Os cabelos loiros platinados estavam ligeiramente mais espetados que de costume e os olhos aguçados dele vagueavam por todos os rostos naquela sala. Hinata, ao ouvir as primeiras palavras do professor Tobirama, sentiu o frio nervoso e desesperador cortar todo o seu corpo, embora lutasse muito, muito mesmo para não deixar nada se mostrar em seu rosto, como: Pânico.
Como o final de semana pode ser tão... Perfeito ao lado de Sasuke, e agora, em plena manhã de segunda ela se dá com aquilo? Ela tinha certeza que era a tal lei dos cosmos, era a parada do karma voltando violento contra si, certo?
Ela despertou de seus devaneios com o som mais alto da voz do Senju falando mais alto e irritado ainda.
—Eu só gostaria de lembrar a essa "geração" cool, que acha legal invasões a salas de professores, que isso não passa de badernagem! Não sei o que passa na cabeça de vocês em achar que isso é... Descolado, ou empolgante, ou excitante... – ele pausou tomando folego, e Hinata reparou-o mais vermelho que o normal, ele parecia mesmo que ia explodir de ódio – Transar na sala de um professor por... Adrenalina talvez? Isso é ato de delinquente promiscuo para começar. – Imediatamente os alunos começaram a rir com a situação do professor, bem como sua fala o que serviu apenas como gatilho para Tobirama explodir.
—Alguém achou legal essa ideia pervertida e certamente achou que eu não descobriria. – Hinata tremia-se à medida que o homem alto andava pela sala, ela rezava a cada santo que conhecia e tantos pai-nosso quanto podia. – Hahaha, não é engraçado! Eu não sei quem foi, nem de qual turma foi. Não sei que merda estava passando na cabeça de quem fez, e ainda nem se deram ao trabalho de ocultar que estiveram lá. Um aviso apenas, quando eu descobrir, e eu vou descobrir quem foram, diga adeus a qualquer futuro.
Hinata tentava disfarçar, mas aquela altura estava roxa de vergonha e ocultada por trás de algum livro que ela fingia ler. Se ela estava corada, aquilo para Tobirama ou para turma era algo normal dado o assunto "polêmico" afinal, todos sabiam o quanto a Hyuuga era delicada e extremamente tímida e reservada, embora o tal vídeo dela bêbada ainda fosse comentado e citado, sabiam que fora um caso a parte. No entanto, Naruto, que até então estava achando graça da coisa toda e se divertindo com a cara de merda do professor que ele mais detestava, finalmente prestou atenção na Hyuuga. Tudo bem, ela era tímida e ele conhecia intimamente aquilo, mas a convivência com a garota também o ensinou a ler uma ou outra nuance dela aquela em especial ele conhecia bem, não era timidez, era constrangimento, vergonha e medo misturado. Como um bichinho medroso ele percebeu-a tremendo e aquilo foi o bastante para o sorriso ladino no rosto dele morrer e o cenho franzir-se. Tudo bem que ele costumava ser um pouco lento as vezes, mas naquele momento sua mente funcionou como um carro veloz porque imediatamente lembrou-se na sexta de Hinata e Sasuke saindo bem depois do horário com todo aquele ar de intimidade e se pegando cheios de... Bom, aquilo explodiu como uma bomba na cabeça do Uzumaki que movido por puro impulso da descoberta falou mais alto do que pretendia enquanto encarava a Hyuuga de longe:
—Filho de uma...
No entanto, antes de terminar, o professor interferiu:
—Uzumaki! – parecia um rosnado – tem algo a dizer?
Toda atenção da turma se voltou ao garoto loiro, inclusive os olhos perolados que encararam os azuis e ele viu nitidamente neles o reflexo: medo e culpa.
Não entendeu o porquê, mas apensa seu corpo fervilhou com uma sensação muito, muito potente e ruim.
—Desculpe senhor – desviou o olhar para Tobirama – eu... Só... Me lembrei de algo muito, muito pessoal.
