Capítulo 6 – O Noivado
Após apreciarem o lindo pôr-do-sol, Hermione secou o cabelo, se vestiu porque precisava ir na sua casa.
-Você precisa mesmo ir?
- Sim, tenho que soltar a Edelweiss.
- Ela não sabe sair sozinha?
- Eu não sei, sempre abro para ela. Venha comigo! Podemos jantar lá em casa.
Severo ficou lívido, não queria que ela fosse embora, mas assim que ela o convidou, ele voltou a respirar.
- Quer que eu leve alguma coisa para o jantar?
- Não precisa. Estava pensando em fazer pizza, tenho pronta no congelador. Você gosta?
- Qualquer coisa, não sou enjoado para as refeições. Vou levar um vinho dos elfos.
- Adoro, eu ganhava muitas garrafas quando era ministra. São divinos!
- Bajulação? – Ele ergue sua sobrancelha.
- Eu entendia como presentes.
- Bajulação! – Ele confirma e ela ri.
Assim que chegaram na casa, Hermione foi direto para a cozinha, que tem acesso à área de serviço e quintal. O viveiro fica na aba do telhado, em local protegido da chuva e frio.
- Edelweiss, esse é Severo Snape, nosso vizinho que você já conhece.
- Piu.
- Pronto, pode sair para o seu passeio. Divirta-se e não volte muito tarde.
- Ela entende o que você fala?
- Piu? – Edelweiss vira a cabeça para encarar o bruxo alto, em seguida abre as asas e realiza um voo magnífico.
- Sim, com certeza. É minha companheira, mas passa o dia dormindo e sai à noite para caçar. – Hermione responde em tom zombeteiro.
- O que você queria? É uma coruja! E aquele seu gato de cara achatada?
- O Bichento? Nunca mais vi, desde o dia que... – Ela engole em seco. - Acho que ele morreu durante a batalha.
- Eu sinto muito. E por falar naquele dia, eu ainda não lhe agradeci por ter me dado forças a continuar...
- Não estou entendendo...
- Eu estava muito fraco, quase morto, mas a sua presença ao meu lado me deu forças a continuar.
- Não gosto de relembrar aquele momento, Severo... – Ela olha tristonha para os olhos negros.
- Espere, quando estávamos partindo... você já estava indo acompanhar seus amigos, e eu enxergava a luz no final do túnel por assim dizer, algo aconteceu.
- Como assim? – Ela não tinha certeza se ele ainda estava consciente, seu coração deu um salto ao ouvir aquela revelação.
- Você se abaixou, me beijou e disse que me amava.
Hermione já estava com lágrimas nos olhos só de relembrar, e agora soube que ele estava consciente. Severo a abraça e a beija docemente.
- Você salvou a minha vida! A Fênix não viria se eu tivesse desistido. Você não me deixou desistir. Afinal, eu tive um bom motivo para continuar. Muito obrigado!
- Severo... – É só o que ela consegue falar antes dos soluços a impedir de dizer o quanto estava grata por saber que ele também lhe amava.
- Eu te amo, Hermione! Minha pequena Bruxinha "Sabe-tudo"!
Ele seca as lágrimas dela, e trocam um longo beijo apaixonado.
- Venha, vamos conhecer a casa. Aqui nos fundos fica a piscina e a edícula, um local apropriado para fazer churrasco. Vou acender a luz para você ver melhor. É piscina aquecida, então quando quiser vir... O que você acha? – Sua voz ainda rouca do choro.
- No verão será mais agradável!
- Tem razão, no inverno mesmo sendo aquecida é melhor um banho na banheira mesmo! Naquele canto eu cultivo algumas ervas aromáticas para tempero e chás. Durante o dia vai dar para ver melhor. Se você tiver algumas mudas de plantas mágicas, eu aceito.
- Sim, tenho várias. Pode escolher o que quiser. Mantenho uma plantação significativa para o preparo das poções. Só mesmo os ingredientes mais raros que compro, ou quando as plantas não estão no estágio fisiológico ideal.
