Apertem os cintos!


Capítulo 04

No dia seguinte eles acordaram depois das nove horas da manhã, estavam abraçados e muito preguiçosos.

"Bom dia, meu amor!". Cuddy disse escorada no peito dele.

"Bom dia raio de sol!".

Ela beijou o mamilo dele.

"Eu devia te trazer em viagens mais vezes...". Ele falou.

"Por quê?". Ela perguntou curiosa ainda abraçada ao peito do namorado.

"Porque você até me chamou de 'amor'".

Ela sorriu. "Eu sou carinhosa e romântica".

Ele franziu a testa. "Sim, mas... Não com tanta frequência como nos últimos dias".

"Você não acha que eu sou romântica e carinhosa?". Ela se virou para encará-lo.

"Não é isso". House sabia que aí estava uma armadilha. "É que não temos o hábito de demonstrar tanto... afeto".

"Talvez seja algo que precisamos mudar".

"Uh... Você quer que eu te chame de 'baby' então?".

"Não só isso... Todo o resto".

"O que você quer dizer?".

"Não quero falar agora... Eu preciso fazer xixi e depois... Quero você!".

"Definitivamente nós precisamos viajar mais vezes".

Ela caminhou nua até o banheiro com um sorriso no rosto.

House sentiu-se um bastardo sortudo pela milésima vez naqueles últimos dias. Ele respirou fundo e pegou a programação do resort para ver o que eles poderiam fazer naquele dia. Por ele ficariam na cama o tempo todo, mas ele pagou caro e precisavam aproveitar aquele lugar.

"Ei...". Ela voltou.

"Podemos tomar um banho nas famosas cachoeiras do resort. A água é aquecida".

"Sim, mas só depois de fazer sexo com você". Cuddy falou e já o beijou.

Obviamente House não iria contestar e se entregou aos desejos carnais.

Mais tarde Cuddy ligou para Rachel. Depois eles tomaram uma ducha, vestiram os trajes de banho por baixo da roupa, foram ao restaurante para o café da manhã e na volta pararam na cascata. Ela uma área linda e muito relaxante. Cuddy tirou fotos e mandou para a irmã, depois entraram na água.

"Você mandou fotos para Wilson?". House perguntou.

"Não. Wilson tem que viver a própria vida".

"Totalmente de acordo".

Cuddy entrou na água primeiro. "Essa água está maravilhosa. Venha!".

House desceu a escada com dificuldades por conta de sua perna, mas chegando lá não se arrependeu. A água era quente e relaxante.

"Eu estava pensando". Cuddy disse enquanto o abraçava. "O espírito de Amber pode ter tentado entrar na sua sala ontem enquanto estávamos...".

Ele riu. "Você não fala sério. Não é possível".

"Eu não acredito... acreditava nisso. Mas ontem...".

"Na imagem das câmeras é possível ver a porta abrindo?".

"A câmera não foca a porta, só dá pra ver o acesso".

"Então alguém pode ter aberto a porta sorrateiramente".

"Não é possível. Não se a pessoa tiver um corpo orgânico. A câmera mostraria".

"Então se a pessoa tiver um corpo espiritual seria possível?".

"É invisível aos olhos dos vivos".

House riu alto.

"Não ria, eu estou tentando entender".

"Usando coisas sobrenaturais? Vamos Cuddy, há uma explicação lógica que iremos descobrir. Você tem as imagens?".

"Eu salvei no meu laptop que deixei no trabalho".

"Eu fico muito agradecido por você ter deixado o laptop no trabalho".

"Eu sou toda sua esse final de semana".

"Uh... Eu gosto do som disso. Vamos para o quarto?".

Ela sorriu. "Não ainda. Guarde essa energia para mais tarde".

Uma mulher bonita passou por eles. House não olhou, ele sabia os problemas que poderia criar se olhasse para outras mulheres em traje de banho enquanto estava com a sua namorada ao lado.

"Você não olhou pra ela?".

"Pra quem?".

"Não se faça de bobo". Cuddy respondeu.

