A resposta para o futuro está no passado. Capítulo 24

Disclaimer: Todos os personagens pertencem à JK Rowling, exceto aqueles que você não reconhecer.

*~*~*~*

No dia seguinte, todos notaram a falta de alguns alunos. Estranhamente, a casa que mais diminuiu seu número foi justamente a Sonserina.

'É claro' comentou Rony 'os pais deles já devem estar se preparando, afinal de contas, se o ataque realmente acontecer, o Lorde das Trevas não vai ficar vendo quem está atacando, não é mesmo?'

Logo no café da manhã, Harry descobriu o que o contato da Ordem fizera no Profeta Diário. A principal manchete dizia:

'HOGWARTS TRANSPORTA ALGO MISTERIOSO EM CARRUAGEM'

"Nossa equipe de repórteres descobriu, num furo sensacional de reportagem, que a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts estará transportando, hoje, um estranho pacote em uma carruagem. Testemunhas garantem que viram um funcionário usando um uniforme com o brasão de Hogwarts colocando numa carruagem um pacote retangular. Tudo foi feito no maior sigilo, como se Dumbledore não quisesse que ninguém soubesse sobre o transporte. (...) Quando perguntaram ao diretor o que ele havia transportado, ele simplesmente não se manifestou sobre o assunto. Mas um outro funcionário, que preferiu não se identificar, disse que era uma prova ligada ao caso Sirius Black. (...) Fica a pergunta: O que será que Dumbledore não quer que ninguém saiba que está sendo transportado? Será algo relacionado ao caso Sirius Black? Ou será este pacote o que Você-Sabe-Quem tanto quer em Hogwarts? Parece que ainda vamos demorar para descobrir"

Então, era isso. Se essa notícia chegasse ao ouvido de Pedro Pettigrew, ele se assustaria e tentaria roubar o tal do pacote, e seria como pegar um rato na ratoeira. Harry disfarçou um sorriso diante da comparação e olhou para seus amigos, sabendo que eles estavam pensando exatamente a mesma coisa.

As aulas aconteciam em silêncio, menos as do sétimo ano, pois Fred e Jorge começaram a fazer demonstrações dos seus produtos. Para a loucura geral dos professores de Hogwarts, os dois decidiram lançar um catálogo com suas traquinagens e, como método de propaganda, estavam distribuindo amostras.

Apesar da Profa. McGonagall ter reclamado muito com Dumbledore, ele não impediu a distribuição de amostras, pois dizia que aquela era uma ótima maneira dos alunos se desligarem da guerra que começava a acontecer lá fora.

'Afinal de contas,' ele dizia 'quem é que vai pensar em sentir medo quando está transformado num imenso canário?'

Passaram-se dois dias e nenhuma notícia de Sirius ou Arabella. Os membros da Ordem estavam preocupadíssimos, mas teriam que esperar uma semana para ir atrás dos dois.

Outra coisa que perturbava os membros da Ordem era que outro feitiço de proteção do castelo havia sido quebrado. Por sorte não foram mais, pois um dos guardas que estavam vigiando os portões do castelo havia descoberto um dos pontos em que o feitiço estava sendo quebrado e avisou Dumbledore.

Hermione, que estava pesquisando nos velhos livros sobre a formação dos feitiços que protegiam Hogwarts, pode descobrir como reparar o que estava quase quebrado.

Enquanto o feitiço estava sendo reparado, Rony, que tinha ido com Hermione ver o tal do feitiço (ele queria entender como é que podia se descobrir o ponto exato onde um feitiço de proteção estava sendo quebrado. Apesar da namorada ter tentado explicar e até usado um modelo de Hogwarts e um monte de fitas para tentar explicar, ele não havia entendido) olhou para os lados, pensou um pouco, fazendo alguns cálculos. Por fim, chamou Dumbledore e apontando para um dos cantos do terreno, disse com firmeza:

'Aquele é o próximo local a ser atacado, Prof. Dumbledore'

'Como você sabe?' Dumbledore perguntou.

'Foi fácil. Eu só imaginei o castelo como sendo um tabuleiro de xadrez e o feitiço que foi atacado como sendo uma das peças. Usando o que a Hermione falou sobre os feitiços serem como fitas que cobrem Hogwarts inteira até proteger completamente o castelo, formando uma cúpula, eu deduzi que o lugar mais apropriado para desproteger o castelo mais depressa era justamente aquele'

'Então, você usou uma tática de xadrez para chegar ao lugar que provavelmente será atacado?'

