Ela retirou as peças novinhas recém lavadas e perfumadas com seu amaciante favorito da secadora e as colocou sobre a cama. Olhava-as com imensa frustração e vergonha, aliás, aquelas calcinhas e combinações de lingeries seriam um lembrete de sua vergonha e do que passou naquela loja feminina, e o pior de tudo, ter que voltar de carro ouvindo sua irmãzinha flertar com o segurança pelo chat e ainda se revelando a pequena tarada que era. Tenten sentindo-se livre e falava com tanto orgulho de ter arrancado os cabelos de Ino e o belo soco de Hanabi – que estava com o punho levemente inchado – que havia desferido em Sakura.
Ela precisava lavar tudo aquilo de si, e por isso reuniu seu roupão e um conjuntinho fofo para ficar em casa e foi para o chuveiro se agraciando com seus cuidados corporais e nos belos cabelos da qual ela tinha imenso carinho. Os aromas tomavam conta do lugar e quando ela saiu, estava com nova aura, embora não tivesse segurança plena de como lidar com aquela Sakura na faculdade. Sinceramente? Rezava para o nariz da garota não ter quebrado, pois Hanabi não entendia as implicações legais de uma ficha suja por agressão e a relação com o mercado de trabalho.
Francamente... Alguém tinha que ser o juízo dela e de Tenten. Ainda bem que Neji era tão sensato quanto Hinata.
Ela pendurou o seu roupão e secou os cabelos frente a penteadeira os penteando. Tão lisinhos, tão macios... Estavam perfeitos, bem-tratados e hidratados. Enquanto finalizava os cuidados , ponderou se deveria falar com Sasuke o que houve, afinal, Sakura poderia ser louca, mas como dizer pro cara que você estava... Bem, estava saindo... Que você estava numa boa comprando calcinhas e a ex dele te atacou? Era tanta vergonha que ela não teria coragem. E se a rosada surtasse no meio da faculdade? Ah não era possível que ela se exporia assim, ou era?
—Se acalma. Não vai sair do controle. Sakura odeia atenção negativa – disse a si mesma e inspirou de forma profunda soltando o ar logo em seguida
Levantou-se e encarou suas peças novas sobre sua cama. Um pequeno sorriso travesso formou-se nos lábios dela e logo, ela mordiscou. Imaginou-se nelas e foi além, imaginou-se por um instante vestindo-as para o Uchiha, será que ele gostaria? E se Sakura tivesse mesmo razão e ela fosse uma palhaça cafona? E se as cores escolhidas fossem mesmo tão cheguei? E se Sasuke risse dela ou a chamasse de ridícula?
Será que ele seria capaz?
Engoliu em seco, os olhos brilhantes estavam marejados enquanto encarava as peças, eram tão bonitas, não era possível... "cafona, cafona, cafona..." As palavras repetiam-se na sua cabeça. Ela nunca foi de se importar com a forma que se sentia bem, afinal. Com as cores que gostava, com as peças que sempre a cobriam. Ok, talvez tivesse um tanto de insegurança quanto ao seu corpo, não é como se ela olhasse e visse a mais gostosa das mulheres. Hinata não se considerava uma garota feia, não era isso, mas ela se enxergava apenas como alguém... Comum. Nada além disso, afinal, ninguém nunca alimentou nada diferente disso, e quando falamos de alguém, é um em especial. Era normal amigos falarem, mas amigos não contam porque sempre queriam a proteger e vê-la bem. O máximo que já ouvira de alguns garotos foi: você é bem bonitinha.
Algo corriqueiro para uma garota comum. Contentava-se com isso. E aí aparece aquele Uchiha pervertido com os seus: gostosa, delicia... E todo um catálogo vulgar que, diferente do que ela imaginava, faziam sua companheira lá de baixo se afogar em um mar de lágrimas. Queria se enxergar assim, gostaria mesmo de se sentir assim. Movida pela intensidade daqueles pensamentos , ela retirou o que vestia e escolheu um dos conjuntos, a combinação roxa e preta que escolheu justamente pensando nele, e a vestiu ajustando os seios ao bojo meia-taça que os sustentou de forma tão... Erótica. Frente ao espelho grande de seu quarto, ela admirou-se naqueles segundos dando um sorrisinho animado. Era uma peça bem bonita, certo? E até que ficava bem no seu corpo. Mas aquilo parecia tão bom e tão pouco ao mesmo tempo. Movida por um impulso ainda mais intenso vindo do fundo de seu âmago, ela abriu uma parte de seu armário e procurou por aquilo que ela quase não usava: saltos.
