Card Captor Sakura é marca registrada da CLAMP.
O autor deste fanfic não recebe nada por publicar esta estória. Se o autor for perseguido, ele
vai voltar a escrever estórias da Terra Média pois Tolkien é mais amigável a escritores de
fanfic.
/Acertando os ponteiros/
*by Misato KIKI Inverse*
"Todo ser humano é uma mistura de sentimentos contraditórios... Ao mesmo tempo que quer ser dono de
seu destino também deseja que outros tomem decisões difíceis em seu lugar... em essência que alguém
o proteja. Esse sentimento manifesta-se mais claramente em algumas mulheres na dicotomia de seus
sonhos: elas querem um príncipe encantado que as salve, mas também querem ser as heróinas que salvam
o mundo, mulheres modernas e fortes que protegem seus filhos. Portanto, vocês devem tomar cuidado
redobrado no exercício do magistério, pois tais impulsos podem sair fora do controle. Não é mesmo,
senhorita Mizuki?"
Kaho sorriu. Faziam quantos anos que o professor a alertara (durante aquela aula onde dormira)? Ainda
era então jovem e o mundo era um desafio para ela. Um divertido desafio.
Sabia que se encontraria com Touya e nutriria uma grande afeição por ele. Sabia que ele não seria o
amor de sua vida... que ele a esperava em outro lugar.
Mas apesar de tudo... o poder dela não era ilimitado. Ela não podia prever aquilo.
- Bom dia?
"Como esse menino me pegou desprevenida?" pensou a jovem Mizuki.
Nada a surpreendia. Pelo menos dentro de suas previsões do dia-a-dia tinha alguma noção do que lhe
aconteceria. Não, não... nada do tipo "vou levar bronca do chefe, vou comer crepe no almoço, à noite
vai dar para ir no cinema".
Suas previsões tinham um aspecto mais geral. Algo do tipo "vai acontecer algo no serviço, vou encontrar
alguém interessante, antes do dia acabar devo ter uma surpresa". Isso! Na linha dos horóscopos, só que
do tipo que funciona.
O menino não estava nos planos.
Não que isso incomodasse Kaho: o menino de óculos e cabelos negros parecia educado e gentil. Algo que
ela raramente encontrava hoje em dia. Bem, teve o Touya...
- Pois não, em que posso ajudá-lo? - perguntou Kaho recuperando-se rapidamente. Afinal como monitora
do museu não seria nada bom para o currículo dela constar que fora pega dormindo no serviço.
O menino sorriu de forma tão completa e sincera que o coração dela parou por um instante: - Eu queria
saber naquela seção é que ficam os documentos e livros raros...
"A seção restrita?" Kaho viu-se pertuntando a si mesma o que faria um menino tão jovem se interessar
pelas coleções expostas. Normalmente eles estariam em bandos perguntando "Onde estão os dinossauros?!"
- Desculpe, querido, mas somente pessoal autorizado pode entrar ali - ela respondeu após um segundo -
mesmo alguns funcionários estão proibidos de entrar lá.
- Mesmo... você?
*Por que eu fiz aquilo?...*
Mesmo agora ela se perguntava se não tinha sonhado acordada. Se era uma peça pregada pela sua
imaginação.
Foi real e ao mesmo tempo, onírico. Ela reagiu como se fosse uma adolescente de treze anos na presença
dele: nervosa, atrapalhada, sem saber o que responder, lerda...
E era apenas um menino...
Mas uma criança não tinha aquele tipo de olhar. Foi apenas um instante, mas ela viu mais do que um
menino. Viu alguém bem mais velho do que seu corpo físico permitia.
Um olhar matreiro, divertido... mas não de criança. De alguém que sabe de algo... que você não sabe!
Por que ela prendeu a respiração? Por que sentia que seu peito parecia explodir?
- Senhorita? - ele chamou voltando a ser apenas um simples menino - Está passando bem?
Ela assentiu sorrindo. Aos olhos dele devia parecer uma monitora irritada prestes a explodir exasperada.
E se pensasse bem, era a primeira vez que algo a incomodava e podia muito bem explodir como outras colegas
já haviam feito. Mas algo dentro dela disse para continuar a partida.
- Se quiser eu posso perguntar ao curador o que tem lá. Venha amanhã, está bem?
Ele pareceu surpreso por um momento. Mas então sorriu e seguiu o grupo de alunos: - Está bem!
