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::sexta parte:: Willow fechou os olhos por uns momentos, a imagem de Tara logo veio à sua lembrança. Ela sorriu, tristemente. Sentia tanta saudade... Abriu os olhos de novo, sabia exatamente o que deveria fazer. _ Você acha, Amy? Não, eu vim para impedir – a ruiva respondeu, soltando uma rajada de poder na direção de Amy, jogando-a para o lado. _ Não! – Lilith guinchou dentro de Amy – Não deixe, Amy! Lute, lute! Amy levantou-se e tentou atingir Willow, da mesma forma que esta a atingira antes, mas a bruxa foi mais rápida e conseguiu evitar o golpe. Infelizmente, não conseguiu evitar o segundo e foi jogada a metros de distância. _ Onde nós paramos mesmo? Ah, sim, quando eu estava para fazer fazer... isso! – Amy disse, se sentindo vitoriosa e, colocando uma das mãos no peito de Dawn, começou a sugar sua energia – Nossa, isso é muito bom, melhor que qualquer coisa que eu já experimentei... – comentou em êxtase. Dawn começou a gritar em agonia, tremendo sem conseguir se controlar. _ Não! – Willow gritou e mandou uma rajada ainda mais forte, o que afastou Amy para longe. Ela sentiu que sua energia não iria durar para sempre e se algum milagre não acontecesse logo, Lilith seria libertada. E ela sabia exatamente quais eram as intenções daquele demônio. Talvez Amy não soubesse, mas ela sabia. [...] _ Qual o problema com vocês, homens? Será que homens só dirigem velozmente em filmes de televisão? - Buffy comentou nervosa, para fazer com que Giles dirigisse mais rápido. _ Estou dirigindo o mais rápido que posso! – Giles se defendeu, mas mesmo assim pisou mais fundo no acelerador. _ Ali! – Xander apontou. – É ali que fica o templo. Buffy seguiu a indicação do amigo e viu a irmã sendo sugada por Amy: _ Oh, meu deus, Dawn! _ E Willow. Estão lutando. Willow está defendendo a Dawn, afinal. – Xander disse, aliviado. Aquilo não melhorava automaticamente a coisa toda, mas era bom ver que Willow estava do lado certo da luta, desta vez. Mal Giles estacionou o carro e Buffy pulou para fora, correndo na direção da irmã. _ Buffy! – Dawn gritou o mais alto que pôde. _ Ah, não, de jeito nenhum! – Amy percebeu o que estava acontecendo, apontou o dedo na direção da Caça-Vampiros e uma rajada de poder jogou Buffy para longe. Giles e Xander tentaram descer para ajudá-la, mas Amy foi mais rápida e simplesmente os prendeu dentro do carro, selando as portas. Buffy se levantou rapidamente e tentou forçar a fechadura, mas viu que conseguiu abrir não mais que uma fresta. Precisaria de mais tempo para conseguir soltá-los e simplesmente não tinha aquele tempo. Foi quando ela escutou a voz de Willow dentro de sua cabeça: "eu chamei alguém. Tente distraí-la". "O que eu faço, o que eu faço?", Buffy respondeu em pensamento, entrando em pânico. "Eu não sei. Lembra no casamento do Xander, quando você fez malabarismo com aquelas bolas?" Buffy a olhou chocada, mas viu que a amiga estava sorrindo para ela e então percebeu que estava só brincando. "Amy. Não desperdice energia com elas, me solte, use a energia da menina em mim. Me liberte.", Lilith gritou na cabeça de Amy. Amy levantou-se e começou a focalizar seus poderes na imagem presa no templo. _ Então, Amy, você sabe o que vai acontecer quando a soltar? Ela vai matar a todos e isso inclui você também. – Buffy se aproximou, tentando fazê-la mudar de idéia. Amy parou um pouco e respondeu, a dúvida tomando sua voz: _ Isso é mentira. Ela me prometeu... - ela mordeu o lábio. _ Demônios não cumprem promessas, Amy. – Buffy respondeu. Percebendo que Amy estava começando a acreditar em Buffy, Lilith gritou: "Não! Ela está mentindo. Eu vou cumprir o que prometi, se me libertar, Amy". Com a promessa do demônio feminino ressegurada, Amy voltou suas mãos novamente na direção da estátua, mas Willow a atacou com outro raio, atrasando-a mais um pouco. "Agora, Buffy" – Willow a alertou silenciosamente. Buffy correu o mais rápido que pôde na direção da irmã e começou a desamarrar as cordas. Todos escutaram o ronco de uma moto se aproximando. Buffy olhou na direção de onde vinha o barulho e viu que era Spike que chegava. Ele acelerou a moto na direção de onde estavam Buffy e Dawn e parou ao lado delas, esticando a mão para levantar a menina como se ela não pesasse nada e depositou-a na moto. O esforço fez com que alguns pontos estourassem e ele começou a sangrar. Porém, quando pensou que