Música do capítulo:I Did Something Bad - Taylor Swift
A mestiça corria pelas escadas até a cozinha de sua casa. Seu despertador acabou não tocando e ela só veio a acordar devido ao diversos chamados de Tikki. Mesmo apressada ela vestiu-se e correu para ir comer algo rapidamente.
-Bom dia querida. -disse-lhe sua mãe com seu tom calmo de sempre.
-Bom dia mãe. -respondeu enquanto enfiava um croissant na boca e enchia seu copo de leite.
-Coma devagar Marinette, ou você vai se engasgar! -advertiu-lhe Tom ao perceber a velocidade em que sua filha ingeria os alimentos.
-Uhum! -resmungou mas continuou da mesma maneira.
Assim que terminou ela correu, pegou sua mochila e se despediu apressadamente de seus pais.
-Tchau mãe! Tchau pai! -depositou um beijo na bochecha de cada um e atravessou a porta para fora.
Andava a passos rápidos na direção da escola. Enquanto aguardava o sinal abrir, olhava constantemente para seu relógio de pulso que Alix lhe havia dado de aniversário.
-Aqui o meu presente pra você Mari! -estendeu-lhe uma caixa vermelha em sua direção e deu uma pequena piscadela.
-Obrigada Alix! -pegou a caixa nas mãos e riu momentaneamente, abrindo-a em seguida.
Seu entusiasmo foi trocado por uma grande surpresa ao ver o que era. Um relógio de pulso. Estranhou o presente, mesmo que sua cor rosa combinasse perfeitamente consigo, mas logo relembrou o quanto seria útil para ajudar ela a não perder a hora.
-Espero que ele seja útil e que você pare de ser tão atrasada! -a menor se afastou aos risos.
Não demorou muito e o sinal foi aberto e ela correu para atravessar a rua. Permaneceu na mesma velocidade até as escadas onde encontrou com Alya.
A morena, ao ver a mestiça, foi correndo em sua direção e abraçou-a. Marinette estranhou o gesto, mas retribuiu mesmo assim.
-Eu sinto muito Mari! -sussurrou no ouvido da amiga assim que soltaram-se do abraço.
-Sente muito? Pelo quê? -ergueu uma sobrancelha, deixando claro que não sabia do que se tratava a preocupação de Alya.
-Você não soube? -recebeu um aceno de negação com a cabeça em resposta. - A "você sabe quem" espalhou para toda a escola, incluindo pro diretor algo sobre você que eu ainda não sei bem o que é. Agora a escola inteira só fala disso, e pelo jeito até nossos amigos acreditaram.
-Ela fez o quê!? -gritou, chamando a atenção de quem passava por ali. Assim que percebeu pigarreou e prosseguiu. -Ela fez o quê? -falou mais baixo dessa vez.
-Isso mesmo que você ouviu, amiga. -falou em um tom cabisbaixo e triste, que foi percebido pela mestiça.
-Ei! Você não tem culpa de nada tá? Eu vou resolver isso e vai ficar tudo bem, afinal você vai me ajudar né? -tocou-lhe o ombro e sorriu.
-Claro né! Duvido que você consiga se salvar sem mim! -começou a entrar dentro da escola, sendo acompanhada em seguida.
-Quem é a Ladybug aqui? -cruzou os braços e olhou com um olhar debochado para a outra.
-Você, mas a grande dona do Ladyblog e famosa Rena Rouge sou eu!
Ambas começaram a rir e seguiram até a sala. Durante o caminho podiam sentir os olhares dos alunos e funcionários sobre elas, principalmente sobre Marinette. Ela, ao perceber, abaixou a cabeça e continou a caminhar, tentando não ligar para eles.
Ela entrou na sala e sentou em sua cadeira, evitando contato visual com qualquer pessoa ali. Alya queria motivá-la e ajudá-la, mas sabia que não havia nada que ela poderia fazer para mudar a situação da amiga.
A azulada continuava quieta em seu lugar, aguardando a chegada da professora,quando ela sentiu ser cutucada nas costas. Incomodada, ergueu a cabeça e viu que não era ninguém mais do que Chloé.
-Eu posso não gostar de você, mas nunca imaginei que você faria isso Dupain-Cheng! -falou e apontou com sua lixa de unha para o rosto de Marinette.
-Seja lá o que você está falando, eu não devo satisfações a você Chloé. -afastou a lixa de seu rosto e voltou a colocar a cabeça entre os braços na mesa.
-Sério que você vai dar uma de sonsa agora Marinette? -a garota resmungou algo inaudível e levantou a cabeça, vendo que quem falava agora era Sabrina -vulgo, segunda boca de Chloé.
-Você era tão doce! Como pôde fazer algo assim? -indagou-lhe Rose com um tom doce mas que transmitia tristeza.
