Capítulo 3: Primeira tarefa
No final do dia, minha pequena mesa no dormitório já se encontrava lotada de pergaminhos com diversas ideias diferentes. Des de anotações sobre o retorno de Voldemort, até sobre o Mundungo roubando a casa dos Black. Durante essas anotações eu também tentava considerar o que eu mudaria e quais danos isso traria no futuro, mas além do fato que não consigo imaginar direito o futuro com minhas alterações, também ficou muito difícil organizar uma linha do tempo ou um plano específico para minhas ações, pois se eu decidir alterar algo durante o torneio, tenho que já considerar essas mudanças para fazer qualquer outra alteração e considerar os danos novamente. Até para explicar em meus pensamentos é confuso.
Eu preciso de alguém mais inteligente nesse trabalho, mas olhando minhas anotações uma mais maluca que a outra, tive que concordar com a deusa do amor. Hermione nunca acreditaria em mim! Só tem duas possibilidades possíveis, ou ela achara que estou lhe pregando uma peça de mal gosto e ficara com raiva. Ou o pior, ela irá pensar que enlouqueci e preocupada pode até acionar Dumbledore. O que pelo menos por hora seria um desastre.
Minhas anotações também passaram por Dumbledore. Por mais que ele tenha irritado os deuses, ele o fez tentando derrotar Tom Riddle, que é meu objetivo, então a possibilidade de contar para ele e pedir ajuda passou sim por minha cabeça. Mas essa possibilidade foi embora bem rápido! O problema de Dumbledore é que ele gosta de fazer as coisas do jeito dele e guarda muitos segredos de todos. Se eu contar a ele tenho total certeza de que ele me usara sem explicar direito o que está fazendo para seus próprios objetivos sigilosos. Não dá para confiar, pois esse método já deu errado! Está na hora de caminhar com minhas próprias pernas.
Mas assim eu voltei para a estaca zero, pois ainda estou completamente perdido com todas essas ideias. Freya prometeu me ajudar, mas por algum motivo só fara isso após a tarefa, que é na verdade outro problema.
Hoje eu consigo pensar em pelo menos uma dúzia de formas mais eficientes de derrotar o dragão, mas até mesmo eu consigo entender que isso iria ser muito estranho do ponto de vista de Alastor, que me orientou a fazer isso com a vassoura. Eu ainda não sei o que irei fazer com o impostor, e é exatamente por não ter nada planejado que não quero chamar sua atenção ainda. Da perspectiva dele, ontem eu era um garoto completamente perdido, e hoje tenho um novo método para superar esse obstáculo simplesmente do nada.
Então para resumir, acho que terei que tentar utilizar minhas habilidades numa vassoura novamente, espero que eu tenha a mesma sorte que tive na primeira vez.
Eu acordei na manhã seguinte sentindo bastante minhas costas, isso possivelmente é uma consequência imediata ao fato que acabei dormindo em cima das minhas várias anotações que serviram como travesseiro. Meus olhos semicerrados já se incomodavam com a fraca luz que conseguia passar pelas cortinas denunciando que já era dia.
"Bom dia Harry"
Ouvir a voz de Freya tão alegre como sempre. Muita felicidade para uma manhã.
"Acho que vou chegar lá"
Pensei de volta enquanto bocejava e ouvia a risada da deusa.
"Animo Harry, hoje é o grande dia"
"Qual é Freya, estou com zero vontade de tentar derrotar um dragão novamente."
"Vai ser tranquilo e você sabe disso! Você já esteve em jogos de quadribol que foram mais desafiantes que isso"
"Nenhum dos meus oponentes no quadribol cuspia fogo"
"Verdade, mas você já foi atingido por um balaço vindo do seu próprio time. Eu gargalhei nesse dia"
"Que bom que você se divertiu"
Pensei me lembrando da situação mencionada com uma pequena doce de amargura.
"Relaxa Harry, eu aposto que não será pior do que esse jogo"
A risada que ela soltou era contagiante, me fazendo sorrir.