"Eu não me interesso por outras mulheres quando tenho a melhor".

"Você andou fazendo algum curso de como dizer a coisa certa para a sua namorada?".

"Funcionou?".

Ela riu. "Você já me traiu?".

"O quê?".

"Durante esse ano que estamos juntos, você já ficou com outra mulher? Prostitutas?".

"Ei, você me ofende assim".

"Se você admitir eu posso pensar em perdoar".

"De onde vem isso?".

"Não sei... Pensei nisso agora".

"Não são só as mulheres que conseguem ser monogâmicas".

"Mas eu sei que eu tive muitas chances de trair você. Não acredito que você não teve nenhuma chance de me trair".

"Você teve muita chance de me trair?". House perguntou incomodado.

"Mas eu não fiz isso, pois eu não senti nenhuma necessidade ou vontade de ficar com mais ninguém".

"Por que você está falando sobre isso?".

"Não sei".

Ela mergulhou na piscina e House não entendeu nada, ele só pensou que precisava de uma bebida.

Eles ficaram próximos dentro da água quente. De tempos em tempos trocavam caricias e beijos. House pegou um drink com um guarda-chuva rosa decorativo e ficou bebendo dentro da piscina.

"Você acabou de tomar o café da manhã e já está bebendo?".

"Estamos celebrando".

Ela riu. "O que é isso?".

"Uma bebida chique com Martini, morango e alguma coisa".

"Deixe-me provar".

E ele a deixou provar. "Uh...". Cuddy gostou e tomou a bebida da mão dele.

"Ei!".

"Essa bebida é feminina".

"Ah... Então agora eu só posso beber vodca e uísque?".

Ela sorriu. "Mais ou menos isso".

"Você sabe que entrar e sair daqui é complicados por conta da minha perna, não sabe?".

"Ok". Cuddy disse e já saiu da piscina em direção ao bar. Durante a caminhada House observou sua bunda balançando coberta por um pequeno biquíni e abriu um sorriso. Ela voltou minutos depois com dois drinks. "Trouxe pra provarmos. Um é de kiwi, o outro é de caju".

"Wow!". House falou e provaram os drinks. Eles estavam adorando aquilo. E Cuddy continuava trazendo mais e mais drinks de frutas diferentes. Perto da hora do almoço eles estavam bem baqueados pelo consumo de álcool excessivo.

"Eu não sei se eu vou conseguir sair dessa piscina uma vez mais". Cuddy falou rindo.

"Você está bêbada?".

"Um pouco só".

"Não, você está muito bêbada". House riu.

"E você?".

"Eu estou só um pouco alto".

Cuddy foi colocar o copo na beira da piscina e o copo caiu na água, foi o suficiente para ela ter uma crise de riso que não parava. House riu da risada dela. Ambos estavam rindo histericamente segundos depois.

Muitos hospedes olhavam pra eles.

"Eu preciso fazer xixi". Cuddy falou alto.

"Acho melhor sairmos da piscina". House disse.

"Como faremos isso?".

"Tem uma escada...".

"E a sua perna? Nós estamos ferrados". Ela riu mais.

"Cuddy... Eu vou sair e depois te ajudo".

Ela não conseguia parar de rir.

House a levou até perto da escada, respirou fundo e começou a tentar sair da água, mas Cuddy o puxou de volta. O problema é que ela puxou a bermuda dele que desceu. House sentindo o vento bater na bunda desceu rapidamente para a água novamente.

"Você é louca?".

Cuddy ria muito.

"Você quase arrancou as minhas calças".

"Eu vi a sua bunda branca". E ela ria mais.

"Cuddy... Eu não sei se prefiro você assim ou você controladora maníaca".

Ele tratou de amarrar a bermuda o mais forte que podia. Um casal de idosos estava rindo, com certeza eles também tiveram a visão da lua cheia de House.

"Eu preciso sair da piscina, não me puxe, nem puxe as minhas roupas".

"Ok". Ela tentou se manter séria.

House fez uma nova tentativa, ele estava tenso pois além de buscar se equilibrar sob efeito de álcool e com uma perna ruim, ele prestava atenção a sua bermuda. Por fim ele conseguiu sair.