Olhando as três únicas opções, quase novas, que havia ali, ela pegou o clássico scarpin preto salto quinze e os calçou, voltou a ficar em frente ao espelho e a apreciar a própria imagem que refletia ali. O sorriso alargou-se. Talvez ela fosse sim uma mulher... Gostosa, como Sasuke não cansava de repetir... É... Talvez. Os olhos cerraram-se e ela ajeitou os cabelos prendendo-os em um coque despojado, pegou um batom rosado e o deslizou sobre os lábios e finalmente sentiu-se bem... Atraente. O que Sasuke pensaria ao vê-la daquela forma? Àquela altura, Hinata pode sentir seu coração retumbar no peito de forma incontida. Sentia-se uma pequena donzela safada, ao mesmo tempo que suas bochechas ficaram rubras por sua timidez costumeira, a euforia interior anunciava uma espécie de excitação reprimida em si. Não de forma narcisista, não era isso, mas aquela era a primeira vez que Hinata era capaz de olhar para si mesma em um reflexo e pensar que era de fato alguém bastante desejável e interessante. Alguém capaz de... Ser sexy e vulgar e ao mesmo tempo, ser só... Ela.
Loucura... Ela sabia, talvez fosse sua máscara de timidez ou por estar em sua zona de conforto: seu quarto. Decidida a guardar aquele primeiro momento incrivelmente emocionante e revelador para si, ela pegou o celular a fim de tirar uma foto. Não era errado, afinal, era uma foto sua da qual guardaria somente para si, para quando desacreditasse de si mesma ou quando se sentisse para baixo, abria o arquivo e lembraria a si mesma o quanto é gostosa. Era isso.
Ajeitou-se frente ao espelho e tentou tirar pela câmera normal, mas sempre parecia ruim, mudou o ângulo para meio perfil de forma que dava para ver não apenas o busto atrativo, quanto parte da calcinha e traseira branquinha. Por um instante pensou, a quanto tempo não ia em um clube ou usava roupas de banho?
A pose estava perfeita, mas faltava algo, e então como um estalo, ela se lembrou de Tenten falando dos ótimos filtros do Instagram. Abriu o aplicativo se atentando de que, tiraria a foto, aplicaria o filtro e baixaria a imagem para o aparelho. Certo, eram passos bem simples e ela já havia tirado uma ou outra vez fotos por ali. Respirou fundo, e então ajeitou-se na posição e tirou a fotografia, ajustou o filtro ficando extremamente feliz com o resultado, no entanto, em vez de apenas salvar, Hinata, por pura inexperiência ao lidar com os aplicativos de redes sociais, da qual ela apenas os tinha com postagens ocasionais e nunca explorou com tanto afinco, postou sua foto sem nem mesmo se dar conta do que havia acabado de fazer.
Ela, com o ânimo renovado, após retirar as peças de seu corpo as dobrou guardando-as no armário já pensando em como faria aquilo? Porque ela e Sasuke meio que não tinham encontros certos, não é como se ela só fosse mandar uma mensagem para ele falando: olha, comprei algo que eu acho sexy e quero te mostrar. Na sua visão tal ato parecia patético demais. Será?
— Vai estudar, Hinata! – disse a si mesma, enquanto jogava-se na cama. O celular fora abandonado de canto enquanto ela abria o notebook e buscava concentração. Aquele havia sido um dia tão conturbado, e ainda tinha aquele olhar que Naruto direcionou para si quando o professor falou daquela coisa que ela preferia não lembrar.
A ficha foi caindo lentamente quando ela somou: Naruto + trabalho trocado + suspeita de invasão de sala = Hinata promíscua e ferrada!
Ela fechou de forma abrupta o notebook e saltou da cama começando a andar de um lado para outro. O "e se" começava a provocar em seu corpo uma reação em cadeia. O ar faltava aos pulmões e ela hiper ventilava, o rosto rubro pela vergonha de se imaginar desmascarada. Sem perder tempo, ela abriu a porta de uma vez indo de encontro a Tenten que terminava de se vestir em seu quarto.
—Eu tô ferrada! – disse quase chorando e a Mitsashi sorriu.
—Tá não, miga. O flagrante acabou, não tem filmagem, se ela der a louca a gente finge demência. Sem provas, sem crime, sacou?
—Não to falando disso. To falando de outra coisa...
