O sol estava se ocultando no horizonte, enquanto os refletores estavam a todo vapor no estádio. O estacionamento lotado, a gritaria e a agitação pareciam tão contagiantes. Assim que passaram da bilheteria, Sasuke se surpreendeu com Hinata, que parecia muito à vontade com as outras garotas. Uma torcida organizada com direito a pintarem o rosto com as listras marinho e preto dos Rock's, bem como comprarem camisetas e luvas de number one.

Bom, ele não poderia reclamar que, entre seus amigos, havia uma certa unanimidade sobre a Hyuuga. Como num daqueles rituais bizarros, como um cara solteiro e do meio da balada, seus amigos incrivelmente a aceitaram como um deles. Era uma bela ironia... Para Sasuke, significava que o cosmo fazia um complô, no entanto, ele parecia lidar e se acostumar com isso a cada instante mais…

Observou-a no seu tênis cover, baixinha, cabelos presos em rabo-de-cavalo, franja cheia, lábios rosados, olhos grandes e lindos, saia jeans escura e blusinha lilás. Quando os olhos dela encontraram, os seus a espiando, enquanto tinha as bochechas tingidas em listras em meio às garotas. Ele viu o adorável rubor ali, logo os olhos se desviaram dos dele. Sasuke, então, colocou as mãos nos bolsos de sua calça, enquanto um sorriso miúdo surgia em seus lábios. Sua mente fora tão longe quanto jamais foi, em um devaneio que assustou até mesmo ele, quando seus lábios sussurraram:

— Hinata Uchiha...

— O que disse? — Itachi parecia como aqueles demônios surgidos das sombras apenas para perturbá-lo. Obviamente o assustou e o colocou na defensiva, não querendo nem em mil anos que o irmão ouvisse algo que, certamente, usaria como motivo de zoação e perturbação contra si pelos próximos vinte ou trinta anos. Não mesmo!

— Disse pra irmos logo! 'Tá enchendo essa droga de lugar — resmungou, fazendo o Uchiha mais velho gargalhar.

— É um estádio, caçulinha. É assim que eles ganham dinheiro, enchendo de gente.

— Não sou idiota. Você entendeu! — Ralhou, irritado, enquanto seu rosto estava ligeiramente mais corado.

Quando ele voltou a olhar para a pequena Hyuuga, ela estava a caráter: o blusão estilizado dos Rock's cobria seu corpo quase formando um minivestido, enquanto a altura das mangas caíam de um lado, deixando um dos ombros nus. Não era como se fosse uma figura erótica nem nada do tipo, mas, por um segundo, um só, era como se ele tivesse a visão dela usando sua camiseta e nada além de roupa íntima, aquela cara angelical e cabelos soltos…

Um segundo e sua mente o traiu. Um segundo e suas pupilas dilataram por ele estar olhando para algo que realmente gostava.

— Uau! Devo tomar com o mascote do time para não roubar você? — Ela corou muito, e, quando ele se aproximou dela, um soquinho fora dado contra o ombro do Uchiha.

— Exagerado! — Ela sorriu bastante sem jeito. — Mas obrigada pelo elogio — ela murmurou, como se assumisse que, de fato, era uma garota bonita aos olhos de alguém e isso parecesse o pecado do orgulho em nível máximo.

Ele estalou a língua e a puxou, depositando um beijo no topo da cabeça dela, que se agarrou a ele. Os olhos perolados subiram de encontro aos negros.

— Pensei que fosse se pintar também — o biquinho formou-se nos lábios dela, o que o fez revirar os olhos.

— Nem ferrando! — Disse, já a puxando para um dos corredores que dava acesso à arquibancada.

— São só listras e isso aqui — ela balançou o dedo gigante de espuma. — vai... é legal! Não seja um mau torcedor. Se o time perder, o culpado é você.

Ele fez uma careta, a olhando de soslaio. Fingiu uma indignação que a fizera rir.

— Meu deus, uma supersticiosa! E o que mais? Nada de gatos pretos?

—Gosto de gatos pretos — ela silabou.

