Mais um capítulo esse final de semana. Bom domingo!
Capítulo 03
No dia seguinte Cuddy chegou cedo ao hospital, como usual, e todas as enfermeiras estavam a encarando. Ela estranhou, mas cumprimentou a todas elas e entrou em sua sala. Um grande e lindo buquê de rosas vermelhas estava em cima da sua mesa.
Ela abriu um largo sorriso e caminhou até o arranjo pegando o cartão.
Cuddy,
Eu sei que você gosta das rosas salmão, mas as vermelhas expressam melhor a nossa paixão e o nosso sexo. E eu sei que você me entende.
Obrigado por me aturar nesse último ano, o melhor ano da minha vida.
Com amor,
H
Ela corou ao mesmo tempo em que seu coração acelerou no peito. Ela estava feliz.
"Ei... Wow! House te deu flores?".
"Oi Wilson". Cuddy se irritou, pois nesse momento ela só queria ficar a sós com o buque de rosas e com os seus pensamentos.
"Lindas flores".
"Sim".
"Ele mandou um cartão?".
Ela balançou o cartão que estava em sua mão.
"Posso ler?".
"Sério Wilson?".
"Oh, eu não pensei...".
"Isso é pessoal".
"Ok, claro. Desculpe ser inconveniente".
"Ok, eu preciso arrumar as coisas".
"Tudo bem". Wilson saiu envergonhado. Realmente ele precisava de um hobby ou de alguma coisa para focar, ele estava passando dos limites com a vida de seus amigos. Ele sabia que queria ajudar, que amava os dois e fazia votos para que fossem felizes juntos, mas será que isso tudo não era porque faltava algo ou alguém especial em sua vida? Nessa hora ele sentiu-se muito vazio.
Após as dez horas, Cuddy foi até o banheiro e reaplicou o batom, ajustou a blusa e a saia, respirou fundo e caminhou até a sala de Diagnóstico.
"Dra. Cuddy". Chase disse quando ela chegou.
"Bom dia!".
House olhou pra ela e seu sorriso abriu. "Olá Dra. Cuddy, teve uma boa noite de sono?".
Ela olhou fixamente para ele, "podemos conversar um minuto?".
"Claro que sim". Ele falou. "Vocês fiquem aqui enquanto papai e mamãe fazem sexo na sala ao lado".
Masters arregalou os olhos.
"Ele não fala sério". Foreman explicou.
"Quem disse que não?". House perguntou.
"Eu!". Cuddy respondeu bem humorada.
"Aproveitem e vão fazer os testes que eu pedi". House ordenou. "Temos paciente morrendo".
O time saiu. Taub a contragosto, pois queria tentar ouvir alguma coisa entre a conversa de seu chefe com a reitora.
"Pois não senhora". House falou.
"As flores são lindas!".
Ele sorriu. "Que bom que gostou".
"E o cartão... Bem sugestivo".
"É a pura verdade".
"Sim". Cuddy se aproximou dele e o beijou. A princípio o beijo foi lento e contido, mas logo House a jogou em sua mesa e estava por sobre ela. Eles perderam a noção de tudo, mas então ouviram alguém abrir a porta e se afastaram imediatamente.
"Quem era?".
"Não sei". Ele respondeu.
"Alguém abriu essa porta".
"E se afastou".
"Será que nos viu?".
"Possivelmente por isso se afastou".
"Oh meu Deus!". Cuddy disse tentando ajeitar a roupa.
"House... Dê um jeito nisso". Ela disse apontando para o volume na calça dele.
"E o que você espera que eu faça?".
"Volte ao normal...".
"Só tem dois jeitos. Ou meus hormônios se acalmam quando perceberem que infelizmente não haverá nenhuma ação, ou eu tenho que me aliviar de alguma maneira".
"Não haverá nenhuma ação agora".
"Preciso de uns minutos".
"Ok, eu vou...".
"Você está com o batom todo borrado".
"Oh meu Deus!". Cuddy disse tentando pensar em uma maneira de se teletransportar para a sua sala. "E você está com marcas de batom no pescoço e no colarinho da camisa".
"Ótimo!".
"Troque de camisa". Ela falou enquanto passava os dedos nos lábios do namorado para tirar as marcas de batom dali.
"Eu não tenho outra camisa aqui".
Ela arregalou os olhos. "Você sempre tem uma roupa extra".
"Não hoje".
"O que você fará então?".
"Vou andar por aí exibindo minhas marcas de batom que a reitora deixou".
"House não!".
"Não seja puritana".
"Não no hospital".
"Você sabe que já fizemos sexo no hospital. Mais de uma vez".