"Cuddy, venha!".

Ela estava boiando na piscina como um peixe morto.

"Cuddy...".

"Eu estou relaxando".

"Você está passando vergonha".

Ela ria euforicamente.

"Venha Cuddy!".

Então ela se aproximou e deu a mão para ele, ele a ajudou e, apesar da dificuldade, conseguiu sair da piscina.

"Vencemos!". Ela gritou quando saiu e celebrou levantando os braços como se comemorasse uma vitória olímpica.

Muitos hospedes riam da cena toda.

"Ok, vamos para o quarto".

"Não...".

House a enrolou na toalha e a levou a caminho do elevador. Cuddy estava andando apoiada nele.

"Você me ama?". Ela perguntou quando a porta do elevador abriu.

Ele balançou a cabeça.

"Sério House, responda!".

Havia mais hospedes no elevador e ele estava tentando evitar que Cuddy passasse por mais constrangimento.

"House!".

"Sim, eu te amo". Ele disse entrando com ela no elevador.

"Que bom! Por que você não quer se casar comigo então?".

House corou e as pessoas que estavam no elevador tentaram segurar uma risada.

"Cuddy você está bêbada".

"Não... Wilson me disse".

"Wilson está louco".

"Você acha que eu não quero me casar com você? Você é quem eu sempre quis".

"Que ótimo". Ele disse tentando cortar o assunto.

Os hospedes desceram e os dois ficaram a sós.

"Eu preciso fazer xixi".

"Eu sei e estamos chegando ao nosso quarto".

"Eu não consigo segurar mais".

"Cuddy, não ouse fazer xixi aqui, por favor!". House disse apavorado com aquela ideia. Haviam câmeras no elevador.

"Você está com vergonha de mim?".

"Não, eu só quero preservar a sua imagem, porque mais tarde você ficará envergonhada e iremos perder o nosso final de semana".

"Você me conhece tão bem".

"Pois é... Chegamos!".

Eles entraram no quarto e ele levou Cuddy até o banheiro.

House respirou aliviado por estarem no quarto. Minutos depois Cuddy saiu do banheiro com as calças abaixadas.

"Eu preciso comer alguma coisa".

"Cuddy, você fez xixi em você. Venha, vou te ajudar com um banho e depois pedimos alguma comida...".

"Eu não sou um bebê".

Ele a ignorou e a levou até a banheira. Então House encheu a banheira e Cuddy ficou se divertindo com as bolhas de sabão.

"Ok, ela sempre cuidou de você, seja você o responsável uma vez na vida". Ele falou baixo para si mesmo.

Assim que saiu do banho e House a ajudou a vestir-se, ela se deitou no sofá e dormiu profundamente. House não sabia o que pensar. Não era exatamente o que ele havia planejado, uma namorada que desmaiou de tão bêbada. E nem Wilson fofoqueiro... O que ele havia falado pra Cuddy, afinal?

A comida chegou e House devorou o seu almoço. O de Cuddy estava esperando por ela, sorte que havia micro-ondas e fogão naquele quarto, pois certamente a comida esfriaria.

"O que você disse pra Cuddy?". House não resistiu e ligou para Wilson. Ele ficou muito incomodado com aquela história do casamento, Cuddy estava bêbada e por isso falou, House sabia que dificilmente ela diria algo se estivesse sóbria. Ela guardaria aquilo para si e faria as mais diversas interpretações.

"O quê?".

"Não se faça de desentendido. O que você disse pra ela sobre casamento?".

"House, onde você está?".

"Na sacada enquanto Cuddy dorme bêbada no sofá".

"Ela está bem?". Wilson perguntou preocupado.

"Ela estava gritando bêbada pelo hotel que eu não quero me casar com ela".

"Oh...".

"Desembucha!".

"Eu não disse nada demais".

House balançou a cabeça.

"Eu só disse que você tinha duvidas sobre a resposta dela caso fizesse a proposta".

"Wilson seu idiota!".

