Autora: Flora Fairfield
E-mail: florafairfield@yahoo.com
Disclaimer: Eles são da Rowling. Só dela e de mais ninguém, ok? (tá, da Warner também...).
N/A: Agora é que as coisas vão começar a esquentar... As crianças finalmente vão para Hogwarts...
* * *
Capítulo 7: Encontros InesperadosHarry acordou com o barulho de vozes ao ser redor. Rony estava discutindo com os gêmeos.
- Pela última vez - ele falou quase gritando com os irmãos - onde está o meu distintivo de monitor?
Harry se virou na cama, cobrindo a cabeça com o travesseiro, tentando voltar a dormir.
- Nós não sabemos - respondeu Jorge.
- Nós vamos sair daqui a pouco para Hogwarts... Se eu não encontrar o meu distintivo...
- Desencana, Rony.
- É, isso mesmo - concordou Fred, já se dirigindo para a saída do quarto - A gente não viu nada, não sabe de nada! - e bateu a porta com força.
- Droga! - suspirou Rony impaciente - Agora, o que eu vou fazer?
- Rony - começou Harry, descobrindo o rosto e olhando para o amigo - Por acaso, o distintivo que você está procurando é esse que eu estou vendo debaixo da sua cama?
- O quê!!! - exclamou o outro, ajoelhando-se no chão e esticando o braço para alcançar o broche de metal - Ainda bem - e começou a limpar o distintivo com o lençol da cama - É melhor você se levantar, Harry. Todo mundo já está acordado. Eu te espero na cozinha, ok? - e saiu para o corredor como os gêmeos tinham feito um pouco antes.
Sozinho, Harry se esticou na cama e fitou o teto. Era hora de ir para Hogwarts. Ele estava feliz com isso, apesar de tudo. Levantou-se e se arrumou. As malas já estavam prontas desde a noite anterior. Na cozinha, os Weasley e Mione tomavam o café apressadamente. Eles estavam um pouco atrasados. Só para variar.
Os táxis que a Sra. Weasley chamou para levá-los à estação onde deveriam pegar o expresso para Hogwarts logo chegaram. Demorou um pouco até que todos estivessem devidamente acomodados com suas respectivas bagagens, corujas e gato. Os taxistas trouxas olhavam para eles como se estivessem olhando para um bando de malucos. "Quem pode culpá-los?", pensou Harry. Felizmente, contudo, os motoristas não fizeram nenhum comentário desagradável e, antes que Harry pudesse perceber, já estava desembarcando na estação King's Cross, em Londres. Eles tinham ainda vinte minutos para se dirigirem até a plataforma nove e meia, ou melhor, até a barreira entre as plataformas nove e dez da estação. Aí, bastaria que eles discretamente atravessassem a barreira, andando diretamente na direção dela.
Harry já deveria a esta altura estar completamente acostumado a isso. Afinal, ele era um aluno do quinto ano e não um novato. Cada vez que ele atravessava para a plataforma nove e meia, entretanto, e se deparava com o trem vermelho que levava os alunos à escola e com todos aqueles bruxos e bruxas indo e vindo, ele era surpreendido. Era incrível que aquilo fosse possível.
- Vamos pegar uma cabine no fim do trem? - perguntou para Rony e Hermione. Os dois amigos se entreolharam constrangidos.
- É que... bom, os monitores têm um vagão na frente só para eles - explicou Hermione.
- Ah, sim, claro - respondeu Harry um pouco sem jeito - tudo bem. Eu só tinha esquecido.
- Liga não, Harry - interrompeu Fred.
- É, você pode ficar com a gente e garanto que vai se divertir bem mais do que no vagão dos monitores - completou Jorge com um olhar malicioso.
- Meninos! - interrompeu a Sra. Weasley - Nada de travessuras! Vocês já passaram da idade, entenderam bem?
- Claro, mamãe - disse Fred.
- Não se preocupe - confirmou Jorge.
