- Senhor Dumbledore!
- Calma, Prof. Flitwick - disse Dumbledore. - O que aconteceu?
- Draco Malfoy, diretor! Morto! Na minha aula!
Os olhos de Dumbledore se arregalaram.
- Como disse?
- O sr. Malfoy passou toda a aula ressonando. Quando o sino bateu, e eu educadamente fui acordá-lo para pelo menos não aborrecer o próximo professor, ele estava gelado! Gelado e branco como um... como um fantasma!
- Calma, professor - repetiu Dumbledore, mas no íntimo duvidando que ele mesmo conseguiria manter a calma numa situação como aquela. - Sejamos racionais. Do que o sr. Malfoy faleceu?
O prof. Flitwick parecia ter se esquecido completamente daquele detalhe.
- O peito dele estava perfurado - disse. - Por alguma coisa cilíndrica e pontiaguda. Algo como... como...
De repente, seus olhos se depararam com a pena de Dumbledore, que estava sobre a escrivaninha.
- Como aquilo!
Dumbledore olhou para a pena e suspirou. Sabia exatamente o que tinha acontecido, estava óbvio para ele, mas Flitwick não podia saber da verdade. Então, apenas disse:
- Bem, professor, eu cuidarei do assunto. Agora faça-me o favor de colocar a família da vítima a par do que aconteceu, para que ela possa fazer o que lhe parecer melhor.
Flitwick saiu da sala, ainda inconformado com o fato de um aluno ter sido assassinado em sua aula. Assim que a porta se fechou, Dumbledore foi até a varanda de seu escritório, apontou a varinha para a própria garganta e disse:
- Sonorus - com isso, a voz do diretor se amplificou magicamente. Ele limpou a garganta e falou, articulando bem as palavras:
- Todas as aulas de hoje estão canceladas. Quero todos no Salão Principal em no máximo dez minutos. Obrigado pela atenção.
Harry estava apreensivo quando chegou ao Salão, acompanhado de Rony, Hermione e Simas. Com certeza, mais alguém havia morrido. Temia que o diretor o chamasse de incompetente, bem como aos seus colegas.
Entretanto, obviamente Dumbledore não pensava assim. Estava preocupado com a situação, era verdade, mas três alunos do quinto ano nunca poderiam controlar um bruxo camaleônico poderoso como o que estavam enfrentando. Não era uma questão de coragem, e sim de conhecimento... e sorte.
- Senhoras e senhores - disse o diretor, quando viu que praticamente todos estavam ali. - Como devem imaginar, mais uma pessoa teve o azar de se tornar vítima da ação do perigosíssimo assassino que está rondando nossa escola. Esse aluno foi Draco Malfoy.
Ao ouvir isso, Harry e Rony ficaram numa sincera dúvida se deviam lamentar ou comemorar. Hermione percebeu isso e disse:
- Não se esqueçam, ele também era um ser humano.
- Esse aluno - prosseguiu Dumbledore. - foi morto quase exatamente como a professora Sibila Trelawney: no meio de uma aula, em plena luz do dia. Isso só pode ser obra de uma mente psicótica e audaciosa.
Ele limpou a garganta e continuou:
- Acho que já é hora de todos saberem a verdade: a pessoa que está matando inocentes em Hogwarts é um bruxo camaleônico.
Vários alunos cochicharam.
- Por que é importante vocês todos saberem disso? Obviamente, para que agora passem a ter todo o cuidado com seus objetos pessoais, e com qualquer coisa que esteja à sua volta, especialmente objetos pontiagudos. Estou declarando estado de sítio em Hogwarts. Não confiem em ninguém. Como diria nosso amado auror Olho-Tonto Moody, vigilância constante!
Com essas palavras, Dumbledore se sentou e deu a palavra à prof. Minerva McGonagall que, levantando-se, disse:
- Como já foi dito anteriormente, as aulas de hoje estão suspensas. A nova professora de Defesa Contra as Artes das Trevas, Srta. Honey, começará amanhã. Todos os alunos devem voltar a seus dormitórios até segunda ordem. As portas dos dormitórios serão vigiadas pelos monitores-chefes das casas. Agora vão.
