Harry abriu sua boca e percebeu que tão cedo ela não se fecharia. Pelo menos não enquanto estivesse tendo aquela visão maravilhosa, aquela mulher linda, perfeita... completamente inigualável.
Ela era estonteantemente bonita, seu corpo era perfeitamente torneado e seus cabelos louros iam mais ou menos até o dorso. Estava usando uma calça preta, colada nas pernas, e um top preto que deixava à mostra o umbigo, que tinha um ipiercing/i dourado. O top não tinha alças nem mangas, o que lhe cobria os braços eram na verdade duas mangas falsas, que não estavam unidas à parte de cima da roupa. Uma delas era meio transparente e tinha estampas de flores negras, e a outra era formada de várias tiras de tecido negro enroladas no braço. Ela estava usando também uma gargantilha aberta prateada e um chapéu pontudo, e no seu pescoço pendia graciosamente um pingente de coração. Hermione reparou também que ela estava usando maquiagem demais. Lucky fez Rony lembrar as iveelas/i, criaturas búlgaras que fazem todos os homens perderem a razão por elas.
- Boa noite, Dumbledore - disse ela, e todo o público se calou, fazendo muito mais silêncio do que quando o diretor falava.
- É uma verdadeira honra, tê-la aqui, srta. Star - respondeu Dumbledore, beijando elegantemente a mão de Lucky.
Harry ficou olhando fixamente para a moça. Foi impressão dele ou ela olhou para ele também?
- Também é uma honra para mim estar aqui - disse ela, e Harry pôde ouvir Hermione murmurar "Falsa!". - É lindo o castelo, estou impressionada. Não vejo a hora de conhecer melhor todos vocês.
Harry olhou para Simas, imaginando que também estaria paralisado com a beleza de Lucky, mas ele parecia muito mais preocupado em acertar seu relógio de pulso com o relógio de parede do Salão Principal do que em olhar para a moça.
- Bem, agora que nós já conhecemos nossa ilustre convidada, vamos todos voltar para as aulas. Já faltam dez minutos para o sinal bater, e o restante das aulas da tarde transcorrerá normalmente. Quero dizer, exceto a última. A última aula da tarde foi cancelada também, para que vocês todos possam se arrumar para o jantar. Essa noite, teremos um jantar especial em homenagem à nossa visita.
Rony, então, disse para Harry:
- Vamos?
- Vamos.
Harry, Rony e Hermione subiram, e Simas ficou acertando seu relógio, que parecia estar com algum problema. Quando chegaram à sala onde teriam a segunda aula de Transfiguração do dia, sentaram-se lado a lado. A professora McGonagall chegou uns cinco minutos depois do sinal.
- Boa tarde - disse ela. - Desculpem-me a demora, aquela moleca não queria me deixar subir de jeito nenhum.
- Aquela iquem?/i - perguntou Simas.
- Aquela garotinha, a srta. Star - respondeu ela, sem se dar ao trabalho de disfarçar sua antipatia por Lucky. - Até hoje eu não sei por que Dumbledore faz esse tipo de loucura. Convidar uma trouxa para Hogwarts, imaginem...
O tom da voz da professora fez Harry perceber que era melhor não importuná-la naquele dia. Se ela tivesse um pouco menos de classe, Harry tinha certeza, teria partido a varinha ao meio e ainda pisado em cima.
- Bem - disse ela, a coloração de sua face aos poucos voltando do vermelho à palidez usual. - Hoje de manhã, eu passei aos senhores algumas teorias a respeito dos bruxos camaleônicos. Agora, à tarde, vamos aprender sobre eles... na prática.
Ela então mostrou à turma uma coisa que Harry não havia notado que ela trouxera: um livro muito grosso, de capa azul, que ele teve certeza que morava na Seção Reservada da biblioteca, talvez ao lado do iMundos e Fundos/i.
- Este livro - disse ela. -, escrito por Rossana Modolin, uma bruxa muito poderosa do século XVI, se chama iCamaleões Humanos/i e fala detalhadamente dos bruxos camaleônicos. De fato, mostra detalhes demais, e talvez seja por isso que fica guardado na Seção Reservada da biblioteca de Hogwarts - Harry sorriu ao ver sua teoria confirmada - Aqui, os senhores poderão ver os destinos de alguns infelizes magos que... bom, que tentaram ser bruxos camaleônicos e fracassaram na tentativa.
