A resposta para o futuro está no passado. Capítulo 25

Disclaimer: Todos os personagens pertencem à JK Rowling, exceto aqueles que você não reconhecer.

*~*~*~*

A notícia sobre Sirius Black ser inocente caiu como uma bomba sobre o mundo bruxo. Fora de Hogwarts, todos pareciam ter uma opinião diferente sobre o desfecho do caso. Alguns não acreditavam na inocência de Black, outros diziam que o Ministério devia estar maluco.

O Ministro, diante de toda a confusão, renunciou. Foi vaiado e chamado de covarde, mas não se importou. O Ministério decidiu então reunir um conselho com os bruxos mais experientes para tomar o lugar do Ministro enquanto não se decidia quem iria tomar o posto.

Nas ruas, os bruxos se sentiam perdidos. Tudo em que eles acreditavam havia sido desmentido nas últimas horas. Não havia como saber o que pensar, como agir diante de tantas mudanças.

Em Hogwarts, a situação não era diferente. Os alunos pareciam assustados e durante todo o dia Harry ouviu muitos comentários sobre seu padrinho. Alguns pareciam acreditar em sua inocência, outros diziam que era tudo uma armação.

Os comentários mais maldosos, como já se era de esperar, vinham da mesa da Sonserina. Principalmente de Draco Malfoy, que dizia aos quatro ventos, para quem quisesse ouvir, que Dumbledore havia finalmente ficado louco.

A Copa de Quadribol não foi concluída e muitos alunos haviam deixado Hogwarts, abandonando o time, portanto foi cancelada. Harry ficou preocupado também com o time, já que no outro ano perderiam cinco jogadores. Mas as outras preocupações eram tantas, que Harry achou melhor pensar nisso mais tarde.

As notas saíram uma semana depois que todos fizeram os testes. Rony e Harry haviam ido bem. Hermione, como sempre, havia sido a melhor aluna do ano.

Agora que Sirius estava livre e com o nome limpo, Harry achou que tinha se livrado dos Dursley. Porém, estava enganado. Ficou sabendo disso quando Dumbledore o chamou para conversar em sua sala.

Harry achou estranho que Dumbledore houvesse chamado só ele, mas decidiu ir ao encontro do diretor. Pensou que talvez fosse algo a ver com algum plano ou qualquer coisa assim.

'Olá, professor. O senhor me chamou?'

'Sim, chamei, Harry. Há certas coisas que nós precisamos conversar'

'Claro, professor' Harry estava confuso. O que o professor queria dizer com "precisamos conversar"?

'Após esse ano que passou, muitas coisas mudaram, Harry. Agora, seu padrinho foi inocentado e está livre. Nós também descobrimos muitas coisas sobre o passado. Muitas das respostas que precisávamos para planejarmos o futuro estavam escondidas no passado. Nesse ano, elas foram descobertas.'

Harry apenas balançou a cabeça, concordando. Sabia que Dumbledore estava o preparando para dizer algo.

'Pois bem, Harry' Dumbledore continuou 'apesar de no final do ano ter dado tudo certo, nós temos consciência de que uma guerra foi iniciada. E por mais que consigamos derrotar o mal que Voldemort quer espalhar pelo mundo, numa guerra não há vencedores. Já estamos nos preparando, mas sabemos que a guerra que foi iniciada não trará benefícios para ninguém'

Harry não entendia o porquê do discurso de Dumbledore, mas concordava com o que ele dizia. E o que mais o entristecia era saber que se eles escolhessem por ficar parados enquanto Voldemort tentava alcançar seus objetivos, muito seria perdido.

'Harry, o que eu tenho para lhe dizer não é algo agradável, mas é necessário. Devido a essa guerra, por mais que Sirius esteja livre, é difícil dizer o que irá acontecer. Portanto, é preferível que você fique com seus tios'

'Mas, Dumbledore!' Harry pulou da cadeira na qual estava sentado. 'Por que eu tenho que voltar para a casa dos meus tios? Agora, com a Arabella não podendo mais ser a Fiel do Segredo, lá deixou de ser um lugar seguro, não é?'

'Calma, Harry! Sente-se, por favor!' Harry caiu na cadeira, ainda com os olhos fixados em Dumbledore 'Harry, as coisas não são tão simples como parecem ser. Quanto à sua segurança, não se preocupe, pois há muitos outros feitiços naquela casa. E há uma segunda razão pela qual você deve continuar a morar com seus tios. Você deve protege-los!'

A última frase deixou Harry atônito. Ele devia proteger seus tios?

'Protege-los? Protege-los de que?'

