Card Captor Sakura é marca registrada da CLAMP.
O autor deste fanfic não recebe nada por publicar esta estória.
Se o autor for perseguido, ele vai voltar a escrever estórias da Terra Média pois Tolkien é
mais amigável a escritores de fanfic.
/O reencontro - I/
*by Misato KIKI Inverse*
Naquela noite, Sakura não conseguiu dormir direito.
- Algum problema, Sakura?
Era o Kero preocupado. Sakura meneou a cabeça suavemente em um não. Por mais que gostasse de Kero, seu amigo
não podia ajudar: - Durma, Kero. Amanhã a gente vai ter um dia cheio.
Sakura fechou os olhos fingindo dormir para acalmar o amigo, pois o sono teimava em não vir. Kero não pareceu
perceber e logo adormeceu: seu peculiar roncar e murmúrios eventuais a respeito de doces eram a prova de que
ele não fingia dormir.
Com cuidado ela saiu da cama. E fez algo que havia muito tempo não fazia: foi para o quarto do irmão.
Sim, fazia muito tempo que ela não o tratava como maninho [1] já que estavam sempre brigando. Desde que fizera
nove anos, ela não queria mais ser tratada como bebê, tentando mostrar-se mais forte e independente. Claro que
ela sabia que Touya sempre estava olhando por ela... o que não significava que ela gostasse dele implicando
a todo momento com ela.
Mas porque ela procuraria conforto com o irmão, você me pergunta? Bem, no final das contas, Sakura ainda é muito
jovem e de vez em quando precisa de apoio, de sentir-se segura. Normalmente esse papel era reservado ao seu pai
amoroso e compreensivo, que mesmo sem perguntar nada ficava do lado da filha. Mas ela não queria incomodar seu
pai hoje... não depois de tudo que aconteceu.
- O que foi, Sakura? - perguntou Touya abrindo a porta.
- Hã? Como? - Sakura perguntou confusa.
Touya suspirou: - Anda logo e entra. Não fica aí parada feito estátua.
Sakura obedeceu, mas sua mente estava entrando em tilt. Por que ele não podia ser mais gentil com ela? Mas ao mesmo
tempo sabia que Touya não tinha de saber o que estava passando. E pior, no final das contas, nem Sakura sabia direito
porque viera até ele...
- Você contou a ele? - Touya perguntou de sopetão para ela.
- Contar? - Sakura repetiu meio apalermada.
Touya suspirou: - Kaho me contou tudo.
Sakura ficou em choque. Seu olhar era de surpresa, indignação, medo, confusão... tudo ao mesmo tempo. E ainda assim
não sabia direito o que sentia. A única coisa que sabia é que seus olhos se marejavam e ela não queria chorar. Ela
não queria estar ali, mas queria ao mesmo tempo.
Foi quando Touya fez algo surpreendente.
Sem nenhum aviso, ele abraçou a irmã caçula.
Foi um abraço apertado e bem caloroso. Um abraço igual à época quando Sakura era não mais que um bebê e ficava com
medo de fantasmas. Aquele tipo que faz você se sentir segura, de que alguém se importa com você e vai te proteger. Um
abraço do maninho que por muito tempo se escondeu por trás das grosserias e das implicâncias diárias.
E ela respondeu ao abraço. Retornou o carinho que por tanto tempo nutriu pelo irmão, mas que não podia ser demonstrado
por causa da barreira que se interpôs entre eles. Algo que ela só por um momento pôde fazê-lo quando Touya sacrificou
seus poderes para salvar Yukito. Mas agora ele sabia que era querido, ele estava acordado.
Contendo suas lágrimas, Sakura abraçou forte seu irmão. E sorrindo percebeu que ele não a reprovava, nem a recriminava.
Ele apenas estaria ali para ela, como o irmão mais velho protetor que sempre foi. Seu querido maninho.
Fujitaka Kinomoto. Um nome dado a ele no orfanato, um menino sem passado. Na época, também um menino sem futuro...
Mesmo assim, ele não se deixou abater pela auto-piedade. Sua índole gentil impedia tal comportamento. Percebeu
que muitos como ele ali no orfanato. Fez amigos. Percebeu que se importava com as pessoas. Queria ser professor
um dia.
E ao mesmo tempo, a dúvida de quem era o impelia a procurar pistas no passado. A escavar o passado em busca das
raízes. Foi meio inconsciente sua escolha por arqueologia? Ou seria algo inerente ao Mago Clow que sua filha
mostrou? Talvez as duas coisas...