Os alunos começaram a sair do Salão. Quando Harry e seus amigos estavam saindo, foram chamados por Dumbledore.
- Vamos comigo - falou. - Preciso falar com vocês no meu escritório.
Harry, Rony e Hermione subiram com o diretor. Quando chegaram, ele trancou a porta e disse, enquanto se dirigia à sua mesa:
- Como podem ver, a situação atingiu um nível insuportável.
- Mas não foi nossa culpa! - disse Harry. - Esse assassino é muito poderoso!
- Eu sei - concordou Dumbledore. - E concordo com você. Esse bruxo é realmente uma pessoa poderosa e com uma formação acadêmica exemplar. No entanto, vocês três são os únicos que podem vencê-lo. Quero que continuem investigando, sei que podem pensar em algo.
Os três se levantaram, e Dumbledore disse, quase em tom de súplica:
- Conto com vocês.
Depois que eles saíram, já no corredor, Rony, tentando mudar de assunto para quebrar a atmosfera ruim, disse:
- E essa tal de Srta. Honey? Senhorita! Deve ser uma velhota encalhada.
- Dumbledore não tem mais com o que se preocupar - disse Hermione.
- Hã? - indagaram os outros dois, intrigados.
- É isso mesmo - confirmou a garota, com um sorriso maroto no rosto. - Eu já sei tudo o que aconteceu... e mais ou menos o que vai acontecer.
- Então explique! - explodiu Rony. - Pare de fazer cenas, por favor!
Tentando disfarçar o tom de desapontamento na voz, a garota começou:
- Bem, em primeiro lugar: já repararam naquele espelho de mão que a Lucky carrega e não larga de jeito nenhum? Pois é, tenho fortes razões para acreditar que...
Hermione nunca veio a terminar a frase. No momento em que ela ia explicar o que havia com o espelho, um corvo veio voando, entrou pela janela da torre e cravou o bico pontudo no peito da garota, que vergou e desabou para trás, sangrando.
- Hermione! - gritou Harry, correndo a socorrer a garota, segurando-a antes mesmo que seu corpo batesse no chão. Enquanto isso, Rony tentava desesperadamente alcançar o pássaro negro, mas não conseguiu. Ele saiu voando pelo mesmo caminho de onde viera.
- Me ajude, Rony, vamos levá-la para a Madame Pomfrey!
O garoto não esperou segunda ordem. Pegou Hermione pelos pés, enquanto Harry a segurava pelos ombros, e os dois começaram a descer as escadas até a ala hospitalar. No caminho, Rony disse:
- Bem que nós podíamos ter aprendido aquele feitiço que o Dumbledore usou para te levantar no terceiro ano, quando você caiu da vassoura!
Isso deu a Harry uma idéia.
- Afaste-se, Rony.
Rony pousou os pés da garota e saiu de perto. Harry a pôs no chão, se afastou um pouco, apontou a varinha e disse:
- É agora ou nunca. Vingardium Leviosa!
Foi a conta. Mione passou a flutuar a quase um metro de altura, e eles a foram guiando até a enfermaria.
Ao ver a cena, Madame Pomfrey ficou chocada.
- O que aconteceu?
- Um corvo cravou o bico nela - disse Harry, pousando Hermione sobre uma das camas da ala hospitalar.
- Meu Deus! - a enfermeira estava desesperada. - Preciso agir muito rápido agora!
Ela foi até o armarinho de remédios e pegou um vidro com um líquido amarelo-esverdeado dentro.
- Sorte que vocês a trouxeram rápido - disse ela aos garotos. - Se demorassem um pouco mais, ela não teria a mínima salvação.
- Ela vai ficar boa, não vai? - perguntou Rony, desconsolado.
- Vai, mas isso vai levar algum tempo. Por pouco o bico do pássaro não atingiu o coração - Madame Pomfrey deu um longo suspiro. - Agora vão para seus dormitórios.
- Certo - disse Harry. Rony lançou-lhe um olhar interrogativo, mas compreendeu quando Harry piscou o olho para ele, sem que Madame Pomfrey visse.
Os dois saíram e, quando foram virar a esquina do corredor para descer a escada que levava ao salão, Harry trombou com uma moça que vinha no sentido contrário.
- Desculpe - disse ela.