Ela folheou o livro até achar a página que queria. Então, mostrou-o à classe. Harry levou um susto; na página havia uma gravura - que, como todas as fotos do mundo mágico, se mexia - de uma bruxa que parecia ter tentado ser um sapo e falhara. Era esverdeada, tinha horríveis olhos esbugalhados e virados para lados opostos, e suas pernas eram compridas. Harry desejou não ter visto aquilo, era uma imagem realmente muito triste.
- Agora - disse a professora. -, sugiro que os senhores que tiverem nervos mais fracos fechem os olhos.
Ninguém fechou. Então, ela suspirou e pôs os dedos na folha.
- Este - disse, virando a página. - tentou ser uma aranha.
Metade da classe gritou. Harry ouviu Rony empurrar a cadeira para trás num gesto involuntário. E não fora sem motivo. Na foto, havia um homem que tinha oito olhos e seis braços. Mas não parava por aí, ele estava no chão, apoiando o corpo sobre os oito membros, suas bocas eram pinças, e seu quadril era hediondamente grande, como o abdômen de uma aranha.
- Eu avisei aos senhores - disse a professora irritada, fechando o livro quando o homem-aranha ameaçava comer uma mosca próxima. - Bem, como todos vocês puderam ver, ser um bruxo camaleônico não é uma coisa fácil. É tão perigoso quanto tomar a Poção Polissuco.
- Os bruxos camaleônicos só podem se transformar em seres humanos? - perguntou Parvati Patil.
- Não, eles podem se transformar em animais e até objetos - respondeu a professora. - Mas é difícil se tornar um bruxo camaleônico de verdade. Quem tenta se transformar sem ter a instrução necessária, acaba sofrendo graves conseqüências, como as que os senhores viram. No entanto, quando um bruxo se torna irealmente/i camaleônico, ele tem poder para se transformar no que ou em quem quiser sem problema nenhum.
Harry viu que Simas estava de boca aberta, impressionado.
A última aula do dia, para os alunos da Grifinória, seria Adivinhação. Porém, como Dumbledore cancelara aquela aula, ao término da aula de Herbologia todos foram para seus dormitórios se arrumar. Harry tomou um banho e vestiu suas vestes a rigor. Rony, que no ano anterior havia usado vestes a rigor de segunda mão, dessa vez tinha vestes novas. Fred e Jorge, que haviam ganhado de Harry o prêmio do Torneio Tribruxo (mil galeões), tinham comprado uma roupa nova para ele.
Na hora do jantar, o teto do Salão Principal estava novamente enfeitado, com estrelas mais próximas que as do céu de verdade. A mesa dos professores, apesar de vazia, estava muito bonita, e ao lado da cadeira de Dumbledore havia uma cadeira extra, especial, que Harry teve certeza que estava destinada a Lucky. Essa cadeira era prateada, e as dos outros professores eram cor de mogno com estofado rosa. A de Dumbledore também era diferente, seu encosto era maior e o estofado era azul.
Harry estava sentado entre Rony e Hermione, e Simas estava a umas cinco cadeiras de distância do trio, conversando animadamente com Dino. Por um instante, Harry não teve dúvidas de que estava falando de Hyllide, mas depois pensou que Simas não contaria a Dino sobre uma coisa tão secreta, e intimamente desejou que não contasse.
Os professores foram os últimos a chegar, e Dumbledore veio acompanhando Lucky. Ela estava muito bonita mesmo, com um vestido vinho que combinava com seu batom. A única coisa que Harry lamentou, mesmo sem saber, foi que o vestido impedia a visão do umbigo de Lucky, e do ipiercing/i que havia nele.
Enquanto Lucky estava passando pelo Salão Principal em direção à mesa dos professores, ela distribuiu sorrisos e acenos para todos os alunos, que aplaudiram calorosamente. Enfim, ela chegou à mesa e se sentou na cadeira prateada.
- Boa noite - disse Dumbledore quando os aplausos cessaram. - Espero que estejam todos confortáveis, para que possamos nos alimentar e oferecer um brinde de suco de abóbora à nossa adorável estrela.
Lucky deu um enorme sorriso. "Falsa!", murmurou Hermione baixinho, mas alto o suficiente para que Harry ouvisse, e começasse a imaginar se ela não saberia algo que ele e Rony desconheciam sobre Lucky.
