Agradeço os comentários. É sempre bom saber a opinião e sugestão de vocês. Continuem, por favor!
Capítulo 21
"Dr. House deve chegar aqui em alguns minutos". Cuddy respondeu.
"Obrigada. Você deve ser a chefa dele. Certo".
"Na verdade eu sou a chefa de todos os médicos, enfermeiros e times técnicos". Cuddy esclareceu. "Mas eu também sou a esposa do Dr. House".
"Esposa?".
"Sim".
Lydia começou a entender porque a mulher estava tão interessada na história dela. De repente ela sentiu-se enjoada.
"Talvez fosse melhor eu voltar outro dia, não quero atrapalhar".
"Imagine Lídia. Logo House estará aqui. Você pode esperar no meu sofá enquanto eu organizo algumas coisas. Não será nenhum problema".
Sem opção a mulher aceitou. Ela ficou no sofá do escritório de Cuddy enquanto ela trabalhava.
Quando House entrou no hospital ele estava lívido.
"Dra. Cuddy está com a senhora que te procurava na sala dela". Raika, assistente de Cuddy, disse. As enfermeiras já estavam comentando sobre o que seria aquilo. Dr. House traiu Cuddy? Será?
House entrou na sala apressadamente.
"House, bom dia". Cuddy falou.
Ele procurou ao redor e encontrou a mulher no sofá.
"Lydia?". House perguntou intrigado e ao mesmo tempo irritado, o que a mulher fazia ali?
"Olá". Ela respondeu também sem saber como agir.
"Lydia eu preciso conversar com House sobre uma assunto médico". Cuddy o puxou com ela para o banheiro privativo que ficava em sua sala.
"O que estamos fazendo no banheiro?".
"Quem é ela?". Cuddy perguntou.
"Você não acha que ela vai notar que estamos escondido no banheiro falando sobre ela".
"Não me interessa o que ela vai pensar. Quem é ela?".
House respirou fundo. "A cunhada dela era uma paciente em Mayfield. Ela ia visita-la com frequência".
Cuddy continuou olhando pra ele, pelo menos as histórias batiam, ela pensou.
"Nós não conhecemos por conta disso".
"E...".
"E... E nós ficamos juntos, uma vez. Só".
"Sexo?". Cuddy arregalou os olhos. "Você fez sexo enquanto era um interno em um hospital psiquiátrico?".
"Eu sou bom assim...".
Cuddy franziu a testa irritada.
"Isso foi passado, só uma vez. Ela era casada".
"Casada?". Cuddy arregalou os olhos novamente.
"Ela estava triste, eu também. Aconteceu...".
"Oh meu Deus!". Cuddy colocou a mão sobre a boca em choque.
"Nós não tivemos mais nada depois...".
"Eu me culpando porque fiquei com Lucas enquanto você estava lá...".
"Cuddy é diferente".
"Quão diferente?".
"Eu estava mal e ela me ajudou. Ela foi um vínculo com algo novo. Foi importante, mas passou".
"Pensei que você pensava em mim enquanto esteve lá...". Ela disse muito incomodada.
"Pensar em você é algo que nunca paro de fazer, mesmo antes. Eu até mesmo alucinei com você...".
"No entanto você fez sexo com outra enquanto pensava em mim".
"E você com outro...".
Os dois se encararam, respiraram fundo.
"Temos que sair do banheiro".
"Sim". House concordou e ambos saíram. Lydia estava lá, aguardando.
"Eu tenho que ir... Eu não quero incomodar". A mulher tratou de dizer sentindo-se deslocada.
"Você pode falar com House na minha sala, eu tenho um compromisso". Cuddy falou e já saiu. House se surpreendeu. Aquilo era bom ou ruim? Ele não sabia dizer.
"Então...". Ele começou.
"Desculpe Greg eu não sabia que você era casado...".
"Eu não era casado naquela época". Ele se justificou, pois ela poderia pensar que ele havia sido um cafajeste. Se bem que ela...
"Fico feliz por você. Sua esposa é linda! E parece grávida".
"Sim. Gêmeos".
"Wow!".
"Já temos uma menina também. Quer dizer... Ela adotou Rachel antes de ficarmos juntos, mas ela é minha filha também... Agora...".
"Fico muito feliz por você".
"Obrigado".
Enquanto isso Cuddy só precisava respirar. Ela pegou o elevador driblando todos os chamados de médicos, enfermeiros e foi parar no telhado.
Ela saiu no ar frio com a pouca roupa que vestia, mas apesar do frio ela precisava de ar. Muito ar.
Na sala a conversa não foi muito adiante.
"Eu acho que vou indo. Desculpe eu não queria causar problemas".
"Lydia, o que te trouxe aqui?".
A mulher respirou fundo. "Não é mais importante".
