Capítulo 06

"O que faremos hoje?". Cuddy perguntou.

"O que você quiser". House respondeu.

"Se eu soubesse que virar a sua noiva me daria esse poder, teria feito a proposta pra você antes". Ela disse bem humorada. Na verdade ela estava instigando, pois queria entender até quanto aquilo era brincadeira e até quanto aquilo era sério.

"Quem disse que eu aceitaria?".

"Ah não?".

"Eu não sou tão fácil".

Ela riu.

"Que tal... ficarmos na piscina com cascata novamente, mas dessa vez sem drinks perigosos?". Cuddy propos.

"Ok, mas antes... Que tal comida mexicana?".

"Você não está pensando naquilo?".

"Você mesma propôs dias atrás".

"Era figura de linguagem".

"Eu só penso nisso...".

"House não podemos".

"Por quê?".

"Posso pegar uma infecção".

"Nada vai acontecer"

"E como você sabe?".

"Posso pedir comida mexicana? Você me prometeu".

"É manhã, não vamos comer comida mexicana no café da manhã".

"Talvez uns nachos com guacamole".

"Oh House... não!".

"Você me prometeu que eu comeria direto da sua hoo hoo".

Cuddy não podia negar, ela realmente deu essa ideia insana.

"Ok".

House sorriu satisfeito e fez o pedido.

Ele foi tomar banho ansioso, logo o pedido chegou.

"Vamos pra cama".

"Oh Deus!".

Cuddy deitou-se e ele aplicou guacamole na vagina dela.

"Isso é gelado".

"Calma...".

"Não coloca dentro, só deixa em cima".

"Pode deixar".

Então House começou a molhar os nachos na guacamole que estava sobre a vagina dela.

"Uh... delicioso!".

"Seu depravado".

"A ideia foi sua". De repente House começou a lamber a guacamole direto da fonte.

"Oh meu Deus!".

"Bom?".

"Sim!".

Ele aplicou mais guacamole e continuou.

Cuddy gemia alto. Em pouco tempo ela se desmanchou e gozou profundamente.

"Uh. A comida mexicana mais deliciosa que eu já provei".

Ela riu. "Eu preciso de um banho".

"E eu preciso de ajuda aqui". Ele apontou para a sua ereção.

"Depois do meu banho".

"Que tal junto?". Ele propos.

Entraram os dois no banho. Cuddy se limpou. House ficou mais excitado ainda ao vê-la se lavar completamente e profundamente.

Depois ele começou a beijá-la e a penetrou. Fizeram sexo em pé no chuveiro.

Minutos depois Cuddy passou pela lareira e viu resquícios da noite anterior. As taças, a garrafa do vinho caro que consumiram. Ela queria muito saber se aquilo tinha sido real, mas ela não iria perguntar, Cuddy estava com medo de parecer uma boba, de parecer uma garota iludida.

Eles foram para a piscina. Ora ficavam dentro da água, ora ficavam nas cadeiras ao redor.

House notou que ela fez questão de tirar o anel de papel antes de entrar na água, ela o guardou com cuidado. O que aquilo significava, afinal? Por que ela não jogou fora tão logo acabou a encenação, ou aquilo não foi uma encenação?

"Você aprendeu a nadar com quantos anos?". Ela perguntou.

"Eu ainda não sabia nadar quando tinha sete anos, então um dia meu pai me jogou em um rio perto de onde morávamos e disse que se eu quisesse sair vivo teria que aprender a nadar até a beira".

"O QUÊ?". Cuddy praticamente gritou.

"Meu pai era assim...".

"Isso é crime! Você poderia ter morrido".

"Pra ele não era um crime, na cabeça dele era uma maneira de me ajudar a aprender".

"Você poderia ter ficado traumatizado".

"Eu fiquei. Eu nadei até a beira do rio, não sei como porque só me lembro de pensar que eu estava morrendo. Engoli muita água, mas cheguei vivo de alguma maneira. Depois eu evitei chegar perto daquele rio pelos próximos anos que moramos lá".

"Oh meu Deus!".

"Isso é coisa do passado".

"Mas tem coisas que marcam".

"Meu pai já se foi, não há nada a fazer".

"O que a sua mãe achou disso?".

"Ela não soube".

"Você não disse pra ela?"

"Não".

"Por quê?".

"Talvez por medo dele".