- Então está bem - disse Dumbledore. - Que venha o jantar!
Nos pratos de ouro que estavam na mesa, surgiu comida do nada. Todo tipo de comida, inclusive cachorros-quentes trouxas e sorvete de morango. Harry não sabia, mas eles estavam ali porque eram comidas que Lucky adorava.
Então, aconteceu algo que Harry simplesmente não esperava: o olhar de Lucky, que antes estivera fixo em Dumbledore, novamente focou o seu, e então ele pôde ver. A cor era diferente, mas...
Os olhos. Exatamente iguais aos que ele vira no espelho.
- Harry, você está bem?
- Sim, estou bem, Rony.
Mas não fora Rony que perguntara. Simas estava com as mãos no ombro de Harry, na mesa, e parecia preocupado.
- Você estava paralisado - disse ele. - Ficou assim por uns cinco minutos. Achei que estivesse tendo um acesso ou coisa parecisa.
Então, Simas viu a direção para onde Harry estava olhando.
- Ah, já entendi - disse ele, em tom malicioso. - O seu problema começa com Lucky e termina com Star, não é?
- É... - respondeu Harry, tolamente. Depois acrescentou depressa: - Mas não é nada disso que você está pensando.
- Não, claro que não - disse Simas, sorrindo, mas sem passar o mínimo de credibilidade. Afinal - continuou ele, agora parecendo magoado. -, o famoso Harry Potter é um rapaz incapaz de se apaixonar.
Harry olhou para ele, assustado. Não esperava aquilo de Simas.
- Por que você disse isso? - perguntou, completamente atônito.
- Desculpe.
Simas voltou para sua cadeira, bastante vermelho, e Harry ficou pensando no que ele havia acabado de dizer. "Incapaz de me apaixonar", pensou Harry. "Até parece". Afinal, no ano anterior havia se apaixonado por Cho Chang.
Mas... agora Harry se lembrava... ao ver Lucky pela primeira vez, fora como se Cho fosse arrancada de sua mente. Ele já nem achava ela tão bonita assim...
Dumbledore havia dado a todos os alunos permissão para subir ou conversar durante o jantar. Conforme a comida foi acabando, as pessoas foram saindo aos poucos das mesas. quando já eram oito horas, não havia mais quase ninguém.
Harry, Rony e Hermione acabaram sua comida e subiram. Harry preferiu não olhar para Simas, não queria comentar o que ele havia dito e muito menos ouvir desculpas.
Por outro lado, Simas não se sentia como Harry. Tinha agido errado com ele. Dissera uma besteira realmente grande.
Ele olhou para a cadeira de Harry, estava vazia. Então, resolveu dar uma volta no jardim.
- Volto logo, Dino - disse ele para o amigo.
Simas saiu, e começou a andar sobre a grama fofa, aproximando-se da Floresta Proibida. Então, ouviu um barulho entre as árvores.
Ele chegou um pouco mais perto, e então pode ver: havia duas pessoas conversando na floresta. Duas pessoas adultas... que ele conhecia. Simas se abaixou ao lado de uma árvore e começou a ouvir a conversa dos dois.
- Você o viu? - disse uma voz de homem.
- Vi. Claro que vi - disse uma segunda voz, de mulher.
- Bem, ele pode atrapalhar todos os nossos planos, então teremos que ter muito cuidado com ele.
- Ele não me pareceu perigoso, sabe?
- Mas ele é. Eu conheço o garoto, pare com isso.
- Certo. É só ficarmos longe dele, só isso.
- Não é tão simples. Prefiro prevenir. Vamos matá-lo.
- Você enlouqueceu?
- Você-Sabe-Quem também quer o garoto. Vão achar que ele o matou.
Então, o vento afastou as folhas das árvores e deixou o luar passar por entre as copas das árvores. Quando Simas reconheceu as pessoas que estavam conversando, quase deixou escapar um grito de surpresa. Ele se levantou e começou a correr em direção ao castelo. Antes de dar três passos, porém, ele pisou num graveto, que se partiu com um estalo. Com o susto, Simas tropeçou.
- Você ouviu isso?
- Ouvi.
Simas se levantou do chão e já ia começar a correr de novo quando a paulada o atingiu. Ele caiu no chão, sem sentidos.
- Por que fez isso? Eu poderia ter lançado um feitiço nele.
- Prefiro as coisas do meu jeito. O que vamos fazer agora?