Harry não disse nada. Estava ocupado olhando as formas da jovem: pés delicados, pernas torneadas, quadris provocantes e curvilíneos, braços macios e olhos muito mas muito verdes.
- Sinto muito - desculpou-se novamente a garota, afastando os cabelos negros dos olhos. - Eu estava distraída e não vi você.
- Tudo bem - disse Rony, em lugar de Harry. - Ele também não estava prestando atenção.
- Vocês são alunos?
- Somos - respondeu Rony. - Estamos no quinto ano. Meu nome é Rony.
- Prazer - disse a moça, sorrindo. - Anita.
- Você está em que ano?
Anita deu uma risadinha.
- Eu não sou aluna. Sou professora.
- Professora do quê? - perguntou Harry, finalmente voltando a si.
- Eu sou Anita Honey, a nova professora de Defesa Contra as Artes das Trevas.
Harry e Rony abriram a boca de espanto.
- Você é a Srta. Honey?
- Eu mesma - respondeu ela, ainda sorrindo. - Espero que vocês sejam bons alunos e não matem minhas aulas. E quem é você? - perguntou a Harry.
- Eu sou Harry Potter.
Os olhos de Anita brilharam.
- Ah, você é o Harry Potter, o garoto que escapou de Você-Sabe-Quem? Que honra em conhecê-lo!
Rony, que sempre se sentia deixado de lado quando Harry se apresentava a alguém, disse:
- Espero que você não se importe se faltarmos a algumas de suas aulas. É que nós estamos investigando as mortes...
- Investigando? - indagou ela, surpresa. - E por que os senhores ficam investigando em vez de estudar?
- É que nós fomos contratados por Dumbledore para esse fim.
- Ah, é? Então, podem contar comigo para o que quiserem. Comigo e com meus conhecimentos de Defesa Contra as Artes das Trevas, tudo bem?
- Certo - respondeu Harry, animado. - Contaremos.
- Então, até logo. Nos vemos mais tarde - disse Anita, mandando um beijo aos dois e afastando-se.
Harry e Rony ficaram parados por alguns segundos.
- Ela é simpática, não é?
- É - respondeu Harry.
Então, os dois se lembraram de que deviam estar investigando, e desceram a escada. Em poucos instantes, estavam no Salão Principal, que se encontrava deserto, já que todos os alunos estavam no dormitório. E estaria mais deserto ainda, se não fosse por uma pessoa, que estava sentada em sua cadeira, olhando para um espelho.
- Lucky! - gritou Harry, ao reconhecê-la.
Ela desviou o olhar do espelho e viu Harry.
- Olá - disse. - Como vai?
- Eu é que devia perguntar - disse Harry. - Não era para você estar aqui, você devia estar trancada no seu quarto!
- Por quê? - perguntou a moça, negligentemente.
Harry pareceu se irritar.
- Porque há um assassino matando inocentes a torto e a direito na escola! Será que você não compreende isso?
- Não - respondeu ela, levantando-se sem tirar os olhos do espelho. - E acho que isso é um problema meu, não seu. Até logo - e se retirou, em direção ao saguão.
Rony, que estivera só observando, disse:
- É, meu caro... com essa você não tem chance.
- E se ela for a assassina? - perguntou Harry, para surpresa do amigo.
- Como é?
- Talvez Lucky seja a assassina.
Rony resolveu não dizer nada, frente à súbita suspeita de Harry. Com certeza, era uma suposição sem nenhuma base racional.
- Vamos subir ao dormitório - disse. - Não podemos deixar que saibam que estamos investigando.
Harry concordou, e os dois subiram. A alguns metros da entrada da Grifinória, encontraram Dumbledore, que disse:
- Meninos, antes de mais nada, lamento muito o que aconteceu com Hermione. Mas o importante é que ela vai ficar bem. Mas eu também quero que vocês saibam de uma coisa que aconteceu.
- O que foi dessa vez? - perguntou Harry.
- Eu recebi mais um bilhete - respondeu o diretor. - Nele, o assassino fala que é tarde demais.
- Tarde demais, como? - indagou Rony.
O diretor tomou ar e disse:
- Agora, não há mais como prever. As mortes se darão sem regularidade e sem aviso prévio.