"Oh House...". Cuddy pegou na mão do namorado. "Deve ter sido terrível pra você. Terrível e solitário".

"Eu nem me lembro mais, já passou. Houve momentos bons também com ele... É que... John era difícil. Mas eu quero um sorvete, você quer um?".

Ele queria mudar de assunto e ela percebeu. House não era o típico homem que se abria sobre a infância, ela já estava espantada com o dialogo que tiveram a pouco, aliás, ela estava surpresa com o tanto que conversaram sobre sentimentos desde o dia anterior.

"Eu quero um sorvete de pistache".

"Você sempre quer sorvete de pistache".

"É o meu preferido!". Cuddy disse sorrindo.

Eles almoçaram no restaurante do resort, ficaram relaxando no spa e no final da tarde pegaram a estrada de volta.

Cuddy sentiu o coração apertar, ela tinha amado o final de semana com ele, Cuddy percebeu que nunca haviam feito isso, e era algo que deveriam ter feito muitas vezes.

No carro a caminho de casa eles voltaram praticamente em silencio, apenas ouvindo música e pensando. Ambos estavam incomodados com a história do noivado, o que aquilo significou? Perto de chegarem em casa eles resolveram fazer algo a respeito.

"Cuddy". "House".

Só não imaginavam pensar ao mesmo tempo. Então eles riram porque um chamou pelo outro exatamente na mesma hora.

"Pode dizer você primeiro". House falou.

"Não, diga você!". Cuddy disse.

"Eu insisto!".

"Ok. Você pode me achar uma boba, mas eu preciso saber. O que exatamente quer dizer esse anel?". Ela mostrou o dedo com o anel de papel.

"Bem... Era exatamente o que eu ia te perguntar".

"Sério?".

"Sim".

Eles não riram, pelo contrário, o clima ficou ainda mais tenso. O coração de ambos estava acelerado e House dirigindo o carro automático de Cuddy.

"Você...". Cuddy começou. "Você estaria bem com isso?".

"Defina 'isso'".

"Com um noivado real?". Ela falou sem meias palavras.

House continuou dirigindo e focando na estrada, ele agradeceu por ter algo pra focar além dos olhos atentos da namorada.

"Você estaria bem com isso?". Ele devolveu a pergunta.

"House, não desvie".

"Eu não posso desviar, senão bato o carro".

"House".

"Ok, eu estou brincando... Eu não sei Cuddy, eu nunca pensei em casamento antes, nem com Stacy, sempre achei uma hipocrisia descarada. Mas...".

"Mas...".

"Mas com você é diferente".

"Diferente como?". O coração dela estava prestes a sair pela garganta.

"Eu não me importaria de me casar com você".

"Realmente?".

"Sim".

Cuddy respirou fundo. "Então isso quer dizer que estamos noivos, noivos?".

"Se você for louca o suficiente...".

"Minha resposta ontem foi real. Eu disse 'sim'".

"...E não esperar que eu vá atrás de flores e decorações".

"Eu não me incomodarei com isso". Ela falou entusiasmada.

"Então que seja!".

Cuddy sorriu. "Eu te amo!".

Ele sorriu e olhou pra ela.

"Você pode encostar no acostamento por um segundo?". Ela perguntou.

"O que houve?".

"Só pare o carro, por favor".

"Você havia dito que não era mulher de parar no acostamento". Ele a lembrou.

"Eu disse que não era mulher de transar no acostamento".

Então ele parou o carro e imediatamente Cuddy o puxou para um beijo.

"Você sabe que estamos parados na estrada nos beijando e que podemos ser multados, não sabe?".

"Eu acabei de ficar noiva, estou comemorando com o meu noivo".

"Tecnicamente você ficou noiva na noite anterior. E com um anel de papel. Eu nunca pensei que você seria tão fácil".

Ela riu. "Você ainda me deve um anel".

Ele bufou. "Eu sabia. Mal ficamos noivos e você já vai me levar a falência".

"Não reclame, é um preço baixo por ser meu marido".

"Baixo?".

"Agora é melhor irmos, antes que um policial chegue".

"Agora você se importa?".

"Vá House!".

"Nem casamos e já está mandando em mim?".

Ela riu. "Acostume-se!".

"Eu estou acostumado desde sempre com você mandando nas minhas bolas".

E no restante do caminho de volta Cuddy estava nas nuvens.

Quando chegaram House a ajudou com as malas.