*Por que fiz aquilo?...*
Foi uma tolice enorme. Claro que era necessário um agente, um elo de ligação, um foco, uma referência.
Mas porque ele não foi capaz de manter sua máscara?
Não precisava ter sorrido daquele jeito. Não precisava ter irritado a monitora. Agora ela estaria mais
retincente em colaborar com ele, mesmo sob domínio hipnótico.
Foi quase irresistível. Ele estava se divertindo e mostrou seu sorriso. Não o sorriso feito, aquele
que usava para que as pessoas não ficassem preocupadas. Ele usou o sorriso de alguém que conhece as
regras do jogo, que sabe o que tem atrás da porta número um...
Ele se recriminava, mas ao mesmo tempo sabia que o que foi feito não podia ser desfeito. Ele fôra um
tolo, não teve controle de sua tolice, mas agora de nada adiantava se angustiar.
O que incomodava ele era... por que diabos ele agira daquela forma?
Bem, ele fizera também uma promessa estúpida. Talvez houvesse um motivo para ter agido daquela forma.
No momento o melhor era fazer a janta pois...
- O que tem pra janta hoje?
- Nada ainda, Ruby Moon.
- Então foi assim que vocês se conheceram... peraí! Mas você mesma não tinha previsto que eu não seria
a pessoa certa pra você e que nós dois íamos encontrar...? Então devia...
- Touya, você é um bom menino, mas muito apressado - Kaho respondeu rindo e dando tapinhas na cabeça
dele - Por que não me deixa continuar?
Spinel Sun seguia fielmente seu senhor pelos corredores da residência de Eriol Hiragizawa. Mas uma
dúvida corroía sua mente: - Eriol, porque você simplesmente não entra lá? Afinal você é o maior mago
deste mundo. Nada é impossível para você.
- Meu bom Spinel... ser o maior mago e poder fazer tudo não são necessariamente a mesma coisa - Eriol
respondeu entrando numa sala.
- Veja - ordenou Eriol ao seu mascote para que fitasse um estranho espelho - e sinta.
Spinel se concentrou. Ele viu pelo espelho a porta do museu. Ele percebeu um poder enorme emanando
do lacre. Um poder semelhante ao de Ruby Moon. Poder da Lua.
Ao mesmo tempo, percebeu que seu companheiro não teria a menor chance de lidar com o lacre. Ele mesmo
não tinha como lidar. Foi um lacre projetado especialmente contra seres criados por magia.
- Entende, Spinel? - Eriol explicou - Não tenho acesso, pois meu poder não é o da Lua. E mesmo Ruby
Moon não seria capaz de quebrar o selo. Somente um ser que desenvolveu a magia da Lua pode entrar lá.
- Aí que entra a tal monitora, não é? É ela quem você viu em suas previsões?
Eriol pareceu considerar por um momento: - Sim e não. Eu sinto o poder da Lua nela, Spinel. E sei que
ela é o vetor para ajudar minha sucessora. Mas...
- Mas? - Spinel estranhava a hesitação de seu senhor.
- Mas ao mesmo tempo eu não sei quem é ela, Spinel Sun - respondeu Eriol finalmente - Não sei como
convencê-la a em ajudar, o que usar para barganhar a ajuda dela, e pior: se ela já possui motivos
para me ajudar.
- Não está se esquecendo de duas coisas? - perguntou Spinel.
- E o que seriam? - retrucou Eriol saindo de seu estado meditativo.
- Primeiro: você tem medo de se colocar em poder dela...
- Claro, Spinel. Afinal eu tenho o poder de Clow e não posso permitir que esse poder fique refém
de...
- E segundo - interrompeu Spinel pigarreando um pouco - talvez você tema pela segurança dela...
- Espera aí! - exclamou Touya exasperado - Como é que você sabe o que eles planejavam?
- Ele me contou - respondeu Kaho com um sorriso singelo mas matreiro - Agora pare de interromper a
narrativa. Os leitores vão ficar confusos com nossas interrupções.
No dia seguinte, ele encontrou-a na ala nipônica do museu. Teria ele despertado suspeitas?
- Bom dia, amiguinho. - ela cumprimentou o menino.
- Bom dia, senhorita monitora.
Um silêncio meio embaraçoso caiu sobre ambos. Nenhum deles sabia o nome do outro!
- Pode me chamar de Kaho - ela se adiantou.
- O meu nome é Eriol, senhorita Kaho - ele apresentou-se.