—Como fazer algo assim na minha sala? – indagou rude.
—Jamais, senhor!
—Então guarde o "pessoal" do lado de fora da minha sala. – Deu as costas a todos voltando-se para o quadro – vamos começar.
As risadinhas foram morrendo aos poucos, mas o olhar perolado e azul ainda mantivera-se por alguns instantes até Hinata os desviar, porque conseguiram mudar de medo para ódio. Naruto encarou o seu caderno sobre a mesa enquanto processava aquilo, embora fosse extremamente impossível na sua mente vislumbrar Hinata, a tímida e travada Hyuuga, se colocando em tal situação comprometedora e inspirada em peripécias sexuais, o Uchiha pelo contrario caberia muito bem ali. Então... Aquela porcaria entre os dois era algo sério?
Não... Sasuke apenas curtia, e por mais inusitado que fosse, a sua curtida da vez era a Hyuuga, mas ainda assim, quem escolheria Hinata? Quer dizer, o que ele fez para que ela topasse algo como aquilo? Não só aquilo, diga-se de passagem, mas desde aquele maldito vídeo...
—Não é problema seu – rosnou consigo mesmo enquanto os punhos apertavam-se sobre a mesa. Afinal, Hinata, ter uma vida sexual emocionante? Não... Era impossível.
(...)
Hinata havia puxado uma boa mexa dos seus cabelos para frente e o enrolava em um dos dedos enquanto bebia um pouco de chocolate quente encostada na maquina do refeitório da empresa que estagiava. Ainda estava devaneando o que havia acontecido na sala pela manhã e se perguntava duas coisas: uma, teria alguma forma de Tobirama REALMENTE saber quem estivera na sua sala. E dois, Naruto desconfiou dela?
Com sorte não, ele sempre teve uma lógica muito fraquinha não era á toa que era uma das suas fraquezas nas matérias.
Suspirou novamente enquanto pensava se deveria ou não falar com Sasuke sobre isso? O problema era que pensar no Uchiha a fazia se lembrar do final de semana deles e tudo que englobou e isso a fez corar, fechar os olhos e duvidar se não teria um sangramento nasal. Céus, estava virando uma pervertida por culpa daquele maldito Sasuke Uchiha!
—Pelo visto foi um ótimo final de semana – ela ouviu a voz de Toneri e quase derrubou o chocolate que tomava. Os olhos arregalaram e sinceramente se perguntou falou algo em voz alta ou Toneri era algum telepata. Na dúvida, fingir demência ainda era uma ótima saída.
—Hahaha... D-d-do q-que está... Está falando. Foi normal... – tentou inutilmente não corar.
—Eu estou falando desse chupão bem a mostra aqui – disse o platinado apontando com o dedo uma maquinha quase bem escondida, se não fosse pelos cabelos que ela havia tirado, ele não teria visto.
Ela tratou de tapar, estava bem corada e agora envergonhada pra valer.
—Eu vou me enterrar – ela falou dando um risinho escondendo o rosto com a outra mão.
—Se serve pra melhorar sua vergonha alheia, tô bem pior – ela arregalou os olhos virando para Toneri e agora eram os dois vermelhos como pimentão. Ele gesticulou a área do peito – tudo... Sevage! É uma palavra que combina muito com ela.
Hinata virou-se para frente e virou um golinho do chocolate novamente.
—Acha que a gente é problemático? Tipo... Relações... Extremas?
—Boa questão, vou perguntar pra o meu psicólogo na próxima vez – ele serviu-se de café expresso – e então... Quais as boas novas?
Ela suspirou longamente.
—Acho que disse sim pra uma relação pervertida. E o pior, é que acho que vou gostar dela.
—Entendo...
—Entende?
Se encararam novamente corados. Era melhor não aprofundar ou aquilo ficaria muito estranho mesmo. O que os olhos não veem, o coração não sente, certo?
