Harry ficou encarando a gata, sem saber o que fazer. Os olhos de Madame Nor-r-ra estavam assustadores e brilhantes, e pareciam expressar uma satisfação cruel.
Finalmente conseguindo falar, Harry disse:
- Tirem essa coisa de cima de mim!
Simas pegou Madame Nor-r-ra pelos lados e a tirou de cima de Harry, o que não foi fácil, pois as unhas da gata estavam fortemente fincadas nas vestes do garoto. Quando ela finalmente se soltou, deu um miado alto e fugiu do salão, provavelmente em direção ao escritório de Filch.
- O que foi isso? - perguntou Simas.
- E eu sei lá! Gata doida.
- Bem - disse Dumbledore, chamando a atenção de todos. - Parece que a Madame Nor-r-ra está um tanto abalada com a morte do nosso amado zelador, e isso a levou a tomar uma atitude inexplicável. Nada sério. Depois Hagrid cuidará dela, vamos comer.
Harry não conseguiu comer mais nada. A imagem daquela gata fétida e nojenta em cima dele tirara todo o seu apetite.
- Vamos subir - disse Simas. - A aula do Binns já vai começar.
Harry não vira Rony nem Hermione durante o almoço, pois saíra correndo da aula para encontrar Lucky. Onde eles estariam?
- Acho que o Rony e a Hermione já subiram - disse Simas, como se tivesse adivinhado o pensamento de Harry.
- Talvez - disse ele, sem prestar atenção.
Eles chegaram à sala de História da Magia e se sentaram lado a lado, vendo os outros alunos entrarem aos poucos. Harry viu Parvati Patil, Lilá Brown, Dino Thomas... mas nem sinal de Rony e Hermione.
- Onde será que eles estão? - disse Harry em voz alta. Simas, porém, estava dando uma olhada no iMundos e Fundos/i, e não ouviu. Harry se virou para ele e viu o livro.
- Quando você tem que devolver isso pra biblioteca?
- Hoje - respondeu Simas. - É por isso que estou dando mais uma folheada nos pontos principais.
- E você vai devolver depois das aulas da tarde?
- Não posso. Foi a Hermione que pegou o livro, é ela que tem que devolver.
- Tudo bem, depois que ela chegar eu peço.
Mas Hermione não chegou, tampouco Rony. O professor Binns, o único professor fantasma em Hogwarts, entrou flutuando pelo quadro-negro, como sempre fazia, e logo ao chegar notou a ausência da melhor aluna de Hogwarts:
- Onde está a srta. Granger?
Os alunos sacudiram os ombros, o que provou que nenhum deles sabia do paradeiro de Hermione. Harry sentiu certa satisfação pelo fato do professor não ter reparado que Rony também não estava na sala. Se ele dissesse isso, alguns alunos provavelmente começariam a espalhar boatos maldosos sobre ele e Mione.
- Bem - disse o prof. Binns. - Talvez ela esteja na ala hospitalar, com alguma moléstia, ou tenha cabulado a aula. Vamos começar.
Harry não culparia os amigos se eles realmente tivessem faltado de propósito: itodas/i as aulas do Binns eram mortalmente maçantes, e colocavam todos os alunos num estupor profundo. Todos menos Hermione, que adorava História da Magia (na verdade, ela adorava todas as matérias) e passava as aulas do professor fantasma anotando euforicamente suas palavras, que ele lia num caderno de anotações durante todo o tempo em sala. Isso é o que tirava da mente de Harry a idéia de que Mione tivesse cabulado. Rony seria bem capaz de fazê-lo, mas não Hermione.
Harry e Simas driblaram a terrível atmosfera de tédio conversando por bilhetes durante toda a aula. A única coisa chata era que, de vez em quando, um ou outro mandava um bilhete engraçado (quase sempre sobre o professor Binns), e o que recebia começava a rir descontroladamente, o que logo chamava a atenção do professor. Então Binns, que parecia detestar qualquer tipo de bom humor, repreendia o aluno agitador e continuava sua chatíssima dissertação.
Depois que a aula de História da Magia finalmente terminou, Harry saiu da sala com Simas.
- É engraçado que o Rony e a Hermione tenham faltado, não é? - comentou ele.
- Realmente - respondeu Harry. É bem estranho.