A Sra. Weasley deu um sorriso para os filhos. Depois, abraçou os dois carinhosamente. Harry, Hermione, Rony e Gina também se despediram dela e entraram no trem. Rony e Mione foram para o vagão dos monitores, enquanto Fred, Jorge, Gina e Harry escolheram uma cabine no final, como Harry sugerira. Logo Lino Jordan, o amigo dos gêmeos, se juntou aos quatro e eles conversaram animadamente a viagem inteira. Também jogaram um pouco de snap explosivo e comeram algumas guloseimas que a bruxa com o carrinho de doces passou vendendo. Pouco depois disso, Mione apareceu na porta furiosa. Ela já estava vestida com as roupas de Hogwarts e deu a desculpa de ter ido ali avisá-los que eles também deveriam se trocar, pois o trem não demoraria a chegar à escola. Harry, entretanto, ficou imaginando se as brincadeiras de Rony não teriam nada a ver com a raiva da garota.
Quando o trem parou na estação e todos desceram para a plataforma, Fred, Jorge e Lino se distanciaram um pouco, indo conversar com outros amigos do sétimo ano e o Neville apareceu para falar com a Gina. Harry e Mione ficaram sozinhos um momento até que Rony apareceu andando na direção deles. Aí sim, Harry teve certeza que ele tinha muito a ver com o humor da Hermione.
- Rony - disse a menina com raiva - eu já não avisei pra você não falar comigo pelo menos até a gente chegar a Hogwarts?
- Quem disse que eu vim falar com você? Eu vim falar com Harry! Você é que se meteu!
- Você é que não devia ter chegado tão perto de mim!
- Ah, Mione, cala a boca!
- Calem a boca vocês dois - eles ouviram uma voz autoritária mais que conhecida dizer por cima de suas cabeças - Dois monitores da escola se comportando dessa forma quando deveriam dar o exemplo para os outros alunos? Cinco pontos a menos para a Grifinória.
- Mas Prof. Snape, o ano letivo ainda não começou...
- Não interessa, Srta. Granger. Agora vamos, sem discussão. Vocês têm que sortear a carruagem na qual vão viajar. Mexam-se!
- Sortear? - perguntaram Hermione e Harry juntos assim que se afastaram do Snape.
- Era isso que eu vim avisar. O Snape veio tomar conta do desembarque hoje e ele não vai deixar a gente viajar com quem quiser. Vai ser sorteio.
- Mas que droga! - disse Harry - Com a minha sorte eu vou acabar com o Draco e os capangas dele!
- Calma, Harry - disse Mione tranqüilamente, enquanto esticava a mão para tirar o pedaço de papel com o número da carruagem de dentro de uma sacola que um aluno da Sonserina segurava - As chances disso acontecer são pequenas. A escola tem muitos alunos.
- É, isso é verdade - concordou Rony, fazendo a mesma coisa - Mas, Mione, - observou ele comparando seu pedaço de pergaminho com o dela - quais são as chances de nós ficarmos na mesma carruagem, hein?
- O quê?! - ela exclamou indignada - Droga! É verdade. Carruagem número 16.
- Será que dentro da mesma carruagem é longe o suficiente para você?
- Cala a boca!
- Quietos vocês dois! - disse Harry, pegando também o papel na sacola - Parem de brigar! Vocês vão acabar se matando antes da gente chegar à escola. E eu nem vou poder separá-los! Vejam: carruagem número 9.
- Não se preocupe, Harry - Hermione falou, arrancando de sua mão o pedaço de pergaminho e entregando-lhe o dela - Você pode ir com o Rony. Eu vou estar bem melhor longe dele!!! - e saiu batendo os pés no chão antes que Harry pudesse dizer qualquer coisa.
- Vamos, Harry - Rony puxou seu braço na direção oposta - Nós temos que ir antes que o Snape venha tirar mais pontos da Grifinória.
- Mas a Mione...
- Problema dela! A gente vai se ver em Hogwarts de qualquer forma, anda...