—Olha, você parece está indo bem... Se te faz bem...
—É diferente – assumiu – eu... Me divertir. A gente jogou paintball, e saímos e ele me apresentou para os amigos e oficialmente para o irmão. Ele... Meio que aceito a gente ir devagar, sabe?
—Hm... Isso é bom.
—é sim... – parou um tempo em silencio – e você com Temari?
—Bem... Ela é... Uma bela surpresa, e... Acho que vou precisar de mais sessões de terapia para lidar comigo mesmo.
Os lábios rosados abriram-se em um perfeito "o" e então Toneri sorriu de forma agradável.
—Hoje eu tive uma manhã meio... Desgastante psicologicamente falando. Me afundei no trabalho.
—Vai se encontrar com seu caso pervertido mais tarde? – ele cutucou-a.
—Não... Para... Não, eu... Combinei uma saída de garotas mais tarde. Tem promoção no cinema e vamos fazer algumas compras.
—Hm... Quem vai?
—A Tenten e a Hana.
—Minha nossa... Isso vai ser bem divertido.
—Me conhece, diversão é meu sobrenome – ela falou com a vozinha doce que o fizera gargalhar.
—Pensei que fosse careta.
Ela o deu um tapinha.
—Chato!
(...)
Haviam assistido um filme de comédia e lanchado, como garotas, colocavam algumas conversas em dia, embora Hinata empurrasse o seu "assunto" de cabelos negros e péssimo temperamento, para lado. Era por volta das vinte e uma horas quando os olhos de Hinata focaram-se em uma bela vitrine, de uma das lojas do shopping, e ela sentiu as bochechas corarem pelo conteúdo: roupas intimas. Tantas delas... Tão... Chamativas.
—Uhhhh, parece que alguém está querendo soltar seu lado devassa – ronronou Tenten com uma fala macia próximo ao ouvido da amiga a fazendo sobressaltar-se assustada.
—Não diga besteiras, Tem!
—Bem que precisa de coisas como aquela, se tá transando com aquele gato do vídeo...
—Hanabi!
—Que é? – deu de ombros já segurando o pulso da irmã mais velha – Hina, pelo amor de deus, eu sou praticamente uma adulta, eu transo, sabia disso?
—Não! – fala chocada olhando para a irmã caçula e parando abruptamente – e não é adulta, só tem dezessete.
—Faço dezoito em dois meses, foda-se. – Replicou – e não me olha assim. Se não sabia, agora sabe.
Tenten gargalhou alto chamando a atenção para si.
—Meu deus, que genética bizarra se misturou para formar vocês duas? São como... Água e óleo.
—é simples. Hinata puxou a mamãe e eu o papai.
—Desculpa, - ela gargalhava que se torcia – não consigo mesmo imaginar o tio Hiashi tão porra louca.
—Deveria ouvir o tio Ko falando dele na juventude – Hanabi gargalhou voltando a puxar Hinata para dentro da loja – tem cada história de deixar os cabelos em pé.
Assim que entraram no lugar, os olhos perolados das irmãs e os castanhos de Tenten vaguearam por todas as direções enquanto os lábios entreabriram-se. Era realmente O lugar. Uma escolha certeira.
—Essa loja é nova? – perguntou Tenten, de forma retórica.
O que veio depois daquilo foi um, empurra, empurra entre araras e manequins enquanto agora, ambas, Tenten e Hanabi, buscavam arrancar de Hinata a intimidade sexual da garota para comprarem mais apropriadamente.
—Tudo bem... Você foi bem saidinha, maninha... Quem te viu, quem te ve!
—Hana, não diga essas coisas!
—Que tal isso aqui? – disse Tenten mostrando um conjunto na cor azul marinho – vem com um chicote... – disse maliciosa fazendo Hinata ficar roxa e com a boca seca.
—Não! Para algo mais selvagem – disse Hanabi com uma combinação preta com renda – é clássico e tem máscara.