-É Marinette! Eu esperava isso de qualquer um, menos você. -foi a vez de Kim falar ainda mantendo a pose de atleta.
"Mas o que deu neles hoje? "
-Olha, eu não faço ideia do qu- -estava prestes a responder quando fora interrompida pela professora que a chamava.
-Marinette, o diretor Damocles deseja falar com você. -Mendeleiev repassou o recado para a garota enquanto colocava seus materiais na mesa.
A garota soltou um leve suspiro e levantou-se, indo para fora da sala. Caminhou a passos lentos até a sala e deu algumas batidas nela. Logo escutou um 'entre' e assim o fez.
Quando adentrou o local, cumprimentou o diretor e assentou-se em uma cadeira que havia ali. Sentia-se constrangida por estar ali e, principalmente, por não fazer a mínima idéia do motivo de estar no local.
Damocles percebeu a situação e então soltou um pigarreio, chamando a atenção de Marinette para si. Embora ela não soubesse o porque, havia uma cadeira ali que estava virada para a parede, escondendo o que quer que estivesse lá.
Isso fez despertar na azulada uma pequena curiosidade.Mas qualquer linha de pensamento que ela estivesse criando fora interrompida pela fala do diretor.
-Nunca imaginei que uma atitude como essa pudesse vir de uma aluna exemplar como você senhorita Dupain-Cheng. -um tom baixo e repreensível dominava sua fala e então apontou para a cadeira misteriosa, que logo se virou. -A senhorita Rossi veio até mim ontem e relatou que você confrontou ela durante o fim de semana, praticou bullying contra sua colega e a agrediu. É verdade isso?
-O quê? Não! - a mestiça exaltou-se um pouco mas logo voltou a um volume mais baixo. -Não... Isso é mentira! Eu nunca faria isso com ninguém, diretor!
-Certo, entendo que você está tentando se defender. Mas nós temos provas de que você fez essa ação tão baixa. Trouxe os papéis , Rossi?
-Sim senhor,diretor... -a italiana estendeu um envelope marrom para o diretor, que o pegou e abriu, estendendo algumas fotos na direção de Marinette.
-Eu... -não teve palavras que expressasse sua indignação ao ver aquelas imagens. Uma imagem delas mostrava Lila caída ao chão e Marinette batia nela.
"Isso é mentira! Como puderam acreditar nisso? "
Ela tinha certeza de que aquelas fotos eram montagens. Mesmo que não suportasse as mentiras de Lila, ela sabia que não faria isso com ela -por mais que quisesse - afinal, ela era a Ladybug e seu dever era proteger as pessoas, mesmo que não gostasse de algumas delas.
-Com todos esses fatos, infelizmente eu tenho que tomar uma decisão. Marinette Dupain-Cheng, você está expulsa desse colégio até segunda ordem, sinto muito.
Agora sim o mundo da azulada tinha vindo por água abaixo. De todas as coisas que ela teve que enfrentar por causa de Lila, essa fora o ápice. Seus olhos se encheram com lágrimas mas ela se segurou. Não, não choraria, não com ela ali.
"Eu não vou dar a ela o prazer de me ver sofrer. "
Marinette, mesmo contrariada, apenas concordou com a cabeça e se levantou. Quando estava prestes a atravessar a porta, voltou seu rosto para trás e pôde ver um sorriso sínico que dançava nos lábios da italiana. Respirou bem fundo, não perderia a paciência tão fácil, e, então, saiu da sala.
Caminhava a passos lentos pelos corredores da escola, enquanto se dirigia a saída da mesma. Nunca em toda a sua vida ela desejara tanto desaparecer quanto desejava agora. Desejava que tivesse consigo o Miraculous do Cavalo para se teletransportar para bem longe dali. Mas sabia que, mesmo que estivesse com ele, não o usaria para bens pessoais.
Alya, ao ver a situação da amiga, tentou falar com ela enquanto a mesma recolhia seus materiais. Porém, a mestiça não falava uma palavra sequer. Permanecia quieta e com um rosto sem expressar emoção alguma. Então, a morena decidiu deixá-la sozinha, afinal devia ser isso que ela queria.
A azulada seguiu seu caminho até sua casa e fez o máximo para evitar responder seus pais. Inventou uma desculpa qualquer e fugiu momentaneamente deles, mas sabia que logo eles saberiam de toda a verdade.
Subiu as escadas, passou pela portinhola e trancou-a. Não queria ser incomodada , não agora. Precisava desse tempo para si e sabia que ninguém a consolaria ou resolveria magicamente seus problemas.
Colocou sua mochila sobre o divã e subiu as escadas que levam a sua cama. Jogou-se sobre ela e enfiou a cara entre travesseiros.
