YUSUKE POV

Que dia caótico. Atendendo uma enorme quantidade de pedidos ao mesmo tempo, eu me vi correndo de um lado pro outro tentando dar conta de tudo sem perder nenhum detalhe. Mas não posso me queixar, afinal hoje é sexta-feira e todos os lugares ficam abarrotados de gente. Nosso estabelecimento não era uma excessão.

Além disso, por mais cansativo que possa ser, depois da luta que travei com Yomi há um tempo atrás, acho que nada mais me derruba nessa vida.

— Tem um tempo pra um cliente especial?

Ao ouvir a voz, me virei dando de cara com Koenma em sua forma adulta, sentado no balcão do restaurante. Sabia que ele viria mais cedo ou mais tarde, afinal já se passaram quase cinco meses após a sua visita pra falar sobre aquela história maluca de guerra dos Deuses. Naquela época eu não conseguia notar nada, mas agora a atmosfera malígna pairando no céu do Ningenkai estava cada vez mais forte. É óbvio que algo de errado estava acontecendo.

— Já era a hora! Deixa eu completar esses pedidos aqui e já te atendo.

Passando um pouco do horário do almoço, o movimento foi diminuindo e consegui dar um pouco de atenção para o líder do Reikai, que aproveitou a oportunidade para almoçar também.

— Já entendi o porquê a Keiko aceitou se casar com você. Não é que você cozinha bem mesmo, rapaz? Isso aqui tá uma delícia! – Disse ele de boca cheia enquanto saboreava os sushis que eu havia preparado. Não me lembrava da última vez que vi Koenma tão faminto e com o semblante tão cansado, mas preferi não dizer nada.

— Vai nessa...cozinhar é só uma das habilidades que encantaram ela.

— Acho que não preciso saber as outras! – Ele disse arqueando as sobrancelhas sugestivamente enquanto empurrava o prato vazio para longe de si, indicando que havia acabado a refeição. – Bom Yusuke, agora vamos falar sério. Vou convocar uma reunião no templo da Genkai para conversarmos sobre você sabe o quê, no domingo. Chamarei Kuwabara, Kurama e Hiei também.

— Será que Kurama e Hiei vão aparecer?

— Espero que sim. Pedi pra Botan ir avisar Kurama, nesse momento ela já deve estar conversando com ele e vamos pedir que ele mesmo chame o Hiei no Makai. Enfim, te espero depois de amanhã, vê se não falta. – Ele se levantou do banco, já me dando as costas e se dirigindo até a saída.

— Pera aí, já me adianta alguma coisa...o que você descobriu?

— Não seja afobado Yusuke, depois de amanhã conversamos todos juntos.

— Pera aí! Koenma...seu safado! Não vai pagar a conta, não?! Tá achando que é de graça? Eu preciso de dinheiro meu filho. Pode voltar aqui!

YUSUKE POF

BOTAN POV

Será que Kurama está em casa? Faz tanto tempo que não nos vemos, não faço ideia da sua rotina. Fiquei sabendo que ele está trabalhando na empresa do padrastro [1], mas se minhas investigações estão certas, ele ganhou uma folga hoje. Apreensiva, toquei a campainha e aguardei, sendo recebida um minuto depois pelo rosto de uma senhora muito bonita, era a mãe de Kurama, Shiori Minamino. Lembrei de última hora que precisava chamá-lo por seu nome humano e não por seu nome de demônio, já que a família dele não sabia nada sobre a sua verdadeira identidade.

— Ah...olá senhora, tudo bem? O Shuuichi está?

— Qual deles? Aqui moram dois Shuuichi's

Verdade. Só me toquei agora que, ao se casar de novo, ela ganhou um enteado com o mesmo nome do filho. Ai que confusão! Desse jeito, daqui a pouco vou acabar me enrolando toda...

— Ah o mais velho...o ruivo! – Ela abriu um largo sorriso pra mim em resposta.

