A resposta para o futuro está no passado.

Capítulo 18



Disclaimer: Todos os personagens pertencem à JK Rowling, exceto aqueles que você não reconhecer.

*~*

Mesmo Hermione não dizendo nada, Harry e Rony perceberam, logo que ela entrou na Sala Comunal, que havia algo errado. Ela escapou das perguntas dizendo que estava atrasada para a reunião de monitores.

Mas acabaram esquecendo toda a preocupação quando entraram no Salão Principal que como sempre, estava decorado magicamente para celebrar o Natal. Gina, porém, que agora como namorada de Harry podia observar tudo o que acontecia com o trio mais de perto, não se esqueceu. No começo, ela até tentou não se intrometer, afinal de contas, era normal que eles tivessem seus segredos e que não quisessem contar pra ela. Mas agora começava a ficar preocupada com tudo o que estava acontecendo.

Sua "curiosidade", por assim dizer, havia começado a incomoda-la desde uma conversa que tinha ouvido uns dias antes. Aparentemente, Harry sabia de algo sobre a morte de seus pais que ninguém mais sabia, a não ser por Rony e Hermione, é claro. E tinha a ver com Sirius Black, o assassino. Gina sabia que Sirius era um dos seguidores de Você – sabe – quem. Bom, pelo menos era o que todos diziam, mas depois de ter ouvido a conversa, já não tinha mais certeza de nada.

Teria que perguntar para Harry o significado de tudo aquilo. E isso a deixava um pouco... amedrontada. Não devia ficar, mas de alguma forma sabia que era algo muito surpreendente. Tinha essa sensação e era difícil se enganar.

Deixou o tempo passar. Era Natal, e não sabia se estava pronta para perguntar ainda. Na manhã de Natal, só observou quando um dos monitores avisou Harry, Rony e Hermione que Dumbledore estava os esperando em seu escritório. Eles saíram praticamente correndo, Harry só lhe deu um beijo rápido e disse que voltava logo.

*~*

Quando os três chegaram ao escritório do Prof. Dumbledore e sentaram-se em seus lugares de costume, Harry estava cheio de perguntas na cabeça, principalmente porque queria saber o que Hermione sabia que não podia contar para ele e Rony.

Porém, antes que pudesse articular qualquer palavra, ouviu a porta se abrindo. Dumbledore tinha chamado os professores que mais estavam envolvidos em todo o trabalho da Ordem. Porém, o que mais surpreendeu Harry foi ver Sirius chegar junto com Lupin. Ele chegou perto de Harry e perguntou como ele estava, como iam as aulas e se Lupin o estava cansando muito com as aulas.

Logo depois chegou Arabella, que pareceu muito surpresa com o fato de ter encontrado Sirius, mas baixou os olhos. Harry percebeu uma certa troca de olhares, mas preferiu fingir que não tinha visto nada. Lupin também desviou os olhos. Logo que voltou ao normal, apesar de um pouco vermelha, Arabella também fez um inquérito com Harry. Apesar de não ter mais conversado com a madrinha em particular desde que havia descoberto que ela era sua madrinha, ela sempre perguntava como ele estava toda vez que o encontrava.

Após todos terem chegado, Dumbledore começou:

'Como vocês todos já sabem, nós resolvemos chamar os alunos Harry Potter, Ronald Weasley e Hermione Granger pelo fato de eles poderem nos ajudar a alcançar nossos objetivos. Imagino que todos aqui saibam das "aventuras" dos três até então e que eles dispensam apresentação"

Todos concordaram com a cabeça, em silêncio. O trio olhou para baixo, quando sentiram vários olhares sobre eles. Logo Dumbledore recomeçou a falar, e eles voltaram a olhar para o Professor:

'O assunto da nossa reunião de hoje é a profecia que Voldemort estaria atrás. Essa profecia só pode ser entendida graças ao apoio desses três alunos, o que é mais um motivo pelos quais eles estão aqui. Nós localizamos a última das Protegidas, a Sra. Lucy Tornelli, que está aqui em Hogwarts para nos ajudar a encontrar a Solitária citada na profecia. Ela achou que deveria ser uma das nossas alunas nascidas trouxas, pois o Dom Sentimentallis se manifesta em uma bruxa por cada geração, e sempre vai de uma bruxa nascida em uma família de trouxas para uma nascida em uma família de bruxos, ou vice-versa. Por isso, quando descobriu que a próxima Protegida estava aqui em Hogwarts, sendo uma bruxa nascida numa família de trouxas, sua conclusão foi que seria uma das alunas nascidas em família de trouxas.