Não se segurou mais. Deixou-se por um momento chorar. Permitiu-se colocar para fora toda a dor que guardava dentro de si. Aquelas lágrimas que rolavam por seu rosto eram mais do que simples gotas, eram como se um pedaçinho do fardo que ela carregava pudesse ser colocado para fora de seu interior.
-Marinette, eu sei que as coisas estão muito difíceis para você... Mas você tem que se acalmar ou vai atrair um akuma. -Tikki sussurrou em seu ouvido com sua voz calma de sempre.
-Difíceis? As coisas estão mais que difíceis pra mim Tikki! Difícil é eu ter que esconder de todos ao meu redor minha identidade secreta! Difícil é eu me apaixonar por alguém que nunca sentirá o mesmo! Difícil é eu ter que suportar tudo isso calada porque um psicopata pode querer me akumatizar! Difícil é eu ter que ser a guardiã dos Miraculous e ter que esconder meus sentimentos para protegê-los! Isso sim é difícil Tikki! E eu tô cansada de me acalmar sempre, eu não vou me acalmar!!! -acabou elevando seu tom de voz, assustando a kwami.
Nunca antes ela havia falado tantas coisas sobre si como falara agora. A pequena criatura temia que ela fosse akumatizada, pois sabia que se isso acontece não teria como impedi-la de conseguir o que queria.
-Sinto muito por isso Tikki... Me perdoa... -levou suas mãos até suas orelhas e começou a retirar os brincos.
-O qu- -não teve nem a oportunidade de completar sua frase, a mestiça já havia retirado o Miraculous.
Marinette soltou um triste suspiro e então guardou os brincos na Caixa dos Miraculous e deu uma ordem direta aos kwamis que eles não deveriam sair dali.
Após isso, ela caiu sobre seus joelhos e desabou em lágrimas. Ela não queria ser akumatizada. Não. Mas ela não suportava mais o peso que era obrigada a carregar. As mentiras que ela tinha que contar. Tudo que passara neste dia fora apenas um gatilho para suas emoções estourarem.
"Por que? "
Ela queria entender. Por que ela havia sido escolhida para passar tanta coisa? Por que ela foi escolhida para ser Ladybug? Por que ela sentia que nada seria como antes?
Bom, ela não tinha todas as respostas para essas perguntas. Mas fora imersa em pensamentos, que não percebeu uma pequena borboleta entrando em seu quarto e atravessando sua bolsinha.
-Princesa da Justiça, -sabia muito bem de quem e onde aquela voz vinha, mas não tinha forças para resistir. -Eu sou Shadow Moth. Todos te abandonaram com uma culpa de algo que não fez? Eu te darei o poder de fazer justiça a eles! Mas em troca, eu quero os Miraculous de Ladybug e Chat Noir. Temos um acordo?
-Não... Eu não posso... -tentava a todo custo resistir, não podia abandonar Paris nas mãos do vilão.
-Eles te abandoram, não há nada de errado em abandoná-los também.
-Se é assim... Sim, Shadow Moth! Eles vão se arrepender de fazer isso comigo e você terá o que quer. E nada poderá me impedir!
Uma nuvem negra percorreu pelo corpo da garota e assim ela foi akumatizada. Seu visual que era usado cotidianamente foi totalmente alterado dando origem a um novo uniforme.
Ela usava um vestido branco levemente rodado de mangas curtas. A saia dele era um pouco volumosa e curta, sendo preenchida pela cor rosa com pintinhas brancas. Ela também usava uma meia-calça branca e um salto sino fechado cor-de-rosa. Seu cabelo se formara em um coque alto, deixando apenas duas mechas frontais soltas. Sobre ele, estava uma coroa dourada delicada.
Juntamente com seu novo look, vieram mais acessórios, como uma venda branca que cobria seus olhos,luvas da mesma cor, uma bolsa preta lateral e um cajado preto, com uma bola rosa no topo dele.
Logo depois, a mestiça levantou-se e subiu até sua varanda. Caminhou até a grade e subiu sobre ela, pegando impulso para saltar para um prédio próximo. Pulava pelos telhados de cada prédio de Paris seguindo em direção ao parque.
Chegou em um telhado próximo ao local e avistou seus colegas de classe ali, juntamente com Luka e Kagami. Todos pareciam conversar sobre algo entre si e andavam pelo parque, indo até um espaço vazio dele. Um sorriso maligno saltou sobre seus lábios e se escondeu atrás de um caixote que estava ali naquele telhado.
-Eu não entendo... Não faz sentido a Marinette ter feito isso, mesmo que ela não gostasse da Lila não acredito que ela faria algo assim. -Kioko tomou a palavra, se pondo ao lado de Luka.
-Exatamente. A Mari não é assim, eu tenho certeza que tem um mal entendido por trás dessa história. -o azulado completou, colocando as mãos nos bolsos das calças.
