Leiam as notas finais, boa leitura!


Capítulo Quatro

Meu Vizinho Feio

Meus olhos estavam ardendo por conta das lágrimas, mas eu não estava maluca e era mesmo preocupação estampada na cara de Edward Masen. A voz dele também era de alguém que estava verdadeiramente interessado em saber sobre a outra pessoa, que naquele caso era eu.

— E-Eu só — gaguejei, ainda abalada por ter entrado naquela espiral de pensamentos sobre Renata, Caius e minha vida antes da adoção. — Nada, tudo bem. — Fechei os olhos e limpei o rosto com as costas da minha mão que segurava o celular.

— Obviamente não está nada bem, Volturi — insistiu. — Você tá passando mal? Posso ligar para o Charlie.

— Não, eu não estou passando mal. — Reabri os olhos. — Só estou com muito na cabeça, ok? De boa, não precisa ficar preocupado comigo. — Ele pigarreou, se afastou e declarou:

— Não estou preocupado.

— Você está sim — teimei.

— Não estou, só acho que você chorar no meio de uma academia pode ser um mau sinal e se cair dura aqui não quero seu pai depois brigando comigo por não te ajudar. Com certeza não quero me encrencar com o treinador no meu último ano.

— Ei, eu já disse hoje que você é um idiota, Masen? — indaguei, ainda chorando, mas funguei para ver se conseguia fazer as lágrimas pararem, não consegui.

— Ainda não, agora está em dia, ufa — debochou e isso acabou me fazendo rir. Ele tentou, mas não conseguiu esconder um sorriso.

— Pode voltar para seus exercícios, estou ótima. — Não estava, mas iria ficar.

— Não parece estar. Mike fez alguma coisa? Ele te mandou mensagem? — Apontou para meu celular.

— Meu choro não é sobre Mike, quer dizer, não muito. É sobre a minha mãe pra falar a verdade — sussurrei o final, Edward franziu o cenho.

— Você tem contato com seus pais biológicos? — perguntou meio chocado.

— Só com ela — murmurei, desviando o olhar dele para responder Renata, digitei uma mensagem rápida e que deixasse claro que aquele não era o melhor momento para conversar.

Bella: Também estou com saudades. Minha agenda tá uma loucura, mas vamos tentar marcar algo em breve. Beijos, até mais!

— Com quantos anos você foi adotada? — meu vizinho continuou a perguntar, erguendo uma mão para mexer em seus cabelos molhados pelo suor. Tentei evitar e não olhar para os músculos em seu braço, mas caramba, aquilo era meio impossível.

Edward era tão alto, grande, gosto… Tão feio, eca!

— Quinze.

O garoto assentiu, parecendo meio perdido em seus pensamentos, mas falou:

— Você se dá tão bem com seus pais, parece que está com eles desde sempre.

— E você fica analisando minha relação com eles? Virou aqueles esquisitos stalker, Edward? Vou te denunciar pra polícia.

— Você não é engraçada, Ratinha.

— Um dia vou quebrar sua cara por me chamar assim.

Edward gargalhou, o que até chamou a atenção das outras pessoas na academia pra gente. Estar sob todos aqueles olhares era incômodo, mas era estranho de uma forma divertida ver meu vizinho rir. Quer dizer, parecia estar assistindo a um alien se adaptando aos costumes terrestres, Steven Spielberg faria um filme sobre aquilo em breve, eu sabia.

— Olha seu tamanho, você nunca daria conta de quebrar minha cara, Volturi.

— Daria sim, sou extremamente forte. — Coloquei meu celular sobre um suporte próximo e fui pegar pesos, os de dez, mas não era tão forte assim como queria aparentar para Edward.

— Você vai acabar se machucando. — Tirou os pesos de mim, com muita facilidade, quando me viu quase os deixando cair.

Resmunguei e peguei os de cinco, estava começando a série quando Edward, que guardava os outros pesos, questionou:

— Qual é o nome dela?

— O quê?

Nos olhamos e ele esclareceu:

— Qual o nome da sua mãe?

— Ah! — exclamei. — É Renata. — Eu também fiquei curiosa sobre aquele tópico e perguntei de volta. — Qual era o nome da sua mãe?

O rosto dele foi tomado por dor, era fácil de reconhecer, mas ele respondeu. E falou o nome dela com tanto respeito, tanto carinho e saudades.

— Elizabeth.

— Nome bonito.

— É, era sim. — Os olhos dele brilharam, com certeza lágrimas, mas diferente de mim ele não as derramou. — Vou te deixar malhar, não se machuque.

Ele se afastou, eu pensei em como éramos parecidos. Ok, eu não era órfã, mas de alguma forma vivia um luto sobre minha mãe também.

Quis saber mais sobre a história dele, mas sabia que Edward nunca contaria nada para mim. Ainda éramos inimigos, ou não? Talvez o chifre conjunto que levamos tivesse mudado as coisas e pudéssemos deixar todo aquele ódio de lado.

X

Alice era maravilhosa na cozinha, então naquela manhã de 12 de setembro, quando ela nos serviu um banquete para o café da manhã, agradeci com todo meu amor.

— Te amo, casa comigo?