— Não me diga que você é a Maya [2]? Meu filho me falou muito de você. Entre por favor, vou chamá-lo!

— O que? Maya? Não, eu... – Não terminei a frase, pois a mulher já estava me interrompendo de novo, enquanto me puxava para dentro da casa.

— Sim, a garota que meu filho tanto fala. Ele não me avisou que você viria pra nos conhecermos hoje, se eu soubesse teria preparado alguma coisa. Só um segundo, vou buscá-lo.

Fiquei sem reação alguma. Poxa...ela estava tão animada que eu só consegui retribuir com um sorriso sem graça. Não sabia como dizer que eu não era quem ela pensava. Seria uma situação estranha...

Esperei impaciente por cerca de dois minutos até que o garoto de cabelos longos e ruivos surgisse acompanhado da mãe.

— Ah filho, ela é mesmo linda como você disse. – Kurama apenas riu tranquilamente do mau entendido que havia ocorrido, enquanto eu corava fortemente.

— Mamãe, essa não é a Maya, é só uma antiga amiga minha. O nome dela é Botan.

— Ãh? Aí minha nossa, me desculpe senhorita! Pensei que fosse outra pessoa! – Ela ficou vermelha de vergonha, tentando esconder o rosto com as mãos.

— Acontece senhora, não tem problema não.

— Muito prazer Botan. Sinta-se em casa, os amigos do Shuuichi são sempre muito bem-vindos. Vou deixar vocês conversarem.

A mulher saiu, nos deixando a sós na sala de estar.

— Desculpa Kurama, sua mãe tava tão animada que eu não quis estragar a alegria dela e não falei meu nome.

— Não tem problema, é bom te rever Botan, como você está?

— Bem e pelo visto você também. Maya, hein? Hum... – não resisti à tentação de provocá-lo como uma criança irritante fazia e comecei a cantarolar enquanto abafava uma risada – Kurama tá namorando...todos vão adorar saber!

Ele riu também, ignorando minha provocação infantil. – Eu esperava contar por conta própria, mas não me importo se você for mais rápida.

Rimos um pouco e conversamos sobre bobagens antes de eu realmente tocar no assunto que me levou a ir até a sua casa.

— Kurama, o senhor Koenma está convocando uma reunião no domingo, no templo da Genkai. Você pode ir?

— Tem alguma relação com o que está acontecendo? Tenho sentido uma forte energia malígna se espalhando aqui no Ningenkai. Parece que vamos entrar em colapso.

— Então você já sentiu também? Bom...é exatamente sobre isso. Você já tá sabendo de alguma coisa?

— Não, eu apenas venho sentindo essa energia sufocante de uns tempos pra cá. Botan, diga a Koenma que eu irei.

— Ah que bom! Aposto que está com saudades de todos, não é?

— Na verdade estou sim. Todos estarão lá?

— Yusuke e Kuwabara já deram certeza. Koenma mandou que eu te pedisse pra chamar o Hiei, como você é do Makai vai se dar melhor que a gente por lá. Pode ser?

— Sem problemas. Irei chamá-lo.

Sem mais delongas, me despedi de Kurama e parti às pressas até o Mundo Espiritual, receosa de que quando eu voltasse as coisas estivessem piores do que quando eu saí.

BOTAN POF

HIEI POV

Algo muito estranho estava acontecendo no Makai. Uma força que eu nunca havia visto antes estava surgindo. Certamente vinha de longe, das camadas mais profundas e desconhecidas habitadas sabe-se lá pelo quê. Uma energia maligna estava se alastrando e não era só aqui, eu podia sentí-la no Ningenkai também. Além disso, vários youkais estúpidos estavam passando para o Mundo dos Homens, mais do que o normal. Obviamente eu não podia impedí-los, porque meu único dever como patrulheiro [4] é levar os humanos que caem no Makai por acidente de volta para o Ningenkai, mas qualquer youkai é livre para ir para o ao Mundo dos Homens.