-Pode até ser né... Mas a Lila nos mostrou provas, então não tem mais como contestar ou defender a Mari. -Nino disse e suspirou.
Ao ouvir isso, a japonesa respirou fundo e continuou a andar. Mesmo que não fosse a amiga mais íntima de Marinette, ela sentia no fundo de sua alma que tudo que acontecia com a azulada não era certo.
"Tem algo de errado nisso. "
Seus pensamentos são interrompidos por um estrondo, seguido de gritos de pessoas aparentemente desesperadas.
O olhar de todos seguiram até o lugar de onde elas saiam e puderam ver uma pessoa caminhando atrás delas. Não demorou muito e logo também estavam amedrontados e tentando fugir do akumatizado.
Mas, para sua decepção, não tiveram sequer tempo. Quando tentaram sair do parque, viram cair do céu pequenas adagas, que logo cresceram e os cercaram.
Alya estava muito nervosa. Sentia em seu mais profundo interior que precisava provar a inocência de sua melhor amiga. Não importasse como. Seus olhos vidrados não saiam da tela do computador,analisando cada minúsculo detalhe daquela foto.
Há algumas horas atrás ela havia ido até o colégio e revirado cada canto da sala do diretor, fazendo o possível para que não percebessem ela ali. Enquanto procurava, encontrou um envelope com tudo sobre a confusão.
Mesmo que a forma como conseguiu aquilo fora errada, não pararia agora. Ela precisava fazer isso. Provar que Marinette não tinha culpa de nada agora era seu único objetivo. Por mais que soubesse que a chamariam mentirosa e a confrontariam por tudo, não iria desistir.
Pegou o envelope em mãos e tirou de lá o depoimento de Lila. Já havia lido diversas vezes aquilo, mas sempre que o fazia seu sangue subia à cabeça e sentia como se fosse explodir de raiva. Cada palavra, cada detalhe eram tão bem contados e estruturados que ela não tinha dúvidas do porquê de todos terem acreditado naquilo.
Mas ela não. Sabia que aquela foto e história não era real. Ao analisar cada detalhe percebeu que um pequeno detalhe não batia. No depoimento, Lila afirma que a Marinette apenas fez bullying com ela e riu, enquanto na foto a mestiça batia nela.
Quando reparou, a morena imediatamente juntou as peças em sua cabeça. Era uma montagem. Agora todos os pontos estavam ligados e ela só precisaria provar sua teoria a todos. Só não sabia ainda como faria isso e como convenceria todos disso. Precisava de um plano, e sabia que Marinette poderia ajudá-la com isso.
"Agora podemos finalmente provar sua inocência Mari, só precisamos montar o plano juntas. "
Ela se ergueu da cadeira e desligou o computador e saiu de seu quarto. Estava prestes a atravessar a porta de saída, quando Nora a impediu.
-Onde pensa que vai mocinha? -a mais velha a confrontou e se pôs em sua frente.
-Eu preciso ir na casa da Marinette pra... Pegar uma atividade! Isso! -respondeu a primeira coisa que veio em sua mente e tentou passar pela irmã.
-Pegar uma atividade? Com a Marinette?
-Sim é que... Lembra aquele dia que eu faltei? -Nora concorda com a cabeça. -Então eu não peguei o exercício ainda, aí eu vou pegar agora que ela tá desocupada tá?
-Tá bom, mas volta antes do jantar viu? -saiu da frente da porta e foi até o sofá.
-Volto sim, tchauzinho! -ultrapassou a passos rápidos a porta e correu pelas ruas.
Andava o mais rápido que podia na direção da casa de Marinette, quando sentiu um tremor de terra e ela caiu sobre seus joelhos.
Alya se ergueu logo em seguida e pôde ver pessoas gritando e correndo. Embora soubesse que não deveria ir atrás do que quer que estivesse assustando elas em sua forma civil, a garota foi até lá e viu que era o que ela menos queria agora. Um akumatizado.
Não pôde reconhecer quem era por a figura estar de costas, mas conseguiu ver que ela já havia causado muita destruição e pânico. O que antes era um parque, agora era um tribunal cercado por adagas gigantes que flutuava no ar.
Pessoas corriam de outras que agiam como se fossem controladas e utilizavam vendas brancas. E sempre que alguma era pega, transformava-se em mais uma. Algumas, quando atingidas, subiam por uma escada e entravam no tribunal, sentando-se no banco do júri.
" Quem quer que seja, está dando uma de juiz agora com um time de zumbis justiceiros."
Alya não entendia a função daquele lugar, mas sabia que não era nada bom. Decidida a se proteger dos raios do akuma, saiu dali e foi até a casa de Marinette. Cumprimentou rapidamente os pais da garota e subiu para o quarto.