"Obrigado, eu acho"
Ela continuava a dar pequenas risadas enquanto eu finalmente me levantava determinado a começar meu dia.
Eu juntei todos os pergaminhos com minhas anotações e coloquei no fundo do meu malão. Tomei um banho rápido e vestir meu uniforme para descer até o salão comunal. Encontrei o lugar razoavelmente vazio, acho que acordei meio tarde e todos já foram tomar café. Hermione aparentemente me esperava em uma das poltronas e sorriu assim que me viu.
— Bom dia Harry.
— Bom dia Mione. — Respondi me sentando ao seu lado. — Ta me esperando para tomar café?
— É, eu acho que sim! Você parece melhor do que eu imaginava.
— É, eu conseguir pensar em algumas coisas que poderão funcionar, talvez eu consiga sobreviver.
Ela me deu um pequeno tapa no braço pela piada sem graça.
— Para Harry, você irá conseguir. — Acrescentou ela com cara seria — aliais, Neville me contou que você dormiu em cima de um bolo de pergaminhos. Deve ter pensado em bastante coisa durante a noite.
Eu confirmei com a cabeça um pouco preocupado que Neville ou qualquer outro companheiro de dormitório tenha pegado para ler algum.
— Era só algumas estratégias.
— Fico feliz que você esteja se esforçando Harry, mas evite dormir na mesa! Por experiencia própria eu posso dizer que isso faz seus amigos ficarem preocupados contigo.
Eu confirmei com a cabeça lembrando do nosso terceiro ano onde tivemos que acordar Hermione em situação parecida diversas vezes.
— Pode deixar, mas por hora, por que não tomamos café?
Ela concordou com a cabeça e se levantou lentamente.
O caminho para o salão principal foi estranho para dizer o mínimo! Os alunos vaiaram quando notavam minha presença na escadaria, mostravam com orgulho seus distintivos com palavras ofensivas a meu respeito, gritavam o nome de Cedrico e comemoravam. Eu não me lembrava que o dia da tarefa foi tão ruim assim.
"E porque não foi!" afirmou Freya inesperadamente "Você acordou no dia um pouco mais tarde e encontrou os corredores bem mais vazios"
Explicou Freya minha dúvida interna. Bufando um pouco eu continuei meu caminho até o salão principal com Hermione em meus calcanhares parecendo preocupada. Quando chegamos no salão não foi nada diferente daquilo que estava acontecendo pelos corredores, pelo jeito o clima da primeira tarefa atingiu a todos. Tinha diversas pessoas ao redor de Cedrico e disso eu me lembrava. Eu me sentei na mesa da Grifinória ignorando todos os insultos, alguns vindo até mesmo dos Grifinórios. Eu sei que tudo isso irar muda após eu completar a tarefa, mas era no mínimo curioso reviver essa situação com a cabeça que tenho hoje.
"Era essa a intenção!"
Eu não entendi o que a Freya quis dizer, mas como estava entre várias pessoas não tinha como pensar numa resposta pra ela. O jeito é tomar meu café e esperar pelo chamado para a primeira tarefa.
Pov. Daphne Greengrass
Sentada na biblioteca com um livro de runas antigas eu ignorava completamente toda a atmosfera patética tinha tomado conta do castelo. Pode me chamar de careta, mas odeio barulho, tumulto, idolatria, praticamente tudo que esse torneio despertou em todos no castelo! Mas tenho que assumir uma coisa, o fato que hoje é a primeira tarefa me rendeu uma coisa boa, o castelo inteiro está lá fora assistindo a prova idiota e deixou a biblioteca dez vezes mais atrativa. O silencio que geralmente só consigo usufruir usando abafadores, agora tomava conta da biblioteca já que sou a única alma viva por ali. Odeio disser isso, mas me acostumei a ficar sozinha e hoje gosto do conforto que meus próprios pensamentos me trazem. Geralmente uso um feitiço para atingir esse mesmo silencio que usufruo agora, mas ter essa paz sem o feitiço é magnifico. Estudando num castelo tão cheio esses momentos de sossego são raros, eu diria até únicos! Mesmo na biblioteca.