No começo as coisas pareciam estar funcionando, mas agora eu tenho um mal pressentimento sobre a grande quantidade de demônios migrando entre os dois Mundos. Seria algo mais do que vontade de comer carne humana?

Recostado numa rocha qualquer, suspirei profundamente aborrecido. Essas patrulhas são insuportáveis e só me deixavam entediado, mas não havia nada que eu pudesse fazer, já que Enki ordenou como líder no Makai. Ridículo. Definitivamente, vencer o próximo torneio que vai decidir o sucessor de Enki e me livrar de uma vez desse dever estúpido, se tornou uma obrigação.

Absorto em meus pensamentos, pude sentir a aproximação de uma fraca energia demoníaca vinda pelas minhas costas. Não é possível...mais um ataque? Seria o quinto dessa semana.

Até pouco tempo atrás nenhum demônio ousava me desafiar. Todos sabem quem sou e sabem também que sou aliado de Mukuro, a mulher que é por muito tempo, ao lado de Raizen e Yomi, conhecida como um dos três reis do Makai. Todos nos temem. No entanto, ultimamente alguns demônios parecem ter perdido a noção do perigo e começaram a se rebelar contra nós.

Eu precisava entender o que estava acontecendo, mas não obtive sucesso em descobrir nada até agora. Geralmente porque os oponentes se recusavam a dizer e eu acabava os matando antes que pudesse obrigá-los. Desembainhei a katana, decidido a tentar não desperdiçar essa oportunidade.

Em uma fração de segundos eu desapareci do campo de visão do demônio que corria para me atingir por trás, o deixando confuso. Surgi pelas suas costas e perfurei com a espada de forma precisa. Era um imbecil qualquer, lento e fraco, não valia a pena gastar força e energia com alguém assim. Um golpe foi o suficiente para um nocaute, mesmo eu não tendo feito esforço algum.

O demônio urrou de dor ao cair no chão, onde lentamente seu sangue se esparramava.

— Idiota. O que quer aqui?

— N-Não vai me matar? – Sua expressão amedrontada me deu um prazer inexplicável.

— Não, foi um grande sacrifício conseguir deixá-lo vivo, nem sempre eu consigo. Agora responda as minhas perguntas.

— Não...vou...responder NADA!

— Então terei que conseguir as respostas à força.

Me aproximei dele, retirando a faixa que cobria o Jagan. Comecei a utilizar a hipnose [3] para obter as informações eu queria, isso sempre funcionava com as mentes fracas. Era fácil manipular seus pensamentos e emoções, percorrendo toda a mente da criatura em questão. Era algo que eu vivia fazendo com os humanos que acabavam entrando no Makai sem querer, pois precisava fazê-los esquecer tudo que viram.

— Agora me diga, porque me atacou? – Relutante, ele começou a revelar os segredos que insistia em guardar.

— Porque você é defensor deles...d-dos humanos. T-traidor imundo!

Pisquei confuso por um instante. Desde quando eu defendo humanos? Quanta bobagem. Tudo que faço é devolvê-los ao seu Mundo e, obviamente, não faço isso por vontade própria.

— Você não é o primeiro a me atacar esses dias. Alguém mandou que vocês fizessem isso?

Ofegante por estar morrendo, ele respondia com dificuldades, deixando claro que não duraria muito mais tempo.

— O chefe...

Procurei a identidade do sujeito o mais fundo que pude em sua mente, mas não encontrei ninguém. Seus pensamentos estavam nublados e bloqueados, como se nem ele mesmo soubesse. Era só uma palavra vaga.

— A troco de quê você tá cumprindo ordens?

— Porque...o mundo dos demônios será...n-nosso.

— Nosso? Como assim?

— O chefe...ele...p-prometeu, vamos ser...r-recompensados. Ele nos deixará...comandar o Makai.

— Quem vai te recompensar? – Forcei mais uma vez.

— O-o chefe.