Entretanto, não encontrou a mestiça. Procurou também na varanda e não encontrou nada. Foi então que decidiu chamar os kwamis. Se aproximou da caixa de costura de Marinette e pressionou determinados tubos de linha, desbloqueando o esconderijo da Caixa dos Miraculous.
Assim que o fez, as pequenas criaturas voaram para fora e começaram a fazer um alvoroço pelo quarto. Todos falavam ao mesmo tempo e a morena não entendia nada que diziam. Mas algo lhe chamou a atenção Tikki estava com eles.
-Tá bom, tá bom. Me expliquem o que houve aqui. Um de cada vez. -repreendeu-os e logo Waizz tomou a palavra.
-Achamos que a guardiã foi akumatizada, ela estava muito triste!
-Era um estado lamentável, senhorita Rouge. -Kaalki foi quem falou agora com o mesmo ar refinado que possuía.
Os olhos castanhos percorreram pela Caixa dos Miraculous e logo avistou os brincos. Estendeu sua mão e os pegou. Colocou-os em suas orelhas e logo Tikki começou a falar
-Alya a Marinette ela...Ela tirou os brincos e eu não pude fazer nada... -choramingou a kwami da joaninha, sentada sobre ombro de Alya.
-Não se preocupa Tikki, não foi culpa sua. E mesmo que ela seja a akumatizada, vamos trazer ela de volta. Eu prometo tá? -sua voz saiu encorajadora e fez com que todos comemorassem.
A garota suspirou profundamente e ergueu seus olhos para a janela do quarto,por onde podia ver toda a destruição já causada.Mesmo que enfrentar a grande heroína de Paris akumatizada fosse um grande risco,ela estava disposta a corre-lo para salvar sua melhor amiga.
"Eu estou indo te ajudar Mari,só aguente mais um pouco"
-Trixx,let's pouce! -as palavras saltaram por sua boca e logo estava uniformizada.
Ela ainda não havia cogitado na ideia de usar o miraculous da joaninha,mas não o retirou de sua orelha. Ayla correu até a varanda e tomou impulso para saltar para um telhado.Ao avistar a vilã e seu exército caminhando pelas ruas,levando o tribunal flutuante consigo,ela decidiu nos seguir. Não demorou muito para que ela os alcançasse e se misturasse com a multidão de pessoas que fugiam. Sabia que não conseguiria subir até onde a vilã estava sem chamar a atenção por causa de suas roupas,então decidiu usar seus poderes.
-Mirage!-seu corpo foi tomado por uma luz e sua aparência mudou completamente.
Agora ela era uma garota ruiva que usava um vestido leve preto com sapatilhas brancas e com o cabelo em um rabo-de-cavalo. Caminhou na direção dos atingidos e retirou da pochete que carregava uma venda branca. Colocou-a sobre seus olhos e seguiu com os outros. Por mais que estivesse vendada,ela podia enxergar tudo ao seu redor. Pois assim como ela,a venda não passava de mais uma miragem.
Desviou-se do caminho e seguiu com mais três pessoas que subiam pelas escadas. Prestava atenção a cada passo que dava para ter certeza de que seu miraculous ainda estivesse ativo. Quando Rena e os outros chegaram ao topo da escada,uma adaga se ergueu abrindo passagem. Assim que ela o fez, a heroína ficou extremamente surpresa.Mas,novamente para não chamar a atenção,continuou a andar até onde deveria se assentar.
A voz da akumatizada e um choro baixinho eram os únicos sons que podiam-se ouvir ali. Cada palavra que a vilã pronunciava soava como uma fala de um juiz maldoso, levada por uma ventania apavorante. Era extremamente penetrante. Um arrepio subiu à espinha de Rena Rouge ao ver ela estender o cajado em direção ao jurí.
-Como bem podem ver, meu caros jurados, -caminhava ao redor de seus amigos acorrentados e de joelhos. -aqui estão os réus para julgamento de acordo como bem desejarem.
-Mas antes de julgarem todos, eu, Princesa da Justiça,vos apresento ao caso do principal réu. -agarrou Lila pelo braço e arrastou-a até o centro, jogando-a brutalmente no chão.
-Vejamos os motivos pelos quais é acusada. -direcionou seu cetro ao rosto da italiana e pressionou-o na bochecha dela.
No mesmo momento que fez isso, o cetro se transformou em uma espada, que furou a bochecha de Lila, fazendo um fio de sangue escorrer. Um brilho tomou conta da bolsa da vilã e ela se afastou momentaneamente da garota.
A azulada abriu a bolsa e de lá tirou um documento enrolado, que logo desenrolou-se, começando a planar no ar. Então, ela começou a ler o que dizia.
