O burburinho foi geral.
- Quem é essa? - perguntou Harry. Seus tios nunca o haviam levado ao cinema, por isso ele não tinha como conhecer Lucky.
- É uma isuperstar/i - disse Hermione, num tom de desdém. - Apenas um rostinho bonito que conquistou a simpatia de algum agente. Não tem nenhum talento. Só mais uma farsa no cinema, não é, Rony?
- O que é cinema? - perguntou Rony. Hermione se esquecera de que ele era de uma família de bruxos.
Enquanto a amiga explicava para Rony sobre o que era o cinema, Harry se levantou e foi até a ponta da mesa, onde Simas estava sentado. Havia um lugar vazio ao lado dele, e Harry se sentou.
- Oi, Harry! - gritou Simas surpreso, como se Harry Potter vir falar com ele depois do banquete de começo de ano fosse a coisa mais difícil de acontecer na face da Terra.
- Oi, Simas. Eu o vi lá na plataforma, e... cadê o Dino?
- Foi falar com o Neville - respondeu Simas, apontando para Dino Thomas e Neville Longbottom, que estavam a uns vinte metros de distância. - Você está no lugar dele.
Harry ia se levantar. Simas completou depressa:
- Mas ele vai demorar! Estão falando de quadribol.
Se sentindo meio sem graça, Harry disse:
- Bom, eu vi você lá na plataforma da estação. Ia te dar um oi, mas... hum... uns problemas me impediram de ir.
- Problemas? - indagou Simas. Harry ficou envergonhado.
- É... hã... um sujeito que não queria me largar.
Simas não entendeu, mas fingiu entender. Mesmo assim, sua cara de quem havia entendido não foi muito convincente.
- Então, né? - comentou Harry, constrangido, mexendo as mãos para não ficar sem fazer nada.
- Pois é - respondeu Simas, sorrindo ao perceber o constrangimento de Harry. Ele sabia ser simpático, mesmo com quem não conhecia muito bem.
- É, né?
- Também acho.
Foi Rony quem salvou Harry.
- Harry! - gritou. - Vamos subir para o dormitório!
- Você não vem, Simas? - perguntou Harry sem pensar.
- Hum... vou esperar o Dino.
- Está bem.
Harry seguiu Rony sem olhar para trás.
- O Dumbledore falou que dia a trouxa vem?
- Não - respondeu Rony. - Acho que ele ainda não sabe.
Eles subiram a escada e chegaram ao dormitório dos meninos. Seus malões já estavam lá, em cima das camas.
Rony abriu sua mala e tirou de lá um livro.
- O que você está lendo? - perguntou Harry, enquanto guardava suas meias no guarda-roupas.
- Halloween, de Fabianna Bluhm. Trouxe para ler na viagem, mas esqueci.
- Vou tomar um banho - disse Harry. - Estou muito cansado.
Ele foi até o banheiro e fechou a porta. Virou-se e, quando viu o espelho, levou as mãos à boca para abafar um grito. Quando olhou de novo, já havia sumido. Agora, quem estava lá era o reflexo de Harry, boquiaberto e surpreso.
"Mas eu vi", pensou ele. "Eu tenho certeza que vi".
Harry vira, ou pensava ter visto, dois olhos no vidro do espelho. Olhos maus, olhos azuis que o encaravam fixamente
Evitando olhar para o espelho, Harry tomou seu banho. Quando saiu, encontrou Rony lendo seu livro sobre a cama, e Simas organizando seus pergaminhos.
- Ah, oi, Harry! - cumprimentou ele, animado.
- Oi, Simas - respondeu Harry. Ele se vestiu e foi sentar-se na cama de Rony. - Você não ia esperar o Dino?
- Ele vai ficar até tarde na sala comunal. Resolveu jogar xadrez de bruxo com o Neville.
Harry virou-se para Rony.
- Rony... eu... vi uma coisa no espelho - disse ele em tom baixo, para que Simas não ouvisse.
Rony fechou o livro.
- Como assim?
- Dois olhos. Eu vi um par de olhos azuis, quase verdes, no espelho do banheiro.
Rony se levantou e foi até o espelho. Quando voltou, disse:
- Não tem nada lá.
- Agora não tem. Foi muito rápido. Eu entrei para tomar banho... e vi.
- Será algum dos fantasmas de Hogwarts?
- Duvido - respondeu Harry. - Nenhum fantasma de Hogwarts, muito menos o Pirraça, tem aqueles olhos.
- O que você acha que é, então?
- Hum... bom, não sei. Mas pareciam olhos de mulher.
