Harry estava deitado em sua cama no menor quarto da casa nº 4 da rua dos Alfeneiros em Little Whinging, Surrey. Também conhecida como: residência dos Dursleys, conicidentemente inferno pessoal de Harry Potter. Ele havia acabado de retornar de Hogwarts e estava repassando todos os acontecimentos do último ano em sua cabeça, tentando encontrar sinais que não existiam, para tentar explicar os acontecimentos do último ano letivo.
O quinto ano letivo de Harry havia sido perturbador, traumatizante e chocante. Primeiro, o Ministério da Magia resolve, além de ignorar todos seus avisos sobre a morte de Voldemort, enviar um sapo em forma de mulher sem competência alguma para ensinar DCAT, em seguida ele fica expressamente proibido de sequer tocar em uma vassoura pela mesma, como se não bastasse isso e outras diversas normas que essa louca estava impondo, seu padrinho, o último membro de sua família, ainda culpa do sapo, por ter bloqueado o acesso à rede de Flu; após essa tragédia ele descobriu o real motivo para Voldemort perseguir ele, uma profecia, feita por Sibila Trelawney ainda por cima.
Mas claro que não podia ser "só" isso com o Salvador do mundo bruxo, claro que havia de ter uma cereja em cima do bolo, o ápice de tudo. Ele fi obrigado a ouvir que seus "melhores amigos" estavam sendo pagos para mantê-lo no caminho da luz. Mas tudo para o "bem maior", claro.
~Início do Flashback~
Harry estava na enfermaria se recuperando dos ferimentos da batalha no Ministério, quando vozes exaltadas acordaram-no de supetão, deixando-o tenso e com medo. Porém, logo percebeu que eram somente Ron e Hermione tendo mais uma de suas discussões normais, estava prestes a acordar para pedir para eles ficarem quietos, mas o tom venenoso de Ron o paralisou, então ele decidiu ficar escutando, fingindo que ainda estava inconsciente, para tentar entender o que havia deixado seu amigo em tal espírito.
-Eu não aguento mais isso Mione! Até quando vamos ter que arriscar nossas vidas pelo santo Potty? Isso está ficando fora de controle.
-Eu concordo Ron, mas são só mais dois anos, logo chegará a batalha final e ele morrerá, inocente e ingênuo, exatamente como Dumbledore falou, só precisamos de um pouco mais de paciência.
-Mas e se por algum motivo ele sair vivo? Você sabe a sorte que esse desgraçado tem, é capaz da maldição da morte falhar outra vez e nós termos que continuar a aguentar isso.
-Nós já falamos sobre isso, Ron!- Exclamou Hermione parecendo irritada. -Ele não vai sobreviver. Não de novo. Ele não pode.
-Mas caso sobrev…
-NÃO! Se lembre do que Dumbledore disse, acidentes acontecem. Até mesmo com o mais poderoso bruxo. Além de que, ninguém questionaria caso ele morresse tentando salvar alguém, só será necessário planejamento, e então teremos tudo pronto.
-Verdade. Você está certa, como sempre. Estou me preocupando atoa.- Disse Ron. - É só que eu não aguento mais isso Mione… Além de que, já está chegando a hora de ele notar a Ginny, mas ele nem percebe a presença dela, e se tivermos feito um erro?
-Não se preocupe Ron, Dumbledore já tem uma poção pra caso ele não note ela por bem, no fim, eles se casarão antes da guerra, Harry deixará tudo para ela e depois de sua morte incrivelmente trágica, teremos toda a fortuna Potter para nós, -Hermione falou em um tom suave. -Agora vamos, afinal, não queremos perder a festa de encerramento, não é?
E com isso os dois saíram da enfermaria, sem perceber que o menino do qual falavam estava escutando tudo.
~Fim do Flashback~
E agora estava ele aqui, em sua segunda semana de férias tomando a decisão mais crucial de sua vida. Uma decisão que mudará totalmente o rumo da guerra de um jeito que ninguém imaginou, bom, a não ser uma pessoa.
-Lockë, tomei minha decisão, eu aceito. -Sussurrou Harry para a noite.
Pouco tempo após, surgiu um homem em seu quarto, saído aparentemente de lugar nenhum. O homem era alto, cerca de dois metros, cabelos compridos, alcançando sua cintura, corpo não tão musculoso, mas não tão magro-a perfeição entre esses dois, tinha um rosto aristocrático. Porém o que mais chamava atenção neste homem eram seus olhos, olhos puramente negros, capazes de fazer qualquer homem ir à insanidade com um breve olhar.
-Você tem certeza disso? É um caminho sem volta. -Disse o homem, Lockë, com uma voz profunda.
-Eu sei, você já me disse. -Suspirou Harry, cansado. -Mas é necessário, é a única maneira possível para eu conseguir realizar o que pretendo.
-Ok Harry, vejo que você não voltará atrás. Creio que isso é um Adeus então.
-Adeus, Lockë. -Sussurou Harry de forma solene, e então o mundo ficou escuro, e tudo o que Harry sentia se tornou caos e trevas.
~/~ HP ~/~
Harry acordou com raios de sol batendo em seu rosto, ao tentar se levantar, ele subitamente percebeu duas coisas: Primeiro, ele estava dolorido ao extremo; Segundo, ele precisava urgentemente de um banho.
Tomando a decisão de ir ao banheiro, aproveitou para observar as mudanças que ocorreram no seu corpo. Lockë falou que aceitando o seu destino, sua aparência melhoraria e velhos danos seriam corrigidos, e se olhando no espelho, ele podia dizer que não ficou nada desapontado.
Onde antes havia um garoto magricelo, baixo, com um rosto infantil, olhos verdes sem brilho, cheio de olheiras das noites mal dormidas; estava agora um homem de 1,70; musculoso, rosto aristocrático, com a pele mais perfeita que poderia existir, e claro, haviam os olhos, totalmente negros, com um certo brilho de malícia, que ele se surpreendeu ao descobrir que gostava.
Lockë havia explicado sobre isso, eles exibiam a sua verdadeira natureza, total escuridão, sem espaço para a luz. Claro que havia como esconder, afinal, seria uma falha catastrófica em seu plano caso não desse, mas ele ia deixar para escondê-los quando fosse sair de casa, por enquanto estava muito bem com eles.
Terminando a sua autoanálise, foi para o banho pensando em tudo o que teria que fazer para realizar sua vingança para aqueles que o traíram, o que certamente envolveria uma loooonga conversa com um certo lunático matador de criancinhas. Ele definitivamente não estava pronto para isso.
E foi em baixo do chuveiro que Harry permitiu-se chorar por mais um amigo perdido: -Lockë, você fará falta…