— Fato curioso: ele não gosta de pinturas, mais especificamente, as coloridas. Sasuke tem medo de palhaços — Itachi, que surgira por trás deles, abraçou o casal.

— Itachi! — Bradou, irritado, o Uchiha mais novo, enquanto os olhos de Hinata arregalaram-se, para, logo depois, ela sorrir confusa.

— 'Tá falando sério? — Questionou.

— Sim

— Não! — Sasuke encarou o irmão, ao passo que seus dentes pareciam que iam quebrar com a força imposta no maxilar. — Não tenho medo de palhaços. Só não gosto deles, é bem diferente. E não. Eu não gosto dessa coisa de pintar a cara, porque é horrível para tirar depois, satisfeitos?

Hinata olhou para Itachi e, por alguns instantes, ele mantiveram-se assim como se houvesse alguma cumplicidade ou como se pudessem apenas conversar desse modo. Para a zanga de Sasuke, ambos começaram a gargalhar simultaneamente.

— Palhaços, Sasu?!

— Deus... por que eu? — Resmungou, olhando para o teto, enquanto os dois riam como se o mundo fosse acabar. O mais deprimente? Ele era o motivo do riso. Ele ia matar Itachi, ia ter volta.

O estádio estava lotado. Havia um mar de torcedores e era zona. Naqueles minutos que antecediam o início do jogo, havia uma sucessão de músicas bastante animadas tocando enquanto explosões comerciais rodavam no telão. Os locutores da partida começavam seus aquecimentos e os torcedores terminavam de chegar. Antes, sequer da partida ter início, Hinata havia acabado com a pipoca.

...

Deitada sobre a cama, a Yamanaka tinha em um dos ouvidos seu fone encaixado, onde era possível ouvir uma música baixinha tocando ao fundo. À sua frente, os dedos teclavam, ágeis, no notebook que tinha algumas guias de navegador abertas, bem como alguns aplicativos de edição que ela usava para criar algum conteúdo novo para suas redes sociais.

Embora parecesse bastante confortável, ela não estava necessariamente em casa. Os olhos azuis cianos desviaram do que fazia para encarar a garota de cabelos rosados encolhida na poltrona, que tinha o tablet em mãos. Estava inquietamente calada, e Sakura Haruno calada, era muito, muito questionável. Ino ainda tentava entender toda aquela fumacinha que aflorava na cabeça da melhor amiga desde que fizera a ocorrência contra a Hyuuga. Também soube por alto de uma briga que ela teve com o namorado. Talvez isso fosse um dos motivos para a garota aumentar a ingestão de calmantes naturais.

— Saky? — Ela arrancou o fone, o jogando de lado na cama.

— Hm? — Os olhos verdes da Haruno não desviaram do que lia.

— Está tudo bem? Quer dizer... em que está tão concentrada assim? Achei que estaria em surto ou a gente ia planejar algo legal.

Sakura mordiscou o lábio, enquanto lia o que quer que fosse no tablet, ignorando a loira.

— Sakura! — Berrou a Yamanaka. — Estou falando com você!

— Que foi, porca?

— O que tá fazendo aí? — Ela levantou-se, se sentando no braço da poltrona, vendo se tratar de uma revista digital com uma matéria focada no Rotary clube. Revirou os olhos.

Sakura enfiou a mão no pratinho que tinha na mesinha ao lado, pegando mais uma das suas tiras de cenoura e mordendo com uma certa displicência.

— 'Tô lendo...

— Essa gente aí ainda 'tá em outro nível para gente — brincou e viu a rosada negar.

Sakura clicou em uma foto e deu um zoom no que era uma bela mulher de longos e sedosos cabelos negros, que usava um belíssimo (bem caro e exclusivo) vestido da Maison Nanabi vermelho de paetês. A taça fluit entre os dedos, com o que parecia ser espumante, completava o ar gracioso, elegante e imponente da mulher, que tinha a cintura apoiada por um homem de cabelos tão escuros quanto os dela. Ele tinha o olhar implacável de um caçador e mandíbula dura de um sujeito de poucas palavras.