"Diga!". Ele insistiu.
"Eu... Todos esses anos eu pensei se havia tomado a decisão certa. Ficar com meu marido pelos meus filhos e pela minha cunhada. Eu precisava te ver. Mas noto que tomei a decisão certa para mim e para você. Greg, você parece bem...".
"Eu estou bem".
"Que bom".
"Você tomou a decisão certa". House falou.
Ela sorriu.
"Como está a sua cunhada?".
"Melhorando progressivamente. Não é fácil".
"Nunca é".
"Mas você parece muito bem".
"Eu não nadei em um mar de rosas o tempo todo...".
Ela balançou a cabeça em concordância.
"Eu preciso ir. Foi ótimo te ver. E conhecer a sua esposa. Diga a ela que foi um prazer e que faço votos que sejam felizes".
"Ok. Obrigado".
House saiu da sala e não encontrava Cuddy. Aquilo estava o perturbando. Então ele tentou o telhado, era o espaço dele, mas ele sabia do poder do isolamento e do ar fresco. Então ele entrou no elevador e foi até o último andar, de lá era preciso subir um pequeno lance de escadas para acesso ao telhado, ele lembrou-se de que essa era a razão pela qual ele não subia no telhado mais vezes.
Quando ele abriu a porta avistou Cuddy tremendo de frio e olhando para o horizonte. Ele se aproximou.
"Aceita um café? Um casaco?".
Ela não respondeu nada.
"Cuddy, ela não significou pra mim 1% do que você significa. Ela foi importante naquele momento, graças a ela eu não me perdi completamente em um limbo de miséria. Mas cada um seguiu a sua vida e eu estou aqui hoje. Com você".
Cuddy sorriu tristemente e olhou pra ele.
"Será mesmo? E se tivesse sido diferente?".
"Mas não foi. E eu não queria que tivesse sido diferente".
"Eu não sei... Tudo isso... Toda essa vida... As vezes parece que a felicidade vai terminar a qualquer momento".
"Bem vinda ao meu mundo!".
"É desgastante viver assim...".
"Isso vai passar. Quando os gêmeos nascerem e você perceber o buraco em que nos metemos com dois bebês chorando ao mesmo tempo e Rachel reclamando, você notará que é tudo muito real".
Ela riu. Eles ficaram em silêncio depois.
"O que Lydia queria?".
"Queria saber se eu estava bem".
"Duvido!".
"Ela viu que eu estou muito bem e foi embora".
Cuddy respirou pesadamente. "Eu estou com frio. Vamos voltar pra dentro do hospital?".
"Não antes de você me dar um abraço".
"House...". Ele não era assim, Cuddy estranhou.
"Vamos Cuddy, um abraço não vai te matar".
Ela sorriu e se aproximou dele envolvendo seus braços no torço do marido. House não perdeu a chance e agarrou a bunda dela. Cuddy riu.
"Tudo de volta a normalidade". House falou satisfeito.
"Oh que linda é a sua filha, quantos anos ela tem?".
"Cinco". House respondeu sorrindo.
"Ela se parece com você".
House olhou para Rachel e franziu a testa. 'Sério?'.
Eles haviam ido até o supermercado, Cuddy estava na 36° semana de gestação, então ela havia se afastado de Princeton e controlava a pressão arterial em casa, em repouso.
"Chegamos!". Rachel gritou assim que entrou em casa.
"Ok mãe, eu preciso ir. Eles chegaram com as compras, preciso preparar o almoço". Cuddy falou para Arlene que estava ao telefone.
"Oi mãe!". House gritou.
"Diga a esse homem que eu não sou a mãe dele". Arlene falou e Cuddy riu.
"Ok. Eu direi".
"Tchau mãe!". House gritou novamente.
"Que demora!". Cuddy falou assim que desligou o telefone e com dificuldades para se levantar do sofá.
"Mamãe, olha o que eu ganhei!". Rachel exibiu um pirulito gigante.
"House, ela já comeu tanto doce nos últimos dias".
"Como você diz, não me contrarie na frente das crianças".
Ela balançou a cabeça. "Ok, você está certo".
"Mamãe, uma mulher disse que eu pareço com o papai!". Rachel anunciou feliz.
"Ah é?".
"Sim. Eu gostei porque papai é bonito".
House corou. Cuddy sorriu. "Sim, ele é lindo!".
"Ok, melhor eu começar a preparar o almoço".
Era interessante ver House encabulado, já que isso era raro.
"Tudo bem?". Ele perguntou olhando para ela preocupado. As pernas de Cuddy estavam inchadas e ela estava com inflamação no ciático.
"Só... Eu sempre quis ficar grávida, mas não imaginava que seria tão difícil no final".
