Espero que estejam se divertindo com a estória.
Capítulo 15
Nos últimos dias Cuddy convidou todos para o casamento, quer dizer, os poucos convidados. Da parte de House, apenas o time (isso porque ele tinha restrição sobre convidar Taub e Foreman e Cuddy o forçou a chamar todos os integrantes do time), Wilson e Helen. House e sua fisioterapeuta se deram muito bem desde o início, ele tinha um carinho especial por ela, mesmo que nunca admitisse esse fato. Agora só faltavam convidar as respectivas mães que foram deixadas por último por razões óbvias.
Cuddy estava na correria total, o casamento aconteceria na próxima semana, então nesse final de semana eles teriam que se mudar obrigatoriamente. A pintura estava pronta, a casa estava linda. Ela contratou uma transportadora de mudança para levar tudo, eles fariam o transporte da mobília e tudo mais na sexta-feira, e sábado e domingo eles precisariam colocar tudo no lugar. House tentou jogar a carta da perna defeituosa, mas Cuddy não se convenceu. De qualquer forma, Wilson, Helen, Chase, Julia e seu marido John os ajudaria. Chase tinha um interesse especial: Ele sabia que Helen estava se divorciando e a mulher era interessante, pra dizer o mínimo.
Wilson achava que Cuddy estava se envolvendo em vários projetos para não pensar na gestação, afinal, ela ainda não estava lidando bem com aquilo. House tinha certeza de que Cuddy estava tentando ao máximo não pensar nos gêmeos, mas ele não estava ferido como antes, ele estava preocupado com ela e com o futuro. Como seria se algo desse errado? Como seria se tudo desse certo?
Entre a mudança e o casamento eles teriam o segundo ultrassom. Outra coisa que House sabia que sua noiva queria evitar pensar a respeito. Ele tentava cuidar dela, mas sem exagerar para evitar que ela se estressasse. Não era fácil, House estava precisando exercitar ferramentas que não tinha como: paciência e flexibilidade, mas o fato é que ele jamais se perdoaria se acontecesse algo, pois foi ele quem originou tudo isso quando trocou os anticoncepcionais. Isso jamais saia de sua consciência.
Então: Mudança, ultrassom e casamento. Oh, sim: a festa de aniversário de Rachel em seguida.
"Eu vou chegar um pouco mais tarde hoje". House avisou.
"Por quê?". Cuddy perguntou curiosa.
"Tenho um compromisso".
"E qual é esse compromisso?".
"Uh... Limpeza de pele".
"O quê?".
"Limpeza de pele".
Ela começou a rir alto. Rachel riu junto com a mãe sem entender nada, apenas achando graça da situação. House ficou sério.
"House, é melhor você me dizer que não quer falar o que fará do que inventar isso".
"Qual é o problema com limpeza de pele?".
"Seu bobo!". Rachel disse e House ficou encarando mãe e filha.
"Você fazendo limpeza de pele?".
"Eu estou tentando me cuidar".
"Isso é sério?".
"Sim". Ele mostrou a mensagem de celular confirmando a marcação da sessão de limpeza de pele.
Cuddy ficou séria e pensativa. "Primeiro a fisioterapia, depois a academia e agora limpeza de pele?".
"E isso é ruim? Eu querer me cuidar?".
"Absolutamente não, mas é estranho".
"Panqueca!". Rachel pediu e House agradeceu mentalmente pela interrupção providencial.
"Rachel você não pode comer panquecas todos os dias, isso não faz bem para a sua saúde". Cuddy disse.
"Panqueca! Por favor!".
"Só uma não irá matar ninguém". House disse e Cuddy ficou irritada.
"House, você não pode contrariar as minhas decisões".
"Por que eu não sou o pai dela?".
"Você é meu papai!". Rachel disse.
"Não vamos falar sobre isso agora, mas não podemos nos contradizer na frente das crianças". Cuddy disse.
'Crianças? Ela falou isso no plural?', House pensou.
"Filha só uma panqueca e amanhã comeremos algo mais saudável, tudo bem?".