Ela estreitou os olhos castanhos em direção a Hyuuga que encolheu-se mordendo o lábio, ali havia uma imensa questão e nem precisava apertar Hinata para ela começar a falar:
—Eu troquei o trabalho do Naruto.
—Eu já sei.
—E o Sasuke me ajudou e
—Eu disse onde te achar.
—A gente transou na sala do professor e ele meio que descobriu que ela foi invadida, mas não sabe por quem e se o Naruto saber que os trabalhos foram trocados e ele vai saber quando as notas chegarem, ele vai surtar e vai somar e eu vou tá muito, muito ferrada!
Tenten ficou muda, a boca entreabriu-se em um perfeito o, os olhos arregalados com a mente ocupada por um milhão de informações simultâneas, mas apenas uma se fixou:
—Você transou na sala do seu professor? COMO ASSIM?
Os olhos de Hinata inundaram-se de lágrimas, o biquinho se formou trêmulo denunciando o choro.
—Eu dei igual uma vadia em cima da mesa dele... E agora posso ser expulsa da faculdade. Meu Deus, o que vou dizer pro meu pai?
No entanto, aquela primeira onda de impacto foi quebrada pelo celular de Tenten que começou a vibrar e logo depois de forma mais intensa e insistente. Ela segurou os ombros de Hinata e a olhou nos olhos.
—Amiga, respira. Eu estou muito orgulhosa da sua vadia interior, é sério. Já não era sem tempo ela sair. E escuta... Não vai ser expulsa. Vou repetir, sem provas, sem crime. É a palavra do bundão do Naruto, contra a da garota favorita da turma, representante, confiável, de caráter íntegro, que todos os professores amam. Hina, você não tem nenhum escandalozinho, é tipo, Deus no céu e você na terra. Naruto vai se passar por mentiroso, invejoso e caluniador e... De quebra na hora você ainda pode ameaçar processá-lo por calúnia e difamação.
Hinata secava os olhos com os punhos enquanto sorria sutilmente. Abraçou forte Tenten.
—Obrigada, amiga... Não sei o que seria de mim sem você.
—Também te amo, pequena devassa. Agora me conta, na mesa do professor? Foi um fetiche?
—Foi uma loucura que saiu do controle, quando eu vi, eu tava lá, toda aberta igual a um frango pra ser recheado.
Tenten gargalhou.
— É... E pelo visto foi recheio de Uchiha.
Hinata fez uma careta, o rosto estava vermelhinho de vergonha, e então o celular de Tenten tornou a tocar novamente.
—Aposto que é algum idiota! – disse ela jogando-se na cama e pegando o aparelho. Havia inúmeras mensagens privadas e várias notificações em seu insta, mas naquele momento, ela se concentrou apenas na nova chamada que recebia. Um dos caras do seu curso que perguntava por sua... Amiga? – A Hina? É... Morena, cursa administração...
Hinata ao ouvir aquilo, franziu o cenho.
—Eu não vou dar o telefone dela sem mais nem menos. Ta... Eu falo com ela, tchau, seu mala. – Ela desligou a chamada e franziu o cenho, e logo sorriu olhando para a amiga que tinha aquelas sobrancelhas curvadinhas indagando – era o Lee, um colega de turma. – Ela riu com graça – ele... Meio que queria seu número.
—Porque? – Hinata sorriu estranhando.
—Ele queria te chamar pra sair, sei lá. Flerte. Mas não rola, ele é esquisito. Fora que... Ele não tem a menor chance, com o Uchiha idiota no páreo.
—Boba! – sorriu genuinamente bem. Voltou a pensar naqueles instantes nos seus problemas e naquele Uchiha safado que, sempre estava direta ou indiretamente envolvido com eles.
O celular de Tenten continuava a anunciar notificações e por isso a garota passou a olhar todas aquelas mensagens, franziu o cenho ao abrir algumas.
—Que estranho... – murmurou, e no mesmo instante Hinata tencionou-se, mas sorriu.
—O que foi? Algum ficante? – provocou e a Mitsashi sorriu enquanto negava.
—Uns caras... Meio que estão perguntando por... Você. Querendo seu número.
Hinata sentou-se totalmente na cama e remexeu-se desconfortável. Riu um tanto nervosa.
—C-como assim Ten? Pare de zombar de mim!
—N-não to brincando. Tem até o tal do Han, alguma coisa; que dividimos apenas a turma de perícia criminal às quartas. – Os olhos castanhos encararam os lunares – Amiga, você fez algo que eu não tô sabendo?