"Você deveria ir assistir a tarefa"
O pensamento brotou na minha cabeça quase como se fosse invasor me fazendo sorrir para o livro que lia. Para que exatamente eu assistiria a tarefa quando não poderia me importar menos com o quem seria o vencedor?
Minha felicidade foi embora junto desse absurdo pensamento, pois ouvir barulho de passos que não demorou para aumentar sinalizando que seja lá quem for, estava se aproximando.
— Aí está você, eu estava preocupado.
Eu tive que rolar os olhos e bufar.
— Preocupado? Eu disse no café da manhã que eu não assistiria a tarefa.
— Sim, mas pensei que você estava brincando!
— É triste que depois de tantos anos você me conheça tão pouco.
Ele riu bastante descontraído e puxou a cadeira a minha frente para se sentar.
— Você não vai assistir a tarefa?
Ele negou com a cabeça enquanto abria a mochila e pegava um livro de poções.
— Grifinórios felizes, Lufanos felizes, fiquei enjoado.
Eu dei uma pequena risada.
— Os Grifinórios eu consigo entender, mas o que você tem contra os Lufanos?
— Nada contra — ele respondeu sozinho — Mas nada a favor também!
Eu apenas neguei com a cabeça com um sorriso descontraído e tentando voltar a atenção ao meu livro, por mais que eu duvido muito que eu consiga agora.
O garoto que se sentou na minha frente como se eu o tivesse convidado, se chama Darius Berrow, em todos os sentidos é um grande idiota! Mas assim como Draco, nossas famílias são amigas, então acabamos crescendo juntos e ele é o que mais se aproxima de um amigo para mim.
— Não vai mais ler?
Perguntou ele parecendo um pouco confuso que eu o observava. Suspirei profundamente antes de negar com a cabeça lentamente.
— Acho que vou aproveitar o castelo vazio e vou zanzar por aí.
Ele deu uma alta risada se aproveitando que ninguém tomava conta da biblioteca.
— Se eu não te conhecesse tão bem, diria que está saindo porque cheguei!
— Talvez você esteja certo, afinal eu vivo dizendo que ninguém me conhece de verdade.
Ele riu novamente e quando eu já me levantava pegando minha mochila que estava pendurada na cadeira ele acrescentou.
— Você não é tão misteriosa quanto gosta de pensar, só é solitária!
Eu rolei os olhos e não o respondi! Somente o ignorei e sai da biblioteca. Meu plano era realmente vagar como uma perdida pelo castelo, mas novamente o mesmo pensamento absurdo invadiu minha cabeça. Não sei por que, mas a ideia que preciso ir assistir aquela droga de tarefa pareceu me preencher enquanto eu vagava pelo primeiro andar completamente sem rumo. Acabei me rendendo a essa vontade e guiei meu caminhou para fora do castelo para enfim assistir a merda da tarefa, ou melhor: o final dela! Já que provavelmente já deve estar acabando.
Eu seguir no caminho que estava as arquibancadas a passos largos mesmo sem entender o porquê, assim que cheguei próxima me lembrei o porquê não queria vir aqui, os alunos gritavam agitados com os competidores fazendo algo dentro da arena. Bufando por minha própria estupidez, me espremi entre os alunos de verde para assistir a tarefa.
Conseguir atingir a parte da frente da plateia com certa dificuldade, assim podendo ver do que se tratava a tarefa. Pelo jeito os competidores terão que derrotar um dragão adulto, super atrativo a mentes não pensantes! Tipo um coliseu antigo dos trouxas. Eu revirei os olhos, já que cheguei no aparentemente momento que o Diggory finalizava a tarefa e erguia algo semelhante a um ovo recebendo aplausos de todos os lados e possivelmente inflando seu ego.
— Eu pensei que você não vinha.