"Desculpe...".

"Você é um fofoqueiro. O que eu vou dizer pra ela agora?".

"A verdade?".

"Você precisa aprender a cuidar da sua própria vida".

"E quando eu namorava Amber quem foi se intrometer no meu relacionamento? Não jogue pedras quando você tem um espelho de vidro na testa".

"Aliás, Cuddy acha que a sua namorada tentou invadir a privacidade alheia. Ex-namorada morta".

"Do que você está falando?".

Nenhuma resposta.

"House?".

"Ela acordou, eu preciso ir". Ele respondeu imediatamente desligando quando ouviu a voz de Cuddy.

"Ei... Você está bem?".

"Eu estou com muita dor de cabeça".

Cuddy estava sentindo-se muito envergonhada. Na sua viagem com ele para celebrar um ano juntos ela passou essa vergonha, se embebedou. E ela não lembrava exatamente o que havia dito, mas sabia que ela falou demais. Muito mais do que devia.

"Isso é esperado...".

"Quão bêbada eu fiquei?".

"Um pouco bêbada. A ponto de fazer xixi na sua própria calça".

"Oh, desculpe... Estou verdadeiramente envergonhada!". Ela corou.

"Sem problemas. Eu pedi comida pra você, mas já esfriou. Se quiser podemos esquentá-la no micro-ondas...".

"Ótimo. Obrigada".

"Eu também posso te dar um remédio pra dor".

"Não quero Dipirona, me dá sono. Eu não quero dormir mais, quero aproveitar a viagem com você".

"Ibuprofeno?".

"Serve...".

Ela se alimentou e depois tomou o remédio.

"Desculpe... Eu não queria...".

"Cuddy relaxe um pouco, você é sempre tão controlada e controladora que às vezes faz bem cometer alguns excessos".

Ela sorriu. "Vamos fazer alguma coisa?".

"O que você sugere?".

"Massagem relaxante?".

"Por mim tudo bem...".

"Vou tentar agendar". Ela disse animada e pegou o telefone. Cuddy conseguiu agendar horário para os dois, então eles foram. Relaxaram por uma hora, Cuddy saiu de lá sem dor de cabeça e se sentindo muito melhor.

"Quero ver os pôneis". Cuddy disse empolgada.

"Você tem o quê? Cinco anos?". House zombou.

"Vamos!". Cuddy o abraçou e o puxou com ela.

"Ok, com calma. Aleijado aqui!".

"Não fale assim, eu não te acho um aleijado".

"Você não me ver como um deficiente físico não me faz menos deficiente".

"Cale-se! Vamos!".

Lá Cuddy andou de cavalo. House não quis.

"Onde você aprendeu a montar cavalos?".

"Meu pai...".

"Seu pai era um cavalo?".

Ela riu. "Meu pai amava cavalos".

"Uh...".

"Você não sabe? Tem medo?". Ela caçoou dele.

"Eu já andei de cavalos e já cai de um cavalo quando tinha dez anos".

"Wow!". Ela arregalou os olhos surpresa.

"Eu machuquei as costas, mas nada grave. Só o suficiente para que meu pai me atormentasse por meses".

"Sinto muito!".

"Acontece. Eu estava imitando o Zorro e tentando ficar em pé sobre o cavalo em movimento... Não ia dar certo de qualquer maneira".

Ela riu. Só ele conseguia fazê-la rir com tanta facilidade.

"Tem algo que eu quero fazer". House disse.

"O quê?".

"Assar marshmallows".

"Sério?". Ela caiu na gargalhada.

"Estamos nas montanhas, eles têm marshmallows, fogueira...".

"Você vai me contar histórias de terror também?". Ela perguntou rindo.

"Isso teria que ser a meia noite, mas nesse horário eu pretendo estar fazendo outra coisa mais interessante com você..". Ele falou malicioso.

"Eu aprovo essa outra coisa...".

"Então vamos logo comer marshmallows para podermos voltar para o quarto. A menos que... Amber venha nos aterrorizar perto da fogueira".

"Vá se foder!". Ela disse divertida.