— Só se você parar de escutar podcasts sobre crimes, amiga. — Ela sentou ao meu lado e serviu um generoso copo de leite para si.

— Não consigo, é meu vício problemático. — Cortei um pedaço de panqueca e enfiei na boca.

— Um dos seus vícios problemáticos — Alice me corrigiu. — O tanto que você come M&M's não deve ser normal.

— É colorido, claro que faz bem — brinquei.

— Bom dia! — Rosalie entrou na cozinha gritando. — Alice, que mesa linda, casa comigo?

— A Bella pediu primeiro.

— Eu sou mais gostosa — Rosalie declarou e sentou junto da gente, peguei uma uva e atirei nela, mas isso não abalou a loira. — Você tem estágio hoje? — minha amiga perguntou para mim.

— Tenho, mas decidi matar a academia hoje, já vai ser um dia muito puxado com o estágio, faculdade e depois trabalho. E fui dormir tarde…

— Estudando? — Alice questionou.

— Não, eu tava relendo A Seleção.

— Pela milésima vez.

— É um clássico! — defendi.

— Só você, Bella — Rosalie disse rindo. — Agora, mudando de assunto. Já está praticamente tudo certo para sua festa no final de semana.

— Obrigada por isso, gente — agradeci as meninas.

Meu aniversário seria no dia seguinte, mas eu iria comemorar com meus pais na data e teria uma festa com amigos no sábado. Bom, amigos e Edward Masen, que só tinha sido convidado porque Rosalie, a organizadora principal da festa, insistiu.

Okay, ele tinha sido muito legal na academia no outro dia, mas não tínhamos virado amigos. Pelo contrário, no final de semana o maldito emo tinha feito até uma reclamação para a síndica por eu estar usando o secador depois das onze da noite, um chato.

— Coloquei nos convites que é obrigatório trazer presente.

— Rose! — Eu ri.

— E sei de um presente que você vai amar.

Fiquei muito curiosa sobre aquilo, mas minha amiga não deixou nada escapar e aparentemente Alice não sabia do que ela estava falando. Eu teria que aguentar mais uns dias para descobrir.

Depois que terminamos de comer, Alice avisou:

— Bella, é seu dia de tirar o lixo e nem vem com a desculpa de que não pode por ser véspera do seu aniversário.

— Mas é, vocês deveriam começar a me mimar desde já.

— Coitada — Rose debochou. — Tira logo esse lixo do apartamento antes que mais um rato surja para te colocar pra fora só de toalha.

— Credo, nem me lembra disso.

Levantei e fui recolher todo lixo do apartamento, estava saindo para jogar fora quando vi Edward parado na porta da sua casa. O garoto estava de fones de ouvido e tirava sua camisa ali no corredor, revelando seu corpo malhado e suado.

Foi impossível não sentir coisas, porra, foi impossível não querer fazer coisas.

Quer dizer, eu estava bem no meio do meu período fértil, era meu corpo querendo preencher meu útero. Obviamente não queria transar com o Masen, só estava sendo movida por hormônios.

Mas caramba, as costas dele eram bonitas. Os braços eram tão, tão fortes, me imaginei entre eles, minhas mãos passeando pelas costas do jogador. E eu não reclamaria de sentir aquele cara gostoso beijando meu pescoço, o ponto mais sensível do meu corpo.

Caralho, eu queria ele me beijando, tanto… Opa, não! Ele era um inimigo, um chato, eu não iria ficar fantasiando sobre transar com Edward. Não importava o quanto o garoto fosse gostoso, ou o quanto eu estava precisando transar depois de quase dois meses sem nada.

— Isabella! — gritei, chamando minha própria atenção.

Isso fez Edward me notar no corredor, me olhou confuso e tirou um dos lados do seu fone.

— O que foi, Ratinha?

— Vá se foder! — exclamei e saí pisando firme para longe dele.

No entanto, ainda pude escutar ele falar:

— Tchau, Isabella.

E porra, a voz dele era gostosa também. Por Deus, eu precisava instalar o Tinder e achar um cara decente para transar, não meu vizinho feio e chato.

Isso, feio e chato, nada de gostoso. Nenhum pouco gostoso!

X

O dia do meu aniversário estava sendo perfeito, acordei com Alice, Jasper e Rosalie me levando café na cama, balões e cantando de forma extremamente desafinada Parabéns para você. Fui malhar com Rose e Jasper depois, eles não gostavam de ir para a academia de manhã, mas fizeram aquilo por mim. As aulas foram tranquilas, almocei com Alice e Jasper, já que Rose estava ocupada no estágio dela em um escritório de engenharia.

Jasper estava servindo de meu motorista do dia, apesar de eu amar minha moto, pegar carona não era um problema quando se estava com seu melhor amigo. Depois da minha última aula do dia ele me deixou no salão de beleza, onde cortei as pontas dos cabelos, fiz uma mega hidratação e escovei, também fiz as unhas e saí de lá me sentindo renovada.

O jantar seria com minha família, papai Charlie me buscou no salão e nos encontramos na pizzaria com papai Aro, Jacob e Renée.

— Você está tão linda, meu bem — ela disse ao me abraçar com força. — Nem acredito que já tem vinte e um, parece que foi ontem que eu comprei bebidas alcoólicas para você porque era menor de idade.