Na manhã seguinte, no café, Harry e Rony preferiram não contar nada a Hermione a respeito dos olhos no espelho. Ela poderia implicar.
- Qual é nossa primeira aula hoje? - perguntou Rony a ela, enquanto passava geléia numa torrada.
- Transfiguração - respondeu Mione. - Espero que a Profª McGonagall esteja de bom humor hoje.
Minerva McGonagall, professora de Transfiguração e chefe da Grifinória, era uma mulher extremamente rígida. Não admitia engraçadinhos.
- Alguma notícia sobre a tal Lucky? - perguntou Harry,
- Sim - respondeu a garota, como se não quisesse que o que estava dizendo fosse verdade. - Ela chega na semana que vem.
Depois de passar por vários corredores que agora expunham alguns quadros novos, Harry, Rony e Hermione chegaram à sala de Transfiguração. A Profª McGonagall estava sentada à sua mesa, e se virou rápido ao ouvir os garotos entrando.
- Olá, crianças - disse ela sorrindo. Sorrisos vindos da Profª McGonagall eram uma coisa muito rara.
Aos poucos os alunos da Grifinória foram chegando e se acomodando em suas cadeiras. Depois que todos haviam entrado, a professora disse:
- Neste ano, eu darei ênfases aos bruxos camaleônicos.
- Ao quê?! - perguntou Simas. Ao ouvir sua voz, Harry se virou imediatamente para ele. Não tinha visto o colega chegar.
- Bruxos camaleônicos - explicou McGonagall. - são feiticeiros que podem se transformas ino que/i ou iem quem/i quiserem, sem mesmo ter que usar a Poção Polissuco ou outros artifícios do tipo.
- Já pensou? - disse Rony a Harry. - Poder se transformar em quem quiser? Eu faria a festa!
- Em quem você se transformaria? - perguntou Harry.
- Não sei... provavelmente viraria o Dumbledore. Aí demitiria o Snape e expulsaria Malfoy da escola.
Draco Malfoy era um aluno da Sonserina que detestava Harry, Rony e Hermione. Vinha de uma família muito rica de bruxos, e adorava tirar sarro da pobreza de Rony, que não deixava barato - o que sempre resultava em brigas memoráveis.
Então, a Profª McGonagall começou a falar sobre os bruxos camaleônicos.
- Não é fácil identificar os que têm esse poder - dizia ela. - Mas são pessoas que, por se transformarem muito em outras, geralmente não têm personalidade própria.
McGonagall explicou teoria durante toda a aula. Harry quase adormeceu.
Quando o sino tocou, indicando o final da aula, Harry, Rony e Hermione se levantaram. Harry olhou para trás quando estava passando pela porta e perguntou a Simas:
- Gostou da aula?
- Gostei - respondeu ele, sorridente. - Deve ser muito legal ser um bruxo camaleônico.
- É, deve ser.
Harry se afastou de Simas e alcançou Rony e Mione.
- Estava falando com a professora? - perguntou a garota.
- Não, com o Simas.
- Com iquem/i?! - perguntou Rony, espantado. - Com o Simas Finnigan?
- Eu o chamo de Simas, Rony. Algum problema?
- Não, nenhum.
Pressentindo a briga, Hermione falou a primeira coisa que lhe veio à cabeça. Acabou entrando no assunto que ela própria detestava.
- Não é estranho? Dumbledore havia dito que a Lucky Star viria só em Outubro ou Novembro. Depois, ele disse que ela vai chegar na semana que vem.
- Vai ver ela se adiantou - resmungou Rony, mal-humorado. Ele ficava insuportável quando tinha seus ataques de ciúmes, que ocorriam com freqüência.
- Provavelmente - retrucou a garota no mesmo tom.
Harry não estava ouvindo a conversa dos dois. Estava pensando no que Simas dissera.
iDeve ser muito legal ser um bruxo camaleônico/i.
Harry ficou pensando em que ser um bruxo camaleônico lhe seria útil. Ele poderia se transformar em qualquer coisa... qualquer coisa... até mesmo em uma mosquinha. Bem pequena. Aí, ele poderia estar onde quisesse.
iVer o que quisesse/i.
Naquele dia, eles tiveram sua primeira aula com o Prof. Roberts. Ele era um professor muito habilidoso. Explicou sobre algumas criaturas que habitavam as áreas pantanosas da Inglaterra.
Depois da aula, Simas foi falar com o professor. Harry ficou demorando para arrumar o material, só para ouvir a conversa dos dois. Fez o máximo de esforço, mas não conseguiu ouvir nada.
Frustrado, ele arrumou o material e não viu Simas se despedir do professor. Os dois quase trombaram na saída.