"Julia estará aqui com Rachel daqui a pouco".

"Eu preciso ir pra casa, trocar de roupa".

"Eu vou sentir saudades!". Ela falou manhosa.

"Eu voltarei em duas ou três horas".

"Obrigada!".

Ele olhou sem entender.

"Obrigada pelo final de semana!".

"Sem problemas".

"E pelo anel".

Ele riu e balançou a cabeça enquanto ela mostrava o anel de papel que mantinha no dedo.

"Até já Cuddy!".

"Até já House!".


House foi para casa dirigindo o carro de Cuddy. Quando entrou ele sentou-se no sofá e ligou a televisão. Tudo parecia tão habitual e diferente ao mesmo tempo. Agora ele estava comprometido com ela, oficialmente, não que não estivesse antes, mas ele seria um homem casado. Gregory House casado. Essa ideia estranhamento aqueceu o seu coração, o sentimento de que ela disse 'sim'. Na verdade Cuddy o instigou para isso, ela o manipulou totalmente. Quando ele teve essa realização ele riu. 'Ela é uma mulher ardilosa'. Mas ele não estava irritado, isso significava que ela o queria com ela, a insegurança que ele sentia pareceu dissolver-se como uma cortina de fumaça. Independente de ele ser um homem quebrado, de seu histórico, ela o queria como seu marido e não tinha vergonha de mostrar isso para todos. House estava tão cansado que adormeceu no sofá com esse pensamento em mente.


"Mamãe!".

"Rachel! Que saudades!". Cuddy a abraçou. "Como foi o seu final de semana?".

"Legal!". Rachel disse e correu para dentro de casa. As duas mulheres ficaram na porta.

Julia sorriu. "Como foi a viagem?".

"Ótima". Cuddy respondeu começando a sentir um incomoda nas partes femininas.

"Aproveitaram?".

"Muito. O lugar é muito agradável, e eu nunca tinha ouvido falar a respeito". Cuddy precisava desesperadamente de um banho para aliviar aquela queimação repentina.

"House te surpreendeu, hein?".

"Bastante". Ela tentava cortar o assunto.

"Oh não... Você ficou noiva?".

"O quê?". Cuddy estranhou, pois não havia um anel. E o anel de papel estava guardado.

"Você está com cara de quem recebeu uma proposta".

Cuddy arregalou os olhos, "e como é essa cara?".

"Igual a sua. Olhe no espelho!".

Cuddy sorriu.

"Mamãe, eu quero comer!".

"Rachel você acabou de jantar". Julia disse divertida.

"Mas eu quero comer biscoitos".

As duas mulheres riram e entraram em casa. Julia foi junto com elas para a infelicidade de Cuddy que só precisa tomar um banho e ver o estrago que aquela guacamole havia feito.

"Não me enrole Lisa, eu não vou embora até que você me diga o que aconteceu esse final de semana".

"Então... Na verdade eu não sei quem propôs". Cuddy falou dando alguns biscoitos recheados para a filha.

"O quê?".

"Não foi nada tradicional, mas aconteceu...".

"Você está noiva?".

"Exatamente um ano após o meu último noivado. Sim. Mas dessa vez com o homem que eu quero".

"Oh meu Deus! Onde está o anel?".

Ela mordeu o lábio. "Ainda não tenho um anel. Em breve!".

"Ele propôs sem ter um anel?".

"Então, como eu te disse... Não foi um pedido tradicional...".

"Lisa, explique-se!".

"Depois July, agora eu só preciso de um banho e descansar, pois amanhã acordarei muito cedo".

"Você está me expulsando?".

"Não... Desculpe!". Ela pegou na mão da irmã. "Eu te agradeço muito por ficar com Rachel".

"Você sabe que é sempre um prazer ficar com ela".

"Eu ainda estou surpresa com tudo, foi inesperado. Preciso baixar a adrenalina".

"Ok, vou dar o seu tempo. Mas eu te mato se eu não for a primeira a saber os detalhes".

"Pode deixar July. E obrigada novamente!".

"Sem problemas. Tchau Rachel".

"Tchau tia Julia".

"Como se fala Rachel?". Cuddy perguntou para a filha.

"Obrigada tia Julia".

Assim que Julia saiu Cuddy correu para o banheiro com Rachel.

"Filha, fique aqui enquanto mamãe toma banho".

"Tudo bem". A menina sentou-se fora do box e ficou entretida brincando com um lego.