"Duas!". A menina pediu.
"Uma".
Ela fez cara de choro.
"Uma panqueca caprichada Rachel. Uma ou nada". House disse.
"Ok". A menina concordou.
Durante o dia Cuddy ficou com aquilo na cabeça, House estava diferente. Ela havia notado que ele começou a cuidar da saúde, não só da perna, ele estava se alimentando melhor. E agora limpeza de pele? Durante a tarde ela o chamou.
"Chase peça a House para descer aqui. Agora!".
"House, acho que sua noiva está irritada, é melhor você descer lá já".
Ele franziu a testa. "O que ela disse exatamente?".
"Chase fala pra House descer aqui AGORA!". Ele imitou a voz de Cuddy. Todos riram, exceto House.
"Muito engraçado, mas pareceu Arlene Cuddy, não Lisa Cuddy".
House desceu até a sala dela sem entender o que estava acontecendo. Ele não fez nenhum procedimento arriscado, nada...
"Oi chefa, você quer falar comigo?".
Cuddy conversava com um médico quando House abriu a porta.
"Obrigada Dr. Barnes".
O médico olhou torto para House, ele não gostava daquele sujeito e não podia entender como Cuddy iria se casar com ele. House o encarou.
"Idiota!". House disse depois que o médico saiu.
"Dr. Barnes é um bom médico e uma boa pessoa".
"Um médico mediano e uma pessoa mediana".
Cuddy respirou fundo. "House, eu preciso saber o que está acontecendo".
"Sobre o que?".
"Tudo! Sua limpeza de pele e tudo mais".
"Ainda isso? Você me tirou de perto do paciente para isso?".
"Você nunca fica perto do paciente".
"Perto emocionalmente".
Ela revirou os olhos. "Eu acho ótimo você se cuidar, mas é um padrão estranho...".
"O que você quer que eu diga? Desculpa eu resolvi me cuidar depois de anos de abuso de drogas e comendo porcaria?".
"Eu não quero desculpas, eu quero entender".
House sabia que ele estava sendo mais uma distração para que ela não pensasse.
"Eu... Eu vou me casar com você, você está grávida... de gêmeos. Eu não quero deixa-la viúva um ano depois ou não ser capaz de segurar as crianças. Eu tenho mais de cinquenta anos, mais… Eu não sou nenhum garoto de vinte e poucos anos. Eu tenho um histórico que não é bonito, eu tenho órgãos internos que sobreviveram a muito descaso. Tem Rachel também... Quem faria as panquecas que ela gosta? Você não sabe fazer".
Cuddy começou a sentir lágrimas escorrerem por seu rosto. E ela o abraçou. Não disse nada, só o abraçou muito forte.
"É hoje às 12hs". Cuddy o lembrou.
"Eu sei".
"Por favor, não quero brigas".
"Você já havia dito isso. E vai depender mais de Lucas do que de mim".
No horário agendado eles entraram no restaurante. Lucas já estava lá e ficou surpreso ao ver House com Cuddy.
"Surpreso? Não era como se você não soubesse que somos um casal". House disse se aproximando e pegando uma pão da cesta de entradas que estava na mesa em que Lucas estava sentado.
"Você pode estar pegando ela agora, mas eu peguei primeiro. Pode estar noivo, mas eu também estive, lembra?".
Cuddy balançou a cabeça, era muita infantilidade.
"Tecnicamente você está equivocado, sobretudo porque tenho certeza de que você era um adolescente espinhento em 1987. Além disso eu lembro bem que ela chutou o seu travesseiro pra pegar nas minhas coisas masculinas que eram maiores e melhores". House disse.
"Vocês foderam quando estavam na faculdade?". Lucas parecia sentir-se traído por ambos.
"Calem-se! Eu não sou um objeto e estou presente". Cuddy disse irritada. "O que você espera Lucas? Me perseguindo? Me obrigando a vir almoçar com você?".
"Pois se for pra dar em cima de uma mulher comprometida e feliz, eu procuraria outra opção". House falou.
"Você deu em cima dela quando estávamos juntos". Lucas argumentou.