- Deixe comigo. Afaste-se.
Então, ele levantou a varinha e disse:
- iObliviate/i!
Ela era estonteantemente bonita, seu corpo era perfeitamente torneado e seus cabelos louros iam mais ou menos até o dorso. Estava usando uma calça preta, colada nas pernas, e um top preto que deixava à mostra o umbigo, que tinha um ipiercing/i dourado. O top não tinha alças nem mangas, o que lhe cobria os braços eram na verdade duas mangas falsas, que não estavam unidas à parte de cima da roupa. Uma delas era meio transparente e tinha estampas de flores negras, e a outra era formada de várias tiras de tecido negro enroladas no braço. Ela estava usando também uma gargantilha aberta prateada e um chapéu pontudo, e no seu pescoço pendia graciosamente um pingente de coração. Hermione reparou também que ela estava usando maquiagem demais. Lucky fez Rony lembrar as iveelas/i, criaturas búlgaras que fazem todos os homens perderem a razão por elas.
- Boa noite, Dumbledore - disse ela, e todo o público se calou, fazendo muito mais silêncio do que quando o diretor falava.
- É uma verdadeira honra, tê-la aqui, srta. Star - respondeu Dumbledore, beijando elegantemente a mão de Lucky.
Harry ficou olhando fixamente para a moça. Foi impressão dele ou ela olhou para ele também?
- Também é uma honra para mim estar aqui - disse ela, e Harry pôde ouvir Hermione murmurar "Falsa!". - É lindo o castelo, estou impressionada. Não vejo a hora de conhecer melhor todos vocês.
Harry olhou para Simas, imaginando que também estaria paralisado com a beleza de Lucky, mas ele parecia muito mais preocupado em acertar seu relógio de pulso com o relógio de parede do Salão Principal do que em olhar para a moça.
- Bem, agora que nós já conhecemos nossa ilustre convidada, vamos todos voltar para as aulas. Já faltam dez minutos para o sinal bater, e o restante das aulas da tarde transcorrerá normalmente. Quero dizer, exceto a última. A última aula da tarde foi cancelada também, para que vocês todos possam se arrumar para o jantar. Essa noite, teremos um jantar especial em homenagem à nossa visita.
Rony, então, disse para Harry:
- Vamos?
- Vamos.
Harry, Rony e Hermione subiram, e Simas ficou acertando seu relógio, que parecia estar com algum problema. Quando chegaram à sala onde teriam a segunda aula de Transfiguração do dia, sentaram-se lado a lado. A professora McGonagall chegou uns cinco minutos depois do sinal.
- Boa tarde - disse ela. - Desculpem-me a demora, aquela moleca não queria me deixar subir de jeito nenhum.
- Aquela iquem?/i - perguntou Simas.
- Aquela garotinha, a srta. Star - respondeu ela, sem se dar ao trabalho de disfarçar sua antipatia por Lucky. - Até hoje eu não sei por que Dumbledore faz esse tipo de loucura. Convidar uma trouxa para Hogwarts, imaginem...
O tom da voz da professora fez Harry perceber que era melhor não importuná-la naquele dia. Se ela tivesse um pouco menos de classe, Harry tinha certeza, teria partido a varinha ao meio e ainda pisado em cima.
- Bem - disse ela, a coloração de sua face aos poucos voltando do vermelho à palidez usual. - Hoje de manhã, eu passei aos senhores algumas teorias a respeito dos bruxos camaleônicos. Agora, à tarde, vamos aprender sobre eles... na prática.
Ela então mostrou à turma uma coisa que Harry não havia notado que ela trouxera: um livro muito grosso, de capa azul, que ele teve certeza que morava na Seção Reservada da biblioteca, talvez ao lado do iMundos e Fundos/i.
- Este livro - disse ela. -, escrito por Rossana Modolin, uma bruxa muito poderosa do século XVI, se chama iCamaleões Humanos/i e fala detalhadamente dos bruxos camaleônicos. De fato, mostra detalhes demais, e talvez seja por isso que fica guardado na Seção Reservada da biblioteca de Hogwarts - Harry sorriu ao ver sua teoria confirmada - Aqui, os senhores poderão ver os destinos de alguns infelizes magos que... bom, que tentaram ser bruxos camaleônicos e fracassaram na tentativa.