- Hélio? - "Sol?" Kaho imaginou o astro-rei por um instante.
- Não, não! Não precisa me chamar de senhorita. Apenas Kaho basta.
- Como queira, Kaho - ele respondeu sorrindo - e meu nome não é Hélio: é Eriol, Kaho.
"Que sorriso lindo" pensou Kaho "Mulher controle-se. Como pode se derreter por um menino?"
- Como prometi, perguntei ao curador do museu o que temos naquela parte do museu. Grande parte são
manuscritos antigos que somente pesquisadores autorizados podem manusear. Vou mostrar para você um
microfilme que contém fotos deles, OK?
Dizendo isso ela o conduziu até a sala de projeção. Porém qual não foi sua surpresa em descobrir que
nenhum dos materiais que ela havia solicitado ali se encontravam.
- Mas que coisa! Vou verificar com o responsável o que aconteceu. Não saia daqui.
Claro que tal conselho era inútil. Pois foi através de magia que ele sutilmente "sumiu" com o material.
Da mesma forma que ele alterou as percepções dela e conduzia até a sala proibida.
"O poder dela é forte, mas apenas em um aspecto. Só preciso usá-la como chave. Apenas isso..." justificava-se
Eriol.
Então porque ele sentia-se tão mal em manipulá-la?
Ela destravou o selo mágico imaginando entrar na sala de monitores. Vendo que ninguém estava lá, saiu à
procura do tal Jefferson pelo resto do museu.
"Bem, agora podemos pesquisar melhor. Deve haver uma forma de fazer Yue cooperar com ela." pensou Eriol.
*Por que ela estava tão brava?*
Não era normal isso. Nada conseguia tirar ela do sério. Por que estava tão zangada só porque o material
não estava lá como ela pedira?
Claro que ela já se zangara na vida. Mas nunca por algo tão pequeno. Ela parecia...
Com as meninas que tinham TPM, ou que...
"Não! ele é apenas um menino!" ela gritou mentalmente para si mesma.
Quer Kaho admitisse ou não, ela jamais sentira-se assim antes. Talvez um pouco com Touya, mas nunca nenhum
homem foi capaz de impressioná-la de verdade. (também... qualquer mulher inteligente se sentiria enojada
com as exibições que alguns imbecis fazem).
Eriol... desde o primeiro instante a surpreendeu. E sorria de uma forma tão sensual como nenhum homem
sabia fazer...
"Lá vou eu de novo! Kaho, quantas vezes preciso dizer? É um menino! Uma criança! Você tem idade para ser
tia dele!"
- Entendo...
Havia então uma forma! Uma maneira de restringir o poder da Lua, usando o mesmo elemento.
Ou pelo menos a idéia de uma magia. Não achara uma solução, apenas uma sugestão. O autor da mesma jamais
testara para falar a verdade.
"Mesmo assim, parece fazer sentido" pensou Eriol.
- Melhor sair daqui antes que ela perceb...
Tolo! Ele melhor que ninguém devia saber. Ele o maior mago do mundo? Há! Que piada...
"A Lua é um elemento que se firma na escuridão. Se apóia e dela tira parte de seu provento, tanto quanto
do Sol."
Ele mesmo dissera isso para Spinel. O poder de Eriol vinha das Trevas, mas também do próprio Sol. A Lua
duplamente se apoiava em seu poder para se manter.
O que isso significava? Simples: Eriol não devia ficar tanto tempo exposto a um elemento da Lua que não
estivesse sob o controle direto dele! Que ele ao entrar naquela sala tornava-se, por assim dizer, alimento
das criaturas mágicas da mesma!
- Tolo... Sair... não posso...
/Comentários do autor:/
Hum... creio que as pessoas não vão aceitar o casamento de um menino com uma mulher feita. Mesmo que
eu já tenha idade para ser avô da maioria dos leitores por aqui.
Bem, se nem Sir McKellen consegue se livrar do preconceito creio que seria demais imaginar que eu não
teria alguns problemas.
Ops! Estou falando feito o Eriol. Desculpe, imersão em personagem.
Espero que estejam apreciando este conto. Não que seja grande coisa, mas estou me divertindo.