"Eu e Cuddy sempre pertencemos um ao outro". House falou meloso. "No mais, ela estava longe de estar feliz com você".
"Vocês dois, quietos!". Cuddy disse. "Lucas, eu sinceramente espero que você esteja feliz, eu estou feliz".
"E você está grávida?". Lucas perguntou chocado.
"Não! Sim!". Eles responderam em uníssono. Cuddy negou e House confirmou.
"Como você descobriu isso?". Cuddy perguntou entregando os pontos.
"Eu sou bom no que eu faço".
"Você anda investigando registros médicos confidenciais?". Ela estava indignada.
"Eu sabia que eu estava certo, e não, eu não olhei os seus registros médicos". Lucas disse. "Você está... Com um semblante de mãe".
"Semblante de mãe?". House perguntou.
"Não sei explicar".
"Você é esquisito". House falou.
"E se eu descobrisse que eu tenho HIV?". Lucas os provocou e House riu.
"Usando preservativos é difícil transmitir".
"Você contou pra ele sobre nossas intimidades?". Lucas perguntou indignado.
"Lucas eu...".
"Cuddy e eu não temos segredos". House se intrometeu. "Eu também soube sobre suas habilidades não tão habilidosas...".
Ele corou. Cuddy corou. "House!".
"Lucas, existe alguns bons filmes para se aprender alguma coisa, enquanto isso sempre é possível comprar uma boneca inflável".
"Vá se foder!". Lucas disse e Cuddy previa o pior cenário possível.
"House pare!". Ela disse baixo na orelha dele. "Ele é perigoso, já mostrou que pode fazer coisas ilícitas".
"Você está com medo?". House perguntou mais alto do que queria.
"House... Eu quero viver em paz com você". Ela tentou disfarçar.
"Lucas, se você ama Cuddy ou já amou, a deixe ser feliz comigo e com o nosso bebê".
Cuddy arregalou os olhos, ela não esperava por aquilo.
"Ela não quer você, ela já se decidiu, iremos nos casar e teremos um filho juntos".
Lucas parecia arrasado. House pegou a mão de Cuddy e saiu.
"Você não deveria ter falado aquelas coisas, eu só quero distancia de problemas".
"Cuddy, ele não fará nada. Lucas ficou devastado".
Cuddy não entendeu nada.
"Ele é estéril".
"O quê?".
"Eu posso ter tido acesso a alguns registros médicos no passado".
"House!".
"Você não estaria grávida agora se não fosse por um esperma realmente saudável".
Ela balançou a cabeça. Homens e suas necessidades de parecer mais machos do que os outros machos.
Naquela noite eles decidiram que precisariam ligar para as mães e falar sobre o casamento. Apenas sobre o casamento, nada além disso.
"Você primeiro". House falou.
"Por que eu primeiro?".
"Arlene sabe que estamos juntos há mais tempo".
"Claro, eu me esqueci de que você nem disse para a sua mãe sobre nós até... pouco tempo atrás".
"Sem sentimentos ruins sobre isso. Eu não falo nada para a minha mãe desde os oito anos".
Cuddy balançou a cabeça e pegou o telefone.
"Lisa, o que aconteceu? Greg Morreu?".
"Não mãe. Por que você acharia isso?".
"Porque você nunca me liga, só pode ter acontecido alguma coisa ruim".
Cuddy se arrependeu por ter ligado.
"Não é nada ruim mãe, eu quero fazer um convite".
"Ajudá-la a se mudar de casa para viver no pecado em um espaço maior? Não obrigada!".
"Julia fala demais".
"Sua irmã tem consideração por mim, diferente de você".
Cuddy já estava ficando vermelha de raiva.
"Sua pressão vai subir Cuddy, desligue". House disse e ela o ignorou.
"O que esse ogro do seu lado falou?".
"Nada mãe. Eu quero te convidar para o meu casamento".
"O quê? Eu já sou idosa para você brincar comigo assim".
"Não é brincadeira. Casarei-me daqui a duas semanas. Uma semana e meia, pra ser exato".