Ele riu.

"Essa noite vamos jantar em um restaurante, certo?". Cuddy perguntou.

"Sim. E levamos a sobremesa pra casa. No caso... Você será a minha sobremesa".

Cuddy riu alto. "Ok, eu gosto do seu sorvete de cenoura".

House arregalou os olhos. " Eu gosto de uma mulher gulosa".

Eles riram, contaram histórias da infância e se divertiram com os marshmallows. Depois voltaram para o quarto, tomaram banho e se prepararam para o jantar no restaurante do resort.

Cuddy colocou um lindo vestido vermelho com um decote nas costas. House colocou uma camisa preta com uma gravata vinho.

"Você está lindo!".

"Olha quem fala... Você está muito gostosa. Podemos ficar aqui no quarto?".

"Depois... Agora quero te exibir por aí". Ela sorriu maliciosa.

"Tem certeza?".

"Absoluta. E também quero provar o risoto de legumes do restaurante".

Eles foram. Cuddy pediu o risoto e House pediu um macarrão com molho quatro queijos e um grelhado para acompanhar.

"Eu gostei muito desse resort. Onde você o encontrou?".

"Google".

"Mas como você procurou?".

"Locais próximos a Princeton para estar com a sua namorada nua no final de semana".

"Sério!".

"Eu estou sendo sincero".

Ela balançou a cabeça.

"Eu procurei locais próximos a Princeton e essa era uma opção. Eu achei interessante".

"Sim. Eu adorei o presente". Ela pegou na mão dele.

"Esse não é o único presente".

"Não?". O coração de Cuddy começou a bater acelerado e de repente ela se lembrou de que mencionou algo sobre casamento. 'Oh meu Deus, será?'.

"Não. Depois eu te entrego o seu outro presente".

"Você refere-se a sexo?".

"Meu pau é um bom atrativo, mas não é só isso".

Cuddy riu fingindo estar relaxada, mas não estava. Agora ela era a própria tensão em forma humana.

"Eu também vou te dar o seu presente essa noite". Ela anunciou.

"Uh... Eu aceitaria sua hoo hoo embrulhada".

"Você é devasso".

"E você ama".

"Sim". Ela disse rindo.

"Como está a sua cabeça?".

"Bem melhor. Mas não chegarei perto daqueles drinks".

"Inteligente".

Após o jantar eles subiram para o quarto. Cuddy pegou na mão dele e entrelaçou os dedos. Ela sorriu com aquela sensação familiar, era tão confortável.

"Espere! Não faça nada. Fique imóvel!". Ela ordenou.

Cuddy pegou uma coberta e estendeu em frente à lareira. House riu.

"Eu sempre quis fazer amor em frente à lareira".

"Você nunca fez isso?".

"Você já?". Ela ficou magoada.

"Uma vida inteira atrás...".

Ela fingiu um sorriso forçado.

"Mas não foi especial". Ele mentiu, na época, com Stacy, tinha sido importante. Agora parecia uma vida inteira atrás e não importava mais.

"Eu já volto!". House falou e saiu. O coração de Cuddy acelerou. Ela tentou cuidar de ajeitar a coberta, mas o pensamento dela estava longe.

Ele voltou com algo no bolso. Cuddy quase teve uma sincope. Seria aquilo um anel de noivado?

Eles sentaram em frente à lareira. "Eu sei que você merece muito mais, mas... espero que goste".

Ele entregou uma caixa de joia, mas era grande demais... Ela abriu e era um colar e uma pulseira, lindas. Cuddy sorriu, era um conjunto maravilhoso, mas ela estava frustrada, apesar do presente ser de um bom gosto indiscutível.

"Obrigada, são lindos!".

"Você não gostou". Ele disse.

"Eu amei!".

"Eu posso dizer que não. Eu sei quando você mente".

"Não... Dessa vez você se enganou profundamente".

Ele franziu a testa e olhou suspeito.

"Ei, coloque em mim". Ela pediu e assim ele fez.

"São lindos!".