Hermione chegou à carruagem 9 ainda com raiva. Nenhum outro aluno estava por perto, então ela entrou e bateu a porta com força. Ficou calada, com os braços cruzados, pensando nas provocações de Rony por alguns minutos até que começou a ouvir vozes vindas do lado de fora.
- Anda, Crabbe, qual é o número da carruagem mesmo? - perguntou a última voz que ela queria ouvir no momento.
- É... - respondeu outra voz depois de alguns instantes - eu acho que é a nove...
- Você acha? Quão difícil é ler um número num pedaço de papel, seu imbecil?
- É, é a nove - respondeu o outro um pouco ressentido.
- Então, vamos - disse autoritário Draco Malfoy enquanto abria a porta da carruagem - Ora, ora, olhem quem vai viajar conosco...
- Dá um tempo, Malfoy - Mione falou com mais raiva ainda, vendo Malfoy, Crabbe e Goyle entrando e sentando espremidos no banco a sua frente.
- 'Tá nervosinha hoje, Granger? - o outro perguntou irônico. Crabbe e Goyle ficaram dando risadinhas ao fundo.
- Eu não acredito! - Mione interrompeu as risadas deles completamente perplexa ao notar o distintivo no peito do Malfoy - Você é monitor?
- Claro! Ou você esperava que apenas sangue-ruins ou bruxos de segunda como os Weasley fossem escolhidos?
- Os Weasley são bruxos muito melhores do que a sua família nojenta! Você não tem o direito de falar assim deles!
- Uh! 'Tô morrendo de medo dela!!! Pára de defender seus amiguinhos... Ou não, melhor ainda, pode continuar sim, afinal vocês são todos da mesma laia...
Mione já tinha levantado o braço para dar um tapa na cara do Malfoy, mas conseguiu parar a mão no ar quando ouviu mais vozes vindo do lado de fora. Dino Thomas, um aluno do quinto ano da Grifinória e mais dois alunos da Lufa-Lufa do sétimo ano que Mione não conhecia tinham acabado de abrir a porta e notaram, surpresos, que todos os lugares já estavam ocupados.
- O que vocês estão fazendo aqui? - perguntou um dos alunos da Lufa-Lufa.
- Como assim o que nós estamos fazendo aqui? Esses são nossos lugares! - respondeu Draco.
- Não são, não. São nossos! - disse Dino Thomas mostrando o pedaço de pergaminho com o número nove escrito de forma bem legível. Os outros dois fizeram o mesmo.
- Crabbe!!! - Draco olhou para o garoto furioso - Deixa eu ver os papéis do sorteio! - o outro entregou-lhe os papéis tremendo - Seu imbecil! Esse número é um 6!!! Não um 9! Você estava lendo de cabeça para baixo!
- Bom, Malfoy, parece que infelizmente nós não vamos viajar mais juntos, não é mesmo? - Hermione falou com o sorrisinho vitorioso. Vendo esse ar de vitória na garota, entretanto, Draco mudou de idéia.
- Não seja por isso, Granger, agora que a gente já está aqui, a gente fica. Vocês podem ir para a carruagem número 6 - completou olhando para o Dino e os alunos da Lufa-Lufa.
- De jeito nenhum, Malfoy! Esse é o nosso lugar e é aqui que nós vamos ficar! - falou Dino furioso. Infelizmente, entretanto, o Prof. Snape estava perto na hora e, notando a confusão que se armava, aproximou-se.
- Algum problema, Sr. Malfoy? - ele perguntou.
- Sim, Professor. Esses três estão querendo que nós saiamos daqui para que eles possam viajar com a amiguinha deles...
- Isso é mentira! - começou Hermione indignada.
- Calada, Srta. Granger. Vocês três, mexam-se. Podem ir procurar a sua carruagem certa.
- Mas, Professor...
- Sem mas nem menos. Andem logo, antes que eu tire mais algum ponto da Grifinória e da Lufa-Lufa!