Arlene ficou muda.
"Mãe?".
"Lisa Cuddy, você me convida para o seu casamento que vai acontecer daqui a uma semana e meia? Você não tem vergonha?".
"Não...". Ela respondeu vacilante.
"Eu nem sabia que você estava noiva".
"Aconteceu tudo muito rapidamente".
"Sua irmã sabia?".
"Não". Ela mentiu.
"Você está grávida?".
Cuddy corou. Ela não poderia dizer isso.
"Por que você pergunta isso?".
"Porque você está correndo demais para se casar".
"Eu tenho mais de quarenta anos, eu não tenho catorze, mãe".
"Gregory vai se converter?".
"Não".
"Vocês terão um casamento judeu?".
"Não".
"Então não vejo sentido".
"Mãe, nós faremos algo pequeno, mas se você não quiser...".
"É claro que eu irei. Eu quero ver com meus próprios olhos e garantir que esse bastardo casou".
"Ok".
"Posso levar um rabino?".
"Não mãe! Nosso casamento será ecumênico".
"Que babaquice!".
"Eu fico feliz por você sempre respeitar as minhas decisões". Cuddy respondeu irônica.
"Eu não tenho culpa se desde a adolescência você toma atitudes insanas".
"Insanas? Mamãe... Eu me tornei uma médica, a melhor da minha turma. Eu dirijo um hospital...". House tirou o telefone dela.
"Arlene, é Greg. Como vai?".
"Oi Gregory, o homem que vive em pecado com a minha filha e que casará sem se converter".
Cuddy quis tomar o telefone de volta, mas House não permitiu.
"Sobre isso. Eu continuo ateu, continuo um idiota e Cuddy está bem com isso, então...".
"Você é um idiota!".
"Semântica".
"Eu vou ao seu casamento só para ter certeza de que Lisa obrigará você a colocar um anel no dedo".
"Em primeiro lugar, mãe, ela não me obrigou a nada".
"Eu não sou a sua mãe!".
"Em segundo lugar, mãe, Cuddy é tudo que você ou Julia não são, então trate de respeitá-la por tudo o que ela é e tudo o que construiu".
Cuddy olhou chocada com as palavras dele.
"Deixe-me falar com Lisa".
"Ok mãe".
"Eu não sou a sua mãe!".
"Mãe". Agora era a filha legitima quem falava.
"Lisa, fale pra esse sujeito que eu não tenho filho dessa idade. E que se ele fosse meu filho seria bem diferente".
"Ok mãe, eu preciso desligar, House precisa falar com a mãe dele".
Ela riu. "Boa sorte com isso".
"Eu te mandarei os detalhes do casamento depois".
"Você sabe que eu não estou feliz com isso, certo?".
"Perfeitamente".
"Ótimo!".
"Legal".
E desligaram.
"Acho que foi tudo bem...". Cuddy disse e House riu alto. Eles caíram em uma crise de risos que levou alguns minutos pra passar.
"Agora é a sua vez e prometo que não pretendo roubar o telefone da sua mão". Ela disse.
"Eu salvei sua vida".
"Que exagero!".
"Sua pressão arterial estava subindo".
"Quero ver se você se sairá muito melhor".
Ele pegou o telefone e discou para Blythe.
"Greg? Está tudo bem?".
"Oi mãe. Sim, tudo certo".
"É tão difícil receber uma ligação sua que eu assustei".
"Não. Está tudo bem".
"Que bom!".
"Sim".
"Fala logo!". Cuddy disse percebendo que House estava enrolando.
"Então mãe...".
"Sim, Greg".
House sentia-se como um garoto dizendo para a mãe que tinha uma namorada na escola.
"Eu estou noivo, você soube recentemente...".
"Sim, eu sei. Com Lisa Cuddy. E eu sabia do seu relacionamento antes do que você pensa".
"O quê? Como você soube?".
"Se não fosse por James eu nunca saberia nada a seu respeito".
"Filho da puta!".
"Não fale assim de James, ele é um bom amigo".
"O que ele te disse?". House perguntou preocupado e Cuddy queria rir.