"Será porque você está grávida de gêmeos e depois dos quarenta? Você está ótima se pensarmos nisso".
Ela sorriu.
"Posso aferir a sua pressão arterial?".
"House, você não precisa fazer isso a cada minuto".
"Eu me preocupo".
"Eu sei e aprecio isso, mas minha pressão arterial está bem".
"Cuddy, nós temos que definir os nomes deles".
"Eu sei".
Ele queria ter feito isso meses atrás, mas Cuddy ainda tinha uma superstição de que os nomes poderiam tornar real demais, e se algo desse errado? House tentava dizer que tudo iria dar certo e que era muito real já, mas ela ainda estava relutante.
"Ok, vamos definir os nomes".
Rachel estava distraída com o pirulito e a televisão e seus pais sentaram-se lado a lado para escolher os nomes de seus irmãos.
"Eu escolho um e você o outro?". Cuddy propôs.
"Pode ser".
"Temos poder de veto?".
"Sim".
"Vetos infinitos?".
"Não. Dois!".
"Oh não House, eu não vou aceitar nomes como Mick Jagger".
"Eu não vou escolher Mick Jagger".
"Nem nada parecido".
"Ok".
"Uh... O meu será Elijah". Cuddy disse.
"Claro que tinha que ser um nome bíblico".
"Eu gosto de Elijah".
"Ok, eu aceito a sua vontade".
"Agora sua vez".
"Pensei em Bruce".
"O quê?".
"Bruce".
"Por quê?".
"Eu não questionei a sua escolha".
"Mas Elijah e Bruce não combinam".
"Eles são gêmeos, mas não são iguais. Aliás, você não vai vesti-los iguais, certo?".
"É tão fofo. Eu comprei alguns conjuntos de roupa idênticos".
Um parênteses aqui...
Cuddy estava com tanto medo de algo errado acontecer que ela não havia comprado nenhum único item para os bebês, até que House levou pra casa dois macacões de dois bebês com cara de mal em uma moto. Cuddy ficou em choque quando os pegou na mão, eram tão pequenos, tão fofos. House estava com medo da reação dela, mas parece que isso trouxe a tona a percepção de que os meninos não teriam roupas, berços, toalhas, trocadores, nada quando viessem ao mundo... E ela passou de 'não compro nada' para 'obsessiva por compras'. Depois disso Cuddy encheu a casa com roupas e acessórios para bebês.
Voltando a atualidade...
"Oh Cuddy, você vai causar traumas de personalidade neles, já chegam que são idênticos e você ainda quer vesti-los iguais?".
"Só enquanto são crianças, é fofo!".
"Bruce!".
"Bruce é... Um nome de valentão".
"Ótimo!".
Ela ficou reflexiva. "Que tal Daniel? Gabriel?".
"Não. Bruce!".
Cuddy respirou fundo. "Ok".
"Ótimo". House sorriu.
"Eu vou me acostumar com Bruce".
"E eu com Elijah".
"Bruce e Elijah não tem semelhança...".
"Cuddy, nem tudo sobre eles tem que ser idêntico. Você queria chamá-los de John e Josh?".
"Não isso...".
"Dino e Sauro?".
"Não!".
"Então...".
Cuddy tentou sorrir e se conformar de que não tinha o controle de escolher o nome dos dois filhos, era justo que cada um deles escolhessem um nome.
"Ei Rachel, você quer ouvir o nome dos seus irmãos?". House falou.
Rachel correu até eles. "Elijah e Bruce".
"Você prestou atenção à nossa conversa?". Cuddy perguntou.
"SIM!". A menina respondeu sorrindo satisfeita.
Cuddy olhou preocupada para House, eles tinham que tomar mais cuidado com as conversas que tinham na presença da filha, pois ela não era mais uma bebê.
"Você gostou dos nomes?". House perguntou.
"Preferia Sabrina e Jéssica".
House riu alto.
"Eles são meninos, filha". Cuddy tentou explicar.
Naquela tarde Cuddy propôs que assistem a um filme.
"Comédia romântica não".
"Por favor!". Ela insistia.
"Você só quer ver comédias românticas e chorar no final".
"São os hormônios, eu não tenho culpa".
House assistiu a um filme contrariado. "Eu prefiro Star Wars". Ele dizia durante o filme.
"Eu não gosto de ficção".
"Ficção é mais real que a realidade. E você não acha que essa comédia romântica é muito real, não é?".
"Shhh... Vamos terminar o filme".
Ele respirou fundo e foi pegar uma cerveja e alguns petiscos, se ele teria que assistir aquilo, pelo menos que fosse comendo alguma coisa.