— Renée! — papai Charlie chamou a atenção dela, nós duas nos soltamos rindo e olhamos para ele.

Charlie tinha por volta de 1,80, era mais alto do que Aro. Os cabelos também eram escuros, assim como seus olhos. Usava um bigode desde sempre, Renée falava que um dia iria arrancá-lo com as próprias unhas.

Minha madrinha, que era enfermeira, tinha longos cabelos castanhos claros e olhos azuis. Era pouco mais alta do que eu, uma mulher divertida e carinhosa. Renée conhecia Charlie desde a escola, depois os dois conheceram papai Aro e se tornaram os três melhores amigos.

— Podemos comer agora que a chata chegou? — meu irmão perguntou, olhei para o mané, era o único sentado e que não tinha me cumprimentado.

Jacob era baixinho para sua idade, cabelos pretos que usava espetados para cima com muito gel como se fosse um porco espinho. Pele escura, destacando sua ascendência nativa americana, olhos grandes e castanhos.

— Não vai me dar parabéns?

— Não, e eu queria ir jantar sushi, não pizza.

— É meu aniversário, eu escolho! — Sentei ao lado do pirralho e o apertei em um abraço.

— Me solta — implorou, só o apertei mais e enchi seu rosto de beijos, isso o fez rir.

Jacob poderia ser um pé no saco, mas eu amava muito meu irmãozinho. Era uma sortuda por termos acabado na mesma família, não imaginava mais minha vida sem aquele pestinha nela.

— Feliz aniversário, Bells — desejou, beijando meu rosto de volta.

— Obrigada, Jake. — O soltei e apertei seu nariz, ele resmungou e se afastou da minha mão. — Agora podemos pedir? Tô morto de fome.

— Isso porque você nem queria pizza — papai Aro disse.

A mesa era grande, para seis pessoas, mas como estávamos em cinco, um lugar estava vago. Eu estava sentada entre Jacob e Renée, na frente dela não tinha ninguém, na minha frente papai Charlie e diante Jake nosso pai Aro.

Meus amigos mais próximos estavam muito enrolados com trabalho e estudos, Alice ficaria até tarde fazendo um trabalho na biblioteca da universidade, Jasper depois de me deixar no salão foi trabalhar no cinema onde ocupava a função de vendedor na bilheteria e Rosalie estava tendo um dia louco no estágio, por isso nenhum deles estava ali no jantar com a gente. Eu tinha pensado em convidar Renata, mas nos últimos dias estava muito mexida por conta da nossa história e achei melhor não me forçar a um encontro com ela.

Nós duas nos falamos por ligação no meio do dia, ela também tinha me enviado presentes, dois livros e disse que deveriam chegar logo. Eu agradeci e prometi que iríamos nos ver em breve, apesar de não ter ideia de quando seria de fato aquilo.

— Como foi seu dia? — Renée perguntou para mim, mas antes que eu pudesse responder, papai Charlie gritou:

— Ei, Edward!

Edward? Como assim?

Meu pai ergueu uma mão, parecendo chamar alguém atrás de mim. Olhei e vi Edward Masen na pizzaria. Era só o que me faltava.

O jogador nos olhou e caminhou em nossa direção, parando na cadeira atrás de mim. Engoli em seco, enquanto ele dava boa noite para todos.

— Vim aproveitar que Charlie nos deu o dia de folga do treino e me empanturrar de carboidrato — contou.

— Senta e come com a gente — Charlie convidou, eu olhei para ele em pânico, não queria Edward no meu jantar de aniversário.

— Sim, janta com a gente! — Jacob fez coro, meu irmão adorava Edward, Emmett e todos os garotos do time da universidade, já que ele sonhava em virar um jogador como os meninos e nosso pai.

— Isso, senta aqui e nos conta de novo sobre quando a Bella foi expulsa de casa pelo rato — Renée pediu e eu direcionei meu olhar mais ultrajado para minha madrinha. Ela tinha conhecido Edward em março no aniversário de Charlie, já que meu pai tinha feito questão de convidar o time inteiro para a festa, especialmente Emmett e Masen que eram seus favoritos e ele nem tentava esconder isso.

— Obrigado, mas…

— Vamos, eu faço questão, garoto! — Charlie indicou a cadeira vaga ao seu lado, vi Aro reprimir uma risada, mas ele era o único, além de mim, sem convidar Edward para o jantar, então não iria brigar com o professor por estar querendo rir.

Ouvi Edward, ainda atrás de mim, suspirar. Ele contornou a mesa e sentou ao lado de Charlie, nos olhamos e eu quis ter super poderes para acabar com a raça daquele Emo só com o poder da minha mente.

— Feliz aniversário, Isabella! — desejou.

— Estava sendo até você aparecer — resmunguei.

— Ei, você é mais educada do que isso, garota — papai Charlie falou, eu bufei, mas agradeci de maneira educada.

— Obrigada, Edward.

— Vamos pedir! — Charlie anunciou.

— Edward, verdade que o Mike traiu a Bella com a sua namorada? — Jake perguntou e eu quis morrer naquele instante.

— Jake, não! — meus pais e Renée exclamaram juntos.