'É... foi' Rony parecia um pouco desconcertado, pensando que o Professor provavelmente iria rir da cara dele.

'A cada dia eu me surpreendo mais com vocês' Dumbledore riu, dando um tapinha na costa do garoto.

'Rony, você acha que dá para descobrir os próximos locais que provavelmente serão atacados?' Hermione perguntou.

'Talvez. Se bem que, quando a pessoa responsável por quebrar esses feitiços descobrir que nós reparamos esse, vai mudar totalmente o planejamento'

'Eu acho que isso não vai acontecer. O Prof. Flitwick estava analisando o local onde o feitiço foi forçado e descobriu que a pessoa usou ali uma espécie de bomba, com um horário certo para explodir'

'Assim, todas as outras "bombas" já devem estar armadas?' Rony perguntou.

'Provavelmente, e por isso seria muito melhor se a gente pudesse saber antecipadamente onde o feitiço de proteção será atacado'

'Eu vou ter que pensar, mas amanhã eu já tenho a resposta'

'Bom, vamos voltar para dentro do castelo?' Dumbledore perguntou, com o Prof Flitwick ao seu lado.

'Ahn... a gente já vai, Professor' Rony respondeu.

'É, a gente vai dar mais uma olhada no feitiço' Hermione disse.

E enquanto Dumbledore ia caminhando em direção ao castelo, comentou com o professor de feitiços:

'Duvido que eles vejam algum feitiço... Com aquela cara, eles vão é ver algo muito mais interessante' completou, rindo.

*~*~*

Harry estava preocupado com o padrinho e a madrinha. Já fazia três dias que eles haviam partido, mas ainda não tinham mandado nenhuma notícia. Depois das aulas do Prof. Lupin, sempre ia perguntar se havia alguma novidade, mas todos os dias a resposta era negativa.

'Harry, não se preocupe' Lupin disse, quando o garoto veio lhe perguntar pela segunda vez no mesmo dia 'se algo ruim tivesse acontecido, Voldemort já teria dado um jeito que nós ficássemos sabendo. Ou então teria saído no Profeta Diário'

Mas Harry continuava preocupado. Os únicos momentos em que deixava a preocupação de lado era quando estava com Gina. Eles continuavam a ler o diário da mãe dele juntos, e era um momento quando ele ria das coisas que haviam acontecido na época dos seus pais. Mas o mais legal era que ele estava conhecendo a história de seus pais.

Gina e Harry já estavam lendo as anotações da metade do terceiro ano de Lílian. Gina tinha lido rapidamente sobre o final do segundo ano, anotando principalmente quando Lily se referia a suas emoções. Aos poucos, Gina e Harry foram percebendo que a Lílian de 13 anos ia mudando a sua maneira de se referir aos Marotos. E como, de repente, ela ia percebendo os garotos de forma diferente.

Quando chegou nessa parte, Harry começou a ficar meio sem-graça. Então Gina combinou que ela não iria ler em voz alta certos comentários. Mas antes disso, disse a Harry que ele era meio jacu.

'Harry, sua mãe era uma garota normal, e como toda garota ela devia reparar mesmo nos garotos. São os hormônios, Harry'

'Eu sei, eu também tenho hormônios, mais eu não quero saber como minha mãe lidava com eles. Pensa bem: você gostaria de saber os comentários da sua mãe, ou até mesmo do seu pai, quando os hormônios deles começaram a agir?'

Gina fingiu pensar um pouco e depois respondeu:

'Tudo bem, vou dar o braço a torcer. Você tem razão, eu não gostaria de saber tudo sobre a história dos meus pais'

'Viu só?'

'Mas eu tenho que saber essas partes, pois essas emoções são importantes para entender algumas coisas. Eu só não leio isso para você, combinado?'

'Combinado'

Então, depois disso, houve momentos em que Gina simplesmente parava de ler e fazia anotações. Eram momentos meio constrangedores, e normalmente Gina ria quando olhava para Harry, mas nunca dizia nada.

*~*~*

Foi seis dias depois da partida da carruagem que a Ordem teve a primeira notícia sobre Sirius. Ele e Arabella tinham alcançado o objetivo: estavam voltando com um "passageiro" a mais na carruagem.

Quando eles finalmente chegaram ao castelo, já havia um representante do Ministério os esperando, para tomar depoimento da nova testemunha. Foi um choque para o representante ao perceber que quem saía da carruagem era alguém dado como morto há quase 14 anos. Quem o trazia era exatamente o fugitivo de Azkaban considerado um dos mais perigosos, junto com a professora de Defesa Contra as Artes das Trevas. Para quem ainda não tinha idéia do que Dumbledore queria quando pediu um representante do Ministério em Hogwarts, aquilo era a coisa mais bizarra que podia acontecer.