- Oh, desculpe, Harry.
- O que você estava conversando com o professor?
Harry perguntara sem pensar. Para sua surpresa, Simas disse:
- O quê? Quadribol? Sim, Harry, vamos conversar sobre isso no caminho!
Simas saiu quase arrastando Harry atrás de si, e só parou quando já estava a uma distância segura da sala de Defesa Contra as Artes das Trevas.
- O que está houve? - perguntou Harry. Simas fez sinal para que falasse mais baixo.
- Depois da aula da McGonagall - disse ele. -, eu falei com ela. E agora falei com Roberts. Os dois confirmaram minhas suspeitas.
- Que suspeitas?
- Harry, preste atenção. Tudo o que eu vou dizer a você é segredo. Entendeu?
- Entendi.
- Eu acho que... eu acho que existe iuma dimensão paralela à nossa/i.
Harry ficou atordoado.
- Como assim... dimensão paralela?
- Eu toquei sutilmente no assunto com os professores. Veja isto.
Simas abriu sua mochila e tirou de lá um livro grosso, chamado iHiperespaço/i. O livro devia ter umas 500 páginas.
- Parece bastante, não é? - comentou Simas. - Mas fala muito pouco do que eu quero saber. Eu quero descobrir se a dimensão paralela é habitada.
Harry continuava sem entender. Simas pareceu perceber isso, porque começou a explicar:
- Uma dimensão paralela é como outro universo, regido pelas mesmas leis físicas do nosso, mas habitados por seres idiferentes dos seres daqui/i. O meu objetivo primordial é saber até que ponto essas criaturas são diferentes de nós.
- Como assim?
- Talvez tenham a mesma aparência - respondeu Simas. - Mas meu palpite é de que elas tenham personalidades diferentes das nossas. Digamos, por exemplo, que talvez na dimensão paralela exista um Você-Sabe-Quem bom.
Harry não conseguiu imaginar um Voldemort que praticasse o bem.
- E talvez exista um Harry mau - completou Simas, sorrindo.
- Como você sabe de tudo isso? - perguntou Harry.
- Pesquisei durante todas as férias - respondeu Simas, guardando o livro na mochila. - Mas, para me aprofundar, preciso de um ioutro/i livro, que está na biblioteca.
Ele colocou a mochila nas costas, se levantou e disse:
- Na Seção Reservada.
- Quem é essa? - perguntou Harry. Seus tios nunca o haviam levado ao cinema, por isso ele não tinha como conhecer Lucky.
- É uma isuperstar/i - disse Hermione, num tom de desdém. - Apenas um rostinho bonito que conquistou a simpatia de algum agente. Não tem nenhum talento. Só mais uma farsa no cinema, não é, Rony?
- O que é cinema? - perguntou Rony. Hermione se esquecera de que ele era de uma família de bruxos.
Enquanto a amiga explicava para Rony sobre o que era o cinema, Harry se levantou e foi até a ponta da mesa, onde Simas estava sentado. Havia um lugar vazio ao lado dele, e Harry se sentou.
- Oi, Harry! - gritou Simas surpreso, como se Harry Potter vir falar com ele depois do banquete de começo de ano fosse a coisa mais difícil de acontecer na face da Terra.
- Oi, Simas. Eu o vi lá na plataforma, e... cadê o Dino?
- Foi falar com o Neville - respondeu Simas, apontando para Dino Thomas e Neville Longbottom, que estavam a uns vinte metros de distância. - Você está no lugar dele.
Harry ia se levantar. Simas completou depressa:
- Mas ele vai demorar! Estão falando de quadribol.
Se sentindo meio sem graça, Harry disse:
- Bom, eu vi você lá na plataforma da estação. Ia te dar um oi, mas... hum... uns problemas me impediram de ir.
- Problemas? - indagou Simas. Harry ficou envergonhado.
- É... hã... um sujeito que não queria me largar.
Simas não entendeu, mas fingiu entender. Mesmo assim, sua cara de quem havia entendido não foi muito convincente.
- Então, né? - comentou Harry, constrangido, mexendo as mãos para não ficar sem fazer nada.
- Pois é - respondeu Simas, sorrindo ao perceber o constrangimento de Harry. Ele sabia ser simpático, mesmo com quem não conhecia muito bem.
- É, né?
- Também acho.
Foi Rony quem salvou Harry.
- Harry! - gritou. - Vamos subir para o dormitório!
- Você não vem, Simas? - perguntou Harry sem pensar.
- Hum... vou esperar o Dino.
- Está bem.
Harry seguiu Rony sem olhar para trás.
- O Dumbledore falou que dia a trouxa vem?