—Além de ser detida em uma loja de lingeries? Bem... Creio que não. – disse nervosa e com as bochechas bastante coradas.
Tenten então acessou finalmente o seu Insta após ler uma das mensagens de um dos colegas e logo os olhos arregalaram-se.
—Hinata Hyuuga, desde quando você se tornou adepta aos nudes?
Os olhos da garota arregalaram-se, o coração foi na garganta e naqueles milésimos de segundos em que Tenten virou a tela do celular a mostrando finalmente aquela maldita foto postada, Hinata sentiu tudo tão leve, como se flutuasse, seu sangue esvair, sua cor se perder, tudo escurecer... Ela desmaiou.
...
O garoto estava no supino inclinado usando a força bruta para dissipar os pensamentos tortuosos ao longo daquele dia. Mesmo tendo estagiado, ou conversado mais cedo com Sakura, aquela pulguinha atrás da orelha de Hinata trepando com o maldito Uchiha na sala do professor fazia seu sangue pulsar mais forte, mesmo que ele não entendesse completamente o porquê. Naquele ponto, ele preferia acreditar que era um complô dos dois com o objetivo de apenas provocar não só ele, mas também Sakura. É, era isso. O Uchiha não suportou perder a rosada, e com certeza Hinata estava chateada e fazia isso para chamar atenção, certo?
Por mais que essa ideia latejasse em sua mente, bem lá no fundo, ele conhecia ao menos um bom bocado de Hinata para saber que tais atos não eram do feitio da garota. Tudo aquilo que a envolvia no momento presente eram novidades, todas surpreendentes, dela cantando e bebendo, se agarrando em público, fodendo na sala de um professor com um estranho... Ele temia que na verdade nunca tenha conhecido a Hyuuga de verdade e aquilo o sufocava, mesmo que de forma inconsciente. Hinata era daquelas garotas boazinhas e bobas. Bonitinha, mas tão travada, tão fechada que... Entediava. Era certinha demais, e então Sasuke ressurge dos mortos e de repente é como se o mundo se tornasse um caos, e não qualquer mundo, mas o seu mundo perfeito. Naruto foi arrancado de seus próprios devaneios, por uma pequena aglomeração dos amigos que sussurravam coisas ininteligíveis para ele como se fofocassem, e ele sabia que ali havia coisa, e muito provavelmente, algo muito grande. Sorriu querendo descobrir qual era a merda da vez, embora imediatamente tenha se lembrado que a última vez que vira algo assim, havia sido a merda do vídeo de Hinata e Sasuke juntos.
Ele deixou o peso de lado e sentou-se no aparelho pegando sua garrafinha de água. Bebeu o primeiro gole e levantou-se indo de encontro a eles, agora, podendo ouvir claramente palavras como: gostosa, delicia, me enterrava... Bom, era homem, e aquilo aguçou sua imaginação e interesse, quem seria a "gostosa" da vez?
—O que tá rolando? – perguntou ao se aproximar daquele bando de animais, e era claramente notório que havia mulher envolvida
—Ahhh esse é o cara – adiantou-se Gaara o dando um tapinha nas costas – precisa compartilhar o número da Hinatinha... – o tom malicioso na voz do ruivo perturbou o Uzumaki, e que história era aquela de Hinatinha? Que intimidade...
—Ele é um bom amigo, vai passar pra gente – disse Sai que mal tirava os olhos do celular. – Eu salvei isso na minha galeria. Sério... Não imaginava que ela escondia tudo isso embaixo daquelas roupinhas de santa dela.
—O merda do Uzumaki escondendo o ouro... – disse um outro.
—Que porra de papo é esse? De que merda tão falando? - Rosnou sem entender. No fundo, bem lá no fundo mesmo ele temia o que o poderia ser.
Novamente, com um meio sorriso entediado e malicioso, Shikamaru ergueu o celular entregando-o para Naruto enquanto falava.
— Ela despertou todos os desejos mais promíscuos que uma mente pode gerar. Tantas curvas assim? Olha... Eu sou suspeito, gosto de mulheres com... Volume, mas a Sakura deve ser muito mais gostosa que isso, certo? Ou fazer muito mais o seu tipo, não me lembro dela ter tanta... Comissão de frente, ou traseira... Ou...
—Rwnnr!
O Nara sorriu de provocação.