"Eu quero transar com você nua, apenas com o colar e a pulseira". House falou malicioso.

"E eu tenho que te dar o seu presente, mas não aqui".

"Por quê?".

"Aqui em frente à lareira eu quero fazer amor. E o que faremos agora é sexo safado".

"Uh... Eu gosto disso".

"Então venha!".

Ela o arrastou até a cama.

"Deite-se!". Cuddy ordenou.

"Tão mandona!".

"Não quer o seu presente?".

"Claro que sim". Ele se deitou rapidamente.

Cuddy colocou uma música no seu celular e começou a dançar. House arregalou os olhos. Ela começou a retirar o vestido e então House percebeu que ela usava uma cinta liga vermelha.

"Oh meu Deus!".

"Gosta disso?".

"Muito!".

"Eu pensei que o melhor presente pra você seria uma lap dance".

"Eu amo como você pensa".

Ela sorriu e continuou o seu show. À medida que a música avançava ela se esfregava mais e mais em House e tirava parte da roupa.

"Sem mãos". Ela disse quando ele tentou tocá-la.

Logo Cuddy sentiu um volume rígido na frente da calça dele, então ela começou a abusar da fricção.

"Oh Deus!".

"Está desconfortável aí?".

"Um pouco".

"Quer que eu pare?".

"Nunca!".

Ela riu maliciosa e continuou. Depois de alguns minutos Cuddy liberou a ereção dele, apenas abaixou um pouco a calça e então começou a roçar no pênis do namorado.

"Sabia que eu queria sorvete?". Ela perguntou mordendo os lábios.

"Uh...". Ele já não conseguia falar racionalmente.

Então Cuddy se ajoelhou e começou a lambê-lo.

"Oh Deus!".

Logo ela o engoliu completamente. House deitou a cabeça na cama, ele estava perdendo o controle.

"Cuddy se você não parar...".

Ela sorriu enquanto o lambia e House quase se perdeu ali. Então ela parou e se ajeitou sobre ele.

"Eu gostaria de fazer você gozar na minha boca, mas hoje prefiro que você goze no fundo da minha vagina".

"Ohhhh...". House estava louco, ele sabia que não ia durar.

Cuddy o montou e já iniciou em um ritmo insano, em pouco tempo House gozou muito.

"Oh Deus! Desculpe...". Ele disse.

"A intenção era fazê-lo perder o controle".

"Dê-me só um segundo...".

Cuddy sorriu e o beijou. Em pouco tempo ele a virou de costas e começou a massagear o clitóris da namorada, não demorou muito e ela também chegou ao orgasmo.

Os dois ficaram na cama extasiados por alguns minutos. House ainda vestido, apenas a calça e boxer abaixadas.

"Há um ano nós fizemos isso pela primeira vez". Cuddy falou ainda com a respiração pesada.

"Tecnicamente não foi a primeira vez".

"Pare de ser tão lógico. Você entendeu o que eu disse". Cuddy falou olhando pra ele.

"Há um ano você desmanchou o noivado com Lucas. Você se arrepende?".

"Por que isso agora? Eu te dou a impressão de que me arrependo?".

"Não é isso...".

"Eu não me arrependi em nenhum único minuto". Ela falou se virando completamente de lado na cama para encará-lo.

"Você era feliz com Lucas? Eu quero dizer... na cama?".

"De onde isso vem?". Cuddy perguntou chocada.

"Diga-me!".

"House...".

"Eu preciso saber. Você fez sexo de noivado com ele em uma noite e na outra nós estávamos transando".

"Você está me chamando de vagabunda?". Ela se exaltou.

"Não. Mas... Foi rápido".

"Você não queria? Deveria ter me dito na hora, agora é tarde... Doze meses para ser exato". Ela se levantou irritada.

"Você sabe que eu sempre quero sexo com você".

"Você sempre quer sexo com qualquer mulher".

"Ei, não estou discutindo aqui. Estou conversando".

"Uma conversa idiota e sem contexto". Cuddy estava colocando a roupa.

"Você vai sair assim? Vestida de...".

"Puta?".