- Severo, vamos entrar? Vou tirar a pizza do congelador e lhe mostrar o andar de cima. – Ela faz uma pausa para observar o homem da sua vida que estava com o olhar perdido no belo jardim iluminado. - Severo?
- Hum?
- Só estava pensando...
- Se eu soubesse ler seus pensamentos...
- Não era nada demais.
- Mesmo? Você parecia longe.
- Verdade, estava pensando na floresta proibida e na diversidade que encontramos por lá. Bem que você poderia me acompanhar algum dia até Hogwarts para colhermos algumas mudas. Tenho certeza que a Minerva não vai se importar, e vai adorar lhe receber.
- Puxa... a professora Minerva...
- O que tem ela?
- Não, nada demais. Faz anos que não a vejo. Ela sempre mandava o professor Flitwick para entregar os relatórios da escola, ou na reunião anual dos diretores.
Hermione engole em seco, não queria dizer a Severo o quanto estava ressentida com a sua antiga professora. Afinal, ela sabia que ele sobreviveu e não contou nada a ninguém. Para o mundo mágico ele ainda estava morto.
Severo também pensava em outra coisa, mas o assunto de mudas lhe veio bem a calhar. – Gostaria que no próximo verão você já estivesse morando comigo... Mas não sei se aceitará... Mesmo sendo alugada, recém mobiliou sua casa, e eu não vou morar aqui, porque gastei minhas economias todas comprando a minha, além de montar o laboratório funcional que preciso para trabalhar. – Ele também engole em seco e acompanha a Hermione que entrou de volta para a cozinha.
- Está gostando de morar aqui? – Severo pergunta para quebrar o silêncio que se formou.
- Sim, mas não estou acostumada a morar sozinha. Estranhei muito. No início minha mãe vinha várias vezes durante a semana para passar o dia comigo. Nos fins de semana eu sempre passo com meus pais. Mas agora eu descobri que tenho um vizinho maravilhoso!
- Tem lugar na sua agenda para este vizinho?
- Com toda certeza! Não quero me despedir de você nunca mais!
- Então, precisamos nos casar! – Ele sabia que era apressado falar em casamento, mas estava começando a se sentir agoniado.
- Casar? – Hermione ficou surpresa, pois o conhece há tantos anos, mas nunca imaginou que o pedido viesse tão rápido.
- Lembra do nosso acordo? Eu sou egoísta, Hermione. Quero você só para mim! E também não quero ficar longe de você. Mesmo estando na casa ao lado.
- Eu não tive uma experiência muito boa com casamento... Tenho um certo receio de estarmos apressando as coisas.
- Casou com o homem errado. Eu prometo que lhe farei feliz.
Severo a agarra pela cintura e a beija com voracidade. Ele se sentia como um adolescente apaixonado. Hermione por sua vez, adorava ser surpreendida por manifestações de carinho, adorava se sentir amada. Algo que ela não teve durante os quatro anos que foi casada.
Ele ajuda a retirar a pizza da embalagem, enquanto ela ligava o forno e arrumava a mesa, com as taças para o vinho. Depois ambos subiram para o andar de cima. Além do quarto máster, a casa tem mais três quartos, que Hermione mobiliou da seguinte forma: o escritório com sua biblioteca, um quarto de hóspedes e o quarto menor virou sala de ginástica.
- Gostou? – Ela pergunta assim que entram no quarto máster.
- Sim, tem a sua personalidade.
O quarto dela é todo decorado em tom branco e bege. A colcha na cor bordô dando destaque, assim como duas almofadas, uma com emblema da Grifinória, e a outra com emblema de Hogwarts, além de um enorme leão de pelúcia num dos cantos do quarto.
- Dorme aqui comigo hoje?
- Hum... pensei que tivesse gostado da minha cama...
- Muito! Mas já que estamos aqui... Uma vez lá, outra aqui! – Ela ruboriza.