Naruto olhava com um misto de incredulidade e indignação aquela foto. Questionava-se quando Hinata tornou-se tão... Porra, como ela estava gostosa. Ele não era cego, só se perguntou onde estava seus olhos? Quer dizer, não que Sakura não fosse bonita, ela era. Muito gostosa..., mas... Todas as vezes que esteve com Hinata ela sempre foi tão acanhada, e sempre aqueles tops, ou calcinhas normais, e... Cara, ela usava pijama de bichinhos. Que merda estava acontecendo afinal para que, àquela garota tímida, apagada e comum, de repente está só... Se tornando seu pesadelo, e tão...
Ele estava louco, fosse com o tesão que reverberou em seu corpo, fosse com um ciúme que não reconhecia em si, ou mesmo com ódio dela por esconder tudo aquilo dele. Certamente fazendo-se de sonsa todo aquele tempo, de tímida, e agora? Bem, agora ela era a garota que fodia pelos cantos, bebia e se expunha jogando na cara de todos que ela era gostosa pra caralho, e ele não usufruiu absolutamente de nada daquilo. Sentia-se tapeado e idiota em um grau absurdo, acreditando que nunca nada superaria aquilo. Nem mesmo Sakura passava em sua cabeça diante daquela avalanche de fatos.
Despertou de seu ódio, com Gaara e Shikamaru discutindo sobre a garota como se essa fosse um belo e suculento pedaço de carne no açougue, e talvez ele fosse um maldito cachorro, porque ele sentia que desejavam a merda do pedaço de carne que era seu, como se ela pertencesse a ele, embora a realidade fosse completamente diferente daquilo que seu âmago gritava.
—Já viu a quantidade de caras que estão atrás dela? Acha mesmo que tem chance, imbecil? – Ralhou Sai para o ruivo.
—Ah eu posso fazê-la ver estrelas, diz ai Naruto, como ela gemia? Era manhosa, era selvagem? Ela tem cara daquelas gatinhas selvagens.
—Como não viu isso antes? – Sai perguntou vendo Naruto ficando vermelho.
—Ela o bloqueou – gargalhou o Nara – de tudo.
—Ah mané! Perdeu a vez. – Zoou Gaara – mas ele tem a chata da Sakura, passa logo o telefone dessa beldade...Vou levar a Hina pra conhecer um lugar bem especial.
—Acho que o Naruto vai explodir, tá parecendo um vulcão de tão vermelho. – Shikamaru sorriu maldoso.
—Tá tristinho pela ex, aposto – zombou Sai.
— Eu não vou dar porra nenhuma de telefone! – quase urrou chamando grande atenção – é o bonzão, pega você mesmo – empurrou Gaara e com zanga saiu dali ouvindo os amigos ainda o zoando com coisas como: olha lá... Cheio de ciuminhos da ex... Desencana, babaca.
...
Sasuke assistia a um episódio do seriado que ele tentava acompanhar, embora por vezes ele procrastinava, quando seu celular vibrou. Inicialmente ignorou, mas esse vibrou insistentemente. Movido por uma pequena curiosidade do que seria, ele pegou o aparelho buscando de onde vinha as notificações, logo seus olhos arregalaram-se. Uma intensa corrente elétrica de excitação percorreu seu corpo. A pequena garota estava ali, vestida com peças tão... Sexys. Pequenas demais para tanta carne exposta, gostosa demais para tantos olhares carnívoros. Era impossível olhar para Hinata e não a desejar. E para ele, era impossível não olhar aquele par de seios magníficos e não se lembrar dos momentos em que enchia suas mãos com aqueles montes e sua boca ocupava-se com os mamilos rosados, ou aquela traseira redondinha e apetitosa que Hinata possuía... Deus, só de olhar para aquela imagem e lembrar-se das coisas que faziam foi o bastante para seu amigo entre as pernas se eriçar pulsando e ganhando vida, mas aquilo não estava certo. Havia outras questões, e a maior delas: como raios Hinata postou aquilo assim? Ele rapidamente começou a ler os comentários que surgiam de forma rápida na foto da garota, bem como o número de seguidores aumentando ainda mais. Mentiria se dissesse que não estava sentindo ciúmes, afinal, era algo completamente normal. E embora mentalmente entendesse que, eles não tinham um relacionamento sólido bem definido, mas estava ligado emocionalmente a ela, e por mais escroto que soasse, a posse dela em si rugia como um demônio que o atormentava. Sabia o quanto aquela garota era linda, perfeita e deliciosa, e tão ... Dele! E logo, sentia sim, e muito ciúmes de outros caras simplesmente tendo aquela visão privilegiada dela, de seus atributos, mas por outro lado, vê-los babando tanto por ela, e sendo algumas vezes nojentos nos comentários, em parte o enchia com um certo orgulho, porque aquela ali, que eles só poderiam apreciar de longe, era toda dele, só dele. Somente ele teria o prazer de se deleitar naquele corpo perfeito, de sentir o toque sedoso dos cabelos dela entre suas mãos, de sentir o toque aveludado e doce dos lábios, de enterrar-se fundo nela e ouvir aqueles gemidos, ou de simplesmente tê-la nos braços sentindo o calor e a ouvindo falar e falar de si mesma , de coisas aleatórias ou do riso dela…
Tudo nela o fascinava.