Droga, agora escorreguei pro modo Kaho. Tentarei manter-me sã até o fim da estória. Porém fiquem avisados:
também tenho o modo Touya azedo dentre minhas personalidades (nunca se sabe quando se precisa dele).
intel+
KIKItsune
O autor deste fanfic não recebe nada por publicar esta estória. Se o autor for perseguido, ele
vai voltar a escrever estórias da Terra Média pois Tolkien é mais amigável a escritores de
fanfic.
/Acertando os ponteiros/
*by Misato KIKI Inverse*
"Todo ser humano é uma mistura de sentimentos contraditórios... Ao mesmo tempo que quer ser dono de
seu destino também deseja que outros tomem decisões difíceis em seu lugar... em essência que alguém
o proteja. Esse sentimento manifesta-se mais claramente em algumas mulheres na dicotomia de seus
sonhos: elas querem um príncipe encantado que as salve, mas também querem ser as heróinas que salvam
o mundo, mulheres modernas e fortes que protegem seus filhos. Portanto, vocês devem tomar cuidado
redobrado no exercício do magistério, pois tais impulsos podem sair fora do controle. Não é mesmo,
senhorita Mizuki?"
Kaho sorriu. Faziam quantos anos que o professor a alertara (durante aquela aula onde dormira)? Ainda
era então jovem e o mundo era um desafio para ela. Um divertido desafio.
Sabia que se encontraria com Touya e nutriria uma grande afeição por ele. Sabia que ele não seria o
amor de sua vida... que ele a esperava em outro lugar.
Mas apesar de tudo... o poder dela não era ilimitado. Ela não podia prever aquilo.
- Bom dia?
"Como esse menino me pegou desprevenida?" pensou a jovem Mizuki.
Nada a surpreendia. Pelo menos dentro de suas previsões do dia-a-dia tinha alguma noção do que lhe
aconteceria. Não, não... nada do tipo "vou levar bronca do chefe, vou comer crepe no almoço, à noite
vai dar para ir no cinema".
Suas previsões tinham um aspecto mais geral. Algo do tipo "vai acontecer algo no serviço, vou encontrar
alguém interessante, antes do dia acabar devo ter uma surpresa". Isso! Na linha dos horóscopos, só que
do tipo que funciona.
O menino não estava nos planos.
Não que isso incomodasse Kaho: o menino de óculos e cabelos negros parecia educado e gentil. Algo que
ela raramente encontrava hoje em dia. Bem, teve o Touya...
- Pois não, em que posso ajudá-lo? - perguntou Kaho recuperando-se rapidamente. Afinal como monitora
do museu não seria nada bom para o currículo dela constar que fora pega dormindo no serviço.
O menino sorriu de forma tão completa e sincera que o coração dela parou por um instante: - Eu queria
saber naquela seção é que ficam os documentos e livros raros...
"A seção restrita?" Kaho viu-se pertuntando a si mesma o que faria um menino tão jovem se interessar
pelas coleções expostas. Normalmente eles estariam em bandos perguntando "Onde estão os dinossauros?!"
- Desculpe, querido, mas somente pessoal autorizado pode entrar ali - ela respondeu após um segundo -
mesmo alguns funcionários estão proibidos de entrar lá.
- Mesmo... você?
*Por que eu fiz aquilo?...*
Mesmo agora ela se perguntava se não tinha sonhado acordada. Se era uma peça pregada pela sua
imaginação.
Foi real e ao mesmo tempo, onírico. Ela reagiu como se fosse uma adolescente de treze anos na presença
dele: nervosa, atrapalhada, sem saber o que responder, lerda...
E era apenas um menino...
Mas uma criança não tinha aquele tipo de olhar. Foi apenas um instante, mas ela viu mais do que um
menino. Viu alguém bem mais velho do que seu corpo físico permitia.
Um olhar matreiro, divertido... mas não de criança. De alguém que sabe de algo... que você não sabe!
Por que ela prendeu a respiração? Por que sentia que seu peito parecia explodir?
- Senhorita? - ele chamou voltando a ser apenas um simples menino - Está passando bem?
Ela assentiu sorrindo. Aos olhos dele devia parecer uma monitora irritada prestes a explodir exasperada.
E se pensasse bem, era a primeira vez que algo a incomodava e podia muito bem explodir como outras colegas
já haviam feito. Mas algo dentro dela disse para continuar a partida.
- Se quiser eu posso perguntar ao curador o que tem lá. Venha amanhã, está bem?
Ele pareceu surpreso por um momento. Mas então sorriu e seguiu o grupo de alunos: - Está bem!