Novamente não identifiquei nome algum, mas dessa vez seus pensamentos foram materializados na imagem de um demônio que eu nunca tinha visto. Vestido todo de preto, com olhos negros cintilantes e cabelos escuros escorridos até suas costas. Então, esse é o indivíduo que está por trás desses ataques? Guardei bem a imagem na memória e parti para a próxima pergunta.

— Pelo que eles vão te recompensar?

— P-por acabar com traidores...e...e por achar a g-garota...a humana...

Ele gemeu em dores novamente e um último nome veio à sua mente antes de perder de vez a vida: Kiara.

Criatura inútil. Não me deu mais tempo para obter outras informações. Porque os youkais estariam procurando uma humana? Será que é por isso que vários deles tem atravessado para o Ningenkai? Só pode ser...não era coincidência. Eles não queriam simplesmente comer humanos, eles queriam capturar essa humana em específico.

Fui para o Ningenkai observar como as coisas estavam por lá, chegando a tempo de presenciar o pôr do sol. O céu alaranjado gradativamente sumia, dando espaço para o escuro da noite. Ao se deparar com a essa vista, um humano comum acharia que era um dia normal como qualquer outro, isso porque não podiam perceber a atmosfera carregada de energia malígna sob a qual estavam vivendo. Todo esse mistério é muito estranho, afinal o que está acontecendo?!

— Espero não estar atrapalhando seu trabalho. – A voz inconfundível do kitsune me pegou desprevinido. Olhei para trás e me deparei com o garoto de cabelos ruivos que há tempos eu não via.

— Você e sua maldita mania de chegar sorrateiramente escondendo sua própria presença, não é Kurama?

— Difícil romper com velhos costumes e você sabe bem disso. A propósito, bom te ver também Hiei.

Ignorei a ironia.

— O que faz aqui?

— Vim pra falar com você. Eu ia te procurar no Makai, mas você facilitou vindo pro Mundo dos Humanos. – Ele deu de ombros, despreocupado.

— Diga o que quer.

— Koenma está nos convocando para uma reunião domingo no templo da Genkai. Você pode ir?

— Reunião sobre o quê?

— Acho que você sabe...as coisas estão estranhas no Ningenkai, e acho que não estão diferentes lá no Makai.

— De fato, muitas coisas estranhas tem acontecido.

— Bom, então...podemos contar com você?

— Não tenho nada a ver com isso. Por que eu deveria ir?

— Pode até ser que não tenha nada a ver com isso, mas sei que te interessa e que você está tão curioso quanto nós pra saber o que está acontecendo. Não minta, você não é de ignorar essas coisas. Além disso, se você se recusar a ir, Koenma vai pedir que Enki ordene que você vá. Sabe que não tem escapatória.

Suspirei irritado sabendo que ele estava certo. Que inferno.

— Ah, além disso, é uma ótima chance para rever a Yukina, que vai estar lá também.

Não pude evitar revirar os olhos. Esse idiota sempre dava um jeito de citar minha irmã. Acho que ele não vai me deixar em paz até eu contar a verdade sobre nosso parentesco. Que fique esperando sentado então, porque isso não vai acontecer. Me virei e fui caminhando de volta ao Makai deixando para trás Kurama, ainda com um sorriso de divertimento no rosto.

— Até domingo!

De fato, esse assunto não me diz respeito em nada, mas confesso que todo esse enigma envolvendo essa energia malígna, os ataques e os inúmeros youkais atravessando para cá em busca dessa humana tem me deixado curioso. Por mais que eu tente, não consigo entender o que está acontecendo e isso me incomoda mais do que eu gostaria.

Domingo

Parti bem cedo ao Ningenkai em direção ao templo e acabei sendo o primeiro a chegar, o que não foi ruim, porque a única que já estava ali era Yukina. Assim, tive um tempo de observá-la sem ser incomodado. Como de costume, fiquei olhando de longe ela arrumar o local, sem se dar conta da minha presença. Ela parecia estar feliz vivendo no Mundo dos Humanos, algo que eu nunca entenderia. Afinal, como ela consegue se adequar aos costumes daqui? E ainda mais vivendo com a família daquele idiota do Kuwabara...