- Não - respondeu Rony. - Acho que ele ainda não sabe.
Eles subiram a escada e chegaram ao dormitório dos meninos. Seus malões já estavam lá, em cima das camas.
Rony abriu sua mala e tirou de lá um livro.
- O que você está lendo? - perguntou Harry, enquanto guardava suas meias no guarda-roupas.
- Halloween, de Fabianna Bluhm. Trouxe para ler na viagem, mas esqueci.
- Vou tomar um banho - disse Harry. - Estou muito cansado.
Ele foi até o banheiro e fechou a porta. Virou-se e, quando viu o espelho, levou as mãos à boca para abafar um grito. Quando olhou de novo, já havia sumido. Agora, quem estava lá era o reflexo de Harry, boquiaberto e surpreso.
"Mas eu vi", pensou ele. "Eu tenho certeza que vi".
Harry vira, ou pensava ter visto, dois olhos no vidro do espelho. Olhos maus, olhos azuis que o encaravam fixamente
Evitando olhar para o espelho, Harry tomou seu banho. Quando saiu, encontrou Rony lendo seu livro sobre a cama, e Simas organizando seus pergaminhos.
- Ah, oi, Harry! - cumprimentou ele, animado.
- Oi, Simas - respondeu Harry. Ele se vestiu e foi sentar-se na cama de Rony. - Você não ia esperar o Dino?
- Ele vai ficar até tarde na sala comunal. Resolveu jogar xadrez de bruxo com o Neville.
Harry virou-se para Rony.
- Rony... eu... vi uma coisa no espelho - disse ele em tom baixo, para que Simas não ouvisse.
Rony fechou o livro.
- Como assim?
- Dois olhos. Eu vi um par de olhos azuis, quase verdes, no espelho do banheiro.
Rony se levantou e foi até o espelho. Quando voltou, disse:
- Não tem nada lá.
- Agora não tem. Foi muito rápido. Eu entrei para tomar banho... e vi.
- Será algum dos fantasmas de Hogwarts?
- Duvido - respondeu Harry. - Nenhum fantasma de Hogwarts, muito menos o Pirraça, tem aqueles olhos.
- O que você acha que é, então?
- Hum... bom, não sei. Mas pareciam olhos de mulher.
Na manhã seguinte, no café, Harry e Rony preferiram não contar nada a Hermione a respeito dos olhos no espelho. Ela poderia implicar.
- Qual é nossa primeira aula hoje? - perguntou Rony a ela, enquanto passava geléia numa torrada.
- Transfiguração - respondeu Mione. - Espero que a Profª McGonagall esteja de bom humor hoje.
Minerva McGonagall, professora de Transfiguração e chefe da Grifinória, era uma mulher extremamente rígida. Não admitia engraçadinhos.
- Alguma notícia sobre a tal Lucky? - perguntou Harry,
- Sim - respondeu a garota, como se não quisesse que o que estava dizendo fosse verdade. - Ela chega na semana que vem.
Depois de passar por vários corredores que agora expunham alguns quadros novos, Harry, Rony e Hermione chegaram à sala de Transfiguração. A Profª McGonagall estava sentada à sua mesa, e se virou rápido ao ouvir os garotos entrando.
- Olá, crianças - disse ela sorrindo. Sorrisos vindos da Profª McGonagall eram uma coisa muito rara.
Aos poucos os alunos da Grifinória foram chegando e se acomodando em suas cadeiras. Depois que todos haviam entrado, a professora disse:
- Neste ano, eu darei ênfases aos bruxos camaleônicos.
- Ao quê?! - perguntou Simas. Ao ouvir sua voz, Harry se virou imediatamente para ele. Não tinha visto o colega chegar.
- Bruxos camaleônicos - explicou McGonagall. - são feiticeiros que podem se transformas ino que/i ou iem quem/i quiserem, sem mesmo ter que usar a Poção Polissuco ou outros artifícios do tipo.
- Já pensou? - disse Rony a Harry. - Poder se transformar em quem quiser? Eu faria a festa!
- Em quem você se transformaria? - perguntou Harry.
- Não sei... provavelmente viraria o Dumbledore. Aí demitiria o Snape e expulsaria Malfoy da escola.
Draco Malfoy era um aluno da Sonserina que detestava Harry, Rony e Hermione. Vinha de uma família muito rica de bruxos, e adorava tirar sarro da pobreza de Rony, que não deixava barato - o que sempre resultava em brigas memoráveis.
Então, a Profª McGonagall começou a falar sobre os bruxos camaleônicos.
- Não é fácil identificar os que têm esse poder - dizia ela. - Mas são pessoas que, por se transformarem muito em outras, geralmente não têm personalidade própria.