Sussurrou para mim o garoto loiro ao meu lado que infelizmente eu conhecia.
— Cadê minha irmã Draco?
Ele me olhou claramente fingindo não entender o porquê eu fiz essa pergunta.
— Como eu vou saber?
— Pensei que ela vivesse na bota do seu sapato.
— Não tentei passar suas paixões pra sua irmã. — Rebateu ele com um sorriso idiota — Eu sou só seu, prometo.
Rolei os olhos enquanto ria da piada. Já é lamentável que assim como Darius, Draco e eu também tenhamos crescido juntos e por isso sejamos amigos de infância, mas minha irmã por algum motivo sempre foi apaixonada pelo por ele! Mesmo ele sendo um idiota, mesmo ele sendo irritante... Bom, provavelmente ele ser um idiota irritante deve ter ajudado muito.
— Nem se você fosse o último garoto do castelo Draco.
Ele riu enquanto negava com a cabeça e apontava para a arena.
— E se só sobrasse nos dois?
Perguntou ele e assim que vi para quem ele apontava bufei. La em baixo, com cara seria e encarando um aparentemente Rabo-Córneo, estava Harry Potter, o principezinho do castelo e protegido de Dumbledore.
— O único cenário que Harry Potter poderia ficar comigo é realmente se sobrasse somente vocês dois.
Ele riu enquanto negava com a cabeça.
— Seu disfarce quase conseguiu me irritar! No fundo sei que você nutre uma paixão por mim! Jamais ficaria com o testa rachada.
— Continua sonhando Draco.
Ele riu e tentou responder, mas o som do canhão dando início a prova do Potter tampou sua voz e chamou minha atenção para o andar de baixo, onde o garoto encarava o dragão que parecia furioso.
Por algum motivo eu estava curiosa em como exatamente ele passaria ou derrotaria o dragão. Um pouco perdida quanto ao objetivo da prova eu me inclinei para Draco novamente enquanto o Potter se escondia atras de uma perda lá embaixo.
— O que ele tem que fazer?
— Ser atingido e deixar o castelo inteiro feliz.
Eu neguei com a cabeça dando um pequeno soco em seu braço o fazendo bufar.
— Ta bem, defensora do testa. — Reclamou ele esfregando o braço exageradamente me fazendo revirar os olhos — Ele tem que pegar o ovo que o dragão está protegendo. Aposto 10 galeões que o Potter morre hoje.
— Faça essa aposta com os Weasley, são eles que estão precisando de uns galeões a mais.
Draco riu enquanto confirmava com a cabeça e voltava sua atenção para o garoto lá embaixo. O mesmo agora estava sentado quase relaxado enquanto esperava por algo. Será que ele simplesmente desistiu? Isso seria no mínimo engraçado de ver, já que todos no castelo estão dizendo que ele não passara da primeira tarefa. Porém não demorou muito para o motivo de sua passividade aparecer, ele realmente esperava por algo, uma vassoura apareceu voando e foi rapidamente na direção do garoto que a pegou rapidamente.
— Típico. O imbecil irá usar a única coisa que sabe fazer!
— Nunca o vi jogando, ele voa bem?
— A escola o superestima demais! No máximo um bom apanhador com o privilégio de poder jogar dês do primeiro ano quando nenhum outro aluno pode. E claro, ele também tem uma Nimbus 2002 que praticamente faz todo o trabalho por ele.
— Você não tem uma dessa também?
Perguntei meio confusa e Draco sorriu.
— Tenho! Por isso estou dizendo, experiencia própria.
Eu rolei os olhos e ia responder, mas fui interrompida pela onda de suspirou que tomou a plateia assim que Harry Potter arcou voou em sua vassoura. Ele era rápido, o dragão tentava o acertar a todo custo, mas o garoto desviava dos ataques até com certa facilidade. Superestimado é o cassete, ele voa bem sim. O dragão estava amarrado e preso ao chão, o que o impossibilitava de voar atras do Potter, irritando bastante a fera. Mas ainda assim o dragão protegia muito bem seu ovo não deixando nenhuma breja para o Potter passar.