Todas fizeram um teste com a Sra. Tornelli, mas nenhuma delas era a Protegida. Agora, ela está pensando que pode ser uma das alunas que se formaram no ano passado. Mas há outra possibilidade a ser considerada. Pode ser que haja em Hogwarts uma bruxa nascida em uma família de trouxas, mas que não saiba disso. Por isso, chamamos vocês, professores, para que pudessem estar atentos'

'Mas como nós podemos saber que uma aluna é uma Protegida ou não?' A Profa. McGonnagal perguntou.

Lucy Tornelli levantou-se e falou pela primeira vez naquele dia.

'Essa garota é diferente das demais. Vocês só não perceberam ainda porque não sabem o que observar. Primeiro, ela deve ser uma aluna um pouco quieta, mas determinada. Se colocada sobre pressão, ou estando nervosa, é comum acontecerem coisas estranhas ao seu redor, como frascos explodirem. E quando ela precisar de alguma coisa, pode ser que essa coisa simplesmente apareça, como por exemplo, um livro que ela havia esquecido e de repente o livro está na sua frente, sem nenhuma explicação'

De repente, Arabella ficou pálida e quase desmaiou, sendo aparada por Sirius. Quando voltou a si, todos estavam preocupados. Ela olhou à sua volta, ainda não entendendo muito bem o que tinha acontecido. Dumbledore foi o primeiro a perguntar:

'Arabella, você está bem?'

'Estou me sentindo melhor, agora' ela disse, se levantando.

'O que aconteceu?' Sirius perguntou.

'Eu... eu me lembrei de uma coisa, Sirius. Eu só preciso ter certeza. Sra. Tornelli, como é isso dos frascos explodirem e das coisas aparecerem?'

'Bem, só porque a Protegida ainda não tem conhecimento de seu Dom, isso não quer dizer que ela não o use. Por isso, ela pode fazer com que algo que ela precise apareça, ou então quando atinge uma situação de descontrole pode começar a descontar seus sentimentos em frascos ou qualquer coisa quebrável que estiver por perto. Claro que isso pode acontecer com qualquer bruxo, mas para a menina que tem esse Dom, é muito mais fácil, enquanto que para um bruxo qualquer, precisa ser algo fora do comum, seu ponto mais fraco. É como se acontecesse só quando pisassem no seu calo. Por quê? Você conhece alguma aluna que faz isso?'

'Não, mas acho que já convivi com isso. Só que na época, eu achava que ela era só um pouco dramática demais'

'Arabella, você não está pensando em...' Sirius agora parecia ter compreendido.

'Eu estou, sim, Sirius. E, se você for analisar a situação, você vai ver que isso explicaria muitas coisas'

'É, é verdade. Mas será?'

Todos os outros na sala permaneciam em silêncio. Foi quando Lucy resolveu por em palavras a pergunta que todos queriam fazer:

'Me desculpem, mas de quem vocês estão falando?'

Arabella olhou indecisa para Sirius, como se estivesse procurando confirmação sobre o que iria revelar. Ele apenas balançou a cabeça, dando- lhe coragem para dizer o que tinha de ser dito. Depois, ela olhou rapidamente para Harry, sem saber como falado. Foi num fio de voz que ela respondeu:

'Lílian Potter'

Todos ficaram mudos. Harry, sem saber o que fazer, perguntou:

'Co... como?'

Arabella respirou fundo e repetiu:

'A sua mãe, Harry. Eu já te contei que eu estava em Hogwarts com sua mãe. E eu vi isso acontecer várias vezes. Era normal, e eu acho que fiquei tão acostumada que nunca me perguntei o porquê'

'Isso é possível, Lucy?'

'Não sei... possível, é. A Lílian nasceu em uma família de trouxas?'