Não... Ele não possuía somente o prazer carnal, ele deliciava-se com o prazer dela e de finalmente tê-la.
Fechou os olhos equilibrando todo aquele ciúme e tentando ser racional, a sua Hinata, a que ele bem conhecia, era tímida e reservada demais para aquilo. Ela não se exibiria daquela forma, embora fosse gata o bastante para o fazer sem qualquer receio. E se Hinata não o faria consciente – e ele realmente acreditava nisso – então ela teria o feito sem querer ou alguém o fez, o que implicaria dela surtar quando o visse. Ele respirou fundo e levou os dedos a ponte do nariz esfregando enquanto pensava. Levantou-se em um pulo do sofá e buscou suas chaves. Tinha que ir atrás dela e saber se ela estava bem, afinal, se ela surtou apenas com a possibilidade de Tobirama os pegar, imagina com aquilo? Não... Hinata não precisava de perguntas ou julgamentos da parte dele, ela precisava de conforto e suporte.
...
Ela foi acordada em meio ao desespero de Tenten, e agora, aos prantos, ela estava ainda sobre a cama e encolhida nos travesseiros fofos abraçando-os. Nem conseguia pensar, ou se levantar. Estava tendo uma crise nervosa e a Mitsashi entendia isso, mas não sabia mais o que dizer para a garota.
—Eu vou fazer um chá calmante. – disse saindo do quarto vendo a Hyuuga meio catatônica apenas chorando. Hinata estava tão em choque que nem pedira o celular para apagar a tal foto, e sinceramente, Tenten tinha medo dela fazer uma besteira, afinal, Hinata era muito tímida, muito travada e muito insegura mesmo. Aquilo fora um golpe forte nela mesma.
Assim que a chaleira ferveu, ela fez a infusão em uma caneca bem grande, sabia o vício de Hinata por aquilo e por isso optou por camomila e erva-doce. Adicionou um pouco de açúcar para sua pequena formiga, e enquanto mexia a mesma, a campainha tocou, algo que fizera a garota tensionar e se irritar pensando se algum imbecil teria a audácia de vir até ali dar uma de tarado na sua pobre amiga. Ah, mas ela o quebraria na porrada. Coisa mais sem noção! Na base do ódio ela abriu a porta de uma vez dando de cara com o moreno de um metro e oitenta e três parado e encostado contra o batente da porta. A face era um tanto séria e obscura e fizera a Mitsashi estremecer ligeiramente, talvez pelo susto da presença tão... Intensa?
Bem, de todo modo, ela protegeria sua Hina, mesmo que de um Uchiha imenso, ciumento e idiota. Estava com as mãos geladas, mas encarava os olhos negros em pé de igualdade, e sabia bem pela expressão e olhar a razão dele estar ali.
—Se foi por causa da foto, ela...
—Cadê ela? – a voz rouca, grossa e fria a cortou enquanto ele entrou no apartamento mesmo sem um convite.
—Sasuke... – Tenten chamou a atenção novamente para si enquanto batia a porta a trancando novamente. Olhou profundamente deixando claro que seria capaz de matá-lo se necessário fosse, mas o olhar dele também expressava algo parecido, mas não de forma ruim. Aquela troca de olhares a fez entender que, ele estava sim morrendo de ciúmes, mas não estava ali pelos ciúmes, mas por Hinata.
Respirou com uma pitada de alívio, e torcendo para ele conseguir lidar com o surto de sua Hina, afinal, aquele seria o primeiro que ele presenciara.
—Eu acabei de fazer um chá pra ela – apontou para o balcão – ela tá no meu quarto. Acabou de acordar. Ela surtou com direito a desmaio e tudo – avisou e o viu impassível.
—Certo... – disse e caminho ao balcão pegando o chá.
—Final do corredor, porta da esquerda.