Eles andaram até a sala de Transfiguração, que seria a próxima aula que teriam. Lá, encontraram os dois faltantes na primeira fila, conversando baixinho. Harry se sentou ao lado de Hermione e falou:
- Por que vocês não foram à aula?
- Nós matamos - respondeu Rony. Havia um sorriso de mérito em seu rosto.
- Não foi bem assim - disse Hermione, relutante. - Harry, nós estávamos na sala do Filch.
- Fazendo o quê?
Hermione olhou para Simas, que havia escolhido um lugar mais ao fundo, e sussurrou:
- Estávamos investigando a morte dele. E sabe o que descobrimos?
- Nem imagino - respondeu Harry. O quê?
- Ele escrevia um diário. E esse diário falava de um outro diário.
- Hã?
- Filch descobriu, há mais de dez anos, que Salazar Slytherin havia deixado um diário escondido no castelo. Ele encontrou esse documento, e nele havia muitas informações interessantes.
- Como, por exemplo...
- Não sabemos ainda. Mas pelo entusiasmo de Filch é fácil deduzir. Deve ser algo relacionado a ouro.
- E como vocês entraram na sala do Filch? O Dumbledore não viu?
- Não. Nós...
- Nós usamos sua Capa da Invisibilidade - cortou Rony. - Desculpe-nos, Harry, foi o único jeito.
- Tudo bem - disse Harry. - Mas ainda não entendi por que não me levaram.
- Você saiu correndo pro almoço! E com aquele cara chato - disse Rony. - É claro que não chamamos.
- Além disso - emendou Mione. -, seria muito suspeito se nós três faltássemos.
- É - concordou Harry. - O diário do Filch não dizia onde ele encontrou o de Slytherin?
- Não - respondeu Hermione, frustrada. - Olha só.
Ela entregou para Harry um caderno surrado que estava embaixo da mesa. Harry abriu o caderno e viu um monte de garranchos, que eram as anotações do zelador de Hogwarts.
- Certo então - disse ele. - Em que parte ele fala do diário de Slytherin?
- Aqui - respondeu Mione, abrindo o caderno numa página que estava marcada com um clipe.
- Estranho - disse Rony, pensativo. - Se o Filch não teve aulas de História da Magia, como será que sabia de Slytherin?
- Sei lá - respondeu Harry. - Mas do jeito que ele fala aqui o cara deve ter escondido algo muito bom.
- Talvez um tesouro - disse Hermione. - Temos que descobrir. E pra isso temos que achar o diário de Slytherin.
- O castelo é enorme - disse Harry, aborrecido. - Não é razoável que ele não tenha indicado nada, seria impossível para nós encontrar o diário. Não está no escritório do Filch?
- Não, nós reviramos tudo.
Só então eles repararam que nenhum dos outros alunos havia chegado à sala, tampouco a professora.
- Ei - disse Simas. - Será que a aula ia ser em outro lugar?
Harry percebeu que aquela era uma oportunidade imperdível.
- Hermione, onde está a Capa da Invisibilidade?
- Aqui - respondeu a garota, apontando a capa prateada na mochila. - Por quê?
- Temos que encontrar o diário de Slytherin. Vamos.
- O quê?! - berrou Mione. - Matar duas aulas? Nem pensar!
- Então vamos eu e Rony. E o Simas vai descobrir o que aconteceu.
- O que tem eu aí? - perguntou Simas.
- Você pode ir com a Mione até o Salão Principal para descobrir por que a professora não veio, enquanto eu e o Rony vamos procurar uma coisa?
- Tudo bem - respondeu ele, levantando-se.
- Eu vou com vocês - disse Hermione. - Vamos logo.
Harry sorriu.
- Ótimo. Simas, nos vemos mais tarde.
- Ok - disse Simas, saindo da sala. Harry, Rony e Hermione se cobriram com a Capa da Invisibilidade e saíram também, virando na direção oposta à de Simas.
- Vamos à sala do Filch - disse Harry. Lá é o ponto de partida de tudo.
Os outros dois confirmaram com a cabeça.
Enquanto andavam, Harry, Rony e Hermione iam vendo que em nenhuma sala estavam tendo aula, todas estavam vazias.
- Talvez devêssemos ter ido ao Salão também - disse Hermione com um ligeiro estremecimento. - Estou com uma intuição de que estamos nos pondo em perigo.