Hinata usou as duas mãos escondendo o rosto. Onde estava com a cabeça em entrar em lugar como aquele com aquelas duas?
—Olha Hina, tem fantasias também, odalisca... Super sexy e se ficar com vergonha, pode usar o véu e dizer: "não me olhe assim, sou uma pobre camponesa virgem"
Oh sim, Hinata queria morrer!
Estavam tão entretidas com a dinâmica, que nem notaram que haviam duas garotas ali que haviam ido à loja no mesmo intuito de colocaram-se a par das novidades e comprar lingeries, só não esperavam encontrar justamente aquelas garotas ali. Como não tinha muito a perder, A mulher de cabelos rosados aproximou-se sorrateiramente junto da loira. A vontade era de agarrar a sonsa pelo pescoço e esgana-la, mas conteve-se, até porque havia um resquício de curiosidade sobre aquela "relação" bizarra que ela deveria ter com o SEU Uchiha.
Havia uma espécie de sacola de compras nas mãos de Hinata que havia colocado uma ou outra peça que gostou ali, claro que nada tão chamativo, afinal, calcinhas nunca eram demais. Bom, calcinhas de sexo, sabe? Tecido brilhosos, pequenas, chamativas, que talvez lhe apontasse como comestível, e não calcinhas confortáveis pretas e beges, embora essas fossem muito gratificantes e seguras.
Seus olhos então viram um conjunto muito bonito, esse era roxo e preto, tinha renda, seda, transparência, um toque de glamour. Talvez um pouco exagerado, mas combinava com sua personalidade romântica, afinal, tinha um acabamento bem delicado.
"Será que... Eu devo comprar? E se ele... Ele não gostar, ou achar idiota?"
Mordeu o lábio.
Aquilo era muito ousado, muito, muito mesmo. Ela era acostumada sempre com peças básicas. Cores tradicionais. Nada de muita firula, nada para se chamar de super sexy ou devassa, embora houvesse intimamente sim a vontade de tais roupas, mas a vergonha ao se imaginar nelas e a reação, na ocasião, de Naruto, a fazia procrastinar tal decisão. Era mais como, certo?
Antes de mover seus lindos pesinhos tamanho trinta e cinco em direção ao lugar que estava a meros três passos de si, Tenten aumentou o tom de voz da conversa que estava tendo com Hanabi, a incluindo então.
—A Hina disse que ele tem um pênis bonito.
—É grande? – os olhos de Hanabi transmitiam uma malicia e curiosidade extremamente assustadora e constrangedora.
—Hababi!
—Ela disse que é enorme! – Tenten completou
—Eu não disse enorme, Tenten – ela sentia as bochechas queimando naquele momento.
—Grande, enorme, tá tudo na mesma casa de acomodação. Túnel estreito, trem imenso, estrago feito.
Não, ela não estava vermelha, estava roxa e quase azul sem ar.
—Que é? Falei alguma mentira? – indagou a Mitsashi fazendo uma cara de sapeca.
—uhhh, um belo estrago que pelo visto a Hinazinha viciou. Diz ai, monta igual cowgirl e...
Hinata escapou delas que riam do constrangimento da garota e se aproximou das peças que havia gostado procurando seu numero e as enfiando na bolsa.
—Hina! – Hanabi chamou.
—Eu vou morrer, tá bom? E na minha lápide não coloquem nada promiscuo. Que vergonha meu deus!
Hanabi e Tenten olharam-se cúmplice e abraçaram a garota por ambos os lados.
—A gente te ama, mana.
—é, muito amor mesmo. É nossa princesinha. A gente gosta de te provocar, mas no fundo, estamos felizes por ter um... Pau amigo bem gostoso. Aproveita – Tenten deu um tapa na bunda de Hinata e se afastou puxando Hanabi para o outro lado – agora é comigo, fedelha, preciso de algo bem devasso.