À noite Cuddy recebeu ligação das amigas, elas queriam ir até lá fazer uma visita e levar presentes. Ela tinha optado por não fazer um chá de bebês, felizmente ela e House podiam comprar o que fosse preciso para os filhos, mas as amigas insistiram nisso e ela aceitou. House iria para a casa de Wilson com Rachel, assim as mulheres teriam mais liberdade.
Às sete horas da noite Sophie, Cris, Michelle e Cleo chegaram.
"Ei...".
"Você está enorme!". Sophie falou.
"Obrigada por isso. Eu sinto que estou prestes a explodir".
Presentes foram entregues, comes e bebes servidos e as mulheres se divertiam.
"Posso te pedir um grande favor, Lisa?". Era Cleo.
"Claro!". Cuddy respondeu ingenuamente.
"Você sabe que eu estou sozinha, sem namorado. Eu preciso ir a uma exposição com meus colegas de trabalho e eu queria saber se você me emprestaria Gregory".
"O quê?".
Todas arregalaram os olhos.
"É normal isso atualmente. Você me empresta o seu marido, mas eu prometo que será só pela companhia e pra que eu não chegue sozinha lá".
"Oh Deus, você exagerou agora mulher". Sophie, que nem tinha amizade com Cleo, falou.
"Por quê? É normal. Lisa é minha amiga".
"Desculpe Cleo, eu não sei quanto isso é normal, mas pra mim não é. Eu jamais emprestaria meu marido para ninguém".
Sophie queria rir.
"Ok, que tal mais suco?". Michelle tentou mudar de assunto.
Cuddy fez uma nota mental para deixar aquela mulher fora de sua lista de amigas a partir de agora.
De repente ouviram alguém bater à porta e Cuddy foi atender.
"Blythe?".
"Cheguei em má hora? Eu estava por perto...".
"House não está aqui".
"Oh...".
"Entre". A senhora entrou.
"Eu estou com algumas amigas".
"Não quero atrapalhar, é que... Nossa você está linda!".
"Obrigada". Cuddy respondeu, a senhora era sempre tão gentil.
"Eu estava com saudades e Greg sempre inventa uma desculpa".
Desde que Blythe começou a se envolver com Alex, House se afastou ainda mais, ele não queria falar a respeito de sua paternidade biológica, não queria conhecer o homem, nada. Ele tinha a sua família agora e queria distancia dos problemas antigos.
"Fique conosco Blythe, será um prazer!".
"Olá!". As mulheres foram ver quem era.
"Essa é Blythe, a mãe de House".
"Oh, muito prazer!".
E a senhora ficou por lá.
Wilson dançava como uma princesa para Rachel sorrir.
"Você realmente é muito gay!".
"Eu estou brincando com uma menina de cinco anos".
"E você parece uma menina de quinze anos".
"Vá se foder!".
"Crianças aqui!". House disse.
"Oh, desculpe!".
"Vá se foder!". Rachel imitou Wilson e House olhou pra ele.
"Rachel não diga isso, por favor. É feio!". Wilson tentou contornar a situação.
"Por quê?".
"Porque é".
"E porque você disse?".
"Porque ele é estúpido". House falou.
Rachel riu. Ela adorava ficar com House e tio Jimmy.
Eles assistiam filme infantil e comiam pizza.
"Os gêmeos devem nascer quando?".
"Semana que vem. Sexta-feira. Já está agendada a cesariana".
"Wow! Você será um pai!".
"Eu já sou um pai, Jimmy".
Era verdade.
"Que tal jogarmos um jogo?". Michelle propôs.
"Eu gosto da ideia". Sophie concordou.
"Que jogo?". Cuddy perguntou desconfortável com a presença da sogra.
"Basta alguém falar uma verdade e quem não compactua da verdade bebe um gole de sua bebida". Michelle explicou.
"Eu não posso beber nada alcoólico". Cuddy disse.
"Você bebe água Lisa, vamos!".
"É a mesma coisa daquele jogo 'eu nunca'?". Blythe perguntou mais atualizada do que Cuddy imaginava que ela seria.
"Sim, mas não apenas com essa restrição. Podemos falar sobre qualquer coisa".
"Vamos!".
Cuddy não queria de jeito nenhum entrar nesse jogo, mas se viu vendida já que todos aceitaram participar, inclusive Blythe.
"Ok". Ela concordou a contragosto.
"Eu começo!". Michelle falou. "Eu não estou apaixonada por ninguém atualmente".
Cuddy, Blythe e Sophie beberam.
"As mulheres de sorte". Cris falou.
"Agora sou eu. Eu não fiz sexo ontem à noite". Cleo falou.
Cuddy e Sophie beberam.
"Lisa você está quase dando a luz". Sophie falou divertida.
"Não vejo problema". Cuddy disse corando, afinal, a mãe de House estava presente.
"Lisa está certa, ela tem um casamento saudável". Blythe disse a deixando mais desconfortável ainda.