"Mas ninguém sabe disso e ninguém deve saber. Isso é confidencial e você andando por aí com marcas de batom não é confidencial".
"Podíamos ter feito isso em um horário livre...".
"As pessoas vão comentar".
"Eles já comentam mesmo sobre nós. Como a reitora linda, sexy, independente e que chuta bundas está com um louco como House".
"Eu te amo!".
"Eu sei disso, mas eles não entendem".
Ela se aproximou. "Você entende?".
"Às vezes não...".
"House...".
Eles não tiveram tempo para mais discussão, logo Chase entrou na sala e Cuddy saiu antes que ele notasse a maquiagem borrada.
"Wow! Dá-lhe Cuddy!". Chase falou bem humorado quando viu as marcas de batom no colarinho da camisa branca de House.
House sorriu e não disse nada. "Você fez o exame?".
"Eles estão fazendo os exames... Eu voltei para pegar o meu celular. Esqueci aqui".
"Você por acaso voltou antes? Digo... Minutos atrás?".
"Não. Por quê?".
"Por nada".
House foi até o banheiro para ver o que conseguiria fazer com a camisa manchada. Ele notou que pouco poderia fazer. Então abriu o armário de Chase usando a técnica do clipe e pegou uma camisa.
"Camisa de playboy, e é curta pra mim... Mas tem que servir".
A camisa ficou um pouco curta nas mangas, então House a dobrou. Ela também ficou curta no comprimento, então ele colocou por dentro da calça jeans.
Mais tarde naquele dia...
"Eu estou dizendo, House e Cuddy se atracaram na sala. Ele estava com marcas de batom no colarinho". Chase contou.
"Dra. Cuddy não seria imprudente". Masters não acreditou.
"Você não conhece nada sobre desejo e sexo". Chase ironizou.
"Você acha que eu sou uma virgem pura?".
"SIM!". Os três homens responderam.
House estava almoçando e Wilson se aproximou.
"O que é isso?".
"Bife".
"Não, eu digo... Essa camisa".
"Gostou?".
"É esquisita em você".
"Esquisito serve".
"Essa camisa não é sua".
"Wilson, eu só tenho uma pergunta. Você esteve na porta da minha sala hoje por volta das 10:20?".
"Não!".
"Ok".
"O que foi isso?".
"Só verificando".
"Você está estranho".
"Estranho funciona".
"Eu vi o buque de rosas. Bonito. Ótimo movimento".
House olhou pra ele sem responder nada.
"Mas você sabia que Cuddy prefere as rosas salmão?".
"Nitidamente você não leu o cartão".
"O quê?".
"Nada".
"Você está estranho".
"E você está mais intrometido do que de costume. Arruma uma vida Wilson!".
Isso tocou fundo no coração de Wilson, ele realmente precisava de uma vida.
No final do expediente House encontrou Cuddy no escritório dela. "Vamos sair hoje as oito, tudo bem?".
Ela arregalou os olhos. "Que camisa é essa?".
"Eu tive que arrumar outra camisa".
"Mas essa está esquisita, muito curta pra você".
"É de Chase...".
"Chase te emprestou uma camisa?".
"Não, eu peguei do armário dele".
"Você invadiu o armário dele?".
"Mais ou menos, mas ele não sabe".
"House!".
"Meu time não me viu mais desde aquela hora... Eu estou evitando justamente pra eles não perceberem que eu peguei a camisa de Chase".
"Como você tem falado com eles? Como você tem tratado o paciente?".
"Telefone".
"Eu não acredito".
"Você não me conhece?".
"Você descobriu quem tentou entrar na sua sala aquela hora?".
"Não, mas... Temos câmeras pelo hospital".
"E você quer que eu peça as imagens da câmera só por conta daquilo?".
"Não é só por conta daquilo, é uma maneira de entendermos quem era o intruso".
"Eu não posso, não tenho como justificar a solicitação das imagens...".
"Você é a reitora. Você pode tudo".
Ela respirou fundo. "Vou ver o que eu posso fazer".
"Ok. Oito horas estarei na sua casa. Deixarei a moto lá e vamos com o seu carro".
"Ok. Julia irá buscar Rachel às sete".
House chegou minutos antes das oito horas na casa da namorada. Estacionou a moto e entrou.
"Você está pronta?".
"Sim". Ela apareceu com três malas.
"Você está louca? Vamos ficar um final de semana e não seis meses".
"Você não me disse onde é, eu tive que levar um pouco de cada coisa".
"Não podemos levar tudo isso... Nem vão nos deixar entrar assim no camping".
"Camping? Eu não acredito!".
"Por quê?". House se fez de desentendido.