Hinata mordeu o lábio e respirou profundamente, aproximou-se de algumas outras pessoas mais delicadas e românticas. Sutiãs de bojo meia-taça que prometiam realçar o volume dos seios. Escolheu alguns caleçons de renda. Conjunto de baby-doll e seguia aquela escolha ficando coradinha e com um pequeno sorrisinho nos lábios, mas àquela altura, os ciúmes e a raiva já contaminavam Sakura ao seu limite, e mesmo com Ino no seu encalço a segurando e repetindo: "deixa pra lá, lembra do seu plano." Não bastaram para segurar a Haruno. Se aproveitando da deixa da garota sozinha, Sakura esbarrou-se propositalmente em Hinata tomando da mão dela um sutiã rendado azul vibrante. Quando a viu ali, os olhos de Hinata arregalaram-se imediatamente e sentiu seu coração chegar à garganta.
—uau, quem diria que a santa sonsa, trepa?- disse de forma bastante pejorativa e debochada - se vai se vestir de palhaça cafona, como sempre, usa uma corzinha menos cheguei, Algo bem sem gracinha para combinar contigo, aliás, a sessão de roupas da vovó é do outro lado. – Apontou desfilando seu veneno.
Os lábios da Hyuuga entreabriram-se de forma meio trêmula, não era que tivesse medo de Sakura, mas talvez da loucura dela. Era uma situação nova, publica e constrangedora cuja a personalidade paciente e pacifica de Hinata não sabiam lidar. Talvez fossem os anos de bullying no colégio, ou seu jeito mais retraído até então fizera ela fazer o que fazia de melhor: se acuar e travar.
Percebendo o seu efeito sobre Hinata, Sakura se amou. Era mesmo assim que a Hyuuga deveria ficar: quietinha e no seu lugarzinho, bem no cantinho. Enfiou a mão na sacola que Hinata carregava consigo colocando suas compras e puxou de lá justamente o conjunto preto e roxo que Hinata havia se apaixonado. Ergueu com desdém e olhos incandescente de ódio.
—Não tô dizendo? Tão cafoninha. Poderia ao menos ser clichê, o que acha Ino? – virou-se para a loira que tinha a mesma face e desdém.
—Vermelho... – sugeriu com um sorrisinho malicioso.
—É... Vermelho vadia. Vadia do Uchiha!
Algumas vezes na vida, havia-se um limite até para a mais pacifica das criaturas, e Hinata não era diferente. Talvez o impulso certeiro partiu de seu subconsciente que dominou seu corpo, já que a emoção o travou. A mão da Hyuuga subiu muito rapidamente e desceu com força extra atingindo em cheio a bochecha de Sakura ao ponto de virar-lhe o rosto, e não o bastante, a mesma mão voltou puxando das mãos da garota o conjunto de volta para si. Fora algo tão rápido, tão intenso e assustador que chocou Hinata consigo mesma.
—Eu bati em você... – murmurou levando a mão livre aos lábios trêmulos. Os olhos lunares estavam arregalados, e não apenas ele, mas os esmeraldinos de Sakura e os verde ciano de Ino também estavam.
—Bateu nela? – Ino balbuciou e então despertou – ah não! – a loira começou a arregaçar as mangas da blusa que vestia as puxando para cima e dando um passo em direção a Hinata que estava petrificada, que na verdade não estava muito diferente de Sakura que ainda em choque, não acreditava na audácia de Hinata.
—Sua... – Ino não conseguiu terminar, porque na hora Tenten e Hanabi chegaram ali e a Mitsashi empurrou a loira.
—Que porra tá rolando aqui? – Hanabi falou de forma atônita.
—Olha a boca – Tenten zombou – porque tem uma cadela ladrando alto? – olhou para Ino
—Olha a sua boca – Hanabi encarou Tenten.
—Eu sou de maior, shiii – corrigiu voltando a atenção para a Haruno e a Yamanaka.
Sakura, aquela altura voltou a si e seus olhos enxergavam apenas uma cor: vermelho. E de puro ódio ao vidrar-se na Hyuuga.