-Lila Rossi, 15 anos. Adora causar dor e destruição. É uma garota muito esperta. Ela ama a atenção, o que ela está disposta a obter por mentir, mesmo que isso signifique ir além das palavras para apoiar suas mentiras. Ela fica com ciúmes se alguém recebe mais atenção ou amor do que ela, e ela não gosta quando alguém revela que suas mentiras não são verdadeiras, mostrando nenhum remorso por mentir em primeiro lugar. Ela não vai facilmente perdoar as pessoas que ela se sente prejudicada. -a cada palavra que saia da boca da vilã, mais as correntes que prendiam Lila aumentavam de quantidade e apertavam-se, forçando um gemido de dor a sair da boca da garota.
-Ela possui um inexplicável ódio por Marinette Dupain-Cheng e está disposta a tudo para arruinar sua vida. Uma de suas tentativas, e a mais bem sucessida, e a que é motivo de ser acusada, foi quando ela manipulou todos os alunos e funcionários do Colégio Françoise Dupont, incluindo os amigos de Marinette, de que ela havia cometido um delito que não cometeu. -aquela última frase fora o estopim.
Assim que as pronunciou, as correntes de Lila a apertaram mais e um brilho preto começou a percorrer lentamente o corpo dela. Todos os outros adolescentes estavam como Rena, confusos, surpresos.
Alya sabia que Lila contava algumas mentiras, mas nunca chegou a cogitar que eram tantas e que chegavam a esse nível de consequências. Era decepcionante.
Um sorriso pairou nos lábios de Marinette e ela se direcionou novamente ao júri.
-Como bem podem ver, essa jovem é acusada de delitos inexplicáveis e que, se fossemos contar, seria como contar cada célula existente no planeta. Agora, é vossa vez de decidir. Culpada ou inocente? -rodopiava ao redor da garota que gritava de dor.
-Culpada. -um uníssono ecoou pelo local e Alya sentiu seu estômago embrulhar.
Já havia enfrentado muitos vilões perigosos e registrado as lutas com vários outros, mas nenhum nunca havia chegado a esse nível de crueldade. Expor os piores pecados da pessoa a um público inconsciente –em sua maioria–era algo constrangedor. E ainda fazer a pessoa sofrer antes mesmo de dar a sentença final, era algo doloroso de se ver.
"Se com a Lila ela fez assim.. Imagina com os outros?... "
Princesa da Justiça estava prestes a dar o golpe final em Lila, quando um estrondo foi ouvido. Por ter se distraído, a vilã não pôde ver um bastão vindo em sua direção e acertando em cheio sua cabeça. Quando menos percebeu, Chat Noir já havia saltado no meio do tribunal.
-Me perdoe pelo atraso, mas eu ainda posso interferir nesse caso, por obséquio? -apoiou a cabeça sobre o bastão, enquanto acompanhava a vilã retomar sua pose.
-Acha mesmo que pode me impedir? Então tenta! -berrou para o herói , que se arrepiou. -Mas antes... -estava prestes a ir na direção do herói, mas decidiu terminar o que começou.
Ergueu sua espada e cortou o corpo de Lila ao meio. Antes mesmo que pudessem sequer pensar em interferir, Rena e Chat viram que já não adiantava. Lila já estava sem vida e seu corpo caído sucumbia a pó.
Então ela avançou na direção do herói. O golpeou com sua espada, que se defendeu com o bastão. Marinette transformou sua espada em cetro novamente e bateu nas pernas de Chat. Se aproximou dele caído e iria pegar o anel, quando ele agarrou suas pernas e a derrubou no chão.
Com um salto ele se ergueu, e não demorou muito para a vilã fazer o mesmo. Rena viu ali sua oportunidade para aparecer, desfez a miragem e avançou na direção da akumatizada. Por não conseguir vê-la por trás, Rena Rouge bateu seu bastão no pescoço dela. Mas, ao invés de ceder ao chão, com um reflexo atingiu em cheio a barriga da heroína com um soco.
A morena cambaleou para trás, aproveitando que Chat lutava com a outra para recuperar o fôlego. Quando ia entrar de novo na luta, pôde ouvir seu miraculous apitar, avisando que sua transformação acabaria a qualquer momento. Chat Noir ouviu ao longe o som e acabou se distraindo ao olhar na direção de Rena, não percebendo o chute que Princesa da Justiça direcionou em suas pernas.
Grunhuiu de dor assim que seu corpo bateu no chão, apoiando-se para levantar. Porém foi impedido quando sentiu seus braços serem presos ao seu corpo por correntes. A azulada sorriu e arrastou o herói até junto dos outros presos. Ele queria resistir mas o cansaço físico e psicológico o atrapalhava.
O loiro dedilhava as teclas do piano com cuidado, prestando atenção em cada nota. Havia acabado de retornar da aula de esgrima e foi direcionado que deveria treinar piano.