Assim ele seguiu para lá. Não bateu na porta quando entrou e apenas ouvia o choro em soluços dela. Com passos silenciosos, ele repousou a caneca na mesinha de cabeceira e sentou-se na capa a puxando para si, imediatamente os olhos de Hinata arregalaram-se ao vê-lo bem ali.
—S-Sa...Sasu... – tentava falar, mas o choro engolia as palavras. Estava nervosa, em pânico, com medo. O que ele pensaria dela agora? Mas o Uchiha a apertou em si afundando a cabeça contra o seu peito e acariciando os cabelos negros.
—Shiii...
As mãos dela, forçaram-se contra o peito dele e apertaram enquanto ela derramou-se mais e mais sem parar falando murmúrios de auto degradação, e quanto mais ela falava, mais ele a apertava em si até que ela parou. Ele segurou seu rosto entre as mãos e a afastou de si a olhando nos olhos.
—E-eu sou tão idiota.
—Não. – Balançou a cabeça – sabe o que você é? Muito, muito gostosa. E agora todo mundo viu.
Ela deixou os lábios tremerem.
—Você deve me odiar e...
—Ei, olha pra mim...
—Foi sem querer, eu juro que foi, e... Me desculpa eu sou muito idiota.
—Hina! Você não tem que se desculpar por absolutamente nada. Mesmo que tivesse feito isso querendo. É o seu corpo, entendeu? Sua escolha sempre. – Ele pegou a caneca fumegante – toma, bebe isso aqui.
—Sasuke... Todo mundo viu isso? Todo mundo vai falar coisas e... Ai meu deus, eu tenho que apagar isso!
Ele a segurou.
—Uma coisa por vez. Toma a porcaria do chá. – Prendeu-a em si – Não sei como conseguiu esse feito, mas estou morrendo de ciúmes, muito... Não deveria, mas...
—Eu vou apagar aquilo. Ai meu deus. Todo mundo vai me chamar de vadia. Eu não vou mais ter coragem de sair na rua, eu vou morrer de vergonha. Todo mundo viu isso, Sasuke...
—Shiii – ele voltou a segurar o queixo dela e a fazer o olhar – Você deve algo para alguém? Você é dona de si, Hinata. Se forem falar? Deixem falar. Podem dizer tudo, menos que você é feia, ou gostosa, acho que se te chamarem de vadia, no mínimo é inveja. – Ele deu um meio sorriso limpando mais uma lágrima que descia.
—Você tinha que tá com raiva de mim, tinha que...
—Eu tenho que me sentir orgulhoso. Sabe porquê? Porque aquela garota linda e gostosa pra cacete daquela foto, tá bem aqui comigo. – Ele beijou o rosto dela – linda – outro beijo – sexy – novamente fora distribuindo beijos pela face – gostosa, cheirosa, teimosa, surtada... Minha...
Ele a ajeitou em seu colo.
—E-eu tinha... – as bochechas tingiram-se de vermelho quase sangue – eu tinha comprado algumas... Algumas peças para... Para... – engoliu em seco e não conseguia olhá-lo nos olhos – eu queria fazer uma surpresa, e deu tudo errado.
—Eu estou bem surpreso. – Ele falou e sorriu e ela arregalou os olhos o encarando, estava completamente constrangido – tão surpreso e doido, que precisei vir aqui pessoalmente pra dizer como você é perfeita e vê-la pessoalmente com aquilo. Era pra mim, não é? Eu quero tudo, Hyuuga.
Ela sentiu o coração disparar.
—Sasuke... – o tom de voz beirava a súplica.
Ele levou o polegar aos lábios dela deslizando com suavidade e logo depois beijou-a lentamente. Calmo.
—Cadê seu celular?
Ela mordeu o lábio e negou.
—Não... E-eu... Eu to morrendo de vergonha.
—De que?
—Como do que? Da foto, de estar praticamente nua, de...
—Pega o celular!
Ela estremeceu. Queria toda aquela confiança. Ela sinceramente estava até cogitando trancar o curso, quem sabe esperar um ano e quando todos esquecessem ela voltaria a sair pelas ruas. Dramática e drástica? Muito!
Contrariada, ela virou o último golinho de chá e levantou-se sendo seguida de perto por Sasuke. Foram direto para o quarto da garota e sem qualquer hesitação, ele se jogou sobre a cama dela. Todo o lugar cheira a ela, aliás, tinha a cara dela. Todo organizado e tão... Feminino e romântico. Desde as pequenas suculentas até a mesinha de estudo.