*Por que fiz aquilo?...*
Foi uma tolice enorme. Claro que era necessário um agente, um elo de ligação, um foco, uma referência.
Mas porque ele não foi capaz de manter sua máscara?
Não precisava ter sorrido daquele jeito. Não precisava ter irritado a monitora. Agora ela estaria mais
retincente em colaborar com ele, mesmo sob domínio hipnótico.
Foi quase irresistível. Ele estava se divertindo e mostrou seu sorriso. Não o sorriso feito, aquele
que usava para que as pessoas não ficassem preocupadas. Ele usou o sorriso de alguém que conhece as
regras do jogo, que sabe o que tem atrás da porta número um...
Ele se recriminava, mas ao mesmo tempo sabia que o que foi feito não podia ser desfeito. Ele fôra um
tolo, não teve controle de sua tolice, mas agora de nada adiantava se angustiar.
O que incomodava ele era... por que diabos ele agira daquela forma?
Bem, ele fizera também uma promessa estúpida. Talvez houvesse um motivo para ter agido daquela forma.
No momento o melhor era fazer a janta pois...
- O que tem pra janta hoje?
- Nada ainda, Ruby Moon.
- Então foi assim que vocês se conheceram... peraí! Mas você mesma não tinha previsto que eu não seria
a pessoa certa pra você e que nós dois íamos encontrar...? Então devia...
- Touya, você é um bom menino, mas muito apressado - Kaho respondeu rindo e dando tapinhas na cabeça
dele - Por que não me deixa continuar?
Spinel Sun seguia fielmente seu senhor pelos corredores da residência de Eriol Hiragizawa. Mas uma
dúvida corroía sua mente: - Eriol, porque você simplesmente não entra lá? Afinal você é o maior mago
deste mundo. Nada é impossível para você.
- Meu bom Spinel... ser o maior mago e poder fazer tudo não são necessariamente a mesma coisa - Eriol
respondeu entrando numa sala.
- Veja - ordenou Eriol ao seu mascote para que fitasse um estranho espelho - e sinta.
Spinel se concentrou. Ele viu pelo espelho a porta do museu. Ele percebeu um poder enorme emanando
do lacre. Um poder semelhante ao de Ruby Moon. Poder da Lua.
Ao mesmo tempo, percebeu que seu companheiro não teria a menor chance de lidar com o lacre. Ele mesmo
não tinha como lidar. Foi um lacre projetado especialmente contra seres criados por magia.
- Entende, Spinel? - Eriol explicou - Não tenho acesso, pois meu poder não é o da Lua. E mesmo Ruby
Moon não seria capaz de quebrar o selo. Somente um ser que desenvolveu a magia da Lua pode entrar lá.
- Aí que entra a tal monitora, não é? É ela quem você viu em suas previsões?
Eriol pareceu considerar por um momento: - Sim e não. Eu sinto o poder da Lua nela, Spinel. E sei que
ela é o vetor para ajudar minha sucessora. Mas...
- Mas? - Spinel estranhava a hesitação de seu senhor.
- Mas ao mesmo tempo eu não sei quem é ela, Spinel Sun - respondeu Eriol finalmente - Não sei como
convencê-la a em ajudar, o que usar para barganhar a ajuda dela, e pior: se ela já possui motivos
para me ajudar.
- Não está se esquecendo de duas coisas? - perguntou Spinel.
- E o que seriam? - retrucou Eriol saindo de seu estado meditativo.
- Primeiro: você tem medo de se colocar em poder dela...
- Claro, Spinel. Afinal eu tenho o poder de Clow e não posso permitir que esse poder fique refém
de...
- E segundo - interrompeu Spinel pigarreando um pouco - talvez você tema pela segurança dela...
- Espera aí! - exclamou Touya exasperado - Como é que você sabe o que eles planejavam?
- Ele me contou - respondeu Kaho com um sorriso singelo mas matreiro - Agora pare de interromper a
narrativa. Os leitores vão ficar confusos com nossas interrupções.
No dia seguinte, ele encontrou-a na ala nipônica do museu. Teria ele despertado suspeitas?
- Bom dia, amiguinho. - ela cumprimentou o menino.
- Bom dia, senhorita monitora.
Um silêncio meio embaraçoso caiu sobre ambos. Nenhum deles sabia o nome do outro!
- Pode me chamar de Kaho - ela se adiantou.
- O meu nome é Eriol, senhorita Kaho - ele apresentou-se.