'Dentro daquela casa há muitos pertences de sua mãe. Pertences que são extremamente valiosos, e que se caírem em mãos erradas, podem acabar nos dando grandes problemas'

'Mas, Dumbledore, se havia alguma coisa da minha mãe naquela casa, minha tia Petúnia já jogou fora'

'Não Harry, apesar de passar essa imagem de que esqueceu completamente da irmã, Petúnia na verdade sente falta da sua mãe, mas é muito orgulhosa para admitir isso. Ela ainda guarda os pertences da sua mãe"

"E como eu, sendo um bruxo menor de idade, vou proteger meus tios?"

"Eu não estou dizendo, Harry, que Comensais da Morte vão aparecer e que você deverá lutar contra eles. Mas a verdade é que alguns dos feitiços só renovam a sua proteção quando você está na casa"

"E por que algum outro bruxo não pode mudar esses feitiços?!!"

"Quando foi decidido que você deveria ficar com seus tios, um grande plano foi montado. Todos sabiam da sua importância para o mundo bruxo, mesmo que você não soubesse. No começo, foi considerada a idéia de lhe mandar para uma família bruxa que pudesse educa-lo, mesmo fora do país. Porém, ninguém tinha absoluta certeza de que Voldemort havia morrido, e todos sabiam que o principal alvo de todos os Comensais da Morte seria você"

Dumbledore respirou fundo e continuou:

"Por isso, você foi levado para morar com seus tios. Nós sabíamos que Petúnia tinha uma certa desavença com a Lílian, mas era o único jeito. Começou, então, uma maratona. Vários bruxos especializados em feitiços de proteção foram até a Rua dos Alfeneiros e fizeram o melhor que podiam. Para mudar esses feitiços, seria muito complicado. E agora, mais do que nunca, eu duvido que o mundo bruxo seja um lugar seguro para você. Aliás, seu padrinho terá que tomar cuidado também"

"Por que?"

"Sirius tem muitos inimigos agora que foi declarado inocente, Harry. Não é porque ele limpou seu nome que seus problemas acabaram. E depois disso tudo, ele será uma peça muito importante nesse imenso quebra-cabeça que temos de montar. Acredito que ele tenha de trabalhar conosco durante todas essas férias, assim como Arabella e Remo"

"Então, não tem jeito? Eu vou ter de voltar a viver com os Dursley?"

"Infelizmente sim, Harry. Eu sinto muito, pois sei como eles te tratam. Mas é o melhor para todos"

Harry saiu frustrado da sala de Dumbledore. Agora, depois de tanto tempo, quando achava que iria se livrar dos seus tios, ele descobriu que teria de ficar com eles.

Quando chegou a sala comunal da Grifinória, encontrou Gina, Rony e Hermione esperando por ele. Ao vê-lo, Gina levantou-se do sofá onde estava sentada e foi até ele.

"Harry, o que aconteceu?"

"Olha, Gina, não é da sua conta" Ele disse, tentando descontar na namorada toda a raiva que sentia. Porém, ao olhar nos olhos dela, cheios de mágoa, se arrependeu:

"Desculpa, Gi, é só que eu fiquei nervoso com algumas coisas que o Prof. Dumbledore disse. Eu acho que agora é melhor eu ficar sozinho"

"Tudo bem, Harry" Ela respondeu, dando um fraco sorriso. Ela se sentia impotente ao ver o garoto que amava com tantos problemas e sem poder fazer nada para ajuda-lo.

Gina voltou no que havia acabado de pensar. Em seu pensamento, ela havia admitido que amava Harry. De repente, sentiu todas as dúvidas que haviam rondado sua cabeça durante praticamente todo o ano se esvaírem, e decidiu que simplesmente iria deixa-las de lado. Talvez seu coração soubesse as respostas que sua cabeça não sabia lhe dar. Iria parar de pensar que era muito nova, ou que ainda não era hora, pois se estava pronta para sobreviver a uma guerra, também estava pronta para encarar seus sentimentos.

Viu Harry subir as escadas e decidiu subir também. Tinha que dar mais uma olhada no diário de Lílian. Teria que estudar mais o diário durante as férias, pois Dumbledore havia lhe dito que eles não sabiam quando, mas tinham certeza que Gina seria de grande importância logo.

Durante aqueles meses, estudando o diário de Lílian, Gina havia feito uma importante descoberta: que todo e qualquer feitiço que tivesse que usar seu dom, seria ativado por um sentimento chave. Também havia descoberto que muitas vezes, o dom era ativado progressivamente, como se pudesse armazenar seus sentimentos para usar toda a força num determinado momento. O ambiente em que estava também influenciava em seu dom, assim como os sentimentos dos outros, especialmente com quem tivesse uma ligação emocional.

Após todas essas descobertas, Gina entendia muito melhor o que tinha acontecido na noite de Halloween, quando Harry havia sido salvo pelo amor de sua mãe.