- Calma, Prof. Flitwick - disse Dumbledore. - O que aconteceu?
- Draco Malfoy, diretor! Morto! Na minha aula!
Os olhos de Dumbledore se arregalaram.
- Como disse?
- O sr. Malfoy passou toda a aula ressonando. Quando o sino bateu, e eu educadamente fui acordá-lo para pelo menos não aborrecer o próximo professor, ele estava gelado! Gelado e branco como um... como um fantasma!
- Calma, professor - repetiu Dumbledore, mas no íntimo duvidando que ele mesmo conseguiria manter a calma numa situação como aquela. - Sejamos racionais. Do que o sr. Malfoy faleceu?
O prof. Flitwick parecia ter se esquecido completamente daquele detalhe.
- O peito dele estava perfurado - disse. - Por alguma coisa cilíndrica e pontiaguda. Algo como... como...
De repente, seus olhos se depararam com a pena de Dumbledore, que estava sobre a escrivaninha.
- Como aquilo!
Dumbledore olhou para a pena e suspirou. Sabia exatamente o que tinha acontecido, estava óbvio para ele, mas Flitwick não podia saber da verdade. Então, apenas disse:
- Bem, professor, eu cuidarei do assunto. Agora faça-me o favor de colocar a família da vítima a par do que aconteceu, para que ela possa fazer o que lhe parecer melhor.
Flitwick saiu da sala, ainda inconformado com o fato de um aluno ter sido assassinado em sua aula. Assim que a porta se fechou, Dumbledore foi até a varanda de seu escritório, apontou a varinha para a própria garganta e disse:
- Sonorus - com isso, a voz do diretor se amplificou magicamente. Ele limpou a garganta e falou, articulando bem as palavras:
- Todas as aulas de hoje estão canceladas. Quero todos no Salão Principal em no máximo dez minutos. Obrigado pela atenção.
Harry estava apreensivo quando chegou ao Salão, acompanhado de Rony, Hermione e Simas. Com certeza, mais alguém havia morrido. Temia que o diretor o chamasse de incompetente, bem como aos seus colegas.
Entretanto, obviamente Dumbledore não pensava assim. Estava preocupado com a situação, era verdade, mas três alunos do quinto ano nunca poderiam controlar um bruxo camaleônico poderoso como o que estavam enfrentando. Não era uma questão de coragem, e sim de conhecimento... e sorte.
- Senhoras e senhores - disse o diretor, quando viu que praticamente todos estavam ali. - Como devem imaginar, mais uma pessoa teve o azar de se tornar vítima da ação do perigosíssimo assassino que está rondando nossa escola. Esse aluno foi Draco Malfoy.
Ao ouvir isso, Harry e Rony ficaram numa sincera dúvida se deviam lamentar ou comemorar. Hermione percebeu isso e disse:
- Não se esqueçam, ele também era um ser humano.
- Esse aluno - prosseguiu Dumbledore. - foi morto quase exatamente como a professora Sibila Trelawney: no meio de uma aula, em plena luz do dia. Isso só pode ser obra de uma mente psicótica e audaciosa.
Ele limpou a garganta e continuou:
- Acho que já é hora de todos saberem a verdade: a pessoa que está matando inocentes em Hogwarts é um bruxo camaleônico.
Vários alunos cochicharam.
- Por que é importante vocês todos saberem disso? Obviamente, para que agora passem a ter todo o cuidado com seus objetos pessoais, e com qualquer coisa que esteja à sua volta, especialmente objetos pontiagudos. Estou declarando estado de sítio em Hogwarts. Não confiem em ninguém. Como diria nosso amado auror Olho-Tonto Moody, vigilância constante!
Com essas palavras, Dumbledore se sentou e deu a palavra à prof. Minerva McGonagall que, levantando-se, disse:
- Como já foi dito anteriormente, as aulas de hoje estão suspensas. A nova professora de Defesa Contra as Artes das Trevas, Srta. Honey, começará amanhã. Todos os alunos devem voltar a seus dormitórios até segunda ordem. As portas dos dormitórios serão vigiadas pelos monitores-chefes das casas. Agora vão.
Os alunos começaram a sair do Salão. Quando Harry e seus amigos estavam saindo, foram chamados por Dumbledore.