-Você devia descansar um pouco garoto, vai quebrar os dedos desse jeito. -a criatura preta pousou sobre a cabeleira do garoto, que não desviou o olhar do piano.
-Não dá Plagg. Você ouviu meu pai. Ele falou que se eu não melhorar meu desempenho mas minhas atividades ele vai me tirar do colégio! -passou a tocar com mais intensidade a melodia.
Tentava ao máximo não perder a cabeça e acabar atraindo um akuma, pois seu dia já ia de mal a pior. Durante a aula de manhã pôde ver as consequências das mentiras da Lila e nem teve o direito de tentar ajudar Marinette. Na aula de esgrima acabou torcendo o pé, o que causou um sermão enorme de seu pai.
Ele já estava farto de tudo isso. Farto de ter que ser o filho perfeito e seu pai não dar o mínimo de reconhecimento. Apenas cobrar por mais e mais, como se ele fosse um robô. Mas ele não era. Era humano, pré-disposto a cometer erros. Adrien percebeu que precisava se acalmar assim que terminou a música e sentiu seus dedos doerem.
-Eu só queria uma vida normal Plagg... -tombou a cabeça para trás e pôs as mãos no rosto.
Rena Rouge precisava de um plano. Pelo que percebera, convencer Marinette a rejeitar o akuma não seria uma tarefa fácil. Mas precisava também de tempo,se se destransformasse ali não haveria como salvar Marinette. Faltava apenas duas luzes se apagarem e seu miraculous desativar.
Voltou sua atenção novamente à batalha e decidiu voltar a participar.Correu na direção de Princesa da Justiça e atirou seu bastão,acertando em cheio as costas dela.O bastão retornou para as mãos de Rena e a vilã virou-se bruscamentee avançou pra cima da heroína.
Os ataques da vilã eram extremamente rápidos,o que fazia Alya pensar que não venceria aquela luta. Novamente o miraculous dela apitou e suas pernas tremeram, não podia sair dali agora, mas não tinha muitas opções.
"O que eu faço? O que eu faço? O que eu faço? "
Lentamente ela caminhou para a beira do tribunal, ao mesmo tempo que se defendia dos ataques de Marinette e também de suas tentativas de enfeitiçá-la. Não demorou muito e Rena Rouge estava cercada pela vilã. A mestiça sorriu e ergueu a espada para o alto, mas, quando menos esperava, a heroína seu uma cambalhota e caiu para trás.
A akumatizada se aproximou da beira para procurá-la, em vão. Ela já havia desaparecido de vista. Grunhuiu em resposta e posicionou-se novamente em frente ao júri.
-Agora, vamos dar continuidade ao nosso julgamento... -olhou levemente para trás para ter certeza de que Rena não havia voltado, o que a fez sentir um pequeno aperto no coração.
Procurando um lugar para se destranformar, Alya corria pelas ruas desviando ao máximo dos atingidos e de pessoas que, incansavelmente, fugiam dos mesmos. Entrou em um beco e conferiu para ver se não havia ninguém. Com a certeza, ouviu o último bip de seu miraculous e sua transformação acabou.
-Você precisa fazer alguma coisa pra impedir ela Alya! -assim que saiu do colar pronunciou Trixx.
-Eu sei, Trixx. É só que... -um pensamento surgiu em sua mente e rapidamente estalou os dedos-Eu acho que eu tive uma ideia!
-Qual?
-Você vai ver... -sorriu marota. -Tikki, transformar! -um brilho rosa percorreu seu corpo e logo estava vestida de joaninha.
Torcia internamente para que, pelo menos, tivesse a chance de realizar seu plano. Esperava muito que tudo desse certo.
Lançou o ioiô em direção ao tribunal e prendeu ele em uma das adagas ainda presas. Com o auxílio dele, rapidamente saltou para dentro do tribunal. Seus olhos se arregalaram ao se deparar com a cena. Chat Noir desmaiado , caído no chão e com seu rosto escorrendo sangue. Poucos ainda sobravam ali. Apenas não haviam sido julgados ainda Luka, Nino, Max, Zoé e Rose.
Alya tentava entender o porquê da vilã não ter pego o Miraculous de Chat ainda se ela tinha-o basicamente em suas mãos. Parecia que ela estava criando um enigma que ninguém conseguiria resolver. Um labirinto sem saída.
Seus pensamentos foram bruscamente interrompidos por um golpe que, por puro reflexo não cortou fora seu braço. Mas, felizmente para ela, causou apenas um raspão , da onde logo começou a sair um líquido vermelho.
Virou-se para trás e se colocou em posição de ataque. Girou seu ioiô e avançou para cima da vilã. A azulada logo se defendeu, mas não deixou de atacar com rapidez . Pouco tempo depois, Scarabella apenas se defendia e fazia o máximo para não machucar-se ou a ninguém no processo.