Sondando os arredores com o Jagan, pude ver Yusuke e sua mulher a apenas alguns passos de distância. Logo estariam aqui, então decidi entrar de uma vez, convicto de que não fazia sentido esperar do lado de fora.

Yukina me saudou sorridente, largando apressadamente as xícaras que carregava em cima da mesa central de madeira.

— Hiei! Que bom que veio! Como você está?

Era incrível tamanha animação ao me ver. Eu nunca havia dado liberdade, nem tinha tido nenhuma proximidade com ela. A última conversa real que tivemos foi quando voltei do Makai e a avisei que seu irmão havia morrido. Depois daquilo não voltamos a nos encontrar e tudo que eu fazia era vigiá-la o mais afastado possível.

— Bem...e você?

— Muito bem! Você foi o primeiro a chegar. Eu acabei vindo antes de todos, inclusive do Kazuma pra arrumar tudo por aqui, então estamos sozinhos.

Revirei os olhos irritado, não por ela ter dito o óbvio, mas sim por ter mencionado Kuwabara. Yukina gosta tanto desse babaca e fala dele com tanta alegria, embora nem se dê conta das suas reais intenções.

— De qualquer forma, fique à vontade enquanto espera pelos outros. Vou continuar arrumando o templo, ok?

Apenas assenti em concordância.

— Ah...mais uma coisa...– Sua voz soou hesitante enquanto encarava o chão –...será que eu poderia conversar com você em particular depois da reunião? Se não for te atrapalhar e se puder ficar um pouco mais, é claro...

Fiquei quieto. Por que isso agora? Não fazia ideia do que queria, mas algo me dizia que seria sobre o segredo que por tanto tempo eu tentei guardar. Não...como poderia ser? Eu garanti a ela que o irmão havia morrido, é impossível que Yukina tenha descoberto a verdade...a não ser que algum imbecil tenha tido coragem de contar. Teria sido aquela mulher idiota chamada Botan? Tanto faz, seja lá quem fosse eu mataria por desobedecer a minha ordem.

Mentalmente, culpei a mim mesmo pela situação. Não deveria ter entrado sozinho, acabei dando a ela a chance de conversar comigo. Se pelo menos alguém mais estivesse aqui ela não teria a coragem de fazer esse pedido estúpido.

Yukina ficou esperando a minha resposta e logo uma expressão de chateação tomou conta de seu rosto ao notar o constrangedor silêncio do cômodo. Respondi por fim, tentando agir normalmente.

— Tá.

Pelo visto essa reunião se estenderia por mais tempo do que eu havia imaginado.


[1] Fato mostrado ao fim do mangá.

[2] Maya é uma personagem mostrada apenas no mangá. Ela estudou junto com Kurama quando tinham 13 anos e era apaixonada por ele, sem saber da sua identidade como Youko. Um dia Maya foi capturada por um demônio que tinha conflitos com Kurama. Assim, Kurama se alia a Hiei pela primeira vez e juntos conseguem vencer o youkai. Maya foi salva, mas Kurama apagou a memória dela para que ela esquecesse dele e dos sentimentos que nutria pelo mesmo, de maneira que ela não corresse mais perigo por sua culpa. É uma personagem super divertida e pretendo introduzí-la mais adiante na história

[3] Ao fim do mangá e do Anime, Hiei se torna um dos patrulheiros do Makai, encarregado de levar humanos que tenham chegado acidentalmente no Mundo dos demônios de volta para o Mundo dos humanos e apagar as memórias deles pra que eles não lembrem de nada.

[4] Pouco se mostra no Anime ou no Mangá, mas o Jagan proporciona uma série de habilidades ao Hiei, como a hipnose.