—Eu vou matar você! – urrou apontando para Hinata.
—Que merda foi essa, Hinata? – Hanabi olhou para a irmã.
—Eu bati nela – balbuciou ainda digerindo o que fez.
Toda a cena desenrolava-se de forma rápida.
—Bateu nela? – os olhos de Tenten arregalaram-se olhando para a melhor amiga, e então sorriu – Agora eu vi vantagem!
Com ódio correndo em suas veias, Sakura avançou de uma vez contra Hinata, mas por puro impulso de auto sobrevivência e defesa, a Hyuuga mais nova fora muito rápida se colocando entre a irmã e a louca de cabelos rosados e sem pensar, agindo por puro impulso, usou um do seu treinamento de muay thai e acertou um Jab direto no nariz de Sakura que imediatamente caiu sentada, com a força do soco. O sangue parecia ter explodido em cascata manchando a roupa, o chão e chocando todas as mulheres ali. A coisa toda saiu muito do controle.
—Merda! – sussurrou Hanabi.
—Merda ao quadrado – admitiu Tenten se segurando para não rir de nervoso, e pânico.
Depois daquilo, a loucura se instaurou, pois Ino gritou tentando atacar Hanabi, Tenten agarrou a loira pelos cabelos, Hanabi gritou palavrões, Sakura gritava palavrões, mas Hinata, ainda de olhos arregalados, estava firmemente agarrada ao seu conjunto preto e roxo. Assustada demais, ela apenas murmurou:
—Eu só queria comprar calcinhas... – os lábios tremeram e as lágrimas escorreram pela face e fora aí que os seguranças da loja entraram em cena.
...
A situação fora acalmada com muito custo, muito mesmo. Embora, perigosamente, Hanabi, agiu como uma pequena malandra infratora buscando ser contida pelo jovem segurança de cabelos castanhos rebeldes e olhos negros tão bonitos... A quem ela queria enganar, ele era todo bonito, e forte e... Tentador. Daqueles tipos de cara que faziam qualquer vagina virar um oceano, bom, isso na concepção dela, e no caso, era a única que importava. Será que ela pedisse para que ele a apertasse só um pouquinho mais, ele faria?
Deus, estava sendo influenciada demais por Tenten.
Já dentro da sala de segurança e com as coisas aquietadas, as cinco encontravam-se sentadas em um banco longo de madeira. Sakura com um papel higiênico enfiado no nariz e respirando pela boca toda suja de sangue, Ino descabelada, Tenten com mexas loiras nas mãos, Hanabi encarando como uma tarada o segurança jovem – que na sua mente não deveria ter mais que vinte dois talvez – e Hinata traumatizada e agarrada as sacolas de compra que ela se recusava a soltar. Todas sendo de alguma forma confrontada para entenderem o que aconteceu e se carecia ou não da policia ali.
—Você quebrou a porra do meu nariz, sua maldita cadelinha em miniatura – rosnou Sakura com uma voz nasalada que fizera Hanabi se engasgar querendo rir.
—Meu cabelo – Ino chorando tomando os fios arrancados das mãos de Tenten – minhas hidratações e tanto cuidado com o meu bebê precioso...
Tenten cruzou as pernas e encarou o segurança, só que parecia uma daquelas garotas de gangue latina.
—Que é? – rosnou encarando o mais novo dos dois ali.
Ele olhou então para a pequena meliante que tinha uma carinha de anjo. A única, em tese, ainda de menor ali. Era impressão sua ou ela estava dando em cima dele? Não... Era impressão... Se bem que... Ela era bem bonita, certo?
Esboçou um sorriso sem querer e recebeu uma cotovelada do colega. Ele deu um passo para a direção de Hinata, que apertou mais a sacola.
—Moça... – ele tentava mais uma vez tirar aquilo dela.