Olhou outra vez, de relance, para a direção do dormitório de Harry. Queria poder fazer algo, mas sabia que às vezes não podia fazer nada.

*~*~*

Harry subiu as escadas e se jogou em sua cama. Todas aquelas coisas que Dumbledore lhe tinha dito o tinham deixado profundamente triste. Não que Harry quisesse que Voldemort matasse seus tios, pois mesmo com todas as coisas que eles haviam feito ele sofrer, Harry achava que ninguém merecia morrer daquele jeito tão cruel. Por outro lado, a raiva que Harry tinha daquele Voldemort só crescia quando ele pensava em tudo o que havia perdido. Ele não conseguia entender a sede de poder que Voldemort tinha. Mas talvez ninguém conseguisse...

De repente, sua coruja Edwiges apareceu na janela, trazendo uma carta de Sirius para ele.

"Harry,

Estou lhe mandando essa carta para avisa-lo que estou bem, não se preocupe. Eu, Arabella e Remo teremos de ajudar na Ordem durante as suas férias. Acho que você já está sabendo que terá de continuar a morar com os Dursley. Eu sinto muito e confesso que, quando fiquei sabendo, fiquei muito nervoso com Dumbledore. Mas agora que estou a par de todos os fatos, penso que será melhor. Mas não se preocupe, pois Arabella vai estar aí por perto e eu provavelmente vá te ver o dia que os Dursley deixarem você com ela. Qualquer coisa que precisar, me mande uma coruja, ou para sua tia Arabella também. Adoraríamos ir aí te ver, mas nós três estamos cheios de trabalho para fazer. A Arabella te manda um beijo e o Remo pede para você mandar uma coruja para ele durante as férias.

Seu padrinho, Sirius Black"

Harry ficou feliz em saber que Sirius estava bem e que iria vê-lo durante as férias. Ficou feliz também ao lembrar-se da madrinha. Havia conversado muito pouco com ela e gostaria de conhece-la melhor. Mas, pelo visto, logo iria surgir uma nova oportunidade.

~*~*~

Aquele era o penúltimo dia antes das férias. Logo mais, à noite, haveria um banquete de formatura para os alunos que finalmente deixavam Hogwarts. Harry nunca tinha nem ouvido falar disso, mas aparentemente acontecia todos os anos, e ele só descobrira agora pois Fred e Jorge o convidaram. Ele, é claro, iria. Os gêmeos também disseram que iriam tentar a abrir a loja de logros e brincadeiras o mais rápido possível. Eles estavam entusiasmados, porque um bruxo muito rico havia resolvido patrociná-los.

Ao olhar para as mesas das casas no café da manhã, Harry pensou em como todos haviam amadurecido durante aquele ano. Até mesmo os sonserinos, apesar de tudo. A guerra acabava com a infância de cada um, fazendo de todos aqueles adolescentes adultos muito rapidamente. Claro, eles ainda ririam e fariam as brincadeiras que todo adolescente faz, passariam pelas suas crises de vez em quando, mas seriam adultos. Carregavam a responsabilidade de sobreviver a algo que eles nada tinham feito para merecer.

Numa guerra, não há vencedores.

Pressentindo a tristeza repentina de Harry, Gina pousou sua mão sobre a dele e apertou, dizendo com os olhos o que nenhum dos dois poderia colocar em palavras. Ele sorriu.

*~*~*

O banquete de formatura estava animado. Todos os formandos estavam aproveitando ao máximo aquela última festa no castelo. Muitos estavam sentados com suas turmas, conversando, lembrando de tudo o que haviam aprontado durante aqueles sete anos juntos. A mesa onde estavam sentados os formandos da Grifinória explodia em risadas, lembrando das confusões que Fred e Jorge tinham aprontado. Os professores ajudavam nas memórias, lembrando de como ficaram bravos, de todas as broncas e detenções.

Harry estava sentado mais no canto, com Gina a seu lado, Rony e Hermione a sua frente. Eles estavam conversando sobre tudo o que havia acontecido naquele ano. Harry já havia contado sobre a conversa que tivera com Dumbledore, e Rony já havia convidado ele para passar a última semana de férias na Toca (Dumbledore não havia deixado Harry ir antes, dissera que era perigoso). Hermione iria para lá antes.