— Ué, só fiz uma pergunta — meu irmão disse chateado. — Credo.

Olhei para Edward e o vi sorrindo, eu revirei os olhos, mas acabei abrindo um sorriso também.

X

Certo, o jantar não foi tão ruim com Edward presente. A maior parte do tempo todos estávamos envolvidos em conversas sobre futebol americano, mas também falamos sobre meu estágio, o de Edward que estava sendo em um escritório de arquitetura e como as aulas estavam exigindo tudo de nós.

Porém, a melhor parte foi quando eu comecei a receber presentes.

— Amei, obrigada, Jake! — agradeci quando abri o último presente, meu irmão tinha me dado uma nova edição capa dura de Orgulho e Prenconceito.

— Paguei com meu próprio dinheiro — ele se gabou. — Estou pobre pelo resto do ano. — Isso fez todos nós rirmos.

Coloquei o presente junto a pilha de outros que já tinha recebido. Renée me deu uma paleta de sombras, meus pais brincos e pulseiras da mesma coleção, Edward, o penetra, obviamente não me deu nada.

— Pelo menos você me deu algo, Jake, diferente de certas pessoas — alfinetei o Masen, que resmungou.

— Edward pode te dar uma carona — Charlie sugeriu, enquanto papai Aro terminava de pagar a conta.

— O quê? — Edward e eu indagamos juntos.

— Vocês vão para o mesmo prédio, faz sentido irem juntos — meu pai insistiu.

— Posso pegar um Uber já que meus próprios pais não querem me levar para casa — dramatizei.

— Deixa de drama, garota — papai Charlie mandou. — Vou deixar Renée em São Francisco, Aro e Jake vão pra casa, que não é caminho para seu prédio, quer fazer a gente ficar dando volta por aí se pode pegar uma carona com Edward? Você leva ela, não é, garoto?

— Sim — Edward respondeu, mas não parecia muito certo disso.

— Não tem problema sair do caminho, deixo a Bella em casa — papai Aro disse.

— Não, Edward está indo para o mesmo lugar e leva ela, vamos ser práticos.

— Mas…

— Resolvido!

Só acreditei que estava realmente sendo obrigada a pegar carona com Edward quando já estava no carro dele, coloquei o cinto, ainda em choque, enquanto o garoto começava a dirigir. Ficamos em silêncio, eu peguei meu celular para me distrair e responder mensagens de parabéns em todas redes sociais, Angela, uma amiga minha tinha enviado algo sobre Mike alguns minutos antes.

Angela: Amiga, o Mike tá me mandando mensagem e pedindo pra você desbloquear ele. Falou que quer te parabenizar, conversar um pouco, etc.

Bella: Manda ele se foder e diz que fui eu.

— Maldito! — exclamei, bloqueando a tela do celular e cruzando os braços na frente do corpo.

— Eu? — Edward perguntou. — Só fiquei para jantar porque seu pai insistiu, tá? Não queria ser grosseiro com ele.

— O quê? Não, eu tava falando do Mike, ele tá tentando falar comigo. Mas você também é um maldito. — Cutuquei seu braço, ele se moveu para afastar meu dedo. — Participa do jantar de aniversário de alguém e nem dá um presente, isso é feio.

— Não era mesmo meu plano acabar no seu jantar de aniversário, Volturi. — Passou uma mão por seus cabelos, eu estava olhando para seu perfil quando vi meu vizinho sorrir de forma maligna. — Quer saber? Vou te dar um presente agora mesmo!

— Vai? O quê? Irá me matar?

— Não, deixa de ser doida, garota — ordenou e dirigiu até parar no estacionamento de um supermercado ainda aberto.

— O que estamos fazendo aqui?

— Fica aí, eu já venho.

Ele saiu do carro, me deixando lá sem ter ideia do que iria receber como presente. Porém, não demorou muito para Edward voltar, com um embrulho em mãos, parecia uma garrafa e isso me animou, seria algum vinho caro?

— Meus parabéns, aqui seu presente! — Entregou o embrulho para mim.

— Você realmente comprou um presente para mim?

— Ah, eu comprei sim. — Lá estava de novo o sorriso maligno. — Abra!

Eu abri e quis matar Edward quando vi o que era. A porra de um spray para matar baratas, um presente de merda.

— Você não vale nada, Edward!

— O quê? — Ele riu. — É um presente útil considerando quantas baratas surgem no nosso prédio.

— Vamos embora logo! — exigi, colocando o pesticida perto dos meus outros presentes. Okay, no final das contas era algo realmente útil.

Edward riu mais, porém, para seu próprio bem voltou a dirigir. Eu retornei ao meu celular, vendo quais fotos tiradas no restaurante iria postar, a maioria delas tinham sido feitas por Edward, mas ele aparecia em duas quando Charlie — tinha que ser — insistiu para o garçom fotografar todos nós. Não queria postar uma foto com ele, mas eu estava muito bonita em uma daquelas fotos e queria publicar ela e não tinha como o cortar, já que ele não estava na ponta da imagem.

— Vou postar uma foto com você e colocar um emoji de merda na sua cara.

— Como você é engraçada — debochou.