Tanta coisa aprendida em um só dia. Ele estava cansado. E meio desapontado também. Afinal um arqueólogo jamais
encontra respostas definitivas. O mistério o compele a continuar procurando. Achar uma resposta significava que
a busca terminara. E se a busca terminou, significa que ele não mais tinha o consolo da dúvida. "Meus pais podem
ter me abandonado para me salvar da Yakuza. Podem ter morrido em um acidente e o choque me fez esquecê-los.
Podem ter me abandonado por serem irresponsáveis. Podem..."
As possibilidades boas se misturavam com as ruins... mas sempre havia esperança de que tivesse sido amado, e de que
somente se separaram por não haver escolha.
Ele não podia reclamar. A vida foi boa com este zé-ninguém: ele tinha uma família maravilhosa, graças à sua maravilhosa
esposa. A foto de Nadeshiko sorrindo em sua escrivaninha parecia lembrá-lo disso.
Ele sorriu cansado para ela, sentando-se na sua mesa de trabalho. Um dedo correu numa caríca pela foto. Deus como
ele a amara!...
- Nadeshiko...
"Sim?"
Ele devia estar muito cansado mesmo, para imaginar a voz da amada. Mas delírio ou sonho era bom ouví-la novamente.
- Hoje aconteceu tanta coisa, meu amor...
"Eu sei, querido. Deve ter sido muito duro para você."
Ele sorriu como se fosse natural ver a figura da esposa compreensiva respondendo a ele. Ilusão ou sonho, fantasma ou
delírio, a figura de Nadeshiko era querida demais para causar alarde.
"E você sempre pensando ser um zé-ninguém, meu amor"
- E sou...
"Não é verdade. É o homem que amo. Um homem bom e gentil."
Dizendo isso, o espectro de Nadeshiko pousou sua delicada mão nos ombros cansados de Fujitaka. Mesmo sem poder
tocá-la, ele retribuiu o gesto, roçando de leve a aliança nos dedos dela.
- Você é muito boa e generosa. Vê o que não sou.
Mas Nadeshiko balançou a cabeça num suave não: "É você quem não se dá valor, meu amado. Do que tem medo?"
- De saber da verdade. De...
"Encontrar seu irmão?"
Ele assentiu. Sim... tinha medo do que sentiria por seu irmão perdido. Tinha medo de sentir raiva de alguém... Sim tinha
medo que a sensação de abandono voltasse e ele decepcionasse seus filhos... sua amada.
"É natural que esteja confuso, meu amor. Mas não fique com medo dele. Ele também deve estar com medo..."
Fujitaka olhou surpreso para a esposa. Sim... ele viu o que aconteceu no passado. O medo e a angústia de Eriol quando
tiveram de se separar. A preocupação em seus olhos, já que a separação dera errado.
E sabia que agora ele - Fujitaka Kinomoto - tinha de lidar com seus sentimentos. Por muito tempo ele os negou, reprimindo-os
em algum canto de sua mente. Mesmo durante o casamento ele os reprimiu.
"É hora de crescer, meu amor" ela murmurou num sorriso.
- Sim... é verdade - ele respondeu também sorrindo.
Pois só assim... ele podia realmente ficar em paz. Só assim para que a felicidade que sentiu com Nadeshiko, a felicidade
que compartilhava com seus filhos fosse completa.
Comentários do autor:
Hahaha! Pensaram que seria com o Eriol? Eu também... -_-'
Bem espero que as coisas se encaminhem para o desfecho... Terminar em 10 capítulos? Seria muito bom. (tá eu sei que
vocês não concordam comigo) Se eu continuar colocando capítulos mais compridos eu devo conseguir, hehe... (mas isso
acaba sendo contrário aos volumes do mangá)
De resto, andei pensando muito no conto que prometi no começo desta estória sobre o Yukito e o Touya...
estou tentando me lembrar da inspiração... logo que me lembrar posto o conto.
Kero e Ruby Moon são outros personagens que mereciam um conto... mas ainda não sei se vou escrever já que
"Rubinho" não pára de me encher... Mas chega de comentários de autor... isso enche o saco dos leitores!
intel+
Ruby... ups! KIKItsune
[1] Apesar de Sakura e Touya brigarem sempre, Sakura sempre o chama como "oni-chan" que seria o equivalente
a mano/maninho no Brasil. Infelizmente, esse chamativo não foi traduzido e perdeu-se muito da conotação
original da palavra. O comportamento de Sakura refere-se à busca de proteção que os irmãos mais velhos
oferecem aos mais novos, e que Sakura sente falta. Por incrível que pareça, Holy Avenger de Awano e Cassaro
retrata melhor esse tipo de relação.