— Merda.
Ouvir Draco lamentar me fazendo me aproximar novamente dele, mas com os olhos fixos no garoto voando.
— O que é?
— Ele dominou o dragão se aproveitando que ele não pode sair do chão. É questão de tempo até conseguir o espaço que precisa! Eu estava contando que pelo menos para a enfermaria o Potter iria hoje.
Eu dei uma pequena risada antes de responder.
— Do que jeito que fala quase me fez pensar que tem uma queda por ele. As pessoas nos corredores já dizem que você adoraria fazer parte do fã-clube do Potter.
Mesmo não olhando diretamente para o Draco, conseguir ver pelo canto do olho ele fingindo vomito.
— Você nunca me ofendeu tanto Greengrass! Vou mandar uma carta para seu pai.
— Eu acho que tio Lucio irá ficar muito mais furioso com você se apaixonando pelo Potter do que meu pai irá ficar comigo por fazer pouco de você.
Ele me olhou com olhos assassinos e eu só pude rir. Porém, no instante seguinte algo chamou minha atenção tirando completamente Draco de foco. Rolou uma onda de suspiro, pois o Potter mergulhou em direção ao chão de uma forma assustadora. Por algum motivo meu coração acelerou e me faltou um pouco de oxigênio. O garoto puxou o cabo da vassoura faltando poucos metros para atingir o chão e meu coração explodir de tão apertado que estava! Ele desviou uma última vez da cauda do dragão e recolheu o ovo deixando a fera furiosa, mas completamente confusa! Já que o Potter desceu daquela forma exatamente para dificultar a visão da criatura que não sabia exatamente onde o garoto estava. Quando ele atingiu a área de segurança já com o ovo em sua mão, rolou uma onda de aplausos por todo o lado, até alguns Sonserinos estavam aplaudindo. Pelo anúncio do narrador, o Potter foi o mais rápido entre os competidores.
— Exibido do caralho.
Ouvir Draco sussurrar amargamente, mas isso não era meu foco agora. Meu foco continuava no Potter que estava aparentemente bem, mas meu coração ainda estava disparado. Sentia uma vontade imensa de correr até ele e o abraçar só o soltando quando tivesse certeza absoluta de que ele estava bem, e depois eu iria socá-lo por fazer aquela manopla arriscada e pelo visto desnecessária. Mas porque exatamente eu estou sentindo tudo isso? Tirando as aulas de poções, posso contar nos dedos quantas vezes vi Harry Potter pelos corredores. Interagir com ele então... nunca aconteceu! O que exatamente está acontecendo?
— Ta tudo bem Daphne? Você parece meio pálida.
Notou Draco fazendo Blásio que estava do seu lado também aproximar seu rosto parecendo preocupado.
— Estou bem! Acho que não comi o suficiente hoje de manhã.
Draco confirmou com a cabeça parecendo desconfiado.
— Vou falar para sua irmã pegar mais no seu pé durante o café.
Eu confirmei com a cabeça mal o escultando direito.
— Eu preciso pegar um ar e tomar uma água.
Falei já me levantando e me espremendo entre as arquibancadas a fim de sair daquele lugar.
Estava quase sendo antinatural subir de volta para o castelo, mas tive que balançar a cabeça em negação para qualquer pensamento absurdo que apareça nessa situação maluca. Eu entrei no castelo o mais rápido possível e rapidamente percebi que não tenho exatamente um objetivo por ali, para onde eu iria? Um pouco perdida eu guiei meu caminho para a masmorra, a fim de chegar o mais rápido possível em meu dormitório e só sair de lá quando entender melhor o que está acontecendo, ou pelo menos me acalmar. Chegando no meu dormitório meus olhos foram confrontados por algo que pelo menos expulsou o Potter da minha cabeça. Uma pequena figura rosada se jogou em meus braços chorando. Essa pequena era minha irmãzinha, mas porque diabos ela está rosa?