Eles se beijam e acabam deitando na cama para trocar umas carícias por cima da roupa. Logo o alarme do celular que Hermione colocou com o tempo da pizza toca, e eles alinham suas roupas um pouco amarrotadas antes de descer. Severo abre o vinho e serve as taças.
Enquanto jantavam eles faziam planos sobre as duas casas para quando fossem morar juntos depois de casados. Estava indo tudo muito rápido e Hermione embora estivesse feliz por saber que não ficaria mais sozinha, tinha certo receio de que ele fosse se arrepender mais tarde.
A casa tinha duas salas de estar, uma para receber visitas e outra menos formal, com uma televisão. Hermione não gostava muito de assistir programas, mas sua mãe disse que seria útil por morar sozinha. Depois do jantar, Hermione o levou até esta sala.
- Você já assistiu televisão, Severo?
- Quando criança. Tínhamos uma preto e branco. Depois que fui para Hogwarts, nunca mais vi, nem mesmo o aparelho.
- Eu gosto de assistir filmes. Passei o inverno vendo romances e comendo pipoca. Até voltei para meu peso normal.
Hermione ligou e deixou ele escolher um canal. Severo foi trocando até que encontrou um sobre plantas. Nem meia hora depois, enquanto ele acariciava o cabelo dela que estava com a cabeça em seu colo, ele disse:
- Sinceridade? Prefiro um bom livro!
- Concordo com você! Mas antes de uma boa leitura ainda tem algo que gosto muito mais...
Ele só ergue a sobrancelha, olhando atento para os olhos castanhos.
- Namorar!
Hermione o puxa para perto de si até que seus lábios se encontram numa troca de beijo.
- Vamos para o quarto, Severo?
- Seu desejo é uma ordem, senhorita.
Ele levanta com ela no colo e sobe as escadas carregando-a.
- Eu sou pesada, me coloque no chão!
- Que nada... É bem leve! – Ela se aninha ainda mais passando seus braços ao redor do pescoço.
Ao entrar no quarto, Severo ainda lhe dá mais um beijo antes de colocá-la sentada na cama.
Ele retira sua sobrecasaca e sutilmente confere o relógio de bolso. Passava das vinte e uma horas. – Perfeito. – Pensou.
Eles retiram os calçados e sobem na cama. Aos poucos as roupas foram sendo tiradas, entre um beijo e outro. Ele retira uma peça dela, e a beija. Ela retira uma peça dele e o beija. Assim que terminaram de se despir, a excitação já estava ao máximo. O coração em completa taquicardia; a ereção dele quase total, e a umidade dela crescendo a cada troca de olhares.
Severo sabendo da desproporção de tamanho, acaricia a parte interna das coxas, e vai abrindo lentamente, deixando-a enlouquecida para ser tocada. Ele percebe no olhar dela quanto ansiosa estava para aquele momento, e tinha que admitir que também estava. Seus dedos longos circundavam seu clitóris arrancando gemidos extremamente prazerosos, como uma canção para seu ouvido. Então ele se afasta um pouco, que faz ela resmungar imediatamente. Ele troca de posição para colocar seu dedo médio na fenda quente e úmida. Ela reage com uma ginga de seu quadril que deixou-o salivando de vontade de penetrá-la.
Ainda assim ele preferiu lhe dar prazer até que ela se soltasse por completo. Hermione atingiu fácil o clímax quando ele voltou a tocar seu clitóris. Ela grita seu nome enquanto seu corpo se contorcia, era como se derretesse naqueles dedos mágicos. Severo abraça firmemente o corpo dela em espasmos.
- Severo, você usa magia em suas mãos? – Ela lhe pergunta assim que a respiração ofegante dá uma trégua.
- Não, por quê?
- Suas mãos são mágicas! – E ela não estava inventando. Apenas em ver, Hermione já imaginava o toque, a delicadeza dos movimentos daqueles dedos elegantes em sua pele. Sua imaginação, porém, subestimou. Era ainda muito melhor.