McGonagall explicou teoria durante toda a aula. Harry quase adormeceu.
Quando o sino tocou, indicando o final da aula, Harry, Rony e Hermione se levantaram. Harry olhou para trás quando estava passando pela porta e perguntou a Simas:
- Gostou da aula?
- Gostei - respondeu ele, sorridente. - Deve ser muito legal ser um bruxo camaleônico.
- É, deve ser.
Harry se afastou de Simas e alcançou Rony e Mione.
- Estava falando com a professora? - perguntou a garota.
- Não, com o Simas.
- Com iquem/i?! - perguntou Rony, espantado. - Com o Simas Finnigan?
- Eu o chamo de Simas, Rony. Algum problema?
- Não, nenhum.
Pressentindo a briga, Hermione falou a primeira coisa que lhe veio à cabeça. Acabou entrando no assunto que ela própria detestava.
- Não é estranho? Dumbledore havia dito que a Lucky Star viria só em Outubro ou Novembro. Depois, ele disse que ela vai chegar na semana que vem.
- Vai ver ela se adiantou - resmungou Rony, mal-humorado. Ele ficava insuportável quando tinha seus ataques de ciúmes, que ocorriam com freqüência.
- Provavelmente - retrucou a garota no mesmo tom.
Harry não estava ouvindo a conversa dos dois. Estava pensando no que Simas dissera.
iDeve ser muito legal ser um bruxo camaleônico/i.
Harry ficou pensando em que ser um bruxo camaleônico lhe seria útil. Ele poderia se transformar em qualquer coisa... qualquer coisa... até mesmo em uma mosquinha. Bem pequena. Aí, ele poderia estar onde quisesse.
iVer o que quisesse/i.
Naquele dia, eles tiveram sua primeira aula com o Prof. Roberts. Ele era um professor muito habilidoso. Explicou sobre algumas criaturas que habitavam as áreas pantanosas da Inglaterra.
Depois da aula, Simas foi falar com o professor. Harry ficou demorando para arrumar o material, só para ouvir a conversa dos dois. Fez o máximo de esforço, mas não conseguiu ouvir nada.
Frustrado, ele arrumou o material e não viu Simas se despedir do professor. Os dois quase trombaram na saída.
- Oh, desculpe, Harry.
- O que você estava conversando com o professor?
Harry perguntara sem pensar. Para sua surpresa, Simas disse:
- O quê? Quadribol? Sim, Harry, vamos conversar sobre isso no caminho!
Simas saiu quase arrastando Harry atrás de si, e só parou quando já estava a uma distância segura da sala de Defesa Contra as Artes das Trevas.
- O que está houve? - perguntou Harry. Simas fez sinal para que falasse mais baixo.
- Depois da aula da McGonagall - disse ele. -, eu falei com ela. E agora falei com Roberts. Os dois confirmaram minhas suspeitas.
- Que suspeitas?
- Harry, preste atenção. Tudo o que eu vou dizer a você é segredo. Entendeu?
- Entendi.
- Eu acho que... eu acho que existe iuma dimensão paralela à nossa/i.
Harry ficou atordoado.
- Como assim... dimensão paralela?
- Eu toquei sutilmente no assunto com os professores. Veja isto.
Simas abriu sua mochila e tirou de lá um livro grosso, chamado iHiperespaço/i. O livro devia ter umas 500 páginas.
- Parece bastante, não é? - comentou Simas. - Mas fala muito pouco do que eu quero saber. Eu quero descobrir se a dimensão paralela é habitada.
Harry continuava sem entender. Simas pareceu perceber isso, porque começou a explicar:
- Uma dimensão paralela é como outro universo, regido pelas mesmas leis físicas do nosso, mas habitados por seres idiferentes dos seres daqui/i. O meu objetivo primordial é saber até que ponto essas criaturas são diferentes de nós.
- Como assim?
- Talvez tenham a mesma aparência - respondeu Simas. - Mas meu palpite é de que elas tenham personalidades diferentes das nossas. Digamos, por exemplo, que talvez na dimensão paralela exista um Você-Sabe-Quem bom.
Harry não conseguiu imaginar um Voldemort que praticasse o bem.
- E talvez exista um Harry mau - completou Simas, sorrindo.
- Como você sabe de tudo isso? - perguntou Harry.
- Pesquisei durante todas as férias - respondeu Simas, guardando o livro na mochila. - Mas, para me aprofundar, preciso de um ioutro/i livro, que está na biblioteca.
Ele colocou a mochila nas costas, se levantou e disse:
- Na Seção Reservada.