"Porque camping era algo que eu fazia com a minha família quando era criança, não é algo que eu tenho pretensão de fazer agora com mais de quarenta anos e com o meu namorado no dia em que completamos um ano juntos". Ela estava muito irritada.
House riu alto.
"Você está me enganando, não é?".
"Sim. Nós vamos para Grand Cascade Lofge no Crystal Spring Resort".
"Wow!".
"Conhece o lugar?".
"Não, mas só pelo nome me interessei em conhecer".
Ele riu.
"Fica nas montanhas, tem cascatas, hidromassagens, massagens relaxantes, restaurantes luxuosos, golfe, piscinas aquecidas, SPA, pôneis, etc. Eu só espero poder fazer muito sexo com você lá".
"Wow House!".
"Gostou? Você é estraga prazer, eu queria fazer surpresa, mas... Três malas não dá".
"Ok, vou mudar para duas". E ela foi sorrindo e empolgada.
Ele riu. House estava levando uma mochila grande apenas.
Quando ela conseguiu otimizar as coisas em duas malas eles foram. House dirigiu.
"Você viu as imagens das câmeras?".
"Eu tive que inventar uma história... Eu não gosto disso".
"O que você disse?".
"Que havia uma suspeita de que um paciente tinha entrado na sala de Diagnósticos por volta das 10:20 para tentar roubar medicamentos".
"Péssima história".
"Eu sei".
"E aí?".
"Ninguém se aproximou da porta até Chase entrar".
"Então...".
"Deve ter sido o vento".
"Vento? Você sabe que lá não tem corrente de ar".
"Então algum espirito".
House riu alto. "Você está falando sério?".
"Não sei. Muitos dizem que veem espíritos no hospital".
"Cuddy eu não te reconheço".
"Ou foi nossa imaginação".
"Sim porque nossa mente combinou em silêncio de ouvir a mesma coisa na mesma hora".
"Eu não sei o que foi. Não havia ninguém".
"Você viu o horário certo?".
"Claro que sim. Vi as imagens por vinte minutos. Me vi entrando na sua sala, depois Chase e depois me vi saindo de lá evitando que qualquer um me visse porque você me deixou uma bagunça".
"E você adorou". Ele disse malicioso.
"Não podemos fazer mais isso. É perigoso!".
"Ah... mãe!".
"Não me chame de mãe nesse final de semana. Nada sexy e quebra o clima do tanto de sexo que vamos fazer".
"Wow!".
"Eu quero colocar algumas músicas que significam muito pra mim". Cuddy anunciou.
"Ok".
Ela espetou um pen drive.
"Você preparou um setlist para a viagem?".
"Sim". Ela sorriu.
House gostou daquilo, ela tinha preparado um setlist para a viagem, House se sentiu importante.
She's like the wind through my tree
She rides the night next to me
She leads me through moonlight
Only to burn me with the sun
She's taken my heart
But she doesn't know what she's done
Feel her breath on my face
Her body close to me
Can't look in her eyes
She's out of my league
Just a fool to believe
I have anything she needs
She's like the Wind
"Lembra?".
"A primeira vez que fizemos sexo, de volta na faculdade".
"Sim". Ela respondeu e começou a acariciar a coxa dele enquanto House dirigia.
"Se você for mais para o lado eu vou ter dificuldades para dirigir".
"Seja romântico".
Ele sorriu, pegou a mão dela e beijou.
"Eu te amo!". Cuddy falou. Ela estava falando muito isso atualmente, talvez pela data celebrativa.
House sorriu e ela deitou a cabeça no ombro dele ouvindo a música.
Cuddy sentiu o celular vibrar, isso interrompeu o momento deles.
"O que é?". House perguntou.
"Wilson". Ela respondeu frustrada.
"Tinha que ser Wilson. O que ele quer?".
"Desejar-nos boa viagem".
"Ele sabe que vamos viajar?". House perguntou confuso.
"Eu posso ter mencionado algo hoje antes de sair do hospital".
"Cuddy... Cuddy... Quando você aprenderá que Wilson é carente por histórias de amor. Mesmo que não seja a dele?".
Ela riu, deixou o celular de lado e voltou a recostar a cabeça no ombro do namorado.
You with the sad eyes
Don't be discouraged
Oh I realize
It's hard to take courage
In a world full of people
You can lose sight of it all
And the darkness inside you
Can make you feel so small
But I see your true colors
Shining through
I see your true colors
And that's why I love you
So don't be afraid to let them show
Your true colors
True colors are beautiful
Like a rainbow
"Você fez uma seleção de músicas dos anos 80?".
"Aham. Foi quando nos conhecemos. Nada seria como é se não estivéssemos em Michigan na mesma época".
"Você está dizendo que não me contrataria pelo meu talento apenas?". House se fingiu de ofendido.