Comecei a preparar o post, escrevendo a legenda, marcando os perfis de Renée e Aro, Charlie e Jacob não tinham Instagram. Desisti do emoji na cara do Emo, iria até marcá-lo, mas lembrei de algo.

— Ei, não te sigo no Instagram.

— E?

— Vou te marcar na foto.

— Não precisa.

— Precisa! — Publiquei como estava e fui atrás do perfil, eu sabia o user, afinal todos meus amigos seguiam o garoto e já tinham postado foto com ele em algum momento. — Me aceita.

— Tô dirigindo, não vou aceitar nada agora, Ratinha.

— Não me chama assim. Pronto, aproveita o sinal vermelho! — ordenei quando paramos em um.

Edward resmungou, mas pegou seu celular do bolso e aceitou minha solicitação. Também mandou uma para mim e aceitei, já que nossos perfis eram trancados. Editei minha foto e o marquei, ainda estávamos no sinal vermelho quando indaguei:

— Você tem uma conta no Twitter, né? Já vi o Emmett marcando um tal de masenmasen por lá.

— Você está me perseguindo, Volturi?

— Vou te seguir lá. — Abri a outra rede social.

— Pra?

Pensei porque eu faria isso, mas não encontrei uma resposta. Para minha sorte, o sinal abriu e o Masen avisou:

— Pode seguir, minha conta é fechada. Toma, aceita a solicitação e segue a sua de volta. — Me entregou seu celular desbloqueado e fiquei em choque, só tinha uma pessoa no mundo que eu confiava meu celular assim e era Rosalie.

Ainda sem acreditar no que estava rolando segui ele, então me segui por sua conta. O perfil do garoto no Twitter era todo emo gótico, ele usava o aplicativo no tema mais escuro possível e tinha como imagem de perfil um esqueleto tomando café. Era bem diferente da minha conta, toda clara e com uma foto da Gaga.

Eu continuava com o celular dele em mãos quando tive uma ideia brilhante, publiquei um novo tweet pela conta do meu nada querido vizinho.

masenmasen: feliz aniversário houseofvolturi você é a melhor vizinha do mundo!

Rindo, devolvi o celular para ele.

— O que você fez, garota?

— Nada! — Desviei o olhar para meu próprio celular e vi que Emmett tinha respondido o tweet.

emmccarty: O QUE ESTÁ ACONTECENDO?

Também recebi mensagem de Rosalie.

Rose: BELLA COMO ASSIM VOCÊ JANTOU COM O EDWARD?

Rose: VOCÊS ESTÃO FICANDO?

Rose: O MEU CASAL

Completou a última mensagem com um emoji chorando, meu estômago revirou só de pensar em ficar com Edward e respondi minha amiga na hora.

Bella: Não tô ficando com ele, credo.

Mandei um emoji de carinha enjoada para representar direitinho como aquela mínima hipótese me deixava. Claro que nunca, nunca mesmo, ficaria com Edward. Eu não estava nem aí se meu corpo cheio de hormônios tinha pensado nisso antes, até mesmo naquela noite… Não, nada de ficar com o Masen.

O resto do caminho até o prédio foi feito em silêncio, mas quando estacionou o carro Edward mexeu rapidamente em seu celular e exclamou:

— Não acredito que você publicou isso no meu tweet.

— Ops, foi sem querer. E a culpa foi sua que deixou seu celular na minha mão.

— É, foi mesmo um erro meu. Fica fria, vou achar alguém para hackear sua conta e irei me vingar.

— Até parece! — Saí do carro e abri a porta de trás para pegar minhas coisas, mas antes de seguir até o prédio fui dar uma olhada na minha moto, ela parecia muito bem e isso me tranquilizou, tinha medo de algum idiota arranhar ela ali no estacionamento da loja abandonada.

— Levo isso pra você. — Me pegando de surpresa, Edward tirou os presentes das minhas mãos, também carregou minha mochila. — Mas só porque é seu aniversário, não vai ficar mal acostumada.

— Pode deixar — murmurei.

Já estávamos no terceiro andar do prédio quando ouvimos gemidos vindos do apartamento 301. Um casal da universidade morava ali e eles transavam muito, sabíamos disso porque os dois conseguiam ser bem escandalosos.

— Vai, vai, vai, vai! — a garota gritava, senti meu rosto vermelho ao escutar tudo aquilo, olhei para Edward e vi que ele também estava corado. O garoto acabou olhando para mim e rimos baixinhos juntos de tanto constrangimento.

No nosso andar, topamos com outro casal, mas eles não estavam fazendo nada pornográfico no corredor. Era Peter Smith, um dos colegas de apartamento do Masen, e Charlotte Miller a namorada dele. Os dois faziam arquitetura como Edward, mas o garoto não estava no time de futebol americano. Peter tinha cabelos pintados de loiros, olhos claros e era bem baixinho. Charlotte era da altura do namorado, longos cabelos pretos, olhos azuis e um sorriso fácil. Eu gostava muito dos dois, a menina não morava no prédio, mas sempre que podia ficava lá no apartamento 505 com o namorado.