- O segredo é fazer as coisas com amor... Lembro da minha mãe me dizendo isso quando eu estava com sete anos e ela me ensinava a preparar um suco.
- Sua mãe disse uma verdade. Você é muito bom em tudo que faz! Sua habilidade em fazer poções, é invejável! Quando eu era sua aluna, me fez acreditar o quanto bom você seria fazendo amor! – Ele ruboriza com o elogio.
- Você é muito gostoso! Já lhe disse que você beija super bem? Adoro seus beijos...
- Não, você ainda não me disse... E você corresponde maravilhosamente bem aos meus beijos!
Severo se inclina com o corpo para cima do dela e a beija profundamente. As línguas em completo frenesi, logo acende a centelha do sexo. Ele se posiciona entre as coxas dela, direciona a ponta do seu pênis na abertura já edemaciada, e a observa. Ela sorri e aperta a cintura dele com as pernas incentivando-o a continuar.
Ao passar na entrada, ela geme e Severo para no mesmo instante. Ele consegue distinguir o gemido de dor, do gemido de prazer. Embora ela estivesse totalmente aberta e excitada, ele tinha consciência do seu tamanho.
- Quer que eu pare? – Ele faria qualquer coisa, para não sair de dentro dela. Porém, se ela estivesse com dor, não importava mais que aquele momento da penetração fosse tão especial para ele, o bem-estar dela era mais importante.
- Não. Vá devagar. Eu vou conseguir. – Ela morde o lábio inferior à medida que ele vai um pouco mais para frente.
Ele precisava fazer algo para prosseguir, por isso a beija com volúpia. Ela se concentra no beijo e relaxa seu canal vaginal. Severo sente as paredes lhe envolver como uma carícia, e seu pênis se move deslizando profundamente.
O desconforto inicial passou e logo Hermione movia seus quadris em sintonia com os de Severo. Ele manteve seu ritmo, avançando um pouco por vez. Seus olhos negros sempre fixos nos dela. Hermione ofegava feliz a cada vez que ele avançava.
Seus gritos de prazer foram na maioria das vezes abafados pelos lábios dele que envolvia os seus. Hermione se sentia completamente preenchida e a sensação era de pertencer àquele mago. Não demorou muito para ela estar na beira do clímax novamente, mas ele parou os movimentos. Hermione reagiu na hora, resmungando.
- Por quê?
Ele guiou seus braços para cima de sua cabeça, e sorriu maliciosamente.
- Severo? – Ela ergue seu quadril para cima na tentativa dele continuar.
- Calma... Você está muito apressada, aproveita um pouco mais.
Ele retorna o ritmo de antes, mas logo aumenta, deixando-a enlouquecida para gozar.
Ele continuou olhando para ela e sua libertação jorrou para dentro da cavidade ao sentir as paredes que lhe envolvia apertarem. Severo solta um grunhido rouco de êxtase.
Ao sentir o líquido quente, seu orgasmo é desencadeado. Ela sentiu a necessidade de gritar o nome dele ao atingir o clímax quase que ao mesmo tempo em que o corpo dele ainda pulsava.
Eles adormecem abraçados, exaustos, mas felizes. De manhã bem cedinho Severo acorda para ir ao banheiro. Hermione acorda por sentir que o calor ao seu lado foi se dissipando.
- Desculpe, se lhe acordei... – Ele percebe os olhos castanhos lhe observando assim que se aproxima de volta para a cama.
Ao deitar embaixo do edredom ao lado dela, ela sente a ereção proeminente.
- Percebo que você está pronto... – Ela deixa escapar maliciosamente.
- Ah, sim... todas as manhãs.
- Então não podemos desperdiçar! – Ela riu subindo em cima do corpo dele.