Ela folheou o livro até achar a página que queria. Então, mostrou-o à classe. Harry levou um susto; na página havia uma gravura - que, como todas as fotos do mundo mágico, se mexia - de uma bruxa que parecia ter tentado ser um sapo e falhara. Era esverdeada, tinha horríveis olhos esbugalhados e virados para lados opostos, e suas pernas eram compridas. Harry desejou não ter visto aquilo, era uma imagem realmente muito triste.
- Agora - disse a professora. -, sugiro que os senhores que tiverem nervos mais fracos fechem os olhos.
Ninguém fechou. Então, ela suspirou e pôs os dedos na folha.
- Este - disse, virando a página. - tentou ser uma aranha.
Metade da classe gritou. Harry ouviu Rony empurrar a cadeira para trás num gesto involuntário. E não fora sem motivo. Na foto, havia um homem que tinha oito olhos e seis braços. Mas não parava por aí, ele estava no chão, apoiando o corpo sobre os oito membros, suas bocas eram pinças, e seu quadril era hediondamente grande, como o abdômen de uma aranha.
- Eu avisei aos senhores - disse a professora irritada, fechando o livro quando o homem-aranha ameaçava comer uma mosca próxima. - Bem, como todos vocês puderam ver, ser um bruxo camaleônico não é uma coisa fácil. É tão perigoso quanto tomar a Poção Polissuco.
- Os bruxos camaleônicos só podem se transformar em seres humanos? - perguntou Parvati Patil.
- Não, eles podem se transformar em animais e até objetos - respondeu a professora. - Mas é difícil se tornar um bruxo camaleônico de verdade. Quem tenta se transformar sem ter a instrução necessária, acaba sofrendo graves conseqüências, como as que os senhores viram. No entanto, quando um bruxo se torna irealmente/i camaleônico, ele tem poder para se transformar no que ou em quem quiser sem problema nenhum.
Harry viu que Simas estava de boca aberta, impressionado.
A última aula do dia, para os alunos da Grifinória, seria Adivinhação. Porém, como Dumbledore cancelara aquela aula, ao término da aula de Herbologia todos foram para seus dormitórios se arrumar. Harry tomou um banho e vestiu suas vestes a rigor. Rony, que no ano anterior havia usado vestes a rigor de segunda mão, dessa vez tinha vestes novas. Fred e Jorge, que haviam ganhado de Harry o prêmio do Torneio Tribruxo (mil galeões), tinham comprado uma roupa nova para ele.
Na hora do jantar, o teto do Salão Principal estava novamente enfeitado, com estrelas mais próximas que as do céu de verdade. A mesa dos professores, apesar de vazia, estava muito bonita, e ao lado da cadeira de Dumbledore havia uma cadeira extra, especial, que Harry teve certeza que estava destinada a Lucky. Essa cadeira era prateada, e as dos outros professores eram cor de mogno com estofado rosa. A de Dumbledore também era diferente, seu encosto era maior e o estofado era azul.
Harry estava sentado entre Rony e Hermione, e Simas estava a umas cinco cadeiras de distância do trio, conversando animadamente com Dino. Por um instante, Harry não teve dúvidas de que estava falando de Hyllide, mas depois pensou que Simas não contaria a Dino sobre uma coisa tão secreta, e intimamente desejou que não contasse.
Os professores foram os últimos a chegar, e Dumbledore veio acompanhando Lucky. Ela estava muito bonita mesmo, com um vestido vinho que combinava com seu batom. A única coisa que Harry lamentou, mesmo sem saber, foi que o vestido impedia a visão do umbigo de Lucky, e do ipiercing/i que havia nele.
Enquanto Lucky estava passando pelo Salão Principal em direção à mesa dos professores, ela distribuiu sorrisos e acenos para todos os alunos, que aplaudiram calorosamente. Enfim, ela chegou à mesa e se sentou na cadeira prateada.
- Boa noite - disse Dumbledore quando os aplausos cessaram. - Espero que estejam todos confortáveis, para que possamos nos alimentar e oferecer um brinde de suco de abóbora à nossa adorável estrela.
Lucky deu um enorme sorriso. "Falsa!", murmurou Hermione baixinho, mas alto o suficiente para que Harry ouvisse, e começasse a imaginar se ela não saberia algo que ele e Rony desconheciam sobre Lucky.
- Então está bem - disse Dumbledore. - Que venha o jantar!