- Estamos em perigo desde o começo do ano - disse Harry. - Aliás, já é a segunda vez que isso acontece: eu chego na classe e ninguém mais vai.
- Mas da outra vez foi por causa da Lucky - disse Rony. - Acho que agora não foi culpa dela, sabe?
- Aquela chata! - gritou Hermione.
- Ei, vocês dois - vociferou Harry. - Se formos ficar gritando, não adianta usar a capa!
Rony e Hermione se calaram.
- Bom - continuou ele. - Chegamos. A porta estava aberta quando vocês saíram?
- Sim - responderam os dois ao mesmo tempo.
Harry abriu a porta. A cortina do escritório havia sido aberta por Dumbledore, então tudo estava às claras. No momento em que ele pisou dentro da pequena sala, a gata do zelador pulou novamente sobre ele.
- Tirem ela daqui! - gritou Harry, lutando para não ser atirado ao chão. Rony e Hermione puxaram Madame Nor-r-ra da vestes do amigo, mas ela decididamente não parecia muito disposta a sair. Quando finalmente conseguiram, ela se postou ao lado do garoto, fitando-o.
- É um comportamento estranho esse dela - comentou Hermione. - Talvez esteja querendo algo da gente.
- Querendo o quê? - perguntou Rony, irritado. - Que a gente siga ela? Parece cachorro!
No entanto, parecia ser exatamente isso o que Madame Nor-r-ra queria, saiu da sala de Filch e ficou parada em frente à porta, encarando os garotos. Quando Rony foi até ela, ela andou mais um pouco na mesma direção.
- Vamos segui-la - disse Harry. - e ver no que dá.
Eles seguiram Madame Nor-r-ra por mais de dez minutos. Ela passou pela Torre Leste, pelas masmorras, por corredores e mais corredores, até chegar a um ponto de Hogwarts onde Harry, Rony e Hermione jamais haviam estado.
- Ué - disse Harry. - Onde será que nós est...
Nesse momento, tudo o que Harry viu foi o olhar de Madame Nor-r-ra parecendo sorrir de satisfação. Então, o chão cedeu aos pés dos três, eles caíram e não viram mais nada.
Finalmente conseguindo falar, Harry disse:
- Tirem essa coisa de cima de mim!
Simas pegou Madame Nor-r-ra pelos lados e a tirou de cima de Harry, o que não foi fácil, pois as unhas da gata estavam fortemente fincadas nas vestes do garoto. Quando ela finalmente se soltou, deu um miado alto e fugiu do salão, provavelmente em direção ao escritório de Filch.
- O que foi isso? - perguntou Simas.
- E eu sei lá! Gata doida.
- Bem - disse Dumbledore, chamando a atenção de todos. - Parece que a Madame Nor-r-ra está um tanto abalada com a morte do nosso amado zelador, e isso a levou a tomar uma atitude inexplicável. Nada sério. Depois Hagrid cuidará dela, vamos comer.
Harry não conseguiu comer mais nada. A imagem daquela gata fétida e nojenta em cima dele tirara todo o seu apetite.
- Vamos subir - disse Simas. - A aula do Binns já vai começar.
Harry não vira Rony nem Hermione durante o almoço, pois saíra correndo da aula para encontrar Lucky. Onde eles estariam?
- Acho que o Rony e a Hermione já subiram - disse Simas, como se tivesse adivinhado o pensamento de Harry.
- Talvez - disse ele, sem prestar atenção.
Eles chegaram à sala de História da Magia e se sentaram lado a lado, vendo os outros alunos entrarem aos poucos. Harry viu Parvati Patil, Lilá Brown, Dino Thomas... mas nem sinal de Rony e Hermione.
- Onde será que eles estão? - disse Harry em voz alta. Simas, porém, estava dando uma olhada no iMundos e Fundos/i, e não ouviu. Harry se virou para ele e viu o livro.
- Quando você tem que devolver isso pra biblioteca?
- Hoje - respondeu Simas. - É por isso que estou dando mais uma folheada nos pontos principais.
- E você vai devolver depois das aulas da tarde?
- Não posso. Foi a Hermione que pegou o livro, é ela que tem que devolver.
- Tudo bem, depois que ela chegar eu peço.