O autor deste fanfic não recebe nada por publicar esta estória.
Se o autor for perseguido, ele vai voltar a escrever estórias da Terra Média pois Tolkien é
mais amigável a escritores de fanfic.
/O reencontro - I/
*by Misato KIKI Inverse*
Naquela noite, Sakura não conseguiu dormir direito.
- Algum problema, Sakura?
Era o Kero preocupado. Sakura meneou a cabeça suavemente em um não. Por mais que gostasse de Kero, seu amigo
não podia ajudar: - Durma, Kero. Amanhã a gente vai ter um dia cheio.
Sakura fechou os olhos fingindo dormir para acalmar o amigo, pois o sono teimava em não vir. Kero não pareceu
perceber e logo adormeceu: seu peculiar roncar e murmúrios eventuais a respeito de doces eram a prova de que
ele não fingia dormir.
Com cuidado ela saiu da cama. E fez algo que havia muito tempo não fazia: foi para o quarto do irmão.
Sim, fazia muito tempo que ela não o tratava como maninho [1] já que estavam sempre brigando. Desde que fizera
nove anos, ela não queria mais ser tratada como bebê, tentando mostrar-se mais forte e independente. Claro que
ela sabia que Touya sempre estava olhando por ela... o que não significava que ela gostasse dele implicando
a todo momento com ela.
Mas porque ela procuraria conforto com o irmão, você me pergunta? Bem, no final das contas, Sakura ainda é muito
jovem e de vez em quando precisa de apoio, de sentir-se segura. Normalmente esse papel era reservado ao seu pai
amoroso e compreensivo, que mesmo sem perguntar nada ficava do lado da filha. Mas ela não queria incomodar seu
pai hoje... não depois de tudo que aconteceu.
- O que foi, Sakura? - perguntou Touya abrindo a porta.
- Hã? Como? - Sakura perguntou confusa.
Touya suspirou: - Anda logo e entra. Não fica aí parada feito estátua.
Sakura obedeceu, mas sua mente estava entrando em tilt. Por que ele não podia ser mais gentil com ela? Mas ao mesmo
tempo sabia que Touya não tinha de saber o que estava passando. E pior, no final das contas, nem Sakura sabia direito
porque viera até ele...
- Você contou a ele? - Touya perguntou de sopetão para ela.
- Contar? - Sakura repetiu meio apalermada.
Touya suspirou: - Kaho me contou tudo.
Sakura ficou em choque. Seu olhar era de surpresa, indignação, medo, confusão... tudo ao mesmo tempo. E ainda assim
não sabia direito o que sentia. A única coisa que sabia é que seus olhos se marejavam e ela não queria chorar. Ela
não queria estar ali, mas queria ao mesmo tempo.
Foi quando Touya fez algo surpreendente.
Sem nenhum aviso, ele abraçou a irmã caçula.
Foi um abraço apertado e bem caloroso. Um abraço igual à época quando Sakura era não mais que um bebê e ficava com
medo de fantasmas. Aquele tipo que faz você se sentir segura, de que alguém se importa com você e vai te proteger. Um
abraço do maninho que por muito tempo se escondeu por trás das grosserias e das implicâncias diárias.
E ela respondeu ao abraço. Retornou o carinho que por tanto tempo nutriu pelo irmão, mas que não podia ser demonstrado
por causa da barreira que se interpôs entre eles. Algo que ela só por um momento pôde fazê-lo quando Touya sacrificou
seus poderes para salvar Yukito. Mas agora ele sabia que era querido, ele estava acordado.
Contendo suas lágrimas, Sakura abraçou forte seu irmão. E sorrindo percebeu que ele não a reprovava, nem a recriminava.
Ele apenas estaria ali para ela, como o irmão mais velho protetor que sempre foi. Seu querido maninho.
Fujitaka Kinomoto. Um nome dado a ele no orfanato, um menino sem passado. Na época, também um menino sem futuro...
Mesmo assim, ele não se deixou abater pela auto-piedade. Sua índole gentil impedia tal comportamento. Percebeu
que muitos como ele ali no orfanato. Fez amigos. Percebeu que se importava com as pessoas. Queria ser professor
um dia.
E ao mesmo tempo, a dúvida de quem era o impelia a procurar pistas no passado. A escavar o passado em busca das
raízes. Foi meio inconsciente sua escolha por arqueologia? Ou seria algo inerente ao Mago Clow que sua filha
mostrou? Talvez as duas coisas...