Buffy subiria também, ela sacudiu a cabeça: _ Não, leve-a. Leve-a para longe daqui. _ Mas... - ele a olhou, sem entender. _ Não tem "mas". Vai dar tudo certo. – ela foi incisiva. Mesmo preocupado, Spike acelerou a moto novamente e tentou fazer o que Buffy pedira. Mal havia andado alguns metros, quando Lilith alertou Amy: "A Chave! Não o deixe levar a Chave!" Amy jogou Buffy para longe como se fosse uma boneca de trapos e imediatamente criou um círculo de fogo ao redor da moto, forçando Spike a frear violentamente, o que quase jogou os dois para longe. Aterrorizada, Dawn enfiou o rosto nas costas dele e abraçou-o mais forte. _ Meu Deus, você está sangrando! – a garota disse com medo, sentindo a frente da camisa dele empapada de sangue. _ É, eu estou, pedacinho. Agora se segura, porque eu vou tentar atravessar. Quando eu acelerar, se abaixe. – ele respondeu como se não ligasse, embora estivesse sentindo que desmaiaria de dor a qualquer minuto. Dawn se segurou mais forte e Spike acelerou, se preparando para escapar. Amy tentou detê-los mais uma vez, mas Willow começou a formular um encanto em voz baixa. Amy começou a gritar quando percebeu o que estava acontecendo, mas logo havia sido reduzida novamente à forma de um rato. Depois, com o que restara de seus poderes, na verdade, o que restara dos poderes que roubara de Giles meses atrás e que a estavam sufocando desde então, Willow fez o templo descer lentamente, até que não restasse mais nenhum vestígio dele na areia. Aproximou-se da ratinha e a pegou no colo, acariciando seu pelo negro: _ Era muito cedo para você sair da gaiola, Amy, era sim... – disse, pensativa. Buffy se aproximou: _ Como você soube... como você soube que Spike... _ Dawn estava tão preocupada que você o deixaria ir embora de novo, que me contou tudo, embora eu ache que ela não soubesse que eu estava realmente escutando tudo o que dizia. A última coisa que Buffy gostaria de admitir era que também detestaria ver o rapaz ir embora novamente. Estava confusa demais para tentar discernir momento se ficara contente por vê-lo novamente ou se detestava toda a situação. Provavelmente um pouco das duas coisas. Por isso, habilmente mudou de assunto: _ Mas e você? Está bem? _ Eu estou bem. Sinto muito, Buffy... _ Sem problema. Eu sempre soube que você não queria fazer tudo aquilo. _ Na verdade, eu queria sim... – Willow sorriu, ao perceber o olhar espantado da amiga – Não a parte de querer destruir o mundo ou de dizer que sabia que a questão da Caça-Vampiros se resume a poder, ou de achar que você merecesse ter todos os centímetros de seu traseiro chutados. Mas sim que eu sinto muito ter te trazido de volta, arrancado você de um lugar tão melhor que esse... desculpe. _ Melhor que Sunnydale? Você deve estar brincando! – Buffy gargalhou e Willow acabou acompanhando-a na risada. As duas chegaram até onde a moto de Spike estava estacionada e viram que Dawn estava de costas, amparando o rapaz. _ Dawn. Como você está? – Buffy perguntou para a irmã. _ Eu estou bem – a garota se virou e então a irmã viu o sangue em seus braços. _ Oh, meu Deus, você está ferida! – Buffy arregalou os olhos, assustada. _ Não, mas ele está. - a garota respondeu, referindo-se ao amigo. _ Spike! Estúpido, estúpido, Spike! – Buffy quase gritou, enquanto pegava o braço livre dele e ajudava Dawn a carregá-lo – Eu lhe disse para você ficar. Por que... por quê? _ A ruiva aqui chamou. O que exatamente você queria que eu fizesse? Que eu ficasse lá, esperando? - ele riu, apesar da dor. _ Claro que não, afinal, por que esperar que você faria o que eu pedi? - ela rolou os olhos. _ Ahn... pessoal... – Dawn se meteu – vocês dois vão continuar brigando? Porque a gente tem que arranjar um jeito de soltar o Giles e o Xander e correr para o hospital... [...] No dia seguinte, domingo, Buffy acordou bem cedo e foi até o quarto de Willow. Ela estava realmente com medo de encontrá-la no estado de antes, mas precisava verificar. Mesmo com a amiga salvando sua irmã no dia anterior, a Caça-Vampiros não tinha certeza se aquilo era uma indicação segura de que, enfim, retomaria a própria vida. Atravessou o corredor e entrou no quarto em que Willow ocupara anteriormente com Tara. Estava vazio. _ Oh... droga! - ela suspirou, quando percebeu que Willow não estava ali. Foi quando se lembrou que só havia um lugar possível onde poderia encontrá-la. Trocou de roupa rapidamente e deixou a casa. |