Desta vez, com ela por cima, com as mãos no peito largo dele, subindo e descendo no ritmo dela, e principalmente, já conhecendo o tamanho e espessura do pênis dele, aos poucos Hermione foi dando prazer ao seu homem. O brilho de desejo nos olhos escuros dele a deixava cada vez mais confiante.
Hermione se inclinou para frente para beijá-lo, seu cabelo caindo sobre o rosto. Com uma mão ele retira delicadamente o cabelo que atrapalhava e com a outra acariciava os seios dela. O beijo possessivo não impediu que o ritmo de subida e descida cessasse, embora agora mais lento.
Ansiosa para gozar, ela balançava mais seu quadril. Seus olhos se arregalaram quando sentiu o pênis dele ir mais profundo. Ela não era a única a gemer naquele momento. Severo agarrou o quadril dela, empurrando freneticamente para dentro do canal, e pela curvatura atingiu em cheio o ponto G. Hermione desesperadamente grita o nome dele, enquanto seu corpo convulsionava ao redor do pênis latejante. Agora foi o orgasmo dela que desencadeou o dele, e ambos respiravam pesadamente. Hermione deitou contra o peito de Severo, as batidas do coração se misturavam num compasso só.
- Eu te amo! – Ela disse.
- Eu também te amo. – Ele responde num sussurro. Hermione esconde uma lágrima de felicidade ao ouvir tal declaração.
O quarto já estava completamente iluminado com o sol da manhã. Hermione se aconchegou ao lado do corpo dele, bocejando sonolentamente com os olhos fechados pronta para dormir novamente, mas Severo gentilmente a afasta.
- Preciso de um banho. Você não?
- Hum... vai indo na frente. Quero cochilar mais um pouquinho.
- Está bem. Posso usar a toalha que está no banheiro?
- Sim... só que não tenho seus produtos cheirosos e muito menos seu perfume másculo delicioso.
- Accio produtos de higiene! – Imediatamente uma nécessaire voa em suas mãos.
- Você é mesmo um mágico! – Ela riu.
- Não consigo cheirar a flores silvestres. Nada contra, fica perfeito em sua pele, mas não na minha.
- Tem razão. Mamãe ou papai poderiam estranhar seu perfume floral! – Ela riu imaginando a cena. - Você vai comigo almoçar na casa deles, não vai?
- Tenho mesmo que ir?
- Severo, meu pais não mordem. Eles querem te conhecer! Minha mãe você já conhece. Diz que vai almoçar lá em casa, diz?
- Estou com medo de conhecer seu pai. – Ela ri da sinceridade dele.
- Por quê?
- Porque se você ainda não reparou, tenho a idade da sua mãe. Com certeza ele vai achar que sou velho para você. – Seu tom de voz melancólico.
- E o que tem isso? Severo, meu pais não ligam para isso. Eles querem que eu seja feliz! Estar com você é o suficiente para me fazer feliz!
- Está bem, eu vou. Aproveito para pedir a sua mão em casamento para o seu pai. – Ele disse agora com um tom preocupado.
- Não precisa, nem se usam mais isso. Além do mais, eu já fui casada. Sou dona do meu nariz.
- Faço questão. Sua mãe é muito simpática. Acredito que ela tenha formado uma boa imagem de mim.
- Sim, mamãe lhe adora! Chega para lá que eu vou entrar no chuveiro com você!
Hermione já estava totalmente desperta com a conversa, e acabam tomando banho juntos. Depois eles descem e ela prepara o café em estilo trouxa, que lhe chama a atenção.
- Você se adaptou bem as tecnologias trouxas!
- Sim, eu precisava porque praticamente não fazia nada de serviços domésticos. Estava mal-acostumada com os elfos que cuidavam da residência oficial do ministério. Mamãe e papai me ajudaram quando fui às lojas para escolher os eletrodomésticos.