'Na maior família de trouxas que existe' Quem respondeu foi o Rony, que até então estava calado. Levou uma cotovelada da Hermione, e murmurou um 'Desculpe'

'Se foi pra mim esse desculpe, Rony, eu só vou dizer uma coisa: você não falou nada que eu não soubesse' Harry respondeu.

'Se ela veio de uma família de trouxas, é possível. Mas aí eu só não entendo por que a minha Guia não a encontrou'

'Essa Guia era uma mulher francesa chamada Mauren?'

'Então... ela a encontrou?'

'Sim. Eu me lembro dela. Lily se encontrou algumas vezes com ela, mas quando eu perguntava quem ela era, a Lily só dizia que não era ninguém'

'As Protegidas trabalham em sigilo. Mas foram só algumas vezes, não é mesmo?'

'A Sra. Mauren morreu uns dois meses depois. É só o que sei, Lily me contou porque eu a encontrei chorando um dia e ela resolveu desabafar comigo'

'Mas se foram só dois meses... Lílian não deve ter tido tempo de entender quase nada sobre seu Dom. O meu treinamento durou dois anos, e foi só para aprender o básico' Ela suspirou 'Por mais que Mauren estivesse brava comigo, ela teria dado meu nome à Lílian. Por que ela não me procurou?'

'Eu acho que foi mais ou menos nessa época que os espiões descobriram que Voldemort estava atrás dos Potter' Arabella disse.

'Isso também explicaria, em parte, porque Voldemort não conseguiu matar Harry'

'Você poderia explicar isso melhor?' Dumbledore perguntou, parecendo interessado.

'Muito simples, Dumbledore. As bruxas que têm o Dom Sentimentallis são capazes de fazer feitiços de proteção muito poderosos. São por isso chamadas de Protegidas. E todos os nossos 'poderes' estão ligados diretamente às nossas emoções. São os laços emocionais os grandes responsáveis por esse Dom ser tão importante. Quanto mais forte o laço...'

'Mais forte o feitiço' Dumbledore completou 'Mas como Lily pode ter conseguido usar o Dom de uma forma tão complexa a ponto de conseguir proteger Harry, mesmo depois de já ter morrido?'

'As Protegidas têm um treinamento longo para poderem aprender a controlar suas emoções e conseqüentemente seu Dom. Mas a base fundamental que o ativa é na verdade muito simples: os sentimentos. Se ela tivesse racionado para fazer o feitiço de proteção, talvez não conseguisse ter realizado-o com tanta perfeição'

'Muito interessante' Dumbledore estava pensativo.

'Sim, provavelmente' Lucy disse, mas estava agora com outra dúvida na cabeça 'Mas isso quer dizer que a nova Protegida é uma nascida numa família de bruxos. Por isso não a encontrei nos testes'

'Será que teremos de refazer os testes com as outras meninas?'

'Não sei... se houvesse uma maneira de acha-la mais rápido...'

'Os professores não conseguem se lembrar de ninguém que se encaixe na descrição de Lucy?'

Todos os professores que estavam na sala pensaram um pouco, mas nenhum conseguiu se lembrar de nada.

Dumbledore se virou para os três adolescentes, que estavam calados diante das novas revelações. Harry, principalmente, parecia perdido em seus pensamentos. Perguntava-se porque ainda sabia tão pouco a respeito de seus pais. Por algum motivo, nunca havia procurado descobrir muito sobre eles. Talvez fosse porque assim teria algo para realmente sentir falta. Era ilógico, mas os sentimentos da gente não funcionam pela lógica.

Por outro lado, enquanto Hermione ainda estava chocada com a notícia da mãe de Harry ser uma Protegida, Rony estava assustado. Quando Arabella falou que havia convivido com tudo aquilo durante muito tempo e achava normal, despertou um alarme dentro dele. De repente, várias lembranças cruzaram sua mente.

'E vocês três, conseguem se lembrar de alguém?'

Rony quase aventurou-se a falar sobre sua suspeita. Mas decidiu esquecer, e balançou a cabeça negativamente, como Harry e Hermione. Afinal de contas, aquilo era quase impossível.

Imagine se sua irmã, Virgínia Weasley, poderia ser uma Protegida. Impossível.

*~*