Tanta coisa aprendida em um só dia. Ele estava cansado. E meio desapontado também. Afinal um arqueólogo jamais
encontra respostas definitivas. O mistério o compele a continuar procurando. Achar uma resposta significava que
a busca terminara. E se a busca terminou, significa que ele não mais tinha o consolo da dúvida. "Meus pais podem
ter me abandonado para me salvar da Yakuza. Podem ter morrido em um acidente e o choque me fez esquecê-los.
Podem ter me abandonado por serem irresponsáveis. Podem..."
As possibilidades boas se misturavam com as ruins... mas sempre havia esperança de que tivesse sido amado, e de que
somente se separaram por não haver escolha.
Ele não podia reclamar. A vida foi boa com este zé-ninguém: ele tinha uma família maravilhosa, graças à sua maravilhosa
esposa. A foto de Nadeshiko sorrindo em sua escrivaninha parecia lembrá-lo disso.
Ele sorriu cansado para ela, sentando-se na sua mesa de trabalho. Um dedo correu numa caríca pela foto. Deus como
ele a amara!...
- Nadeshiko...
"Sim?"
Ele devia estar muito cansado mesmo, para imaginar a voz da amada. Mas delírio ou sonho era bom ouví-la novamente.
- Hoje aconteceu tanta coisa, meu amor...
"Eu sei, querido. Deve ter sido muito duro para você."
Ele sorriu como se fosse natural ver a figura da esposa compreensiva respondendo a ele. Ilusão ou sonho, fantasma ou
delírio, a figura de Nadeshiko era querida demais para causar alarde.
"E você sempre pensando ser um zé-ninguém, meu amor"
- E sou...
"Não é verdade. É o homem que amo. Um homem bom e gentil."
Dizendo isso, o espectro de Nadeshiko pousou sua delicada mão nos ombros cansados de Fujitaka. Mesmo sem poder
tocá-la, ele retribuiu o gesto, roçando de leve a aliança nos dedos dela.
- Você é muito boa e generosa. Vê o que não sou.
Mas Nadeshiko balançou a cabeça num suave não: "É você quem não se dá valor, meu amado. Do que tem medo?"
- De saber da verdade. De...
"Encontrar seu irmão?"
Ele assentiu. Sim... tinha medo do que sentiria por seu irmão perdido. Tinha medo de sentir raiva de alguém... Sim tinha
medo que a sensação de abandono voltasse e ele decepcionasse seus filhos... sua amada.
"É natural que esteja confuso, meu amor. Mas não fique com medo dele. Ele também deve estar com medo..."
Fujitaka olhou surpreso para a esposa. Sim... ele viu o que aconteceu no passado. O medo e a angústia de Eriol quando
tiveram de se separar. A preocupação em seus olhos, já que a separação dera errado.
E sabia que agora ele - Fujitaka Kinomoto - tinha de lidar com seus sentimentos. Por muito tempo ele os negou, reprimindo-os
em algum canto de sua mente. Mesmo durante o casamento ele os reprimiu.
"É hora de crescer, meu amor" ela murmurou num sorriso.
- Sim... é verdade - ele respondeu também sorrindo.
Pois só assim... ele podia realmente ficar em paz. Só assim para que a felicidade que sentiu com Nadeshiko, a felicidade
que compartilhava com seus filhos fosse completa.
Comentários do autor:
Hahaha! Pensaram que seria com o Eriol? Eu também... -_-'
Bem espero que as coisas se encaminhem para o desfecho... Terminar em 10 capítulos? Seria muito bom. (tá eu sei que
vocês não concordam comigo) Se eu continuar colocando capítulos mais compridos eu devo conseguir, hehe... (mas isso
acaba sendo contrário aos volumes do mangá)
De resto, andei pensando muito no conto que prometi no começo desta estória sobre o Yukito e o Touya...
estou tentando me lembrar da inspiração... logo que me lembrar posto o conto.
Kero e Ruby Moon são outros personagens que mereciam um conto... mas ainda não sei se vou escrever já que
"Rubinho" não pára de me encher... Mas chega de comentários de autor... isso enche o saco dos leitores!
intel+
Ruby... ups! KIKItsune
[1] Apesar de Sakura e Touya brigarem sempre, Sakura sempre o chama como "oni-chan" que seria o equivalente
a mano/maninho no Brasil. Infelizmente, esse chamativo não foi traduzido e perdeu-se muito da conotação
original da palavra. O comportamento de Sakura refere-se à busca de proteção que os irmãos mais velhos
oferecem aos mais novos, e que Sakura sente falta. Por incrível que pareça, Holy Avenger de Awano e Cassaro
retrata melhor esse tipo de relação.