Nos pratos de ouro que estavam na mesa, surgiu comida do nada. Todo tipo de comida, inclusive cachorros-quentes trouxas e sorvete de morango. Harry não sabia, mas eles estavam ali porque eram comidas que Lucky adorava.
Então, aconteceu algo que Harry simplesmente não esperava: o olhar de Lucky, que antes estivera fixo em Dumbledore, novamente focou o seu, e então ele pôde ver. A cor era diferente, mas...
Os olhos. Exatamente iguais aos que ele vira no espelho.
- Harry, você está bem?
- Sim, estou bem, Rony.
Mas não fora Rony que perguntara. Simas estava com as mãos no ombro de Harry, na mesa, e parecia preocupado.
- Você estava paralisado - disse ele. - Ficou assim por uns cinco minutos. Achei que estivesse tendo um acesso ou coisa parecisa.
Então, Simas viu a direção para onde Harry estava olhando.
- Ah, já entendi - disse ele, em tom malicioso. - O seu problema começa com Lucky e termina com Star, não é?
- É... - respondeu Harry, tolamente. Depois acrescentou depressa: - Mas não é nada disso que você está pensando.
- Não, claro que não - disse Simas, sorrindo, mas sem passar o mínimo de credibilidade. Afinal - continuou ele, agora parecendo magoado. -, o famoso Harry Potter é um rapaz incapaz de se apaixonar.
Harry olhou para ele, assustado. Não esperava aquilo de Simas.
- Por que você disse isso? - perguntou, completamente atônito.
- Desculpe.
Simas voltou para sua cadeira, bastante vermelho, e Harry ficou pensando no que ele havia acabado de dizer. "Incapaz de me apaixonar", pensou Harry. "Até parece". Afinal, no ano anterior havia se apaixonado por Cho Chang.
Mas... agora Harry se lembrava... ao ver Lucky pela primeira vez, fora como se Cho fosse arrancada de sua mente. Ele já nem achava ela tão bonita assim...
Dumbledore havia dado a todos os alunos permissão para subir ou conversar durante o jantar. Conforme a comida foi acabando, as pessoas foram saindo aos poucos das mesas. quando já eram oito horas, não havia mais quase ninguém.
Harry, Rony e Hermione acabaram sua comida e subiram. Harry preferiu não olhar para Simas, não queria comentar o que ele havia dito e muito menos ouvir desculpas.
Por outro lado, Simas não se sentia como Harry. Tinha agido errado com ele. Dissera uma besteira realmente grande.
Ele olhou para a cadeira de Harry, estava vazia. Então, resolveu dar uma volta no jardim.
- Volto logo, Dino - disse ele para o amigo.
Simas saiu, e começou a andar sobre a grama fofa, aproximando-se da Floresta Proibida. Então, ouviu um barulho entre as árvores.
Ele chegou um pouco mais perto, e então pode ver: havia duas pessoas conversando na floresta. Duas pessoas adultas... que ele conhecia. Simas se abaixou ao lado de uma árvore e começou a ouvir a conversa dos dois.
- Você o viu? - disse uma voz de homem.
- Vi. Claro que vi - disse uma segunda voz, de mulher.
- Bem, ele pode atrapalhar todos os nossos planos, então teremos que ter muito cuidado com ele.
- Ele não me pareceu perigoso, sabe?
- Mas ele é. Eu conheço o garoto, pare com isso.
- Certo. É só ficarmos longe dele, só isso.
- Não é tão simples. Prefiro prevenir. Vamos matá-lo.
- Você enlouqueceu?
- Você-Sabe-Quem também quer o garoto. Vão achar que ele o matou.
Então, o vento afastou as folhas das árvores e deixou o luar passar por entre as copas das árvores. Quando Simas reconheceu as pessoas que estavam conversando, quase deixou escapar um grito de surpresa. Ele se levantou e começou a correr em direção ao castelo. Antes de dar três passos, porém, ele pisou num graveto, que se partiu com um estalo. Com o susto, Simas tropeçou.
- Você ouviu isso?
- Ouvi.
Simas se levantou do chão e já ia começar a correr de novo quando a paulada o atingiu. Ele caiu no chão, sem sentidos.
- Por que fez isso? Eu poderia ter lançado um feitiço nele.
- Prefiro as coisas do meu jeito. O que vamos fazer agora?
- Deixe comigo. Afaste-se.
Então, ele levantou a varinha e disse:
- iObliviate/i!