- Desculpe, Mione - sussurrou Dino, enquanto ia embora.
- Espero não ter mais nenhum problema aqui, entenderam bem? - Snape falou olhando diretamente para Hermione. Ela sabia que seria culpada se qualquer coisa acontecesse.
- Não se preocupe, Professor - respondeu Draco com um sorriso nos lábios - Tudo vai correr muito bem - e depois que Snape foi embora - O que era mesmo que você estava dizendo, Granger?
- Me deixa em paz, Malfoy! - Hermione revirou os olhos e encostou-se à poltrona desanimada. Por que, afinal de contas, ela trocara de lugar com o Harry? Mil vezes melhor seria aturar o Rony imitando o Krum do que ter que viajar com Malfoy, Crabbe e Goyle. Ela tentou fechar os olhos querendo sumir, desaparecer, ou melhor: fazer os três garotos na frente dela desaparecerem. Colocou as mãos sobre o colo, o mais longe possível do bolso onde estava a varinha já que ela sabia que a tentação seria grande demais e tentou não dar atenção ao que eles diziam, mas era difícil. Muito difícil.
- O que, afinal, você fez pra Mione ficar com tanta raiva? - perguntou Harry conforme os dois se aproximavam da carruagem 16.
- Nada de novo. Só o normal.
- Rony!
- Ah, Harry, corta essa! Eu só estava imitando um pouco o namoradinho dela.
- Ele não é namoradinho dela!
- Por acaso você é?
- Claro que não - respondeu Harry rapidamente, horrorizado com a idéia.
- Então pára de defendê-la, ok?
- 'Tá bom, 'tá bom. Eu já tinha dito mesmo que não ia me meter.
- É, acho bom - e, mudando de assunto - Olha só quem vai na mesma carruagem que a gente - Harry virou-se na direção que Rony apontava e seu coração deu um pulo dentro do peito - Cho Chang! É impressão minha ou a mão de alguém começou a tremer agora? - perguntou ele maldosamente.
- Não enche, Rony. Eu não atiraria pedras se meu telhado fosse de vidro - Harry observou, adiantando-se.
- Ei! O que você quer dizer com isso? - falou Rony, apertando o passo para alcançar o amigo. Quando conseguiu, entretanto, Harry já estava diante da apanhadora do time da Corvinal. Além dela, uma outra garota da Sonserina, a Pansy Parkinson, iria com eles, mas a menina parecia bem calminha longe dos seus companheiros de casa. Ela se sentou com a cara emburrada e ficou em silêncio, com os braços cruzados. De qualquer forma, ninguém estava mesmo muito interessado nela.
- Oi, Harry - Cho cumprimentou-o educadamente. A garota ainda não recuperara sua aparência normal. Estava pálida como da última vez que Harry a vira, no banquete de despedida de Hogwarts, após a morte de Cedrico Diggory. "Mas continua bonita do mesmo jeito", pensou Harry involuntariamente.
- Oi - ele respondeu se esforçando para não gaguejar nem começar a falar besteiras - Tudo bem?
- Tudo - ela respondeu e os dois ficaram se entreolhando por um momento.
- Oi, Cho! - interrompeu Rony - É melhor a gente entrar antes que o Snape passe puxando nossas orelhas.
- Verdade - ela concordou, subindo na carruagem.
- O quê? - perguntou Rony para Harry, diante do olhar reprovador do amigo - O que eu fiz de errado?
- Nada. Absolutamente nada - o outro respondeu irritado, enquanto também entrava na carruagem. Cho havia se sentado no banco em frente a Pansy Parkinson, deixando um lugar vago ao seu lado, onde Harry rapidamente se acomodou. Quando Rony entrou também e percebeu que teria que ficar ao lado da garota da Sonserina, soltou um resmungo de insatisfação, ao qual a menina respondeu com um olhar mal-criado.