—Eu vou comprar essa porcaria! – bradou de repente atraindo olhares de todos. Voltara a chorar e agora pensava no dia porcaria que mais uma vez tinha. – Eu só queria comprar a porcaria de uma calcinha, e eu vou levar! Meu dia foi tão difícil. Eu... – ela olhou para o segurança com grandes olhos brilhante, doces que dá pena neles.
—Hina – murmurou Hana virando-se para ela.
—Hina – disse Tenten quase ao mesmo tempo que a Hyuuga caçula e levou a mão abraçando pelo ombro a amiga.
—Nojo – Sakura fez ânsia de vomito – olha quer saber? Isso é ótimo, eu vou processar vocês. Eu vou dá queixa de você sua delinquente. Quero fichar você e te enjaular como um animalzinho selvagem que é!
—é... Dá mesmo queixa – Hanabi em um ato impulsivo, puxou o celular do bolso e tirou uma foto de Sakura– eu aproveito e compartilho por todos os lugares como um uma doce garotinha de menor – deu ênfase olhando para os seguranças – acabei com seu nariz ridículo de plástica. De repente o rosa do teu nariz combina com esse cabelo breguíssimo.
—Hana... – Hinata murmurou chorosa e balançou a cabeça negando.
A menor ergueu os dedos apontando para os olhos e apara a Haruno, como quem diz: tô de olho.
Aquilo estava demasiadamente longo e problemático.
—Senhoritas... – começou o segurança mais velho, que esse sim, na cabeça de Hanabi deveria ser um belo de um pervertido. – Vamos agilizar isso – ele pegou o telefone – eu vou pedir reforço.
—Olha... – Hanabi ergueu-se de uma vez e assumiu novamente a face angelical – isso aqui pode se arrastar demais, aliás, já está.
Os dois seguranças se entre olharam. A Garota aproveitou a lentidão da situação e olhou para o crachá daquele que ela se interessou mesmo.
—Konohamaru, não é? – sorriu – nós sabemos como a coisa funciona...
—Sabemos? – ele hesitou a medida que ela se aproximava de si, perto demais. – Temendo, virou-se para o colega que balançou a cabeça negando – por favor senhorita, sente-se.
—Quer mesmo ter a imagem da sua loja associada a mulheres brigando por... Calcinhas? – Hinata corou-se – Olha, nada demais aconteceu, foi só... Um pequeno desentendimento.
—Que quebrou meu maldito nariz! – bradou Sakura.
—Cala a boca! – bradou Tenten e Hanabi ao mesmo tempo, então a garota voltou a sorrir olhando para Konohamaru – Não foi nada demais, ela só levou um soco porque atacou minha irmã primeiro. Somos mocinhas lindas e doces. Libera a gente, cai? Só queremos pagar nossas compras e ir embora.
Ambos seguranças olham para Sakura e Ino.
— Anda logo Haruno, acaba com isso. Quer mesmo tirar uma foto policial e ferrar tua ficha com agressão e perturbação e vandalismo? – Tenten falou de forma incisiva.
— Eu quero ferrar vocês, acha que vai ficar assim? – agressivamente, a Haruno apontou.
Tenten esfregou o rosto, estava ficando muito, muito puta mesmo, mas foi de Hanabi que veio o pior:
—Gente, que coisa! Eu lendo aqui – ergueu o celular - que no caso de um nariz quebrado, se não for tratado o mais rápido possível, ele fica torto. Imagina isso, que horror? Delegacias costumam demorar horas né, Konohamaru? – ela olhou pro guarda que consente se dando conta de como aquela garota era perigosamente ardilosa – eu imagino que algumas horas, né? Tem que abrir a ficha, colher depoimentos, e tem toda essa chatice.
—Isso se ter-mos sorte de estar vazia, nessa época costumam ter vários chamados, né, - ela olhou para a ficha do outro - Ebisu?
Os olhos de Sakura se arregalam ao se dar conta do obvio.