Mas Hermione não chegou, tampouco Rony. O professor Binns, o único professor fantasma em Hogwarts, entrou flutuando pelo quadro-negro, como sempre fazia, e logo ao chegar notou a ausência da melhor aluna de Hogwarts:
- Onde está a srta. Granger?
Os alunos sacudiram os ombros, o que provou que nenhum deles sabia do paradeiro de Hermione. Harry sentiu certa satisfação pelo fato do professor não ter reparado que Rony também não estava na sala. Se ele dissesse isso, alguns alunos provavelmente começariam a espalhar boatos maldosos sobre ele e Mione.
- Bem - disse o prof. Binns. - Talvez ela esteja na ala hospitalar, com alguma moléstia, ou tenha cabulado a aula. Vamos começar.
Harry não culparia os amigos se eles realmente tivessem faltado de propósito: itodas/i as aulas do Binns eram mortalmente maçantes, e colocavam todos os alunos num estupor profundo. Todos menos Hermione, que adorava História da Magia (na verdade, ela adorava todas as matérias) e passava as aulas do professor fantasma anotando euforicamente suas palavras, que ele lia num caderno de anotações durante todo o tempo em sala. Isso é o que tirava da mente de Harry a idéia de que Mione tivesse cabulado. Rony seria bem capaz de fazê-lo, mas não Hermione.
Harry e Simas driblaram a terrível atmosfera de tédio conversando por bilhetes durante toda a aula. A única coisa chata era que, de vez em quando, um ou outro mandava um bilhete engraçado (quase sempre sobre o professor Binns), e o que recebia começava a rir descontroladamente, o que logo chamava a atenção do professor. Então Binns, que parecia detestar qualquer tipo de bom humor, repreendia o aluno agitador e continuava sua chatíssima dissertação.
Depois que a aula de História da Magia finalmente terminou, Harry saiu da sala com Simas.
- É engraçado que o Rony e a Hermione tenham faltado, não é? - comentou ele.
- Realmente - respondeu Harry. É bem estranho.
Eles andaram até a sala de Transfiguração, que seria a próxima aula que teriam. Lá, encontraram os dois faltantes na primeira fila, conversando baixinho. Harry se sentou ao lado de Hermione e falou:
- Por que vocês não foram à aula?
- Nós matamos - respondeu Rony. Havia um sorriso de mérito em seu rosto.
- Não foi bem assim - disse Hermione, relutante. - Harry, nós estávamos na sala do Filch.
- Fazendo o quê?
Hermione olhou para Simas, que havia escolhido um lugar mais ao fundo, e sussurrou:
- Estávamos investigando a morte dele. E sabe o que descobrimos?
- Nem imagino - respondeu Harry. O quê?
- Ele escrevia um diário. E esse diário falava de um outro diário.
- Hã?
- Filch descobriu, há mais de dez anos, que Salazar Slytherin havia deixado um diário escondido no castelo. Ele encontrou esse documento, e nele havia muitas informações interessantes.
- Como, por exemplo...
- Não sabemos ainda. Mas pelo entusiasmo de Filch é fácil deduzir. Deve ser algo relacionado a ouro.
- E como vocês entraram na sala do Filch? O Dumbledore não viu?
- Não. Nós...
- Nós usamos sua Capa da Invisibilidade - cortou Rony. - Desculpe-nos, Harry, foi o único jeito.
- Tudo bem - disse Harry. - Mas ainda não entendi por que não me levaram.
- Você saiu correndo pro almoço! E com aquele cara chato - disse Rony. - É claro que não chamamos.
- Além disso - emendou Mione. -, seria muito suspeito se nós três faltássemos.
- É - concordou Harry. - O diário do Filch não dizia onde ele encontrou o de Slytherin?
- Não - respondeu Hermione, frustrada. - Olha só.
Ela entregou para Harry um caderno surrado que estava embaixo da mesa. Harry abriu o caderno e viu um monte de garranchos, que eram as anotações do zelador de Hogwarts.
- Certo então - disse ele. - Em que parte ele fala do diário de Slytherin?
- Aqui - respondeu Mione, abrindo o caderno numa página que estava marcada com um clipe.
- Estranho - disse Rony, pensativo. - Se o Filch não teve aulas de História da Magia, como será que sabia de Slytherin?
