A resposta para o futuro está no passado.

Capítulo 16



Disclaimer: Todos os personagens pertencem à JK Rowling, exceto aqueles que você não reconhecer.

*~*

Depois daquele dia, Harry e Gina não se separaram mais. Apesar disso, foram muito discretos e por causa disso, só depois de quase um mês viraram o assunto preferido de Hogwarts. Como eles conseguiram isso num castelo onde as paredes têm ouvidos, era um mistério.

Lógico que quando Rony descobriu, ele ficou meio esquisito. No começo, ele disse que era loucura, que a Gina era muito nova para namorar, que ela já tinha tido o namorado permitido por ano (uma coisa muito ridícula para se dizer, é verdade, mas ele estava tentando). Até que ele viu que tinham acabado seus argumentos e decidiu que Gina não ia namorar com Harry e pronto.

Foi uma briga e tanto. Gina de um lado falando que ela não precisava mais de babá, Harry perguntando se Rony não confiava nele. Até Fred e Jorge já tinham "permitido", mas Rony não estava disposto a ceder.

Até que Hermione resolveu entrar na briga e eles tiveram a primeira briga depois de começarem a namorar.

Hermione, após a décima discussão com Rony tentando convence-lo que não tinha nada de errado com o namoro de Harry e Gina, resolveu jogar sério:

'Já que você realmente acha isso, você não me deixa escolha, Rony'

Dizendo isso, ela mandou ele se sentar numa ponta do sofá mais comprido da sala comunal e se sentou na outra. Quando ele tentava chegar mais perto, ela se afastava. Quando ele perguntou porque, ela olhou bem nos olhos dele, deu um sorriso cínico e lhe disse, com a maior calma:

'Muito simples. Quando vi você defendendo a honra da sua irmãzinha, percebi que eu não tenho um irmão para defender a minha honra. Então, é melhor eu me cuidar sozinha, não é mesmo?'

Ele até tentou responder, mas não conseguiu. No final, teve que admitir que estava sendo estúpido e pediu desculpas para todo mundo. Acabou admitindo também que preferia que Harry namorasse Gina do que um desconhecido qualquer.

Faltavam duas semanas para o Natal. Muitos alunos iriam passar o feriado em Hogwarts, pois os pais tinham medo de receber os filhos em casa. Ao menos no castelo ficariam seguros.

Numa manhã de uma sexta-feira muito gelada, antes de começarem as aulas, Harry, Rony e Hermione foram chamados ao escritório de Dumbledore. Eles já estavam pensando em falar com ele para saber das investigações, mas com o horário cheio de aulas e treinos, ficava impossível, só mesmo com um professor dando uma licença especial.

Ao chegarem ao escritório, Dumbledore estava esperando-os com uma mulher, ao seu lado. Seus cabelos já estavam brancos, presos num coque no alto da cabeça. Sua pele parecia ser muito fina e cheia de rugas, principalmente ao redor dos olhos. Usava uma bengala, que estava encostada perto da sua cadeira. Aparentava ser mais velha que Dumbledore.

Ao perceber a chegada deles, Dumbledore se levantou e os apresentou:

'Harry, Rony, Hermione' ele disse, apontando para cada um para que a senhora pudesse identifica-los 'essa é Lucy Tornelli. Ela é a última das Protegidas de que se tem registro'

Os três se espantaram um pouco. Dumbledore ignorou e continuou a falar:

'Sra. Tornelli, sua família é totalmente bruxa, não é mesmo?'

'Sim, Dumbledore. Minha família é tradicional e conhecida na Itália' ela disse, com um certo sotaque na voz.

'Então, isso significa que a próxima Protegida é uma nascida entre trouxas, não é mesmo?'

Ela balançou a cabeça, concordando. Dumbledore continuou:

'Você poderia nos ajudar a encontra-la, Sra. Tornelli?'

'Sim, Dumbledore. Há uma espécie de teste para se reconhecer a nova Protegida. Como eu imagino que vocês já saibam, a Protegida mais velha tem o dever de ensinar a mais nova a conhecer seus poderes e a usa-los de maneira sábia. Eu já devia ter procurado a mais nova faz tempo, mas infelizmente problemas pessoais me mantiveram em casa'

'Isso quer dizer, então, que a nova Protegida já é adulta?'

'Talvez sim, talvez não. A minha Guia, na época que devia ter começado a procurar a nova Protegida, disse que ela nasceria na Inglaterra. Quando lhe disse que por causa de alguns problemas na minha família, não poderia vir até a Inglaterra, ela ficou muito brava. Tivemos uma briga enorme e ela disse que eu poderia estar colocando a vida da próxima Protegida em perigo. Então, me disse que viria ela mesma procurar. Não soube mais dela desde então'

'Mas você não sabe nem mesmo se ela a achou?'