- Vamos comigo - falou. - Preciso falar com vocês no meu escritório.
Harry, Rony e Hermione subiram com o diretor. Quando chegaram, ele trancou a porta e disse, enquanto se dirigia à sua mesa:
- Como podem ver, a situação atingiu um nível insuportável.
- Mas não foi nossa culpa! - disse Harry. - Esse assassino é muito poderoso!
- Eu sei - concordou Dumbledore. - E concordo com você. Esse bruxo é realmente uma pessoa poderosa e com uma formação acadêmica exemplar. No entanto, vocês três são os únicos que podem vencê-lo. Quero que continuem investigando, sei que podem pensar em algo.
Os três se levantaram, e Dumbledore disse, quase em tom de súplica:
- Conto com vocês.
Depois que eles saíram, já no corredor, Rony, tentando mudar de assunto para quebrar a atmosfera ruim, disse:
- E essa tal de Srta. Honey? Senhorita! Deve ser uma velhota encalhada.
- Dumbledore não tem mais com o que se preocupar - disse Hermione.
- Hã? - indagaram os outros dois, intrigados.
- É isso mesmo - confirmou a garota, com um sorriso maroto no rosto. - Eu já sei tudo o que aconteceu... e mais ou menos o que vai acontecer.
- Então explique! - explodiu Rony. - Pare de fazer cenas, por favor!
Tentando disfarçar o tom de desapontamento na voz, a garota começou:
- Bem, em primeiro lugar: já repararam naquele espelho de mão que a Lucky carrega e não larga de jeito nenhum? Pois é, tenho fortes razões para acreditar que...
Hermione nunca veio a terminar a frase. No momento em que ela ia explicar o que havia com o espelho, um corvo veio voando, entrou pela janela da torre e cravou o bico pontudo no peito da garota, que vergou e desabou para trás, sangrando.
- Hermione! - gritou Harry, correndo a socorrer a garota, segurando-a antes mesmo que seu corpo batesse no chão. Enquanto isso, Rony tentava desesperadamente alcançar o pássaro negro, mas não conseguiu. Ele saiu voando pelo mesmo caminho de onde viera.
- Me ajude, Rony, vamos levá-la para a Madame Pomfrey!
O garoto não esperou segunda ordem. Pegou Hermione pelos pés, enquanto Harry a segurava pelos ombros, e os dois começaram a descer as escadas até a ala hospitalar. No caminho, Rony disse:
- Bem que nós podíamos ter aprendido aquele feitiço que o Dumbledore usou para te levantar no terceiro ano, quando você caiu da vassoura!
Isso deu a Harry uma idéia.
- Afaste-se, Rony.
Rony pousou os pés da garota e saiu de perto. Harry a pôs no chão, se afastou um pouco, apontou a varinha e disse:
- É agora ou nunca. Vingardium Leviosa!
Foi a conta. Mione passou a flutuar a quase um metro de altura, e eles a foram guiando até a enfermaria.
Ao ver a cena, Madame Pomfrey ficou chocada.
- O que aconteceu?
- Um corvo cravou o bico nela - disse Harry, pousando Hermione sobre uma das camas da ala hospitalar.
- Meu Deus! - a enfermeira estava desesperada. - Preciso agir muito rápido agora!
Ela foi até o armarinho de remédios e pegou um vidro com um líquido amarelo-esverdeado dentro.
- Sorte que vocês a trouxeram rápido - disse ela aos garotos. - Se demorassem um pouco mais, ela não teria a mínima salvação.
- Ela vai ficar boa, não vai? - perguntou Rony, desconsolado.
- Vai, mas isso vai levar algum tempo. Por pouco o bico do pássaro não atingiu o coração - Madame Pomfrey deu um longo suspiro. - Agora vão para seus dormitórios.
- Certo - disse Harry. Rony lançou-lhe um olhar interrogativo, mas compreendeu quando Harry piscou o olho para ele, sem que Madame Pomfrey visse.
Os dois saíram e, quando foram virar a esquina do corredor para descer a escada que levava ao salão, Harry trombou com uma moça que vinha no sentido contrário.
- Desculpe - disse ela.