— Ast, o que aconteceu?
A mesma só continuou soluçando enquanto eu caminhava com ela ainda me abraçando até a cama. Até seus braços estavam numa coloração arrozada.
— Ast, olhe para mim.
Insisti já que a garota somente continuava a chorar desesperadamente. Ela olhou para mim e eu conseguir sentir a vergonha em sua face. Seu rosto estava num tom extremamente forte de rosa. Seus olhos estavam completamente inundados de lagrimas partindo meu coração.
— O que houve?
Ela soluçou e escondeu seu rosto no meu peito novamente, mas dessa vez parecia determinada a falar.
— Eu e Carol estávamos testando uma poção que fizemos e acho que erramos alguma coisa no processo, pois fiquei assim depois que tomei.
Eu a apertei um pouco mais em meus braços um pouco preocupada.
— Que tipo de poção vocês estavam tentando fazer?
Ela estremeceu com minha pergunta me fazendo olhar para baixo encarando seu cabelo volumoso.
— Estamos tentando uma tese para nosso NIEM! Mas acho que calculamos alguma coisa errada.
— Tese para NIEM? Não acha que está muito cedo para isso? nem mesmo eu estou pensando nisso ainda.
Ela negou com a cabeça ainda me segurando como se temesse que eu fugisse.
— Nosso projeto é do tipo que exigi muitos anos de pesquisa e dedicação. Por isso resolvemos começar a pelo menos verificar se a ideia tem futuro. A notícia boa e que tem futuro sim e o professor Snape e Flitwick adoraram. A parte ruim é que fiquei rosa no primeiro teste.
Eu a abracei sentindo seu cabelo e lutando contra o sentimento de orgulho que tomou posse de mim. Minha irmãzinha já esteja pensando mais no futuro do que eu.
— Você já foi na enfermaria?
Ela confirmou com a cabeça voltando a soluçar novamente.
— Madame Pomfrey me disse que não causou danos no meu corpo, mas que a coloração só voltaria ao normal em alguns dias. E como eu estou bem, não posso ficar na enfermaria. MAS EU TO ROSA! Como eu vou aparecer nas aulas assim?
Embora eu esteja tentando com todas as minhas forças, não conseguir evitar uma pequena risada fazenda Astoria se enrolar ainda mais nos meus braços enquanto choramingava.
— A para Ast, não ta tão ruim assim.
— Não está tão ruim? — perguntou ela se levantando do meu colo. — Até meus olhos estão rosas.
Dizendo isso ela puxou sua pupila para expor melhor seus olhos. Mas não precisava ter feito isso, mesmo antes dela fazer já dava para reparar nos seus olhos num tom claro de rosa.
— Ast, o que importa e que não terá nenhum efeito colateral e logo você voltara ao normal.
Ele se jogou na minha cama enquanto gemia e escondia o rosto em meu travesseiro.
— Eu não vou sair do dormitório
Eu ri enquanto me deitava na cama ao seu lado.
— E a mesma senhora que está pensando no NIES antes mesmo do NOMs, irá perder aula?
— Não posso passar uma vergonha dessa! O que nossos pais irão pensar?
— Eles irão ficar orgulhosos que você já esteja com uma tese pronta e está até a testando. Só tome mais cuidado da próxima vez.
Astoria concordou com a cabeça e se virou sua cabeça em meu travesseiro, seus olhos ainda estavam cheio de lagrimas enquanto encarava o teto.
— O que eu vou fazer Daph? Todos vão tirar rir de mim.
— Eu realmente quero conhecer esse ser humano que terá coragem de ri de você. Com ou sem cor rosa, você é uma Greengrass! As vezes tem suas vantagens em ter um bom sobrenome. E claro, eu mato o desgraçado que fazer pouco da minha irmã.
Ela finalmente riu antes de olhar suas mãos novamente e voltar a gemer me fazendo revirar os olhos e me aproximar para tentar acalma-la novamente.