Ele estava desacordado. Segundo Arabella, ele estava dando muito trabalho, por isso teve de ser estuporado. Ao ser acordado, Pedro Pettigrew parecia assustado. Realmente, Voldemort o havia mandado não ir atrás do tal embrulho que Hogwarts estava transportando na carruagem, pois achara suspeito demais.

Mas Pedro teve medo. E se aquele embrulho fosse algo que pudesse incrimina- lo? E depois, parecia simples. Era só aproveitar um momento quando a carruagem estivesse parada, fazer um pequeno buraco e entrar nela em sua forma de rato. Depois de acabar com o embrulho com um simples feitiço 'Explodiamus', era só ir embora pelo mesmo buraco. Só iriam perceber o que havia acontecido ao chegarem a seu destino.

Agora, percebia o quanto havia sido burro. Seu plano funcionara até a parte de se transformar novamente num rato para ir embora. Ele simplesmente não conseguiu se transformar na sua forma de animago. A carruagem havia sido enfeitiçada para funcionar como uma ratoeira, prendendo-o.

Ainda havia tentado fugir. Foi quando viu quem o tinha pegado. Era Sirius. E tudo o que ouviu daquele que confiara tanto nele, e que ele havia traído, foi:

'Pettigrew, não me faça mata-lo para depois alegar que fosse defesa própria'

Lá estava ele, preso, diante de um funcionário do Ministério e de Dumbledore. Vendo que não tinha mais jeito, ele confessou sua história. Disse tudo, deixando escapar porém, que Voldemort já sabia quem era a Protegida.

A informação não assustou Dumbledore, já que todos desconfiavam disso. Entretanto, Pedro teve uma surpresa quando perguntou sobre sua pena:

'Como você nos ajudou, Pedro, você não vai ser mandado para Azkaban, até mesmo porque os Dementadores já tomaram conta da ilha. Porém, não podemos deixa-lo em Hogwarts, pois você pode nos trair novamente. Então, iremos solta-lo'

'Como assim? Eu vou ser posto em liberdade?'

'Sim, Pedro. Mas claro que o que você fez terá reconhecimento. Nós iremos colocar em todos os jornais sobre como você nos ajudou'

'Isso é... bom' Pedro respondeu, ainda desconfiado.

O representante do Ministério olhou para Dumbledore como se este estivesse louco.

'Mas Dumbledore, ele é um Comensal da Morte! Como poderia ser solto?'

De repente, Pedro entendeu porque Dumbledore iria deixa-lo ir embora. E entrou em pânico.

'Você não pode me soltar. Eu sou perigoso, um Comensal da Morte! Eu devo ser preso!'

O representante não estava entendendo mais nada.

'Mas por que você não quer ser solto?'

'Se meu mestre ficar sabendo... ele não descansará enquanto não me matar. O Lorde das Trevas não admite traidores entre seus servos'

'Pois é Pedro' Dumbledore disse, com calma na voz, mas os olhos brilhando 'cedo ou tarde todos devemos enfrentar nossos erros. Parece que sua hora chegou'

'Mas Dumbledore...'

'Nós também não admitimos traidores do nosso lado, Pedro. E agora chegou sua hora de pagar pelos seus erros'

'Você está me mandando para a minha própria morte...' Não era uma pergunta, era uma constatação.

'Não, Pedro. Você mesmo escolheu o seu caminho. Assuma a responsabilidade de seus atos. Vá, e se realmente Voldemort optar por mata-lo, morra com o pingo de dignidade que lhe resta'

Mas Pedro não se entusiasmou. Apesar de já ter entendido que de nada adiantava reclamar, e que agora seu destino estava traçado, ainda era um covarde.

Era por isso que havia traído o James e a Lily. Simplesmente por covardia. Tinha sido por covardia que tinha entrado para o "time" dos Comensais da Morte.

E agora... toda a sua covardia havia o levado para o estágio final. Era sua vida levando seu fim.

Era isso que ia pensando enquanto atravessava, pela última vez, os portões de Hogwarts. Poderia até tentar fugir, mas Voldemort o encontraria. E esperar compaixão do Lorde das Trevas era pedir demais.

Enquanto isso, no Departamento de Leis da Magia, saía a sentença de liberdade de Sirius Black, juntamente com um pedido de desculpas. Mas Sirius nem se importava com isso. Agora, era um homem livre!