- Hélio? - "Sol?" Kaho imaginou o astro-rei por um instante.
- Não, não! Não precisa me chamar de senhorita. Apenas Kaho basta.
- Como queira, Kaho - ele respondeu sorrindo - e meu nome não é Hélio: é Eriol, Kaho.
"Que sorriso lindo" pensou Kaho "Mulher controle-se. Como pode se derreter por um menino?"
- Como prometi, perguntei ao curador do museu o que temos naquela parte do museu. Grande parte são
manuscritos antigos que somente pesquisadores autorizados podem manusear. Vou mostrar para você um
microfilme que contém fotos deles, OK?
Dizendo isso ela o conduziu até a sala de projeção. Porém qual não foi sua surpresa em descobrir que
nenhum dos materiais que ela havia solicitado ali se encontravam.
- Mas que coisa! Vou verificar com o responsável o que aconteceu. Não saia daqui.
Claro que tal conselho era inútil. Pois foi através de magia que ele sutilmente "sumiu" com o material.
Da mesma forma que ele alterou as percepções dela e conduzia até a sala proibida.
"O poder dela é forte, mas apenas em um aspecto. Só preciso usá-la como chave. Apenas isso..." justificava-se
Eriol.
Então porque ele sentia-se tão mal em manipulá-la?
Ela destravou o selo mágico imaginando entrar na sala de monitores. Vendo que ninguém estava lá, saiu à
procura do tal Jefferson pelo resto do museu.
"Bem, agora podemos pesquisar melhor. Deve haver uma forma de fazer Yue cooperar com ela." pensou Eriol.
*Por que ela estava tão brava?*
Não era normal isso. Nada conseguia tirar ela do sério. Por que estava tão zangada só porque o material
não estava lá como ela pedira?
Claro que ela já se zangara na vida. Mas nunca por algo tão pequeno. Ela parecia...
Com as meninas que tinham TPM, ou que...
"Não! ele é apenas um menino!" ela gritou mentalmente para si mesma.
Quer Kaho admitisse ou não, ela jamais sentira-se assim antes. Talvez um pouco com Touya, mas nunca nenhum
homem foi capaz de impressioná-la de verdade. (também... qualquer mulher inteligente se sentiria enojada
com as exibições que alguns imbecis fazem).
Eriol... desde o primeiro instante a surpreendeu. E sorria de uma forma tão sensual como nenhum homem
sabia fazer...
"Lá vou eu de novo! Kaho, quantas vezes preciso dizer? É um menino! Uma criança! Você tem idade para ser
tia dele!"
- Entendo...
Havia então uma forma! Uma maneira de restringir o poder da Lua, usando o mesmo elemento.
Ou pelo menos a idéia de uma magia. Não achara uma solução, apenas uma sugestão. O autor da mesma jamais
testara para falar a verdade.
"Mesmo assim, parece fazer sentido" pensou Eriol.
- Melhor sair daqui antes que ela perceb...
Tolo! Ele melhor que ninguém devia saber. Ele o maior mago do mundo? Há! Que piada...
"A Lua é um elemento que se firma na escuridão. Se apóia e dela tira parte de seu provento, tanto quanto
do Sol."
Ele mesmo dissera isso para Spinel. O poder de Eriol vinha das Trevas, mas também do próprio Sol. A Lua
duplamente se apoiava em seu poder para se manter.
O que isso significava? Simples: Eriol não devia ficar tanto tempo exposto a um elemento da Lua que não
estivesse sob o controle direto dele! Que ele ao entrar naquela sala tornava-se, por assim dizer, alimento
das criaturas mágicas da mesma!
- Tolo... Sair... não posso...
/Comentários do autor:/
Hum... creio que as pessoas não vão aceitar o casamento de um menino com uma mulher feita. Mesmo que
eu já tenha idade para ser avô da maioria dos leitores por aqui.
Bem, se nem Sir McKellen consegue se livrar do preconceito creio que seria demais imaginar que eu não
teria alguns problemas.
Ops! Estou falando feito o Eriol. Desculpe, imersão em personagem.
Espero que estejam apreciando este conto. Não que seja grande coisa, mas estou me divertindo.
Droga, agora escorreguei pro modo Kaho. Tentarei manter-me sã até o fim da estória. Porém fiquem avisados:
também tenho o modo Touya azedo dentre minhas personalidades (nunca se sabe quando se precisa dele).
intel+
KIKItsune
