! – ela resmungou consigo enquanto estreitava o olhar para a porta.
Deu alguns passos em direção a porta de madeira maciça e assim que colocou a mão na maçaneta, a respiração perto do seu pescoço e a voz grossa iam a fazer gritar, se ele não tivesse tampado a boca dela rapidamente.
—O que tá fazendo, sua louca?
Estremeceu, os joelhos quase bateram um no outro e os pelos do corpo eriçaram-se.
Zangou-se e arrancou a mão dele de sua boca se virando.
—O que veio fazer aqui? – ele abriu a boca – não importa, vai embora eu tenho algo muito, muito importante para fazer.
—Na sala de um professor que saiu para o almoço?
Ela abriu os lábios algumas vezes e ergueu o dedo apontado, mas nada saia.
—Vai embora! – falou por fim.
—Então vem comigo, Hyuuga – saiu em tom de ordem.
—Não vou!
—Então eu não saio daqui a gente tem que conversar.
—Não tinha outra hora não?
Ele encostou a mão contra a porta e literalmente a acuou, olhava-a de cima com aquele intenso par de olhos obsidiana e ela sentiu-se uma garotinha cujo a excitação tornara-se a parte.
maldito Uchiha molhador de calcinhas!
—Se você atendesse a merda do telefone.
Ela bufou e colocou a mão sobre o tórax dele o empurrando um pouco, mas não sem antes devanear como ele era tão definido.
"merda!" praguejou.
—Tá! só não me atrapalha – ela olhou para os dois lados e finalmente virou-se abrindo a porta e entrando.
—Mas o que... – ele não terminou, ela segurou sua camisa com força o puxando para dentro e batendo a porta a fechando novamente.
largou em um canto a bolsa e ele a olhava agindo rápido como se procurasse algo nos organizadores.
Colocou as mãos no bolso apenas olhando. pensou por um instante na razão de estar louco atrás dela ali.
—Sabe... sobre o que viu hoje.
—Não tem o que ser falado. – disse ainda de costas abaixando-se mais ainda nos armários. A cabeça de Sasuke acompanhou ligeiramente o movimento dela que numa péssima hora havia se esquecido de estar de saia e com um cara atrás de si.
ele praguejou mentalmente.
—Hinata...
— É sério, tá tudo bem, a gente não... quer dizer – ela sorriu nervosa.
—Sakura é uma pessoa com sérios problemas mentais, ela me procurou com um papo merda de amizade.
—Hm...
Ele sentiu o rosto corar à medida que sentia-se criar vida entre as pernas, e com isso resolveu desviar o olhar para os numerosos quadros de certificações que Tobirama tinha na parede, de longe seu professor mais odiado. ele parecia ter uma cisma consigo e o pior, também fora professor de Itachi.
—Eu não quero que pense que... Eu tenho qualquer tipo de interesse nela. É isso.
Hinata parou de mexer na gaveta, os olhos arregalaram-se, sentiu o coração disparar e um sorriso miúdo formar-se. seu rosto estava carmim e Sasuke o veria, se ela não estivesse de costas.
Para a Hyuuga, ele poderia mesmo estar falando sério, ou poderia ser daqueles caras sacanas como por exemplo: seu ex. No entanto, algo em si queria mesmo acreditar nele, afinal, ele não tinha motivo algum para se justificar, e muito menos em se colocar na mira ao estar a acobertando em um furto de uma sala educacional.
—Tudo bem. – disse e deu um suspiro e os levantou passando as mãos nos cabelos.
—Mesmo?
—Merda! onde está? – ela passou o olhar pelo lugar e então focou-se na grande mesa de madeira polida e brilhante. – Mesmo. eu acredito em você.
Ele franziu o cenho. era simples assim?
deu de ombros.
—O que tá fazendo, exatamente? – ele questionou aproximando-se dela que se sentou na cadeira do professor e começou a abrir as gavetas revirando até de dar com uma que estava trancada.
—Estou procurando algo.
—Não que seja da minha conta, mas...
—Pega minha bolsa, veio pra ajudar né?
Ele deu um meio sorriso e alcançou o objeto e a viu abrir e tirar um pequeno estojo de pinças de metal tirando algumas peças e começando a mexer na fechadura.
—Puta que pariu! Quem anda com um kit de arrombamento na bolsa?
Ela sorriu com orgulho, o que o surpreendeu.