"Oh droga!". Cuddy falou baixo para si mesma quando viu que estava com as partes femininas vermelhas como brasa.

Ela lavou bem e aplicou um creme ginecológico que tinha em casa, no dia seguinte ela precisaria visitar sua médica, Cuddy só não sabia o que falaria pra ela, mas definitivamente ela nunca diria a verdade.


House continuava adormecido horas depois, então foi acordado por uma ligação.

"House".

"O que aconteceu com você? Estou te esperando".

Ele olhou no relógio e era onze e meia da noite. "Oh, eu adormeci no sofá".

"Você não virá então?".

"Eu acho melhor ficar por aqui hoje, está tarde".

"Ok". Ela respondeu desanimada.

"Te vejo amanhã. Levarei uma mala de roupas pra deixar na sua casa, se não for um problema...".

Ela sorriu. "Problema? Fui eu quem sugeri isso. No mais, nós iremos nos casar, esqueceu? Não quero morar em casas separadas".

"Oh, pensei que só te veria para sexo".

Ela gargalhou. "Você terá que me aguentar além do sexo, aliás, estou fechada para balanço".

Seria um prazer aturá-la todos os dias em todas as horas, ele pensou. Exceto quando ela bancava a louca da limpeza, a mãe controladora ou quando ela estava em TPM.

"O quê? Fechada para balanço?".

"Aquela guacamole acabou comigo".

"Sério?".

"Eu estou toda... vermelha, coçando e queimando".

"Wow!".

"Eu passei um creme, mas terei que procurar minha médica se não resolver. Eu te disse".

"Mas foi uma refeição tão deliciosa".

"Pra você...".

"Oh não... Você também aproveitou que eu me lembro bem".

"Boa noite House!".

"Boa noite hoo hoo de fogo!".


No dia seguinte Cuddy estava logo cedo no hospital, o creme ajudou com a irritação nas suas parte femininas.

Wilson foi vê-la em seu escritório.

"Como foi a viagem?".

"Foi ótima". Cuddy disse sorrindo e com os olhos brilhando.

"Pelo seu semblante realmente parece que foi inesquecível".

"E foi".

Wilson sorriu. "Posso saber o que ele te deu de presente?".

"Um conjunto de colar e pulseira lindos".

"Wow!".

Cuddy sorriu.

"Algo mais?".

Cuddy mordeu o lábio inferior tentando disfarçar um sorriso. "O que mais poderia haver?".

"Não sei... Vocês falaram sobre... casamento".

"Ele sabe que você me contou".

"Cuddy...".

"Eu estava bêbada".

"Ele deve estar muito irritado comigo".

"Não sei. Depois que ficamos noivos as coisas acalmaram".

"O QUÊ?".

Ela olhou séria pra ele.

"Vocês ficaram noivos?".

"Você me ouviu".

"Noivos, noivos?".

Cuddy abriu a pasta e começou a olhar os papeis.

"Cuddy, ele propôs?".

"Não exatamente, mas sim".

"O quê?".

"Não foi um pedido tradicional, foi melhor...".

"Me conte tudo!".

"Isso é... pessoal".

"Cuddy!".

"Pergunte pra ele".

"Você tem um anel?".

"Ah sim". Cuddy abriu a gaveta, pegou o anel de papel e colocou no dedo.

Wilson chegou perto e pegou a mão dela para olha. "Você... você está brincando, certo?".

"Não".

"Isso é papel".

"Um anel de papel".

"O que exatamente isso quer dizer?".

"Que estou noiva".

"Com um anel de papel?".

"É o que tínhamos lá".

O rosto de Wilson era a própria duvida em formato humano. Cuddy estava se divertindo.

"Mas... Sério que ele te deu um anel de papel?"

"Significa muito".

"Mas ele propôs com um anel de papel?".

"Tecnicamente foi uma simulação da realidade".

"O quê?".

"Deixa pra lá...".

"Você vai andar por aí com esse anel no dedo?".

"Não, só estou mostrando pra você".

"Mas...".

"Wilson, se você não se incomoda, eu tenho uma ligação agora".

"Mas...".

"Depois Wilson, por favor!".

Ele saiu da sala dela atormentado. O que diabos os dois fizeram no final de semana?


"Você propôs com um anel de papel?".

"Oi Wilson. Você pode me deixar entrar no elevador antes de vir fofocar?".