—Isso não vai ficar assim! – berrou se levantando, pegou a bolsa de uma vez com brusquidão e segurou o pulso de Ino a puxando.
—Mas...
—Sem mais, eu preciso cuidar do meu nariz. – Bradou na base do ódio encarando a amiga. Sem perder mais tempo, ela sai daquele lugar.
O silencio se instaurou por alguns instantes com todos se encarando, e então as meninas e Konohamaru gargalham, e enquanto Tenten abraçava Hinata a acarinhando, Hanabi curvou-se em direção a Konohamaru.
—Sabe, Konohamaru... Você gostaria de trabalhar em empresas importantes, subir na vida? Eu posso encaixar você em uma ótima empresa. Sabe... – a ponta do dedo dela deslizou sobre o braço dele que engoliu em seco - meu pai trabalha justamente com isso... Você quer?
—C-claro...
Ela sorriu maliciosamente.
—E você? – olhou para Ebisu que suspirou, mas nada proferiu e como quem cala consente...
—Ótimo – ela puxou o celular novamente colocando nas mãos de Konohamaru – dá um fim na filmagem da briga e ... Anota o seu número aí – piscou.
(...)
Ele pegou o controle trocando de canal na TV enquanto se jogou no sofá sentando próximo ao irmão mais velho continuando a conversa que estavam tendo momentos antes a respeito do "dia" de Sasuke.
—Você trepou mesmo na sala dele? Hahaha, não acredito! Que sacana é você, irmãozinho!
—Tsc... Menos, Itachi! - Passou a mão pelos cabelos levemente úmidos do banho – Ele me persegue, é sério. Ele parece ter um ódio por mim, aliás, não só por mim, ele ainda te cita inúmeras vezes na sala. Acho que faz pra me provocar. E hoje? Nossa... Ele tá com essa fixação da invasão a sala dele. Babaca de merda!
—Ahhh, não leve a sério. Ele odeia a gente, mas não é restrito a mim e você. O ódio começou com o papai. Eles estudaram juntos, sabia? Papai também o odeia.
—Jura?
—Pois é! Parece que senhora Mikoto, penetrou o coração duro do Senju. – Gargalhou o Uchiha mais velho.
— e ai ele é um boçal de merda com os filhos... Muito maduro.
Itachi deu de ombros.
—Acho que o papai já falava que ele era um boçal antes de minis Uchihas saírem dela.
—Não fala assim. É estranho!
—O que? Mamãe tendo filhos e conceber que ela e o pai transam? Alias, muito barulhentos, igual você.
Sasuke queria morrer a ter aquela conversa. Ia levantar-se, mas Itachi impediu-o puxando o braço.
—Relaxa, caçulinha. Mas é aí. Já falou com a Hina?
—A gente conversou por mensagem. Ela tá apavorada.
—E você disse o que pra acalma-la?
—Que podemos pinchar a sala dele na próxima vez – deu um meio sorriso e Itachi gargalhou.
—Bom,bom... Gosto dessa ideia. Então... O pessoal vai ao jogo dos Saint's e os Rock's no sábado, lá em Kumo. Leva ela.
—Não sei... Ela não parece curtir esse tipo de lugar. Ela poderia não ficar à vontade.
—Tenta, ué. Convida a garota, babacão. Depois do jogo a gente vai pra um Pub maneiro. Os caras vão tocar por lá. O Yahiko conseguiu entradas pra esse jogo com o padrinho dele. Oportunidade única.
Sasuke deixou a cabeça pender no encosto do sofá e fitou o teto.
—Um jogo de baiseball em Kumo... Ok, vou chama-la.
—Assim que se fala. Mas tem outra coisa... – Sasuke olhou para o irmão – Todos vamos na van da banda.
—Tá brincando...
—Não – Itachi quase gargalhou o que fez o irmão caçula negar com a cabeça dando um sorriso pequeno.
—Kumo, baiseball van da banda... Você quer mesmo que eu tenha uma namorada ou perca?
—Confia...