"Que você e Lisa estavam namorando".
"Quando ele te disse isso?".
"Há alguns meses".
"Há alguns meses?".
"Alguns meses depois que vocês começaram a se relacionar".
"Sério?".
"Greg, se eu esperar informações de você...".
"Então você manipula o fofoqueiro pra receber notícias minhas?".
"Não preciso de muito esforço".
"Claro que não". House queria matar Wilson.
"Mas vocês continuam noivos, certo? Você não fez nenhuma bobagem, não é?".
"Sim, é por isso que liguei".
"Você fez alguma bobagem?".
"Não…". Ele respondeu irritado.
"Vocês irão se casar?".
"Ele te disse isso também?".
"Ahhhhhhh!".
House afastou o telefone da orelha. Cuddy ouviu o grito mesmo estando distante.
"Estou tão feliz!".
"Wilson te falou sobre o casamento também?".
"Não, isso não".
"Então mãe, o casamento será daqui a duas semanas".
"Já?".
"Sim. Será uma cerimônia pequena".
"Com certeza eu irei!".
"Eu nem te convidei". House falou bem humorado.
"Gregory House, se você não me convidar para o seu casamento eu prometo que manipulo James para me contar coisas que você não quer que eu saiba".
"Ok você ganhou o prêmio de manipulação da década. Agora eu vejo que realmente sou seu filho".
"Estou convidada?".
"Depois disso... Sim!".
"Ahhhh!".
Cuddy riu quando ouviu novamente o grito da senhora.
"Lisa está aí?".
"Sim".
"Deixe-me falar com ela".
"Você vai perguntar quais são as reais intenções dela comigo?".
"Claro que não, eu vou parabeniza-la por ter conseguido alcançar um milagre".
House balançou a cabeça e entregou o telefone para Cuddy.
"Lisa?".
"Oi Blythe, é um prazer falar com você".
"Oi querida, eu estou tão feliz por vocês!".
"Obrigada. Eu também estou feliz".
"E sua filha adorável, como ela e Greg se dão?".
"Ótimo. Rachel e House se dão muito bem".
House arregalou os olhos.
"Não imagino Greg convivendo com crianças".
"Ele é ótimo com Rachel".
"Sério?".
"Por mais que isso te surpreenda". House gritou.
"Eu fico muito feliz! Eu nunca sonhei em ver meu filho casando e nem em ter uma neta, ganharei as duas coisas".
Cuddy pensou que a senhora não sabia a metade da história.
"Rachel vai adorar tê-la como avó".
"Eu também!".
"Acho que Greg não teve a oportunidade de dizer, mas nós iremos nos mudar para uma casa maior esse final de semana".
House queria matar Cuddy. A mãe dele não precisava saber de tudo.
"Oh... Que ótimo!".
"Depois você está convidada para nos visitar".
House fazia que 'não' com a cabeça, mas Cuddy aproveitava o momento de liberdade com a futura sogra.
"Com certeza eu irei. Mesmo que meu filho não queira".
Elas riram.
Quando desligaram House contestou a conversa das mulheres.
"House, melhor ela saber logo".
"Surpreende-me você não ter falado sobre a gravidez".
Cuddy respirou fundo. "Sua mãe é uma senhora muito educada e simpática".
"Conviva com ela!".
No final de semana todos vieram para ajudar na mudança. Rachel ficou com Arlene enquanto os adultos faziam o trabalho. House tentou a todo o momento fugir das tarefas árduas, e vira e mexe Cuddy o pegava escondido.
"Se você insistir e ficar carregando peso...". House a alertou.
"Eu não estou carregando nada".
"E como você está justificando? Ninguém sabe sobre o seu estado especial atual, só Wilson".
"Eu disse que estou com o ombro lecionado da ioga".
"Esperta! Vou falar que minha perna está lesionada da academia".
"Você não vai, você irá ajudar. Está ficando mais forte, faça uso desse fato".
"Minha perna requer cuidados especiais".
"Você não precisa carregar o piano sozinho, basta ajudar com algumas caixas".