"Eu não estou fofocando, eu sou o seu amigo".

"Obrigado em primeiro lugar por você ter ido dizer à Cuddy que eu tinha medo que ela recusasse o meu pedido de casamento".

"Não foi bem assim...".

O elevador chegou. "Tchau Wilson".

Mas o amigo entrou junto com ele. House bufou.

"Como você pode ter... você sabe. Com... você sabe de papel?".

Wilson falou em códigos, pois havia outras pessoas no elevador.

"Não foi bem essa a história".

"Então como foi? Por que vocês estão tão misteriosos?".

"Não há mistérios, só particularidades. Isso é algo privado".

"Você nunca deixa as coisas privadas, caso eu deixasse você falaria sobre detalhes do sexo que faz com Cuddy".

Todos no elevador olharam pra eles.

"Obrigado Wilson".

"Oh... eu quis dizer... Cuddiling é uma antiga namorada dele".

"Cala a boca!". House disse saindo do elevador com Wilson a tiracolo.

"Desculpe por isso".

"Wilson, vá arrumar uma vida. Sei lá... Uma namorada, um namorado. Qualquer coisa".

"Só me diga uma coisa... Vocês vão se casar quando?".

Chase que saia da sala de Diagnóstico ouviu essa última parte.

"House, temos um caso".

"Ótimo! Wilson, eu adoraria continuar a conversa, mas tenho que ir". House entrou. "Bom, o que temos?".

"Nada, eu só menti para te safar". Chase disse.

House sorriu. "Você realmente aprendeu com o melhor".

"Casamento hein?".

"Não comece você também...". Chase riu. Mas aquela era o melhor tema para uma aposta, ele começaria naquele dia mesmo.


Horas depois...

"House, pode vir aqui, por favor?". Cuddy o chamou pelo telefone.

"Ok baby!". Ele disse e desceu para a sala dela.

"Wilson já foi tentar falar com você".

"Óbvio que sim".

"Ele é tão previsível".

"Ele é tão fofoqueiro".

Cuddy riu.

"E o que você disse?".

"Não muito".

"Eu também não e gostaria que mantivéssemos os acontecidos entre nós, eu acho que é algo privado".

"Você está com medo porque me propôs casamento?".

"Tecnicamente você me propôs casamento".

"Há controvérsias".

"Foi lindo! Foi um dos melhores momentos de minha vida". Ela disse com a voz tão meiga que House se surpreendeu.

Cuddy estava preocupada que ele houvesse se arrependido.

"Eu não entrarei nos detalhes, não interessa pra ninguém".

"Só pra nós".

"Só pra nós". Ele confirmou. Ela se aproximou e deu um beijo suave no noivo.

"Como está a minha hoo hoo?".

"Tecnicamente é minha ainda. E ela está melhor, obrigada por perguntar".

"Ótimo, odiaria ficar sem sexo".

"Sabe que temos que dar um tempo a ela?".

"Não...".

Ela sorriu. "Ok, eu preciso trabalhar. Você tem algum caso?".

"Não ainda...".

"Vá conseguir um. Você desocupado é perigoso para o hospital". Ela recomendou bem humorada e ele saiu. Mas antes ele viu o anel de papel sobre a mesa dela. Ele teria que fazer algo a respeito, não?


Na sexta-feira seguinte Cuddy iria sair com duas amigas.

"Que amigas?".

"Eu tenho amigos, caso você não saiba".

"Amigas femininas em aceito, masculino pode cortar de sua lista".

Ela balançou a cabeça.

"Michelle?".

"Ela é minha amiga, mas não só ela. Vou sair com Sophie e Cris".

"Uh...". Ele ficou pensativo.

"Você não as conhece, pelo menos algo da minha vida que você não sabe...". Ela falou divertida.

"E você me dirá quem são...".

"São Endocrinologistas, eu as conheci em um dos primeiros congressos médicos que fui. Não nos encontramos com frequência porque moram longe, mas sempre nos falamos. Então... Tenho autorização pra sair com elas, senhor meu amo?".

"Só se eu puder sair com os meus amigos".

"Wilson?".

"Eu tenho mais amigos".

Ela riu.

"Ei, você não acha que eu posso ter mais amigos?".

"Claro que você pode, mas você não se esforça pra isso".

"Vou te mostrar como farei amigas".