E naquela noite, Charlotte estava recostada na porta do apartamento, com Peter diante dela. Os dois sorrindo um para o outro, conversando baixinho, uma mão dele estava no rosto dela, as dela estavam nas costas dele. Pareciam estar presos em uma bolha particular, repleta de paixão e amor, aquilo me atingiu.

Eu também queria amar e ser amada de novo, sentia falta de alguém me olhando como Peter olhava para Charlotte. Caramba, queria terminar a noite como Charlotte terminaria, dormindo nos braços de alguém, provavelmente depois de transar.

Nossa, eu precisava muito transar!

— Toma! — Edward me distraiu dos meus pensamentos, passando minhas coisas para mim, ele não estava mais rindo como há dois andares, parecia bravo com algo. Sua fala, alta e irritada, chamou a atenção de Peter e Charlotte.

— Bella — o casal falou junto. — Feliz aniversário! — Charlotte desejou. — Mal posso esperar pela festa de sábado.

— Eu também, estou bem ansiosa pra isso — comentei pegando minhas chaves da mochila. — Traga seu violão, Peter — pedi a ele, meu outro vizinho, de vez em quando, tocava em restaurantes, cafeterias e bares.

— Claro, vou levar sim. Você teve um bom dia de aniversário?

— Poderia ter sido melhor, infelizmente ainda tive que olhar pra cara do seu amiguinho aí.

— Tchau pra vocês — Edward desejou, continuava aborrecido com sabe-se lá o que.

Peter e Charlotte se afastaram da porta, deixando Edward entrar. Eu dei boa noite para o casal e também entrei no meu apartamento, tinha acabado de pisar no corredor quando Rosalie saiu do quarto dela, animada e questionando:

— Você beijou ele?

— Não beijei ninguém, Rose.

— Vai, me conta o que aconteceu, não esconde nenhum detalhe.

Eu contei, mas sem tantos detalhes. Falei da pizzaria, da carona e do presente. Quando acabei, Rosalie estava mais animada, falando que era questão de tempo até o Masen e eu começarmos a nos pegar, que a química entre a gente era muito forte e não aguentaríamos mais ignorar a atração, que segundo ela, sentíamos um pelo outro.

Foi preciso muita insistência, mas consegui tirar ela do meu quarto. Fui tomar um banho, me arrumei e deitei para dormir, com o celular em mãos.

Fiquei repassando o dia em minha cabeça, especialmente o jantar e quando me dei conta estava mandando uma mensagem para Edward pelo Instagram.

Isabella Volturi: obrigada pelo presente, emo.

Para minha surpresa, ele respondeu e até que bem rápido.

Edward Masen: espero que você use bastante, ratinha! hahaha

Me peguei sorrindo, mesmo com ele me chamando daquele jeito. Mas o sorriso veio por conta da risadinha no final.

Isabella Volturi: PARA

Isabella Volturi: e você está rindo? UAU QUE SURPRESA.

Isabella Volturi: quero dizer… você riu bastante hoje, acho que bateu sua cota pelo resto da vida, né?

Ele não me respondeu mais, ou talvez ainda fosse responder, só não tão rápido quanto antes. Fiquei olhando as fotos dele, mas sem curtir nada. O garoto não tinha muitas fotos, a maioria de paisagens, de jogos de futebol americano, duas de trabalhos de arquitetura, mas passei muito tempo olhando para uma dele malhando, novamente fantasiando como seria ficar entre os braços dele.

Minha mente viajou, me imaginei no lugar de Charlotte contra a porta do apartamento 505, com Edward diante de mim. Me tocando, sorrindo para mim, me olhando com carinho. Depois, fui mais além, nós dois indo para o quarto dele, sexo gostoso, delicioso, que me faria dormir exausta e relaxada ao mesmo tempo, com ele me abraçando durante a noite toda.

Engoli em seco, bloqueei a tela do celular e encarei o teto do meu quarto. Tentei pensar em outras coisas, estágio, faculdade, trabalho, precisava lavar roupa… Roupas, roupas que eu queria que Edward tirasse do meu corpo. Os lábios dele em meu pescoço também não seria nada mau, suas mãos grandes segurando meu corpo bem junto ao dele.

Caralho, a mão dele entre minhas pernas. Isso parecia ser algo que ele saberia fazer muito bem, eu queria tanto experimentar. Fechei os olhos, levando uma mão para o interior dos meus shorts de pijamas.

Faria isso mesmo? Iria me tocar pensando no Masen? Porra, como eu queria que fosse a mão dele…

— Bella, Rose! — Alice gritou. — Me ajudem, tem uma barata aqui!

X

Nossa sala de estar e cozinha estavam cheias naquela noite de sábado, Emmett tinha sugerido fazer a festa no apartamento dele, mas eu preferi que fosse no que eu dividia com as garotas. Ainda que a música não pudesse ficar muito alta por conta dos vizinhos chatos, ou que não fosse um lugar muito grande e confortável, mas todos pareciam estar se divertindo, eu estava muito feliz.

— Já comeu alguma coisa? — Jasper perguntou quando fui na cozinha buscar mais cerveja. — Não, né?

Like a virgin, hey. Touched for the very first time. Like a virgin. With your heartbeat next to mine¹ — cantei junto à Madonna, também dancei contra o corpo de Jasper, que gargalhou.