Ele bufou.
"Vamos!". Ela o abraçou pelas costas e o beijou no pescoço. Depois eles foram abraçados até a sala.
"Finalmente o dono da casa apareceu!". Julia falou.
"Oi Julia, é ótimo te ver".
"Seu falso!". Julia jogou um urso de pelúcia de Rachel nele.
"Ah é?".
House jogou de volta e começou uma guerra. Eles estavam se divertindo.
"Ei, vocês querem parar de agirem como crianças e me ajudar? Só eu estou fazendo força aqui?". Wilson perguntou chateado.
"Como só você?". John, marido de Julia, contestou.
"Chase só fica de papo com Helen, vocês brincando de guerra de urso, Cuddy não pode...". Wilson quase falou o segredo. Cuddy arregalou os olhos assustada. "Por conta do ombro Cuddy está fora de questão".
"Wilson você é chato e estraga prazer". House disse e começou a levar algumas caixas para o quarto.
"Wilson você pode me ajudar com as caixas na garagem, por favor?". Cuddy pediu e foram até lá.
"Por favor, cuidado com o que diz!". Ela o alertou.
"Eu não ia dizer nada".
"Não é o que pareceu".
"Eu não disse nada".
"Por muito pouco".
"Eu vou ficar mais atento".
"Obrigada! E obrigada por ajudar hoje".
"Sem problemas. Se bem que... ele é egoísta Cuddy, como você aguenta?".
"Você é amigo dele há décadas... E ele não é egoísta em tudo".
"Eu não estou falando de sexo".
"Oh, nem eu estava. Mas já que você mencionou... House não é nada egoísta nesse tópico, muito pelo contrário".
Wilson corou.
"Ele já era muito bom na faculdade, agora então... porque você acha que esperei mais de vinte anos para repetir o melhor sexo da minha vida?".
"Ok, eu não preciso e não quero saber das suas intimidades com o meu amigo".
"Você fez insinuações...".
"Eu me arrependo".
"Ok. Passe-me aquela caixa rosa, por favor?".
E eles mudaram de assunto.
No sábado à noite pediram pizza para todos, eles jantaram, beberem cerveja, riram, brincaram. Por mais cansados que estivessem eles se divertiram. House e Cuddy dormiram em meio a caixas. No domingo o casal passou o dia organizando tudo, ao final a mudança estava 80% completa.
"Eu nunca mais me mudo na vida". House falou.
"Que exagerado!".
"Exagerado? Você tem mais roupas que uma estrela pop no auge da carreira. E sapatos então? Pra que tudo isso? Você não vai usar mais de um par por vez, não é como se você fosse uma centopeia".
"E pra que você tem tantos pares de tênis".
"Comparado a você não é nada...".
"Nós nem fizemos sexo de inauguração...".
"Você tem animo pra isso?". Ele perguntou surpreso.
"Você está duvidando de mim?".
"Nunca!".
E eles fizeram amor, mas House a levou para a cama, só por garantia.
Rachel chegou na segunda-feira e adorou a casa. Ela tinha um quarto enorme e bem decorado, a menina sentia-se em um castelo.
"Eu amo essa cama". Rachel falou.
Era uma cama em formato de castelo.
"Eu falei que ela ia gostar". House disse. Ele insistiu para Cuddy comprar essa cama.
"Ainda bem, pois custou o olho da cara". Ela sussurrou para ele.
"Não tanto quanto aquele sapato Prada".
"Pare de invocar com os meus sapatos".
"Desde ontem, quando contei duzentos e vinte e um pares, eu estou chocado. Ainda não me recuperei".
"Não comprei tudo no mesmo dia...".
"Tanta criança passando fome...".
"Cale-se!".
"Vocês estão brigando?". Rachel perguntou de cima do castelo, ou melhor, da cama.
"Não filha, mamãe estava conversando com House".
"Papai! Ele é papai".
"É... mamãe estava conversando com papai".
House franziu a testa. Era muito estranho que ele não sentisse estranheza com aquela frase? Ele estava se acostumando a essa vida?
Continua...