"Eu já engoli esperma". Sophie falou. Ninguém bebeu.
"Cuddy pode beber, eu tenho certeza de que você já fez isso". Sophie falou bem humorada Cuddy corou e olhou feio para a amiga.
"Oh querida, fique tranquila, seja quem você é". Blythe disse.
House iria morrer se soubesse que a intimidade deles estava sendo exposta assim, para a mãe dele.
De repente Cuddy sentiu uma contração. "Ai".
"O que foi?".
"Uma contração estranha".
"Lisa, não precisa mentir para se esquivar da brincadeira". Sophie falou.
"Eu não estou mentindo. A dor continua... É como uma pressão forte na minha lombar".
"Oh Lisa, você está entrando em trabalho de parto". Blythe disse.
"Não, ainda temos alguns dias...".
"Aparentemente Bruce e Elijah não pensam assim". Sophie falou.
"Oh meu Deus! Ligue pra House!". Cuddy pediu.
"Wilson, você está todo maquiado, passará horas tentando tirar essa coisa do rosto".
"Eu estou brincando com Rachel".
A menina ria. "Ele está engraçado!".
De repente o telefone de House tocou. "House".
"O quê? Sério? Eu estou indo pra aí!".
"O que houve?". Wilson perguntou assustado.
"Cuddy está entrando em trabalho de parto".
"Sério?".
"Sim. Vamos, preciso ir e você precisa ficar com Rachel".
"Eu não posso sair de casa assim".
"Wilson, minha mulher está dando a luz para gêmeos antes do previsto".
"Oh, o que farei com essa maquiagem?".
"Depois você tira".
"Não... Um segundo". Wilson correu para o banheiro e começou a esfregar uma toalha molhada.
"Wilson, eu estou indo! Cuide de Rachel".
"Eu vou junto". Ele apareceu ainda com resíduos de maquiagem e o rosto todo vermelho de tanto esfregar. "Vamos!".
"Sério? Você vai assim?".
"Eu tiro o resto depois".
"Você parece uma prostituta velha no final do expediente".
"Vamos!".
Eles foram. House estava nervoso, muito nervoso. Quando chegou em casa entrou e correu para Cuddy.
"Você está bem?".
"Sim, só contrações. Você ligou para a Dra. Sara?".
"Uh, farei isso agora. Mãe? O que você faz aqui?".
"Eu vim visitá-los".
House estava confuso, mas ligou para a médica.
Wilson entrou com Rachel. "Olá!".
As mulheres riram quando o viram.
"James, o que você tem no rosto?". Blythe perguntou e ele corou.
"Eu estava brincando com Rachel".
"Oh, tão bonito e tão travesti". Cris falou.
"Não eu não sou...". Ele tentava se justificar.
"Pronto, Dra. Sara está indo para o hospital e nós também estamos a caminho". House anunciou. Então ele a colocou no carro e partiu em direção ao hospital.
Wilson, Blythe e Rachel partiram atrás. As amigas foram para seus destinos mas pediram noticias assim que possível.
Cuddy foi examinada e realmente estava em trabalho de parto, Dra. Sara faria a cesariana antecipada. Era muito arriscado o parto normal para Cuddy e naquelas circunstancias.
Cuddy provou alguma dor, mas logo foi anestesiada e preparada para a cesariana.
"Eles vão nascer. Teremos dois bebês em breve".
"Sim. Estaremos ferrados".
"Nem terminamos o preparo de tudo ainda".
"Você me fez trabalhar o final de semana passado inteiro. Como não terminarmos?".
Ela sorriu. "Faltam os tapetes".
"Sério Cuddy?"
Ela sorriu.
Em pouco tempo a cirurgia começou. Elijah foi o primeiro a sair e, dois minutos depois, Bruce chegou ao mundo.
Eles eram pequenos, mas muito saudáveis. House segurou ambos e os levou até Cuddy.
"Oh meu Deus. Parece um milagre". Ela disse emocionada.
"Dois milagres".
Cuddy ficou analisando e admirando os filhos. Eles tinham pouco cabelo escuro, um nariz pequeno e olhos cinza mais fechados do que abertos. "Nós conseguimos. Eles nasceram bem".
"Eu nunca duvidei disso".
"Mesmo?".
"Ok, pode ter havido poucos e breves momentos de dúvida".
"Obrigada por eles. Por estar comigo e ter me aturado".
"Nada que sexo não possa pagar".
"Não fale de sexo perto dos bebês"
"Não é como se eles entendesse. E se entendessem, eles vieram daí... Sexo".
"Shhhhh". Ela disse rindo.
"Meus filhos não serão puritanos".
"Cale-se!". Ela disse rindo.
"Eles parecem atentos".
"Não é?".