- Sei lá - respondeu Harry. - Mas do jeito que ele fala aqui o cara deve ter escondido algo muito bom.
- Talvez um tesouro - disse Hermione. - Temos que descobrir. E pra isso temos que achar o diário de Slytherin.
- O castelo é enorme - disse Harry, aborrecido. - Não é razoável que ele não tenha indicado nada, seria impossível para nós encontrar o diário. Não está no escritório do Filch?
- Não, nós reviramos tudo.
Só então eles repararam que nenhum dos outros alunos havia chegado à sala, tampouco a professora.
- Ei - disse Simas. - Será que a aula ia ser em outro lugar?
Harry percebeu que aquela era uma oportunidade imperdível.
- Hermione, onde está a Capa da Invisibilidade?
- Aqui - respondeu a garota, apontando a capa prateada na mochila. - Por quê?
- Temos que encontrar o diário de Slytherin. Vamos.
- O quê?! - berrou Mione. - Matar duas aulas? Nem pensar!
- Então vamos eu e Rony. E o Simas vai descobrir o que aconteceu.
- O que tem eu aí? - perguntou Simas.
- Você pode ir com a Mione até o Salão Principal para descobrir por que a professora não veio, enquanto eu e o Rony vamos procurar uma coisa?
- Tudo bem - respondeu ele, levantando-se.
- Eu vou com vocês - disse Hermione. - Vamos logo.
Harry sorriu.
- Ótimo. Simas, nos vemos mais tarde.
- Ok - disse Simas, saindo da sala. Harry, Rony e Hermione se cobriram com a Capa da Invisibilidade e saíram também, virando na direção oposta à de Simas.
- Vamos à sala do Filch - disse Harry. Lá é o ponto de partida de tudo.
Os outros dois confirmaram com a cabeça.
Enquanto andavam, Harry, Rony e Hermione iam vendo que em nenhuma sala estavam tendo aula, todas estavam vazias.
- Talvez devêssemos ter ido ao Salão também - disse Hermione com um ligeiro estremecimento. - Estou com uma intuição de que estamos nos pondo em perigo.
- Estamos em perigo desde o começo do ano - disse Harry. - Aliás, já é a segunda vez que isso acontece: eu chego na classe e ninguém mais vai.
- Mas da outra vez foi por causa da Lucky - disse Rony. - Acho que agora não foi culpa dela, sabe?
- Aquela chata! - gritou Hermione.
- Ei, vocês dois - vociferou Harry. - Se formos ficar gritando, não adianta usar a capa!
Rony e Hermione se calaram.
- Bom - continuou ele. - Chegamos. A porta estava aberta quando vocês saíram?
- Sim - responderam os dois ao mesmo tempo.
Harry abriu a porta. A cortina do escritório havia sido aberta por Dumbledore, então tudo estava às claras. No momento em que ele pisou dentro da pequena sala, a gata do zelador pulou novamente sobre ele.
- Tirem ela daqui! - gritou Harry, lutando para não ser atirado ao chão. Rony e Hermione puxaram Madame Nor-r-ra da vestes do amigo, mas ela decididamente não parecia muito disposta a sair. Quando finalmente conseguiram, ela se postou ao lado do garoto, fitando-o.
- É um comportamento estranho esse dela - comentou Hermione. - Talvez esteja querendo algo da gente.
- Querendo o quê? - perguntou Rony, irritado. - Que a gente siga ela? Parece cachorro!
No entanto, parecia ser exatamente isso o que Madame Nor-r-ra queria, saiu da sala de Filch e ficou parada em frente à porta, encarando os garotos. Quando Rony foi até ela, ela andou mais um pouco na mesma direção.
- Vamos segui-la - disse Harry. - e ver no que dá.
Eles seguiram Madame Nor-r-ra por mais de dez minutos. Ela passou pela Torre Leste, pelas masmorras, por corredores e mais corredores, até chegar a um ponto de Hogwarts onde Harry, Rony e Hermione jamais haviam estado.
- Ué - disse Harry. - Onde será que nós est...
Nesse momento, tudo o que Harry viu foi o olhar de Madame Nor-r-ra parecendo sorrir de satisfação. Então, o chão cedeu aos pés dos três, eles caíram e não viram mais nada.