Quando fiquei de costas para ele e de frente para a entrada da cozinha, vi Edward olhando para mim. Bom, olhando para minhas pernas nuas graças ao short curto que eu estava usando, para completar o visual eu tinha uma camiseta preta com a estampa "É meu aniversário" que Rosalie tinha mandado fazer e estava descalça, desde a metade da festa, depois de cantarmos parabéns e eu cortar o bolo que meus amigos mandaram fazer com meu nome escrito com a mesma logo da minha série favorita, Modern Family.

Altinha, altinha, por conta dos bons copos de cerveja que já tinha tomado, andei até Edward. Vi o Masen apertar seus lábios e no ritmo da música, cantei para ele:

Você pode olhar, mas não pode tocar. — Apertei sua bochecha e me afastei até Rosalie, que estava dançando com Leah Clearwater e Tanya Cullen, a prima de Edward, em cima da nossa mesinha de centro da sala.

Leah fazia algumas aulas comigo, fazíamos estágio na mesma escola e já tínhamos trabalhado juntas em um restaurante. A garota tinha começado a namorar Tanya alguns dias atrás, sendo assim a prima do meu vizinho acabou na minha festa de aniversário.

A garota Cullen era bem alta, loira, olhos claros e com um corpo que indicava muitas horas gastas em exercício. Ela era da equipe de vôlei da universidade, o que explicava ser toda definida, Leah também era da equipe. A Clearwater tinha ascendência nativa americana como meu irmão, mas seus cabelos pretos tinham sido pintados de rosa no último verão e ainda fez uma tatuagem de cobra na garganta, segundo ela doeu pra caralho.

— Quero abrir meus presentes! — gritei contra a música para Rosalie.

— Agora não, abre amanhã.

— Você sabe que acho legal abrir os presentes na cara de quem me deu, prova de que realmente vi e posso agradecer melhor.

— Bella…

— Vou começar a abrir — anunciei e ignorei minha amiga.

Andei até Emmett, que estava sendo o DJ da festa e o mandei parar a música. Ele parou e todos na hora reclamaram por Madonna ser silenciada. — Oi, gente, mais uma vez, muito obrigada por virem. Eu vou abrir os presentes que vocês me deram agora, tá bem?

Giritinhos de comemoração soaram pelo apartamento, aflita por conta do barulho Alice mandou todo mundo calar a boca, mas a voz dela era muito baixa para calar todo mundo. Eu me voltei para a pilha de presentes atrás da mesa de DJ do Emmett e meus olhos na hora focaram no presente que Edward — surpreendentemente — me deu, quer dizer, todo mundo tinha me dado presente por conta da ordem de Rose no convite.

Peguei o embrulho branco com bolinhas pretas, ergui mostrando para todos e avisei:

— Esse aqui é do Edward!

— Hum, Bella, talvez seja melhor… — Emmett começou a falar, mas o ignorei e comecei a abrir o presente que o amigo dele me deu. Imediatamente fiquei vermelha, tal qual um tomate, quando vi a caixa do presente e o que era.

Um sugador clitoriano, puta merda… Edward tinha me dado um brinquedinho sexual? Como assim?

— Arrasou, primo! — Tanya gritou e puxou uma salva de palmas, fiquei ainda mais vermelha, localizei Edward no meio dos convidados e ele também estava chocado como eu. — Por uma sugada gostosa! — Tanya gritou mais, ela estava tão bêbada.

— Emmett, a música, volta com a música — ordenei e devolvi a caixa para dentro do embrulho.

O namorado da minha amiga retomou a música, todos voltaram a dançar, esquecendo — eu esperava — o momento com o sugador de clitóris. Eu ainda estava perto de Emmett quando Edward e Rose apareceram ali.

— Não te dei um… Isso! — Edward, nervoso, apontou para o embrulho em minhas mãos.

— Tá seu nome aqui, Masen!

— Dei dinheiro pro Emmett comprar o presente. — Apontou para o amigo, o McCarty e Rose se olhavam em pânico.

— Isso foi ideia de vocês dois? — gritei com eles.

— Emmett não sabia o que comprar, me perguntou e dei a ideia. — Rosalie forçou um sorriso para mim. — Foi um bom presente, né? Você tava querendo esse, lembra? Mas era meio carinho e…

— Vocês não podiam ter dado um presente desses em meu nome — Edward disse, a veia na testa dele estava bem aparente.

— E nem me deixar abrir isso no meio da festa, que vergonha.

— Todo mundo é adulto aqui, Bella, relaxa — Rosalie pediu e tirou o embrulho das minhas mãos. — Vou guardar no seu quarto.

Ela se foi, Emmett abraçou Edward e eu ao mesmo tempo.

— Vocês dois ficam muito fofinhos revoltados, sabiam disso? Deveriam se casar.

— Eca!

— Cala a boca, Emmett!

Edward e eu nos soltamos do seu amigo, eu voltei para a cozinha e ele não foi para perto de mim, o que foi ótimo. Estava precisando de uma água gelada e evitar os pensamentos sobre sugadas gostosas

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Uma hora depois, eu não estava mais bebendo nada com álcool, ainda assim topei participar do joguinho de verdade e desafio que Rosalie inventou.