Depois que todos haviam jantado Dumbledore levantou-se para falar algumas palavrinhas:

"Eu olho para todos que estão hoje se formando e reconheço todos esses rostos. Rostos tão familiares para mim e para todos os professores, que passaram os últimos sete anos ensinando-os a serem bruxos melhores. Preparando-os para a vida adulta, para fazer deste um mundo melhor. Ao longo desses anos, vocês aprenderam muito, não só nas aulas, mas também no convívio diário com seus colegas. Aprenderam a respeitar as diferenças, a conhecer novas opiniões. Nós também aprendemos muito com vocês. E hoje vocês estão prontos para enfrentar o mundo. Confesso que esse não era o mundo que nós gostaríamos que vocês enfrentassem, mas acreditamos que, através das suas escolhas, vocês poderão ajudar a fazer deste, um mundo melhor. Termino agradecendo por todos esses anos, por tudo que vocês nos ensinaram e por terem permitido que nós passássemos algo do que sabemos para vocês. Sentiremos a sua falta, mas esperamos um dia poder encontrar vocês e descobrir que vocês atingiram suas metas e conquistaram seus sonhos"

Uma salva de palmas se seguiu ao discurso de Dumbledore. Muitos estavam com lágrimas nos olhos. Então, a Profa. McGonagall se levantou e chamou os alunos, um por um, para receberem seus certificados. Quando Fred e Jorge foram chamados, todos os grifinórios levantaram de suas cadeiras e aplaudiram. Por fim, McGonagall chamou o último aluno (um da Lufa-Lufa) e todos começaram a se abraçar. Muitos nem se conheciam, mas se cumprimentavam pela formatura e desejavam boa sorte mesmo assim.

Depois disso, alguém colocou uma música agitada e aos poucos, todos começaram a dançar. Gina, Harry, Rony e Hermione, que estavam um pouco cansados e com nenhum pingo de vontade de dançar, decidiram ir para suas camas. Foram até Fred e Jorge, os cumprimentaram e foram embora.

*~*~*~*

No dia seguinte, todos arrumaram seus malões e pegaram o Expresso de Hogwarts, de volta para casa. Harry olhou ao redor no quarto e concluiu que aquele ano acabara rápido demais. Tantas coisas haviam acontecido... Sorriu ao pensar em Gina. Definitivamente, ela fora uma das suas melhores descobertas.

No trem, voltando para casa, estavam todos calados. Rony e Hermione tinham sumido para aproveitarem melhor os últimos momentos do ano. Harry estava abraçado a Gina, que olhava para o vazio. Ao mexer nos cabelos vermelho- flamejantes da namorada, ela se voltou para ele e sorriu, dando-lhe um beijo.

"Harry..."

"Fala, Gina"

"Você não vai tentar se fechar de novo, vai? Ficar sem falar com ninguém sobre o que está sentindo? Achar que tudo isso que está acontecendo é culpa sua?"

"Não, não e não" Disse Harry, sorrindo ao perceber que era isso que a preocupava.

"É sério, Harry. Você vai me mandar notícias suas sempre, não vai?"

"Claro, sua boba"

"E promete que não vai se esquecer de mim?"

"Prometo. Palavra de escoteiro" Harry disse, levantando a mão direita.

"Palavra do quê?" Gina perguntou, confusa.

"Ah, nada não. Esquece!"

"Tudo bem" Gina respondeu "E isto..." disse ela, abraçando-o pelo pescoço e dando-lhe um longo beijo. Quando eles pararam, os dois estavam ofegantes. "... é só para ter certeza de que você não vai esquecer de mim mesmo"

"Gina, você é inesquecível... mas eu ando tendo uns lapsos de memória. Você não quer tentar me fazer lembrar mais um pouquinho?" Ele disse, com um sorriso inconfundível no rosto.

"Seu safado..." Ela sorriu, dando-lhe um tapinha de leve no ombro, mas fazendo o que ele pediu.

O trem parou e eles desembarcaram. Harry se despediu dos seus amigos, dando um beijo rápido em Gina, um pouco desconfortável pois sabia que o Sr. Weasley estava olhando. Assim que atravessou a barreira para o mundo trouxa, viu seu tio Valter o esperando. Sem dizer uma palavra, o tio o levou até o carro. Olhando para o céu, Harry pensava que nenhum daqueles trouxas sabia o perigo que corriam e suspirou.

O que tiver de ser, será.

FIM

*~*~*

N/A: Gente, ainda não acredito que consegui. Quando comecei a escrever, não tinha nem idéia de que acabaria assim, mas agora que concluí, acho que era assim que eu queria que acabasse desde o começo. Eu quero agradecer à Amanda (que foi a primeira a deixar uma resenha pra mim. Valeu Amanda!), a Andrea (que deixou 12 das 22 resenhas que eu recebi, sempre me apoiando muito. Muito, mas muito obrigado mesmo!) a BuffyHalliwell (pelas resenhas e pelo 'Selo Beta de Qualidade') a Fabi (que só me deixou uma resenha, mas eu adorei!) e a todo mundo mais que leu e não deixou resenha. Muito obrigado pelo apoio e por terem me agüentado até aqui! E aguardem, em breve eu lanço mais uma fic, uma seqüência dessa daqui, mas muitos anos para frente. VALEU!!!!