Depois do café da manhã, Severo a convidou para ver sua plantação no quintal da sua casa, desculpa para trocar de roupa. Ele queria colocar seu melhor traje para ir conhecer o futuro sogro. Aquela sensação de frio na barriga já começava lhe acompanhar desde que entrou em sua casa. Hermione instintivamente estava de mãos dadas a ele, o que lhe dava certo conforto.
As plantas mágicas estavam em plena floração na primavera londrina.
- Que lindo, Severo!
- Se precisar de alguma planta é só pegar. Se você me der licença, vou ao meu quarto trocar de roupa. Afinal, tenho um almoço com meu futuro sogro! Fique à vontade.
- Obrigado! – Ela ri do comentário dele.
Severo após fazer a barba e trocar de roupa, abre a gaveta do criado mudo onde guardava uma caixinha de veludo durante anos. Coloca no bolso e desce para encontrar Hermione.
- Uau, você está lindo! Hum... eu amo sua colônia pós barba! Desde a época de Hogwarts que você usa essa mesma fragrância! – Ela se levanta da cadeira do jardim e o abraça, recebendo um beijo dele.
- Você tem o olfato bem apurado! Sim, é a mesma.
- Lembro da sua aula quando disse que podemos exercitar nosso olfato, e com o tempo fica mais apurado. Passei a me concentrar mais nos cheiros das suas aulas. Você tinha o hábito de passar em todas as classes para verificar se nenhum caldeirão iria explodir, foi então que eu comecei a reparar no seu perfume. E adivinha? Enlouqueci!
- Adolescência, os hormônios a mil! – Ele riu. - Quer beber alguma coisa? Está meio cedo para chegarmos na casa dos seus pais, não é?
- Obrigado, acabamos de tomar café. Papai com certeza está ajudando a mamãe na cozinha, então podemos chegar para o almoço mesmo.
- O que você quer fazer?
- Namorar, é claro! – Ela o abraça.
Severo lhe dá um sorriso tímido. Ele ainda estava se acostumando com a ideia de ter uma garota ao seu lado e se sente o mais feliz dos bruxos. Sua mente lhe dizia que ela não era qualquer garota, era a mulher mais desejada no mundo mágico, principalmente depois da separação. Tinha plena consciência, e talvez por isso estava ficando nervoso em conhecer o pai dela.
- Podemos ver de perto as plantas? – Ela pergunta depois de um longo beijo. Ele a pega pela mão e caminham entre os canteiros. Ficou satisfeito com a sugestão, assim não pensaria muito no encontro com os pais dela.
- Essa aqui você conhece!
- Sim, é Ditamno! E essa outra é Mandrágora! Me primeiro ano, nunca vou esquecer!
- A professora Sprout nos contou que o senhor Longbottom desmaiou.
- Sim, ele subestimou os abafadores de ouvido. E aquela, Severo? Que linda as flores de pétalas azuis!
- Acônito, costumava pedir nas provas!
- Eu me lembro, inclusive da questão! Você perguntava a diferença entre um e outro. Era uma pegadinha, pois pode ser chamado por lapelo ou licoctono. – Hermione aponta para a próxima.
Assim eles passaram uma boa parte da manhã relembrando e identificando as plantas. Ela conseguia lembrar com detalhes das aulas que viu pela primeira vez cada planta mágica.
- Você tem uma ótima memória, senhorita Granger! – Ela sorriu satisfeita.
- Severo, vamos ir? Acho melhor aparatarmos, porque a manhã passou e nem vimos!
- Você me guia, porque não faço ideia onde seus pais moram.
- No outro lado da cidade. Temos que aparatar na frente da casa. Ainda bem que tem um jardim com árvores e a rua não é movimentada. Mas acredite, foram mais de três vezes que precisei obliviar a memória de algum vizinho que jurava ter me visto surgir do nada. – Ela riu.
Ela o abraça e com um estalo eles surgem na frente da casa. Era domingo próximo ao meio dia, não havia ninguém na rua. Hermione toca a campainha e Severo permanece abraçado a ela, buscando seu autocontrole para não parecer tão apavorado.