"Provavelmente não". Ela respondeu séria.
"Você assume que só me contratou porque tinha uma queda por mim?".
"Não só. Era um combo que valia a pena: Você mais o seu talento".
"Então se eu fosse qualquer médico pouco atraente eu não teria chance?".
"Nenhuma".
"Você é uma reitora depravada".
Ela riu alto.
"Eu posso te denunciar ao board". House falou divertido.
"O que você falaria? A reitora me contratou porque sempre me achou atraente como o inferno e porque já tinha ido pra cama comigo e queria mais?".
"Ou... A reitora gostosa nunca se esqueceu de como eu a fiz gemer na cama e me contratou porque sou o melhor médico que ela conheceu e porque ela queria meu corpo só pra ela".
"E ela conseguiu...".
"Definitivamente".
Cuddy beijou o pescoço dele.
"Eu não vejo a hora de chegar aquele lugar...". House disse e ela riu.
"Quando chegarmos teremos que fazer o check-in ainda". Ela o lembrou.
"Oh Deus, eu acho que vamos precisar parar no acostamento pra resolver o nosso problema...".
Cuddy riu alto. "Não sou mulher de parar em acostamento para transar".
"Você... Você já transou no banheiro do hospital. Mais de uma vez".
"Foi diferente".
"Nada diferente".
(Turn around)
Every now and then I get a little bit lonely
And you're never coming 'round
(Turn around)
Every now and then I get a little bit tired
Of listening to the sound of my tears
(Turn around)
Every now and then I get a little bit nervous
That the best of all the years have gone by
(Turn around)
Every now and then I get a little bit terrified
And then I see the look in your eyes
"Cuddy, coloque em uma música animada senão vamos entrar em depressão a caminho de uma celebração. Na verdade parece que estamos celebrando nosso divórcio".
"Ok.. ok...". E ela selecionou uma música mais animada do setlist.
I know just how to whisper
And I know just how to cry
I know just where to find the answers
And I know just how to lie
I know just how to fake it
And I know just how to scheme
I know just when to face the truth
And then I know just when to dream
And I know just where to touch you
And I know just what to prove
I know when to pull you closer
And I know when to let you loose
And I know the night is fading
And I know the time's gonna fly
And I'm never gonna tell you everything I've gotta tell you
But I know I've gotta give it a try
"Essa também não é das mais animadas".
"Mas você cantou essa música pra mim, ela sempre estará no meu Top 10 de todos os tempos".
"Eu sei que eu sou inesquecível, mas...".
"Ok. Vou colocar uma animada que dançamos juntos naquela festa".
"Uh...".
We're talking away
I don't know what
I'm to say I'll say it anyway
Today's another day to find you
Shying away
I'll be coming for your love, okay?
Take on me (take on me)
Take me on (take on me)
I'll be gone
In a day or two
"A primeira música que dançamos". Ela anunciou.
"Mais animada".
E assim foram até o destino, entre carícias, cantorias e promessas.
Quando chegaram House deixou o carro com o manobrista, os funcionários do hotel pegaram as malas e eles fizeram check-in.
"Senhor e senhora House". A recepcionista disse. House não quis corrigir. Cuddy gostou do som daquilo e sorriu.
Depois eles foram levados para o quarto. Era um quarto grande com uma lareira, um cama King Size, com uma cozinha completa, uma varanda com vista para as montanhas, sala de estar e um banheiro enorme com uma banheira convidativa.
"Wow!".
"Você gostou?".
"Amei!". Cuddy disse com um largo sorriso.
"Que bom!".
"Faça amor comigo?". Cuddy perguntou ansiosa.
"Wow, assim?".
"Sim. Agora!".
E House não hesitou, ele a tomou em seus braços e caminharam até a cama. Eles fizeram amor lento e suave. Depois dormiram abraçados até que a fome dominou House. Ele acordou perto da uma hora da manhã.
"Tudo bem?".
"Sim, eu lembrei que não jantamos".
"É verdade...".
"Nem só de amor vive o homem". Ele falou divertido a fazendo rir.
Pediram o serviço de quarto e a refeição chegou perto da uma e meia da manhã. Naquele horário só era possível consumir sanduiches, nada mais estava disponível.
"Começamos bem nossa celebração. Sexo e hambúrguer". Ele falou com a boca suja de maionese.
"Amanhã será ainda mais insano: sexo na cascata e comida mexicana no quarto, com direito a comer direto da minha vagina".
House arregalou os olhos, ele não esperava por aquelas palavras.
Ela riu e ele não sabia se o que ela havia dito era real ou não. De qualquer forma, aquele final de semana prometia.
Continua...
Músicas:
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