'Não, não sei. Mas não acredito que tenha, pois, desde que entrei nesse castelo, tenho sentido a presença de outra Protegida poderosíssima. Tenho certeza de que ela está por perto'

'Você poderia nos dar qualquer informação que poderia nos ajudar a encontra- la?'

'Bem, eu acredito que ela não tenha grandes problemas com nota, principalmente em Feitiços e Transfiguração. Mas, fora isso, não posso dizer mais nada'

'Vamos ter que procurar entre as alunas. Quando tempo demora para fazer esse teste?'

'O teste em si é rápido, mas não posso fazer mais do que três por dia. Usa muita energia, eu não sei se na minha idade eu agüentaria'

'Poderia começar amanhã mesmo?'

'Sim, claro. Eu poderia começar hoje mesmo, mas estou um pouco cansada da viagem'

'Convocarei as alunas o mais rápido possível'

Então, a velha senhora se retirou da sala, vagarosamente, batendo forte a bengala no chão a cada passo. Dumbledore voltou-se para os três alunos que a tudo assistiam, sem dizer uma palavra.

'Vocês estão muito quietos hoje. Normalmente, estariam fazendo muitas perguntas. O que está acontecendo?'

'Você fez todas as perguntas que a gente queria, Dumbledore' Harry respondeu, meio sem graça. Rony e Hermione só concordaram com a cabeça.

'Bem, nesse caso, acho melhor vocês irem para sua aula. Não preciso nem avisar que nada do que foi dito aqui pode sair daqui, certo?'

'Claro' os três responderam em coro.

'Antes de ir, gostaria de lhe perguntar, Harry, se você tem tido notícias de Sirius.'

'Na última carta, ele disse que logo viria me visitar'

'Esse dia está bem próximo'

*~*

No jantar do mesmo dia, Dumbledore se levantou para dar o recado.

'Como vocês sabem, aqui em Hogwarts nós não fazemos distinção. Se o aluno é de uma família de bruxos da mais tradicional ou se nasceu de uma família de trouxas, todos têm as mesmas chances aqui. Mas, infelizmente, em certas ocasiões especiais nós temos que diferencia-los. E é por isso que eu peço a colaboração de todas as meninas nascidas trouxas, porque elas vão ganhar um pedaço de pergaminho com o horário que elas devem comparecer na terceira sala vazia após a sala de História da Magia para fazerem um pequeno teste. Esse teste não vale nota, mas é importantíssimo que todas façam'

Houve um certo rebuliço. Todos queriam saber porque era preciso fazer esse teste. Quando os pergaminhos foram entregues, as meninas ficaram cheias de perguntas. Hermione pegou seu papel e enfiou na bolsa. Ela sabia o porquê da importância do tal teste, mas não falou nada.

Gina, que estava sentada ao lado de Harry, percebeu logo que eles sabiam de alguma coisa. Porém, não perguntava. Sabia que esse não era o único segredo que eles não contavam para ela mas não se importava. Só perguntou qual era o horário da Hermione.

'Ãhn? Ah, é na véspera de Natal, às duas da tarde. Eles querem aproveitar as férias para poderem testar todas as garotas, pelo menos as que vão ficar em Hogwarts'

'É, parecia mesmo quando Dumbledore falou, que havia uma certa urgência. Bem, eu vou indo. O Prof. Snape deu um trabalho enorme para entregar na segunda-feira. Boa noite!' ela se levantou, deu um beijo de despedida em Harry e saiu.

Os três decidiram que era melhor ir fazer seus trabalhos também. No sábado teriam as aulas de Enfrentamento e Duelo, então todas as tarefas teriam que ficar prontas antes. No começo tinha sido difícil agüentar o novo ritmo, mas agora já estavam acostumados.

Às nove da noite, já estavam todos na cama. Até mesmo Fred e Jorge, que queriam quebrar todos os recordes possíveis e impossíveis de brincadeiras em alunos (principalmente da Sonserina, apesar de que para eles não fazia muita diferença) e conseqüentemente, detenções, cessavam o fogo após as nove. Afinal de contas, eles sabiam que para suas brincadeiras serem bem sucedidas, precisavam de umas boas horas de sono. Pelo menos, isso era o que eles falavam para todo mundo. A verdade é que quando chegavam nove horas, eles já estavam tão cansados que nem conseguiam parar em pé.

Na cama, Harry ainda olhava para o teto. Muitas preocupações insistiam em não deixa-lo dormir.

Virou-se para o lado. Dormiu um sono inquieto.

*~*