Não demorou muito, contudo, e as carruagens começaram a se mover, a caminho da escola. A noite estava escura e fria, mas não estava chovendo, o que era realmente uma sorte para os alunos do primeiro ano que deviam estar atravessando o lago de barco naquele exato momento. Dentro das carruagens que os outros alunos usavam, entretanto, se estivesse chovendo não haveria muita diferença. Apesar do frio do lado de fora, bastava deixar as janelas fechadas para que todos se sentissem devidamente aquecidos.
Harry olhou para Rony, que estava concentrado em ficar o mais longe possível de Parkinson, e depois para Cho. A menina mantinha o rosto virando para a janela. Harry não sabia se ela estava conseguindo enxergar alguma coisa com a escuridão do lado de fora, mas, de um jeito ou de outro, ela não dava sinais de que iria prestar a mínima atenção nele num futuro próximo. Virou-se, então, novamente para Rony, mas o amigo, por sua vez, também estava com os olhos grudados na janela do seu lado. "Estou bem arranjado", pensou Harry, resignando-se àquele silêncio que se impôs sobre eles.
A viagem pareceu levar uma eternidade graças a isso. Quando eles finalmente pararam às portas da escola, Harry foi o primeiro a descer da carruagem. Ele realmente precisava de um pouco de ar fresco. Cho logo o seguiu. Ela se despediu educadamente dele e de Rony e foi se juntar às suas amigas da Corvinal. "Maravilhoso", ele pensou, observando-a se afastar, "Agora eu não vou ter tão cedo outra chance de falar com ela assim...", mas seus pensamentos foram interrompidos pelo Rony.
- Cadê a Mione? - ele perguntou olhando ao redor.
- Não sei - o outro respondeu de mau-humor - Ela já deve ter entrado. Vamos.
- É, tem razão - concordou Rony, seguindo-o.
Os dois entraram no saguão da escola. A maioria dos alunos já se amontoava por ali, mas Hermione ainda não estava a vista.
- Ela já deve estar chegando - falou Harry enquanto via Snape entrando também no saguão. A Profa MacGonagall se aproximou dele, perguntando algo em voz baixa. Ela parecia preocupada e Snape puxou um pergaminho e começou a ler algo para ela. Harry sentiu um arrepio percorrendo sua espinha. Algo não estava certo.
- Vamos, Rony, - ele chamou - vamos perguntar à McGonagall.
- Professora - chamou Rony quando eles chegaram perto.
- Vê, Severo - ela falou, dando uma olhada nos garotos e voltando-se para Snape - Isso não pode estar certo. O Sr. Potter está aqui e não na carruagem número 9!
- Com licença, Professora, mas é que, bem, a Hermione trocou de lugar comigo...
- Trocou de lugar? Como você permitiu isso, Severo? - McGonagall parecia horrorizada.
- Eu obviamente não sabia!
- E o que você me diz dos outros três? O Sr. Thomas da Grifinória e os Srs. Donovan e McBlue da Lufa-Lufa também estão aqui e eles deveriam estar na carruagem número 9! - ao ouvir isso, um brilho de compreensão passou pelos olhos de Snape.
- Com licença, Professora - dessa vez foi Rony que interrompeu - O que aconteceu? A gente está procurando a Mione, mas ela ainda não chegou... A senhora sabe onde ela está?
- Quem estava na carruagem 9 eram os Srs. Malfoy, Crabbe e Goyle. Eu os deixei trocar de lugares - falou Snape, ignorando completamente Rony.
- Ora, Severo, isso foi uma irresponsabilidade muito grande. A idéia era nós sermos capaz de saber quem estava em cada carruagem. E agora, o que você me diz?
- Professora! - falou Rony alto. Ele estava quase indo à loucura com aquela conversa - O que está acontecendo?
- Nada, Sr. Weasley - respondeu Snape friamente - Eu vou falar com o Prof Dumbledore.
- Ótimo - Minerva respondeu - Eu vou pedir Hagrid para organizar uma busca.