Por um breve momento, conseguiu dar um soco no rosto de Princesa da Justiça, a fazendo cair de costas no chão. Internamente ficou preocupada de ter ferido seriamente a mestiça, porém voltou sua atenção a usar seus poderes.
-Lucky Charm! -gritou e logo um caderno caiu em suas mãos.
Não entendia. Como usaria aquele inusitado objeto para derrotar a akumatizada? Não entendia, mas logo o segurou fortemente em mãos ao ver que a adversária já havia se erguido.
Dirigia toda a sua atenção à batalha, procurando não ser atingida. Porém, a todo momento, desviava o olhar para o ambiente ao seu redor na busca por alguma pista ou solução.
A luta perdurou durante um bom tempo ali, até que Princesa bateu seu cajado nas pernas de Scarabella e socou seu queixo, a fazendo cair dali. A vilã pulou atrás dela, fazendo com que o tribunal fosse junto, batendo com tanta no chão ao ponto de causar um terremoto.
Quando aterrissou graciosamente no chão, ergueu a cabeça e avistou que a heroína já havia se levantado, estando com os olhos vidrados nela. Os passos em que se dirigia em direção à morena eram lentos, o que a deixava cada vez mais tensa.
Alya engoliu em seco e então começou a andar para trás,até ser encurralada em um muro. Princesa da Justiça sorriu macabra e, assim que estava próxima o suficiente, agarrou com força o pescoço da morena, a fazendo começar a perder o ar.
-M-marinette... -balbuciou ao mesmo tempo que tentava respirar. -Me escuta, por f-favor...
-A sua amiguinha Marinette está morta! -apertou com mais força. -Só o que resta agora é uma juíza sem pena de seus réus! -esbravejou.
-V-você não é assim, me ouve Mari...
Scarabella já estava ficando pálida, mas ainda encontrou forças para olhar ao redor buscando por algo. Sua esperança já ia esvaindo-se, quando o corpo de Princesa e o caderno ganharam uma estampa vermelha com bolinhas.
Como se uma lâmpada se acendesse, um plano surgiu na mente da garota. Soltou o caderno e o deixou cair no chão, o que chamou a atenção da vilã.
Os olhos azuis, assim como sua concentração, vidraram naquele pequeno objeto. E, como se algo despertasse dentro de si, ela repentinamente largou o pescoço da heroína e levou ambas as mãos à sua cabeça, caindo de joelhos em seguida.
-Ei, Marinette.. Pode me ouvir? -Scarabella se agachou e tocou o ombro da mestiça.
-S-sim... -sussurrou.
-Me mostra, onde 'tá o akuma?
Sem dizer nada, Marinette apenas fez um sinal com a cabeça, apontando para sua bolsa. Alya percebeu o movimento e, logo, tirou a bolsa do corpo da amiga , rasgando o acessório em seguida.
A borboleta negra saiu voando dela e uma espuma escura percorreu o corpo da azulada. A heroína se levantou por um momento e foi atrás do akuma.
-Chega de maldade akuma, hora de aniquilar a maldade! -lançou o ioiô em sua direção, capturando-o. -Te peguei! Tchau, tchau borboletinha! -acenou levemente para a borboleta branca e se abaixou para pegar o caderno.
-Miraculous Scarabella! -lançou-o para cima e joaninhas mágicas saíram a perco terra toda Paris.
Poucos momentos após, tudo já estava em seu devido lugar novamente. Marinette permanecia ajoelhada, olhando para o chão. A morena sorriu levemente e se abaixou de novo para abraçar a mestiça, sendo retribuída um tempo depois.
Fala meus amores e amoras!
Voltei dnv depois de um tempão né? Rsrs
Eu tive um semana de prova e todo o tempo livre que tinha dedicava pra cá. Essa two-shot fic foi um dos textos que eu mais me dediquei pra fazer e pra trazer perfeito pra vcs.
Eu sei que já tinha postado uma fic com a Marinette akumatizada, mas naquela eu reli e percebi que minha escrita não tava muito boa e o contexto que eu criei não trouxe a mensagem que eu queria. Aquela fic, então ,vai ser excluída em breve , MAS o tema Marinette do mal não vai sair das minhas fics tão cedo.
Talvez eu faça uma long-fic dessa daqui, desenvolvendo mais a história e dando continuação mas não tenho certeza, quero a opinião de vcs.
E talvez eu fique um tempo sem postar tbm pq eu estou planejando uma fic grande e antes de postar quero escrever pelo menos 5-10 capítulos dela pra eu poder me organizar e desenvolver as ideias que estão a todo vapor.
Por enquanto foi só isso que tenho pra falar, espero que tenham gostado do capítulo, mas esperem, tem mais. Corram pro bônus bora!
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