Era impossível não reconhecer os traços do casal.

— Sakura... isso é obsessão.

— Psiu! Fica quieta. Escuta, a senhora Uchiha Mikoto vai iniciar um projeto de inclusão social e ajuda com catarrentos pobres. Ela fala de algo como oportunidade, moradia, etc... é tipo um centro de apoio, abrigo, que, na verdade, fede a orfanato de gente esnobe. Mas, indo por essa mesma mão, ela pretende realizar um evento inicial para angariar fundos e ter um grande apoio. Sabe o que isso significa?

— Que ela é caridosa e bem relacionada? — Sugeriu

— Não, porquinha! Significa que ela precisa de uma empresa intermediária, assessoria, mídia e que, talvez, de alguém que a auxilie nesse projeto.

— E você está pensando em quê? — Riu sem muito humor. — Sakura, ela é rica, o marido dela é dono de uma das maiores construtoras e incorporadoras do país. Acha que ela não tem acesso a uma boa empresa de mídia ou uma assistente?

— Eu sei que ela tem, mas você acertou em cheio. Mikoto é uma mulher sublime e elegante, altruísta. Ela dirige a fundação beneficente da empresa do marido, mas não costuma misturar as suas caridades com ela. Eu a conheci e tenho certeza que ela não negaria um tipo de estágio a uma amiga do filho que é tão... impressionante, interessada, disposta, que gosta de colocar a mão na massa e, principalmente, é tão empática com a causa. Odeio criancinhas desabrigadas ou sofrendo.

Ino fez uma careta com aquilo.

— Você odeia crianças, Sakura!

— Ela não precisa saber! Eu sou estudante, quero aprender, ajudar... minha mãe é ótima publicitária... — ela mordeu o lábio. — Eu vou mandar um e-mail para ela.

— Saky...

— Pensa um pouco, 'tá? Se eu conseguir isso... bem, talvez eu consiga passe livre para alguma dessas festas. Eu preciso ganhar a simpatia da minha sogrinha e a confiança dela. Eu sou muito boa, você sabe.

Ino suspirou, se afastando da amiga, pensando se não era hora de mandar a Haruno dar uma voltinha no prédio de psicologia da faculdade.

Os olhos negros e perolados acompanhavam com a mesma expectativa o jogo que acontecia diante deles. De longe, um casal bem entusiasta, de perto, do olhar de Itachi, dois malucos pelo time. Era engraçado ver Sasuke, em toda a sua agressividade, sendo acompanhado de perto por uma garota, desde os gritos deles direcionados aos jogadores em campo, até os gritos que trocavam de técnicas e projeções que desenvolviam da partida.

Era incrível ver um cara discutindo com sua garota sobre algum esporte. Era tudo o que ele podia admitir: a Hyuuga tinha um lado muito competitivo, sim, tal como Sasuke.

Quase duas horas após o início daquela partida, um novo intervalo era começado. Esse era o momento em que os vendedores de lanches mais eram requisitados, bem como a música que agitava a arquibancada, voltava com tudo.

Os locutores do jogo mudavam os seus papéis de comentaristas e passavam a interagir de outra forma. O telão se acendia, trazendo imagens da câmera que rodava por todo o estádio em busca de surpresas e interatividade dos torcedores. E, claro, o que todos queriam sempre: o espetáculo da câmera do beijo. Naquele momento, não era tão diferente disso e havia exatos quatros câmeras espalhadas pelo lugar.

Os copos de cerveja estavam quase vazios, os corações agitados e as expressões animadas estavam claras no rosto de Sasuke e Hinata, assim como nos dos amigos, que os cercavam por sentarem próximos.

— Fome? Afinal acabou com meus nachos! — Ele tinha uma expressão falsa de indignação da qual ela repetiu, mesmo que suas bochechas ficassem adoravelmente rosadas.

— Que audácia, Sasuke Uchiha! Como se eu tivesse comido sozinha!