- Onde está a Hermione??? - perguntaram Harry e Rony ao mesmo tempo, antes que a professora pudesse se distanciar deles. Ela olhou para os dois, como que avaliando-os, medindo-os, para decidir se deveria ou não falar alguma coisa. Por fim, decidiu-se:
- Nós não sabemos. Aparentemente, a carruagem em que ela estava se perdeu.
- Se perdeu?
- Isso não é algo inédito. Já aconteceu antes. Não se preocupem. Nós vamos encontrá-la rapidamente.
- Ela estava com o Malfoy, o Crabbe e o Goyle? - perguntou Rony temeroso.
- Sim, estava. Agora, se os senhores me dão licença... - respondeu a professora se afastando.
- Isso não pode ser bom sinal - falou Harry, encarando Rony - Nada em que aqueles três estão metidos pode ser um bom sinal.
- Droga! Por que eu fui brigar com ela logo hoje???
- Pára com isso, Rony. Não vai adiantar nada você se culpar.
- Tem razão.
- Venha, vamos falar com o Hagrid. Talvez ele nos diga algo mais.
- Verdade!
E os dois saíram do saguão atrás da MacGonagall quase correndo. Os outros alunos aparentemente não tinham percebido o que estava acontecendo. Provavelmente achavam que os quatro deviam ter se atrasado falando com alguém, com algum professor talvez. Mas Harry sabia que algo estava errado. Ele podia sentir isso. Seu coração estava apertado. Se alguma coisa acontecesse à Hermione por causa do Malfoy... ele não queria nem imaginar o que seria capaz de fazer...
Quando a carruagem começou a se mover, Hermione ficou grata. Quanto mais rápido chegasse a Hogwarts, mais rápido poderia se livrar daqueles três. Malfoy estava impossível. Mais impossível até do que o normal, e tudo o que ela queria era pegar sua varinha e... mas não. Ela saberia se controlar. Ela não era temperamental como Rony e Harry. De jeito nenhum.
Hermione começou a contar mentalmente, tentado ignorar todas as baboseiras que o Draco falava sobre ela, sobre os Weasley e sobre o Harry. Ela realmente tentou não responder, não revidar, mas era impossível.
- Cala a boca, Malfoy! - ela gritou finalmente - Eu não sei por que você gosta tanto de se gabar! Você é um apanhador medíocre, tira notas mais baixas do que eu, a Sonserina não ganha a Taça das Casas desde que nós entramos para Hogwarts, o seu pai é um Comensal da Morte desgraçado e a sua mãe, bem, pra ter gerado você, boa coisa ela não deve ser! Então vê se cala a boca e pára de falar besteiras!!!
Por um segundo, Draco ficou calado, boquiaberto, olhando para ela. Ele não esperava por uma resposta tão fulminante. Crabbe e Goyle também ficaram quietos, sem saber como reagir. Um segundo depois, contudo, os três já tinham voltado à velha forma: Draco falando e os outros dois rindo.
- Como se a opinião de uma sangue-ruim como você sobre mim ou sobre a minha família fosse fazer uma grande diferença, certo, Goyle? - e, sem esperar por uma resposta - Você é que deveria se envergonhar da sua família! Um bando de trouxas que não deve saber a diferença entre uma Nimbus 2001 e um galho de árvore!
- Pelo menos, eles sabem muito bem a diferença entre um bom caráter e um mau caráter!
- Ora, Granger, não me faça rir... Como se isso realmente importasse alguma coisa!...
- É claro que importa! E se não importa para você, mais uma prova de que a sua família é um lixo porque do contrário eles teriam te ensinado isso! Não se mede uma pessoa pela quantidade de ouro que ela tem, Malfoy!
- Talvez não! Mas com certeza se mede pela quantidade de sangue bruxo nas veias! E você, Granger, nesse ponto, é mais pobre do que os Weasley!