"Claro que são bebês superiores. Talvez até a mutação do Homo Sapien sapiens para uma raça superiora".
Ela riu e beijou a cabeça de cada um dos filhos.
As enfermeiras vieram identificá-los com pulseirinhas.
"Não tire essa pulseira nunca senão não saberemos quem é quem". House falou.
Os dois foram vestidos iguais com uma roupa do hospital.
"Já começaram a serem vestidos iguais e a perder a identidade". House contestou.
Cuddy sorriu.
"Eles poderão trocar as namoradas, poderão fazer os testes da escola um pelo outro. Pense nas inúmeras possibilidades!".
"Não vá ensinar essas coisas pra eles". Cuddy disse preocupada.
"São tantas as oportunidades interessantes".
"House!".
"O que foi?".
Ela balançou a cabeça.
"Eles mesmos descobrirão isso sozinhos".
"Como se você não fosse se aproveitar dessa situação".
"Talvez só um pouco...".
Mais tarde Arlene e todos viram as crianças no berçário. Como eles eram muito pequenos seria preciso que ficassem no hospital para ganhar peso.
"Elijah é um lindo nome. O outro... Horrível".
"Que bom que você não escolhe os nomes dos meus filhos...". House falou.
"Eu achei ambos lindos, os nomes e os bebês. Eu estou tão feliz". Blythe abraçou House que ficou sem jeito.
"Os dois são como unicórnios". Wilson disse ainda tentando acreditar que o amigo tinha dois filhos biológicos.
Júlia veio correndo. "Oh meu Deus! Nós temos gêmeos na família!".
"Não precisa me agradecer por isso". House disse orgulhoso. E a mulher o beijou. House queria morrer.
Mais tarde Rachel foi ver os irmãos. "Nossa, eles são menores que as minhas bonecas".
"Eles vão crescer".
"O que eles fazem?".
"Dormem, come, choram e fazem o número um e o número dois".
"Que chatos!".
Os adultos riram.
Os bebês ficaram no hospital por uma semana. Eles ganharam peso muito rapidamente e foram liberados para irem pra casa.
House e Cuddy quase ficaram loucos com os gêmeos. Rachel também.
"Eles só choram!".
"Sim Rachel, eles são bebês recém-nascidos e só sabem chorar". Cuddy falou.
"E fazer coco e xixi e mamar. Sua mãe está ficando seca". House explicou.
Rachel riu.
"Uma vaca leiteira seca". House continuou.
Rachel riu ainda mais alto.
"Obrigada por me comparar a uma vaca".
"Foi com todo o amor do mundo!". Ele disse e a beijou na bochecha. Rachel o imitou e beijou Cuddy também.
Quando um dos meninos dormia o outro chorava e acordava o que dormia.
"Oh não!". House reclamou às quatro da manhã.
"É a sua vez".
"Eu estou sem forças".
"E você não está amamentando...".
Ele foi. Era Elijah, geralmente era ele quem começava o terror.
"Temos que exorcizar Eli". House disse quando voltou para o quarto com a camiseta toda manchada de leite.
"Por quê?".
"Porque ele só pode estar sendo atormentado por um demônio".
Cuddy arregalou os olhos. "Nunca mais fale isso!".
"Por quê?".
"Porque essas coisas...".
"Você acredita mesmo nisso?".
"Desde o episódio da porta da sua sala...".
House balançou a cabeça. "Eu não acredito que você pense assim".
"Só não fale mais isso".
No dia seguinte Wilson foi visitá-los e ficou chocado com a correria dos dois e a choradeira dos gêmeos.
"Essa casa é uma casa de loucos!". Rachel reclamou como uma adulta.
"Ei Wilson, você pode jogar isso fora?". Cuddy entregou uma fralda suja nas mãos dele. Wilson quase vomitou.
"Acostume-se Jimmy, um dia será você". House passou com Eli no colo.
"Esse é Bruce?".
"Não, Eli".
"Oh...". Ninguém podia diferenciá-los, só os pais porque tinham um truque. Sempre colocavam um item diferente: azul em Elijah e verde em Bruce. House sugeriu fazer uma tatuagem em cada um, mas Cuddy quase o matou, claro que House estava provocando a esposa.
"Você quer ajudar?".
"Sim".
"Então pegue duas mamadeiras na geladeira e aqueça pra mim". House pediu.
"Vocês não estão dando leite materno?".
"Cuddy bombeia. Ela tem tanto leite como uma vaca mimosa".
Wilson riu. "E como eu esquento o leite?".
"Deixa que eu faço. Cuide de Eli". House entregou o menino para Wilson que arregalou os olhos. Ele não sabia o que fazer.
"Elijah, eu sou o seu tio Jimmy".
"Ele não entende ainda". Rachel explicou.