"Não... Mas estamos conversando".

"E eu não preciso estar nua para te ouvir falar".

"Diga-me o que perguntei. Por favor!".

"Pra que?".

"Eu quero saber, não basta?".

"Eu não gosto de falar da minha intimidade com outros homens para o meu namorado atual e nem pra ninguém".

"Ok, não precisa então". Agora foi House quem começou a levantar a calça.

"Mas eu vou te dizer uma coisa, só porque é você...".

Ele a olhou interessado.

"Eu nunca me senti plenamente satisfeita com Lucas ou com nenhum outro homem na cama ou fora dela. Exceto com você. Mas eles não eram ruins, só... Não tínhamos a mesma afinidade que temos".

Ele arregalou os olhos.

"Com você... Nós somos naturais, as coisas fluem espontaneamente. Com outros homens sinto que preciso forçar algumas situações. Satisfeito?".

"E... mesmo assim você aceitou a proposta de casamento dele?".

"Porque eu não tinha expectativas. Eu estava com mais de quarenta anos e pensei que tinha que pegar o que a vida me oferecia. Ele era uma boa pessoa, bom com Rachel, confiável, amoroso, previsível".

"E no dia seguinte você pensou que poderia estar errada?".

"Eu pensei que era melhor estar só do que com uma pessoa enquanto minha mente e coração estavam em outra. Não seria justo nem comigo, nem com ele".

"Isso quer dizer que você fazia sexo com ele pensando em mim?".

"House, aonde você quer chegar? Eu não vim aqui para falar de outro homem".

"Estamos falando sobre coisas que sempre deveríamos ter falado. Desde o início. Mas nunca mencionamos. Era como o elefante na sala". House disse, nem ele sabia de onde estava vindo aquele rompante. "Você também mandava Lucas embora da sua casa quando ele fazia algo que te irritava? Pois você faz isso comigo. Muito!".

"Eu pensei em você muitas vezes quando estava com Lucas. E com outros homens antes... Eu me culpava por isso, eu me odiava por isso. Você está feliz por escancarar a minha intimidade assim? E eu não te mando embora da minha casa".

"Fico feliz em saber da parte em que você pensava em mim, mas você mente descaradamente sobre não me mandar pra fora da sua casa com frequência".

"Fico feliz em inflar o seu pequeno ego. E fico muito inconformada em ser chamada de mentirosa".

"Cuddy, você me coloca pra fora da sua vida sempre que eu te frustro. Como você acha que eu me sinto?".

"E você acha que eu me sinto bem em pensar que você não se importa comigo e com Rachel?".

Ele riu nervoso. "Quem disse isso? Quem disse que eu não me importo? Você sempre trás isso a tona e eu não entendo. O que eu preciso fazer?".

"Você não demonstra nas coisas do dia a dia".

"Eu não demonstro? O que você quer que eu faça? Eu estou muito comprometido com você, com a garota".

"Você não faz as coisas do dia a dia, coisas importantes...".

"Como tirar o lixo? Como ir buscar Rachel na escola diariamente? Lucas fazia isso feliz como um gado indo para o abate e você quer que eu seja igual ele?".

"Não, eu não estou te comparado a ninguém aqui. É você quem está mencionando homens do meu passado. E eu não acho nada demais um namorado me ajudar com as tarefas de casa, isso mostra que você se importa".

"Desculpe por não ser perfeito em tudo. Pelo menos na cama eu te faço gemer, melhor do que os outros". Ele riu.

"O quê? Não tem absolutamente graça nenhuma, você quer me expor...".

"Ei Cuddy, não! Eu quero saber".

Ela abaixou a cabeça irritada. "Você quer saber das minhas intimidades anteriores a você? Uma vez eu falei o seu nome quando estávamos fazendo sexo... Isso satisfaz o seu ego?".

"Wow!".

"Lucas e eu tivemos uma briga feia naquela ocasião, ficamos uma semana sem nos falar e eu te via todos os dias no hospital e queria te matar".

"Por isso você estava tão raivosa comigo. Pensando em mim e transando com o inimigo".