Anne abriu a porta e os abraça sorridente.
- Que bom que veio, Severo! Hermione, estávamos preocupados com a demora. Seu pai me perguntava a cada meia hora se já tinham chegado.
- Onde ele está?
- Acho que subiu para lavar as mãos. Ele acabou de vir da garagem, estava lavando e encerando o carro.
- Precisa de ajuda com alguma coisa? – Hermione pergunta.
- Não precisa, filha, obrigado! Já está tudo pronto, inclusive com a mesa posta.
- George, eles chegaram! – Ela grita para o marido do pé da escada.
- Estou descendo, querida!
Meia hora antes Anne foi até a garagem chamar seu marido.
- George, vai trocar de roupa, sim? O namorado da Hermione deve estar chegando. Ele é um homem bem distinto, totalmente diferente do Ronald.
- Aquele senhor, que você disse ser o vizinho dela?
- Sim, ele foi professor dela. Eu te contei naquele dia, lembra?
- Não sei não... Ele é muito mais velho que ela. Já não deu certo com o outro...
- Por isso mesmo. Ela sempre foi apaixonada por este professor. E depois bruxos tem longevidade. Você não vai implicar com ele, não é?
- Não tenho argumentos, Anne. Eu diria que ela deveria namorar alguém da idade dela, mas se ela até se casou com um da mesma idade, e não deu certo. Só o que eu posso dizer é que desejo muito que ela seja feliz, assim como nós somos!
- Ela será, porque é apaixonada por ele. Severo é um homem maduro e muito bonito. Vai nos dar netos lindos! – Anne sorri com a ideia de ter netos correndo pela casa.
Anne pega o sobretudo de Severo e coloca no cabideiro do hall de entrada. George desce as escadas com um sorriso no rosto.
- Bom dia, senhor Granger! – Severo estica o braço para cumprimentar o pai da namorada.
George puxa o braço dele e o abraça.
- Seja muito bem-vindo, filho! É um prazer conhecê-lo.
- Obrigado.
- Entre, sente-se! Vou preparar um aperitivo. O que você gosta?
- O mesmo que o senhor for tomar. Obrigado.
Hermione dá a mão para Severo e se sentam no sofá da sala.
A conversa flui facilmente. Os pais dela foram bem receptivos, deixando Severo menos tenso. Até o momento que serviram o almoço. Severo retira a caixinha do bolso e dá para Hermione.
- Senhorita Granger, gostaria que aceitasse esta joia que pertenceu a minha mãe. É uma joia da família Prince que passou por várias gerações. Minha mãe me deu antes de morrer. – Agora virando-se para George e Anne: - Pode parecer precipitado, mas gostaria de pedir o consentimento dos senhores para me casar com a senhorita Granger.
Severo suava frio, enquanto os olhos de Hermione brilhavam tanto quanto o anel de diamante que estava em suas mãos. Além do anel, havia um par de alianças que pertenceu a seus pais, mas que ele usou magia para modificar.
- Merecem uma comemoração! Esperem que vou abrir uma garrafa de champagne! – George se levanta para pegar, e Anne prepara o balde com gelo e as taças.
Hermione vira o rosto de Severo e dá um beijo na boca dele, que o faz ficar vermelho.
- É lindo!
- É ajustável por magia. Me dê a sua mão que eu coloco.
- A direita? Não acredito que estamos noivos! Eu te amo!
- Desculpe, se a aliança não lhe agradar, pertenceu aos meus pais. Depois podemos comprar outra.
Eles trocam as alianças. A mão de Hermione pela primeira vez estava fria e trêmula quando colocou a aliança no dedo da mão dele.
- Meu amor, você não me disse nada que íamos ficar noivos!
Ela o beija novamente e agora seus pais voltaram para a mesa. O constrangimento dele era ainda maior.
- Parabéns, meus filhos! Bem-vido à família Granger, Severo!
George serve as taças e eles brindam.
Continua...