— Ah, vamos lá! Não é uma garota que vive de saladas e dieta... foi um elogio, pega leve! — Ele a agarrou na altura dos ombros, beijando a franja grossa e negra. Levou os dedos aos lábios ao virar a cabeça em direção a um dos vendedores que passava por ali e assobiou alto. — Duas cervejas grandes e... — ele olhou para ela e, novamente, para o vendedor. — Uns seis hot-dogs!

— Sasuke! — Ela socou seu ombro, enquanto ele sorria.

Poucos instantes depois, ela recebia um copo enorme de cerveja barata de estádio, colocando no apoio da cadeira. Os hot-dogs vieram logo em seguida, o que a fez, de cara, abrir um, abocanhando-o, sedenta. Porque aquele tipo de porcaria era tão bom? Ainda mais somada à satisfação da diversão e à companhia... companhia?

Sim, companhia. Afinal, Sasuke conseguiu mesmo tornar sua presença marcante, a fazendo ansiar para eles estarem juntos um pouco mais. Discussões bobas, boca suja, comportamento indecente, teimosia, sexo bom, prazer em apenas ouvir o som da voz de alguém ou estar deitada nos braços, sentindo o colar e o cheiro.

De repente, seu coração batia forte no peito e ela se dava conta que ansiava pelo fim de semana, quando tinham tempo para fazer algo juntos. E também que não conseguia ficar longe do celular durante o trabalho, porque sabia que ele ia mandar alguma indecência para provocá-la. Ela havia se acostumado com a última mensagem de "boa noite" e "durma bem", vinda dele...

— O que foi? — O som da voz dele a despertou.

Ela estava o encarando sem se dar conta, mas ser pega daquele modo, admirando não só fisicamente, mas emocionalmente o cara que você tinha uma amizade colorida (quem ainda acreditava nessa desculpa?), era, no mínimo, desconcertante. Contudo, ela era o exagero em pessoa. Susto, nervosismo e lá estava o seu cachorro-quente caindo sobre as calças dele, o sujando de mostarda para desespero da Hyuuga.

— Oh, meu Deus! Me desculpa foi sem querer! Eu estava distraída, não era nada demais, estava apenas pensando em coisas aleatórias nada a haver com você, mas, se tivesse a ver, também não teria problemas, não é como se... — no ápice do seu desespero nervoso, Hinata agarrou o lenço de sua bolsa, tentando corrigir seu mal feito.

Pobre Hinata desastrada, não dá uma dentro, ela pensou rapidamente, enquanto sua boca não conseguia parar de falar, porém suas mãos miúdas agarraram as coxas do Uchiha, ao passo que ela levou o lenço próximo à virilha, esfregando cada vez mais rápido e forte.

Uma lufada, um susto e, agora, o pânico era completamente dele, que se agarrou aos braços da cadeira.

— H-Hina...

— Mostarda é terrível, sabe? Para tirar, precisa de um truque. Me diz que não é uma calça favorita? Eu juro que eu consigo tirar uma mancha. Você pode mandá-la pra mim e...

Ele jogou a cabeça levemente para trás, fechando os olhos.

— Deus... — gemeu entredentes, enquanto aquela loucura entre eles não poderia ter outro final, além de chamar atenção de todos à volta.

Ela estava tão vermelha, tão nervosa pelo que aconteceu com Sasuke, que se isolou do mundo à sua volta, como os gritos e uivos, os assobios ou as palavras chulas dos amigos do Uchiha e, até mesmo, a cara de choque de Itachi, mas Sasuke ouviu. Será que Hinata tinha algum tipo de karma ou talvez alguma velhinha beata a praguejou? Talvez ela tivesse deixado grana a menos na caixinha do altar, porque vai ter um imã para problemas assim lá na China!

Ele tentou pará-la. Aquilo corria para algo muito, muito grande e muito público. Se ela surtou com uma foto no Instagram, imagina sair em programação ao vivo para todo país? Mas, como dizia o ditado: desgraça pouca é bobagem. Bem, lá estava um câmera-man bem em cima deles e todo um estádio em alvoroço. Os gestos deixavam claro: eles eram o centro da atenção! Os olhos negros, em pânico, olharam para o irmão mais velho, que silabou algo como: faz alguma coisa!