"Lucas é uma boa pessoa, ele merece alguém que queira estar com ele de verdade".

"Mesmo com a falta de habilidades sexuais?".

"Vamos deixar Lucas de lado?". Ela propôs se aproximando. "Temos coisas nossas para resolver".

"Mas ele não te saciava... Você não é uma mulher difícil, é bastante responsiva".

"Com você. Tudo muda de acordo com o seu parceiro, você deveria saber disso".

"Lucas tinha um pinto pequeno?".

"House, eu me nego a responder isso".

"Por que não? Estamos falando tão abertamente sobre as coisas".

"Stacy tinha uma vagina larga?". Ela perguntou séria e House riu.

"Responda!". Ela exigiu.

"Eu não estava com Stacy quando ficamos juntos".

"Então é uma questão cronológica?".

"Você está enrolando tanto porque realmente ele tinha um pinto pequeno".

Ela balançou a cabeça frustrada. "Tamanho não é tudo".

"Eu nunca tive esse problema, mas quem tem precisa aprender a manusear bem a pequena ferramenta. Pelo visto ele não sabia".

"Eu não quero mais falar de relações do passado e tão pouco detalhes da minha vida com outro homem. Eu quero falar do meu presente e futuro, que é com você".

"Se te satisfaz, eu também pensei em você muitas vezes com outras mulheres".

"Prostitutas?".

"Não só".

"Ótimo, isso só melhora!". Ela disse irritada.

"Eu estou aproveitando tanto a nossa conversa".

"Então anota pra se divertir depois". Ela disse agora muito irritada. "Quer gravar também a minha confissão? Ah... Ele tinha um pênis normal, mediano. Muito pelo no púbis, demais pro meu gosto, ele não aparava nada dos pelos, só começou quando eu pedi. Ele fazia um som esquisito quando ejaculava e nós sempre usamos preservativos".

House arregalou os olhos.

"Gostou do que ouviu?". Ela o provocou.

"Sempre usava preservativos?".

"House... Eu cansei. Vou tomar um banho. Você só se importa com sexo?".

"Não, mas... Vocês usavam preservativos sempre... Sempre? Por quê?".

"Não sei!".

"Cuddy...". Ele tentou segurar o ombro dela.

"Por que você está fazendo isso House? Por que você está estragando a nossa noite?". Ela se desvencilhou da mão dele.

"Eu não fiz nada!".

"Claro que não, você nunca faz nada".

"O que você quer dizer?".

"Você sempre tem medo de dar um passo. Você nunca levou as suas coisas pra minha casa e depois diz que está muito comprometido comigo. É porque eu tenho uma filha? Se eu fosse 'livre' seria diferente?".

"Eu pensei que você não queria que eu levasse minhas coisas... Nunca falamos nisso. Pensei que você iria me achar inconveniente e que eu iria atrapalhar a sua convivência com a garota".

"Será que foi isso mesmo ou será que você não quer estar comigo todo o tempo? Será que você não quer uma vida juntos? Ou quer só a parte do sexo? Será que você quer ser uma figura paterna? Pois, por mais que você não tenha escolhido adotar Rachel e ter uma filha, você seria essa figura para ela".

"Cuddy...".

"Você diz que eu te coloco pra fora de casa, pra fora de minha vida e talvez você esteja certo, mas estou tentando preservar a mim e a Rachel. Eu preciso saber o que você espera, o que você quer".

"E foi você quem disse que não queria me amar, lembra-se? Que coisa ótima pra dizer quando você está se declarando pra alguém. 'Sinto muito, eu não queria te amar, mas eu te amo mesmo assim'".

"Eu fui sincera".

"E isso foi ótimo pra mim, me senti super seguro".

"Não distorça as coisas, estamos falando de algo mais aqui".

"Não é só você quem pode falar...".

"Ah é? Será que você realmente tem medo de ouvir um 'não' a uma proposta de casamento? Ou será que você não pensa em mim para ser a sua esposa?".

Ele arregalou os olhos, tanto que quase saltaram das órbitas.

Continua...