Ela balançou a cabeça. "E eu te mostrarei como se esfola o rosto de um namorado no asfalto".

"Ai!".

"E Rachel? Quem ficará com ela?".

"Eu vou levá-la".

"House!".

"Confie em mim".

"Sério?".

"Acha muito gay eu e Wilson com uma criança?".

"Depende de onde irão".

"Se formos comer algodão doce no shopping?".

Ela riu.

"Eu não me importo, mas Wilson é homossexual mau resolvido".

"Cuide de Rachel!".

Horas depois Cuddy foi a um restaurante com as amigas.

"E como está o seu namoro?".

"Na verdade eu fiquei noiva recentemente".

"Noiva, sério? Deixe-me ver o anel". As duas mulheres pediram.

"Tenho um provisório que deixei em casa".

"Deixou em casa? Cuddy, você virou uma mulher devassa depois de velha?". Sophie perguntou bem humorada e elas riram.

"Não, o anel é de papel".

"O quê?".

"Longa história...".

"Ah conte tudo!".

E ela contou.

"Olha, eu acho que seu relacionamento vai dar certo". Cris falou.

"Por quê?".

"Ele é diferente de todos os seus namorados, é louco como você, acho que você precisava de um homem assim".

Ela riram.

"Mas eu ainda não acredito que você está noiva daquele Gregory House, você reclamava tanto dele". Sophie falou.

"Eu sempre disse que existia mais ali. Ela falava dele o tempo todo, aquilo era paixão e desejo reprimido". Cris disse.

"Mas ele é fofo, eu já vi fotos".

"Sophie olha como fala de meu noivo". Cuddy disse enciumada.

"Olha como ela defende o noivo? Parece uma leoa caçando".

Elas riram.

"Definitivamente ele é melhor que o último, aquele Lucas era lamentável". Cris disse.

"Não exagere, ele não era lamentável". Cuddy falou.

"Tinha cara de um bebê chorão". Cris argumentou.

"Que mijou na fralda". Sophie disse rindo.

"Ok, deixe Lucas de lado, ele não me interessa mais". Cuddy se lembrou do final de semana e a última coisa que queria era falar sobre Lucas agora.

"Você tem que nos apresentar Greg".

"Vocês irão conhecê-lo, mas esperem de tudo".

"Interessante".

Mais risadas.

"Eu já estou casada há quinze anos, sem novidades, minha vida é chata e entediante. As crianças estão cada vez maiores e mais chatas". Cris falou.

"Eu estou saindo com alguém, mas não sei... Ele tem um pau pequeno". Sophie fez todas rirem.

E a conversa progrediu durante todo o jantar.

Enquanto isso House e Wilson estavam com Rachel no evento de Monster Truck.

"Cuddy vai te matar!".

"Deixe Cuddy comigo".

"Aqui não é lugar para criança, muito menos meninas".

"Sexista!".

Rachel ficou impressionada com os carros enormes.

Wilson pediu um cachorro quente. "Um só ou quer mais um para o seu par?".

"Que par?". Wilson perguntou vermelho de vergonha.

"Ele". O homem apontou para House.

"Ele não é meu par, é meu amigo com a... menina".

"Não liga pra ele, ele ainda não saiu do armário, não é filha?". House perguntou.

Rachel riu.

"É mentira dele! Eu já fui casado três vezes". Wilson tentou se defender. "Já fui casado com mulheres".

"Não negue nosso amor Jimmy".

Rachel ria alto.

"Por que os carros brigam?". A menina perguntou.

"Essa é a ideia Rachel, por isso é tão legal".


"Você levou a minha filha para aquilo?".

Era Cuddy, ela estava muito chateada.

"Ela amou!".

"Ela é uma criança!".

"Que amou o passeio".

Cuddy ficou chocada com a ideia estupida de House.

Naquela noite Rachel não dormiu, ela teve pesadelos com os carros gigantes. Cuddy e House ficaram acordados a noite toda.

"Desculpe, eu não sabia que seria assim".

"Você precisa pensar antes de fazer as coisas. Ela é uma criança!".

House ficou frustrado, tudo o que ele tentava fazer para Rachel dava errado, ele nunca seria um pai apto. Então a lembrança da troca das pílulas veio a cabeça, como ele pode fazer aquilo? Felizmente Cuddy era praticamente estéril e uma cartela de anticoncepcionais falsos não faria diferença, ele pensou.

Continua...