— Começando por você, aniversariante — ela disse, estava rouca e muito feliz. — Verdade ou desafio?

— Sei lá… — Eu estava sentada no braço do sofá, com Jasper ao meu lado. — Desafio! — escolhi, Rosalie comemorou, girou em seus pés e pegou uma garrafa de tequila que Emmett entregou para ela.

— Edward vai beber uma dose de tequila da sua barriga, amiga.

Filha da puta!

— Vai rolar? — ela perguntou querendo ter certeza. Olhei para o Masen, braços cruzados na frente do corpo e olhos mais uma vez fixos em minhas pernas.

Gostoso pra caralho, usando preto em cada peça de roupa e sapatos. Tinha até a porra de uma pulseira preta com espinhos em seu pulso direito, como se fosse um roqueiro. E caramba, isso mexia comigo, porque era o tipo de cara que geralmente curtia.

— Vai. — Me coloquei de pé, já suspendendo minha camiseta e dando um nó na frente, bem abaixo dos meus seios, deixando minha barriga livre.

Edward olhou para mim e calado se aproximou, Rose me fez deitar na mesinha de centro, mas como era pequena não comportou todo meu corpo. Fiquei com as pernas de fora e trêmulas, imaginando se o Masen ficaria entre elas para tomar a tequila.

— Sal — Rose sussurrou para mim, aparecendo com sal e colocando perto da minha garganta.

— Você só pode tá brincando comigo — falei de volta.

— Quer desistir? Não vou te obrigar.

— Não, quero continuar — sussurrei também, ela sorriu e terminou com o sal, alguém lhe entregou uma fatia de limão e Rose a colocou entre meus lábios.

Porra, a boca de Edward ficaria tão próxima da minha… Aquilo era um jogo muito perigoso.

— Sua vez, Masen! — Rosalie anunciou, gritinhos foram ouvidos dos convidados.

Eu fechei meus olhos, sem conseguir ficar com eles abertos. Senti Edward se ajoelhar perto de mim, ficando ao meu lado direito, onde Rosalie tinha colocado o sal.

— Um, dois, três! — Todos gritaram em coro, e no instante seguinte a língua de Edward estava na minha garganta. Mais gritos e aplausos.

Meu corpo amoleceu e evitei apertar minhas pernas para não dar muito na cara do que estava sentindo, mas podia afirmar que minha calcinha se tornou um caso perdido naquele momento. Fechei minhas mãos com força quando ele tirou a língua de mim e, infelizmente, Edward não ficou entre minhas coxas.

Rosalie despejou um pouco de tequila na minha barriga e Edward se inclinou para beber, mas ainda se mantendo posicionado na lateral do meu corpo. Parecia que eu estava levando choques, conforme ele bebia o líquido de mim, sua boca passeando por minha barriga.

Meu coração disparou ainda mais quando chegou a hora do limão, mas Edward não chupou o limão, nem colocou sua boca sobre ele. Pegou com os dedos a fruta da minha boca e nossos lábios não correram o risco de se tocarem, o que eu deveria achar ótimo, mas por que estava me sentindo meio decepcionada?

Abri os olhos e Edward já estava se afastando, sequer consegui ver o rosto dele. Rosalie me ajudou a levantar e me entregou uma toalha para que eu me limpasse, imediatamente voltei para perto de Jasper, que falou para mim.

— Você tá querendo muito transar com ele, né?

— Calado.

Ele riu, mas não disse mais nada. Evitei olhar Edward e consegui, até ser de novo minha vez no joguinho.

— Bella — Angela falou, era ela quem iria escolher minha pergunta ou desafio. — O que você quer? Verdade ou desafio?

— Desafio — respondi sem hesitar, não queria confessar nada para ninguém naquela noite.

— Ok, te desafio a beijar alguém.

Não, não, não!

— Quero verdade — falei e todos negaram.

— Não pode mudar, você sabe muito bem disso — Rosalie declarou. — Vai, beija alguém.

Olhei para os convidados, pensando em quem poderia beijar para disfarçar. Bom, disfarçar que eu queria muito dar um beijo em Edward.

Pela primeira vez, desde o começo da brincadeira, olhei para ele. Estava mais afastado, perto da cozinha, trocamos um longo olhar e não conseguia saber o que o dele queria dizer, mas me vi andando em sua direção. Por sorte, no meio do caminho, despertei e mudei a rota.

A outra pessoa mais próxima era Liam, um dos caras que trabalhava comigo na lanchonete. Ele com certeza não era quem eu queria beijar, mas o beijei, ainda que minha cabeça e meu corpo estivessem implorando por um beijo de Edward Masen.


¹. Como uma virgem. Tocada pela primeira vez. Como uma virgem. Quando seu coração bate junto ao meu.
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Atenção, atenção, se você quiser ler um extra do Emmett e da Rosalie escolhendo O presente da Bella é só me mandar um email pedindo pelo bônus e falando o que achou do capítulo, ok? Segue meu email...

royallola (ponto) nyah (arroba) gmail (ponto) com

Basta substituir as palavras entre parênteses pelo símbolo. O extra será enviado a partir do dia 15/10.

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Beijos!
Lola Royal.
12.10.22