—Eu sou só... prevenida. as vezes meu armário trava. e desde do ensino médio me sacaneavam com isso. já fiquei trancada em armários, sabia?
—Aposto que, com o seu tamanho era confortável. – Ele zombou.
—como você é desprezível, Uchiha! – ela sorriu ainda concentrada em abrir a gaveta.
Sasuke deu a volta na mesa e escorou-se na mesma observando-a trabalhar.
—Não é tão certinha assim... surpreendentemente sexy – ele deslizou a língua pelos lábios - desde quanto você sabe arrombar fechaduras, exatamente?
o som de destrancamento soa baixinho e ela enfia o kit na bolsa novamente abrindo a gaveta finalmente.
—Minha família tem uma empresa no ramo de segurança. vai por mim, você aprende muita coisa quando cresce, nesse meio.
—Faz sentido.
Então ele percebeu se tratar de trabalhos o que ela vasculhava e precisamente ela pegou um da qual ele reconheceu imediatamente o nome do aluno.
Ela então pegou a pasta com o trabalho original e os trocou de lugar. na sua mente "dar a César o que era de César."
—Tá brincando comigo que fazia os trabalhos dele?! – indagou com certa indignação ao perceber finalmente a motivação dela.
Ela sorriu tristemente, se sentindo idiota na frente dele. bem... talvez fosse mesmo.
—Praticamente todos – assumiu.
—Que bastardo, de merda!
Ela achou graça.
—Bom, os que eu não fazia, eu revisava. Acha que estava ajudando-o.
—Que alma boa... – ele usou um tom de sarcasmo do qual ela não reconheceu.
—Obrigada – sorriu.
—Não foi um elogio Hyuuga. – O sorriu murchou
—Não? mas eu sou uma alma boa – disse com um biquinho, e ele sentiu vontade de gargalhar.
Ela levantou-se finalmente, eles iam sair dali, mas um barulho muito próximo os fizera congelar no lugar, travaram completamente.
—Vão pegar a gente, eu vou ser suspensa, eu posso ter minhas notas anuladas e eu posso ser expulsa! – ela começou a exasperar hiper ventilando e sem pensar num jeito melhor. Sasuke a puxou para baixo, na mesa do professor a fazendo abaixar-se tapando a boca dela novamente. a porta abriu-se.
Ele contou até três e o som abafado o fez estreitar o olhar erguendo levemente a cabeça vendo se tratar do zelador da limpeza, esse estava com fones de ouvido no último volume.
ela viu os lábios dele moverem-se falando "calma" ela consentiu e ele tirou a mão da boca dela. Os olhos ágeis dele olharam ao redor calculando a melhor chance, e a melhor era onde estavam, um pouco mais para dentro... ele olhou em direção ao vão da mesa grande e ela pareceu entendê-lo e enquanto ele acenava positivamente, ela negava.
Ele deixou o corpo deslizar encaixando-se ali e a puxou de uma vez completamente corada, ela estava sentada sobre o colo dele, mas estavam de mal jeito. aquilo parecia um tipo de castigo divino.
—Se arruma – ela ouviu o murmurinho dele e com todo o constrangimento que cabia em sua vida, ela ajeitou-se sentando encaixada de frente a ele coladinhos. ele puxou lentamente a cadeira de volta para escondê-los.
—Eu só passo vergonha – ela resmungou afundando a cabeça no pescoço dele.
—Você é uma garota problema... – ele fez referência a música que cantaram no bar e ela socou seu ombro. – au! Que mão pesada, princesa.
—Você merece!
—É mesmo? Ele praticamente ronronou contra o ouvido dela ao mesmo tempo que deixou as mãos deslizarem suavemente sobre as coxas dela, que afastou o rosto do ombro dele – e o que mais eu mereço.
—É um maldito pervetido – a respiração dela estava praticamente no rosto dele por conta do espaço que dispunham ali.
ele sorriu inclinando um pouco mais para ela e sem pudor levou as mãos a bunda dela a puxando para si no encaixe o que a fez soltar um gemidinho abafado. ela conseguia se enxergar no reflexo das írises dele. os lábios estavam perto de mais e ela sentia seu corpo quase suplicar para a distância deixar de existir, só podia ser completamente maluca.
—Somente com o gatilho certo... – ele umedeceu os lábios enquanto olhava os dela. – e você é um puta gatilho, Hinata – ele tomou os lábios dela com certa brutalidade a dominando completamente.