Bom, Sasuke tinha apenas uma certeza naquele momento, enquanto estivesse com Hinata, sua vida jamais seria monótona ou cinza.

Sem pensar duas vezes, ele a segurou com força, a trazendo para si e a beijando, mas, como tudo que tornava-se espontâneo demais entre os dois, Hinata o acolheu. O que era para ser um simples beijo, tornou-se um beijo completo, sedento, eufórico, excitado e apaixonado, do qual parou apenas na falta do fôlego.

As mãos dele acolhiam perfeitamente o rostinho pequeno, enquanto os olhos estavam capturados um no outro. Os polegares dele acariciou as bochechas e, naqueles microssegundos, era como se houvesse só uma bolha os contendo longe de todo o alvoroço externo. Então aquela magia se quebrou com os gritos, alvoroço e assobios explodindo pelo estádio. Muito, muito envergonhada e nem sabendo da metade do que havia acontecido, ela enfiou o rosto no peito dele totalmente acanhada.

— É isso que chamamos de um beijo intenso, não é, Izumo? — A voz de um dos comentaristas explodiu, sobressaindo-se.

— Com certeza, Kotetsu. Olha, esse é o tipo de beijo que faz crianças — sorriu, divertido. — Olha, vou te dizer... se minha garota fizesse isso assim, eu até a pediria casamento. Ouviu só, Yumi? Só uma sugestão.

— Ótima sugestão, a propósito! — Gracejou. — Bem... a oferta está aí, amigão. Peça a essa garota em casamento, as portas do estágio Matatabi estão abertas para esse momento!

Shikamaru finalmente conseguiu uma reação descente ao apertar o controle da TV, a mutando. Havia um silêncio tão, mas tão pesado naquela sala. Os olhos dos garotos ainda estavam fixos na tela de televisão e ninguém, absolutamente ninguém conseguia dizer nada, ao menos nada que coubesse.

Foi nesse mesmo clima que as cabeças vivaram em direção ao Uzumaki, que tinha olhos grandes e tensos na tela grande. Em sua mão, uma latinha de cerveja era desperdiçada com o aperto dele na mesma, a amassando de forma que expeliu todo o líquido, o derramando — não chorarás pela cerveja derrama —.

A face dele estava tão vermelha que arriscariam a compará-lo ao Raiva, do filme Divertidamente. Havia um sentimento grotesco preso na garganta que o impedia de falar. O monstro dos ciúmes finalmente ganhou vida dentro do seu ser, de forma que nunca havia tomado antes por ninguém. Sabe aqueles momentos que certas coisas surgem em sua mente e te tragam para outra realidade? Bem, Naruto vivenciava aquela exata experiência naquele momento.

Lugares, fotos, viagens, ações, sorrisos, palavras, perfumes… Finalmente ele engoliu aquele bolo de arame farpado em sua garganta, sentindo sangrar.

Despertou e sorriu. Sorriu o sorriso mais falso, mais deplorável, mais doloroso e cruel que Shikamaru ou qualquer um deles já tinha visto. Até mesmo Gaara, que certamente diria algo, não conseguiu. Naruto levantou, vendo que estava encharcado de cerveja.

Levou a mão livre à nuca, sorrindo sem jeito, porém incapaz de encarar qualquer um deles. Ele caminhou para a cozinha.

— Alguém quer mais cerveja ou qualquer outra coisa? — A voz dele soou tão normal, tão estabilizada, mas os olhares dos amigos foram em direção ao balde de gelo que ainda continha várias garrafas cheias e lacradas da bebida.

Era mais que óbvio que Naruto queria um instante para ficar sozinho, então quase que imediatamente eles responderam:

— Não, obrigado!

Eu juro que agora eu não consigo aguentar
Sabendo que alguém tem o meu bebê
E agora você não está por perto, baby, eu não consigo pensar
Deveria ter te dado, deveria ter comprado aquela aliança
Porque eu ainda consigo sentir isso no ar
Ver seu rosto lindo, correr meus dedos por seu cabelo