"Eu sei".
"Então por que está falando com ele?".
"Boa pergunta!".
House voltou com as mamadeiras e entregou uma para Wilson. "Você sabe dar mamadeira para um bebê?".
"Posso tentar".
"O que você sabe fazer Wilson?".
"Eu nunca tive filhos".
Depois House levou a outra mamadeira para Cuddy. Ela alimentaria Bruce.
Wilson foi embora aquela noite acabado. Como os dois conseguiam viver vinte e quatro horas por dia naquela casa?
"House... Eu não falei isso antes mas...".
"Melhor parar por aí. Eu sinto que não virá nada bom".
Cuddy respirou fundo. "Eu quero fazer um Bris para os gêmeos".
"NUNCA!".
"Por que não?".
"Você quer circuncidar meus filhos em publico em uma cerimonia mais antiga do que...".
"House!".
"Não tem nenhum sentido".
"Você não tem religião, me deixe fazer isso pelo costume de meu povo".
"Você sabe que só é judia quando interessa...".
"Por favor! Você sabe que não vai causar mal nenhum, é até higiênico".
"Eu tenho prepúcio e sei lavar muito bem o meu pênis, você é prova disso, nunca colocaria a boca se eu não tivesse um pênis impecável".
"Então... Eu amo o seu pênis, mas é um ritual tão tradicional... Eu queria tanto dar um Bris para eles".
"Eles nem serão circuncidados no hospital por um médico habilitado".
"Eles serão circuncidado por alguém experiente".
"Que não é médico e em uma cerimonia puramente religiosa e fora de um ambiente hospitalar".
"House... Por favor!".
"Por que isso agora?".
"Rachel teve um Bat Mitzvá".
"Eu lembro bem, nem fui convidado...".
"Eu queria que você estivesse presente, passei a noite toda te esperando...".
"Você nem me convidou...".
"Eu estava confusa com os meus sentimentos naquela época".
"Que bom que esclarecemos as coisas. Agora você não está mais confusa?".
"Claro que não!".
"Então não precisamos de um ritual ridículo e sem sentido".
"House... Por favor!".
Ele cedeu eventualmente. Mas deixou claro que não era conivente com aquilo e que só observaria, não teria qualquer envolvimento.
House estava tenso aquele dia, ele sentia uma angustia, como se os filhos fossem passar por uma cirurgia complexa.
"Relaxe, tudo vai sair bem".
"Nós nem precisaríamos passar por isso".
"Você prometeu".
"Não sei porque!".
Na hora do ritual, Elijah foi o primeiro e começou a chorar, House passou mal e precisou ser amparado antes de desfalecer. Ele virou o centro das piadas aquele dia.
"Papai quase caiu!". Rachel disse rindo quando os convidados se foram.
"Filha, não fale mais sobre isso porque papai não gosta".
"Mas é verdade!".
"Eu sei". Cuddy conteve uma risada. "O ritual foi tenso para o seu pai".
"Elijah e Bruce também choraram. Eles também não gostaram".
"Digamos que foi doloroso para os homens dessa família".
"Ainda bem que somos meninas, não é mãe?".
"Pelo menos uma vantagem", Cuddy respondeu rindo.
Os dias passaram e eles receberam ajuda de muita gente, além de Marina. A babá os ajudava durante o dia. Arlene era a única de quem eles dispensavam a ajuda, mas ela apareceu em algumas ocasiões e só tornava tudo pior alegando que eles eram péssimos pais e que não ensinavam disciplina para os gêmeos.
House voltou a trabalhar e Cuddy permaneceu em licença.
"House... Ei...". Era Chase. House dormia na poltrona.
"Pegue a mamadeira!". Ele acordou falando.
Chase riu.
"Oh, Chase me deixe dormir. Você sabe quantas horas por noite eu durmo?".
"Imagino que quase nada".
"Acertou".
"Temos um paciente".
"Façam os exames de rotina".
"Não teremos o diferencial?".
"Depois dos exames que vocês julguem importante".
"Ok". Chase saiu.
House não conseguia se concentrar em nada. Ele dormia durante o almoço, durante os diferenciais. Todo o tempo ele passava com sono e recebendo mensagem de Cuddy. A conversa deles naquele dia foi assim:
Cuddy: Eu estou no terror!
House: Sinto muito!
Cuddy: Daria tudo para estar no hospital, cheia de papelada para revisar.
House: Logo mais você estará aqui.
Cuddy: Não me leve a mal, amo meus filhos, mas estou cansada.
House: Eu sei!
Cuddy: Bom trabalho!
House: Boa sorte!
"Ei papai". Era Wilson.
"Eu e Cuddy ficaremos loucos antes da Terra completar um ciclo ao redor do sol".