Hinata pegou o aparelho e Sasuke a puxou para o seu colo, entre suas pernas. As mãos dela tremiam. E tremiam muito mesmo. Estava nervosa e com medo. Ele segurou por cima e a de certo modo a encorajou.
—Vamos lá. O que tem de tão vergonhoso?
Ela abriu aquilo entrando em pânico com tantas notificações. Seu número de seguidores mais que dobrou. Se intrometendo, Sasuke foi direto aos comentários lendo eles baixinho contra o ouvido dela, e seria horrível ela pensar como tal ato dele, falando algumas obscenidades junto, estava a deixando ligeiramente mais quente. De repente a vergonha não era o ponto alto, mas aquela pulsação no baixo ventre. Ela sentiu as mãos dele apertando seus seios um pouco forte e atiçando seus mamilos enquanto ela ainda lia aquilo.
—Viu só? – ele ronronou contra o ouvido dela – eu fico louco de ciúmes e ao mesmo tempo duro de desejo. – Beijou o pescoço dela que resmungou baixinho, o dedo dele apontou na foto novamente – essa garota aqui é linda, é envolvente, é quente como o inferno e provocante.
—N-não sou eu...
—é toda você. É só você... Me faz querer te lamber toda. Não vai apagar essa foto. Vai olhar pra ela e vai fazer isso até se acostumar e aceitar como você é deliciosa. Aliás, deveríamos colocar mais uma pra coleção.
—Sasuke! – o coração dela disparou, o rosto corou e os olhos arregalaram assustados o encarando. O Uchiha levou as mãos à camisa e a tirou de uma vez.
—Quero uma pra mim também.
—Não...
—Sim! – parecia quase um comando – veste de novo. Quero te ver!
Só então ela se deu conta do volume que ele carregava na calça. Puxou o ar pesado. Deus... Era uma pervertida. Era sim!
Hesitante, ela levantou-se e foi até o armário e tirou a peça. Estava tão tímida, e chorosa.
—Sasu...
—Toda você!
Mordeu o lábio, estava presa entre desesperar-se mais, chorar, gritar... Morrer? Bom, talvez...
Ela foi em direção ao banheiro e então lentamente foi vestindo aquilo, enrolou-se no roupão novamente e saiu de volta para o quarto. Sasuke ajeitou-se contra a cabeceira da cama e ela perdeu-se momentaneamente no tórax nu e tão... Gostoso. É... Ele era bem gostoso mesmo. Ele soltou o ar lentamente sentindo o peso. Seu corpo todo enrijeceu-se na ansiedade de vê-la naquelas peças. Engoliu em seco vendo aquelas bochechas rosadas, os cabelos escuros caídos sobre os ombros e faceta angelical e tentadora que ela carregava consigo. Ele só conseguia se maravilhar com ela. Tudo, absolutamente tudo nela parecia feito para enlouquecê-lo e de algum modo, aquietá-lo.
—Tira... – o pervertido dentro de si rugiu – bem devagar.
Hinata viu aquele olhar brilhar. Havia uma incandescência rubra de luxuria nos olhos negros. Uma ferocidade tão excitante, tão firme... Ele estava jogando seus medos para um abismo, porque de uma forma tão louca, quando ele olhava para ela daquela forma, parecia quase endeusá-la e ela não entendia o porquê, mas sentia-se tão... Bem.
Lentamente, o nó fora desfeito e a peça escorria pelos ombros até parar no chão. Ela não conseguia quebrar aquela conexão com o olhar dele de forma alguma. Parecia hipnotizada. Era apenas um mover do desejo dele. Como se ele fosse o seu mestre.
Ele levantou-se lentamente. Seus músculos estavam tensos, seu corpo sentia o calor espalhando-se de forma rápida enquanto sua excitação acumulava-se em sua ereção. Cada detalhe dela ele passou a capturar, dos pés delicados e pequenos, as coxas roliças, a calcinha pequena, a cintura miúda e tentadora, aqueles seios deliciosos que estavam bem ali, servido em taças para si. As cores escuras contrastando em sua pele leitosa. Quando finalmente a alcançou, ela estremeceu, ele torturou-se sentindo o latejar. A mão agarrou os cabelos negros e seus lábios ficaram a milímetros dos dela. Estavam ofegantes apenas pela densa atmosfera de excitação que estava se formando. Os lábios dela tremeram enquanto sentia o leve pressionar da dureza dele na altura de seu ventre.
—Caralho... – foi tudo que ele conseguiu sussurrar antes de devorar aquela boca que era sua.