Harry não disse nada. Estava ocupado olhando as formas da jovem: pés delicados, pernas torneadas, quadris provocantes e curvilíneos, braços macios e olhos muito mas muito verdes.
- Sinto muito - desculpou-se novamente a garota, afastando os cabelos negros dos olhos. - Eu estava distraída e não vi você.
- Tudo bem - disse Rony, em lugar de Harry. - Ele também não estava prestando atenção.
- Vocês são alunos?
- Somos - respondeu Rony. - Estamos no quinto ano. Meu nome é Rony.
- Prazer - disse a moça, sorrindo. - Anita.
- Você está em que ano?
Anita deu uma risadinha.
- Eu não sou aluna. Sou professora.
- Professora do quê? - perguntou Harry, finalmente voltando a si.
- Eu sou Anita Honey, a nova professora de Defesa Contra as Artes das Trevas.
Harry e Rony abriram a boca de espanto.
- Você é a Srta. Honey?
- Eu mesma - respondeu ela, ainda sorrindo. - Espero que vocês sejam bons alunos e não matem minhas aulas. E quem é você? - perguntou a Harry.
- Eu sou Harry Potter.
Os olhos de Anita brilharam.
- Ah, você é o Harry Potter, o garoto que escapou de Você-Sabe-Quem? Que honra em conhecê-lo!
Rony, que sempre se sentia deixado de lado quando Harry se apresentava a alguém, disse:
- Espero que você não se importe se faltarmos a algumas de suas aulas. É que nós estamos investigando as mortes...
- Investigando? - indagou ela, surpresa. - E por que os senhores ficam investigando em vez de estudar?
- É que nós fomos contratados por Dumbledore para esse fim.
- Ah, é? Então, podem contar comigo para o que quiserem. Comigo e com meus conhecimentos de Defesa Contra as Artes das Trevas, tudo bem?
- Certo - respondeu Harry, animado. - Contaremos.
- Então, até logo. Nos vemos mais tarde - disse Anita, mandando um beijo aos dois e afastando-se.
Harry e Rony ficaram parados por alguns segundos.
- Ela é simpática, não é?
- É - respondeu Harry.
Então, os dois se lembraram de que deviam estar investigando, e desceram a escada. Em poucos instantes, estavam no Salão Principal, que se encontrava deserto, já que todos os alunos estavam no dormitório. E estaria mais deserto ainda, se não fosse por uma pessoa, que estava sentada em sua cadeira, olhando para um espelho.
- Lucky! - gritou Harry, ao reconhecê-la.
Ela desviou o olhar do espelho e viu Harry.
- Olá - disse. - Como vai?
- Eu é que devia perguntar - disse Harry. - Não era para você estar aqui, você devia estar trancada no seu quarto!
- Por quê? - perguntou a moça, negligentemente.
Harry pareceu se irritar.
- Porque há um assassino matando inocentes a torto e a direito na escola! Será que você não compreende isso?
- Não - respondeu ela, levantando-se sem tirar os olhos do espelho. - E acho que isso é um problema meu, não seu. Até logo - e se retirou, em direção ao saguão.
Rony, que estivera só observando, disse:
- É, meu caro... com essa você não tem chance.
- E se ela for a assassina? - perguntou Harry, para surpresa do amigo.
- Como é?
- Talvez Lucky seja a assassina.
Rony resolveu não dizer nada, frente à súbita suspeita de Harry. Com certeza, era uma suposição sem nenhuma base racional.
- Vamos subir ao dormitório - disse. - Não podemos deixar que saibam que estamos investigando.
Harry concordou, e os dois subiram. A alguns metros da entrada da Grifinória, encontraram Dumbledore, que disse:
- Meninos, antes de mais nada, lamento muito o que aconteceu com Hermione. Mas o importante é que ela vai ficar bem. Mas eu também quero que vocês saibam de uma coisa que aconteceu.
- O que foi dessa vez? - perguntou Harry.
- Eu recebi mais um bilhete - respondeu o diretor. - Nele, o assassino fala que é tarde demais.
- Tarde demais, como? - indagou Rony.
O diretor tomou ar e disse:
- Agora, não há mais como prever. As mortes se darão sem regularidade e sem aviso prévio.