Ele sorriu. "O maior problema é no começo".
"Oh sério Jimmy. Obrigado por me dizer".
"Eu não tenho culpa, eu não engravidei Cuddy".
"Sorte sua!".
"Eu vou sair com uma mulher hoje".
"Sério?".
"Sim".
"Uau! Isso é surpreendente".
"O quê?".
"Wilson, que não transa, nunca transará. House que transa, está na seca".
"Você é um idiota!".
"Obrigado, agora preciso dormir".
Os meses seguintes não foram nada fáceis, mas eles resistiram bravamente. Cuddy voltou a trabalhar e Marina juntamente com sua sobrinha cuidavam dos bebês. Rachel ficava na escola em tempo integral. Cuddy instalou câmeras na casa toda e deixava seu laptop conectado, de dez em dez minutos ela olhava as imagens.
"Você está surtando". House falou.
"Venha ver!".
Ele foi assustado.
"Olha que fofo Bruce cobrindo o pezinho".
"Ele não está cobrindo o pé, ele nem sabe como fazer isso ainda".
"Então o que ele está fazendo?".
"Coisas de bebê".
"Coisas de bebê?".
"Sim. Movimentos fofos de bebê que os pais interpretam equivocadamente".
"Você admite que ele é fofo então?".
"Meus filhos são os mais fofos do mundo".
Cuddy sorriu e o beijou na bochecha. "Eu te amo!".
Eles voltaram a fazer sexo quando conseguiam ficar acordados, mas quando os bebês dormiam e eles estavam ainda dispostos, precisavam ser rápidos.
House estava em um consultório no pronto atendimento e ouviu dois médicos comentando.
"Pra quem teve gêmeos recentemente ela está muito gostosa".
"Aquele sujeito tem sorte, a mulher é muito gostosa e deve ser uma leoa na cama".
"Com certeza eu entraria nas calças dela sem pensar duas vezes".
Ele ficou irritado e apareceu em frente aos dois.
"Com certeza Dra. Cuddy é uma leoa na cama, mas toda a leoa tem o seu leão, certo?".
Os dois ficaram corados.
"Idiotas!". House saiu irritado.
Naquela tarde House viu Cuddy rodeada de homens em uma reunião. Era a rotina dela, mas de repente isso passou a incomodá-lo. Então ele mandou uma mensagem no Pager dela.
"Desculpe senhores, eu preciso checar algo urgente. Dr. Franklin estará no meu lugar até eu voltar. Tudo bem Dr. Franklin?".
"Com certeza".
Cuddy tocou o ombro do vice-diretor e saiu da sala preocupada.
Ela encontrou House no consultório cinco.
"O que houve? Os bebês estão bem?".
"Emergência".
"O que houve?".
"Eu preciso de minha esposa".
"House... Eu estou ocupada, onde está a emergência".
"Nas minhas calças".
"House, isso não é brincadeira". Ela ia saindo e ela a impediu.
"Eu passo o dia todo te vendo por aí assim... Sensual. E eu não tenho dez minutos com você? Em casa não temos tempo pra nós praticamente".
Ela respirou fundo e se aproximou dele.
"Não no consultório e não durante o expediente".
"Seria divertido".
"Absolutamente não!".
Mas ela sorriu e andou até ele. O envolveu em um abraço e o beijou.
"Controle-se até a noite, eu prometo que hoje irei te compensar".
"Você me deixou com mais tesão assim".
"Ótimo, espere por mim que irei resolver isso no tempo certo".
À noite os gêmeos não facilitaram. Rachel também estava competindo pela atenção dos pais, mas finalmente eles dormiram e Cuddy, apesar de muito cansada, cumpriu o prometido.
Dias depois a dor na perna de House estava insuportável. Fazia anos que ele não sentia a dor com tal intensidade. Os medicamentos não eram suficientes, nem a fisioterapia, nada... Então ele estava cansado, com sono e resolveu sair para dar uma volta de moto. Na volta ele parou no antigo apartamento e entrou. Ele ainda não havia tido coragem para colocá-lo a venda e Cuddy estava aguardando o momento dele.
House ficou ali meia hora, sozinho, em silêncio. Ele amava a sua família, mas sentia falta do silêncio. Então ele se lembrou que havia ainda alguns pares de tênis no guarda-roupas, ele levantou-se com dificuldade e foi olhar, mas no caminho ele bateu a bengala em um vaso e ele arrebentou, e qual foi a sua surpresa quando ele encontrou um frasco de Vicodin. Ele nem se lembrava que aquele tinha sido um dos inúmeros esconderijos.
House pegou o frasco, pensou, a dor latejante em sua perna se intensificou como se tivesse consciência própria, então ele levou um comprimido a boca, cerrou os olhos e engoliu.
Continua...