- Cala a boca, Malfoy! - Hermione gritou, colocando a mão no bolso para pegar a varinha. Draco notou o gesto e fez o mesmo, mas antes que qualquer um dos dois pudesse lançar algum feitiço, eles sentiram um enorme solavanco que jogou todos no chão.
- Sai de cima de mim, Granger - Malfoy disse, empurrando Hermione que tinha caído em cima da perna dele - Você vai acabar me contaminado desse jeito!
- Shhhhh... - Hermione disse, levando o dedo aos lábios em sinal de silêncio - Será que você não percebe?
- Perceber o quê? - ele perguntou. Goyle e Crabbe apenas se entreolharam sem entender nada.
- O caminho até Hogwarts não tem buracos, seu imbecil! Nós não deveríamos ter sacudido daquele jeito!
- Ah, fala sério! Vai dizer que não pode ter um buraco esse ano que não tinha ano passado?
- Talvez - respondeu Mione - Mas ainda assim, há algo estranho - ela olhou pela janela, mas tudo estava escuro demais para que ela pudesse enxergar o caminho. Foi então que ela se deu conta.
- Ei, sua louca - falou Draco - Se você abrir a janela, a gente vai congelar!
- Você não vê? Esses vidros estão enfeitiçados!
- Como você sabe?
- Nós não estamos refletindo neles, seu imbecil! Essa escuridão não é normal! Ela está aqui exatamente para que a gente não possa ver o lado de fora, entendeu? - ela disse, se esforçando para puxar o vidro, enquanto Crabbe e Goyle se entreolhavam assustados e Malfoy parecia desconcertado - Droga! Está emperrado! Vocês não querem ajudar, não?
- Não! Você está é louca! - respondeu Draco sem dar o braço a torcer, mas no mesmo instante um outro violento solavanco sacudiu a carruagem, jogando-o novamente no chão e fazendo-o mudar de idéia - Crabbe, Goyle, abram o vidro - ele ordenou por fim. Os dois brutamontes conseguiram abrir a janela muito mais facilmente do que Mione. O que eles viram do lado de fora, contudo, não era nada animador.
Os galhos raspavam nas laterais da carruagem, que agora sacudia cada vez mais. A escuridão ainda era profunda. Mal enxergava-se o verde das folhas. E estava frio. Muito frio.
- Droga! - exclamou Malfoy - A gente está na floresta proibida! Como isso é possível? Como a gente veio parar aqui? - ele perguntou olhando para Mione.
- Eu não sei - a garota respondeu também assustada.
- Grande! Não dava pra você escolher outra hora pra não saber responder a uma pergunta, Granger? Essa provavelmente é inédita - Draco completou num tom felino.
- Fica quieto, Malfoy! A gente já tem o suficiente com o que se preocupar!
Mal ela acabou de falar, contudo, e a carruagem parou. Subitamente e inexplicavelmente. Os quatro se entreolharam assustados. Seus corações tinham disparado. O silêncio era opressor. Tanto do lado de fora, na floresta, quanto do lado de dentro. Eles não tinham a mínima idéia do que estava acontecendo.
- O que a gente faz agora? - perguntou Malfoy com a voz tremida.
- Eu não sei - respondeu Mione hesitante, também tremendo. Eles se encararam por alguns segundos, ambos com medo.
De repente, começaram a ouvir um leve barulho de algo se arrastando no teto da carruagem. Como um rato andando em círculos. Crabbe e Goyle se encolheram num canto. Hermione e Draco olharam para cima com olhos arregalados. Um momento a mais e o silêncio voltou, opressor. Mione deu um suspiro. O que quer que estivesse em cima da carruagem tinha parado de se mexer. Draco também se sentiu aliviado. O sentimento de alívio, contudo, durou pouco. Um instante depois e eles ouviram e sentiram o peso de algo muito maior do que um rato no teto da carruagem. Novamente, os corações dispararam. Dessa vez, entretanto, eram passos o que eles escutavam vindo do alto. Passos de uma pessoa. "Rabicho", Hermione pensou. Não teve, contudo, tempo para expressar esse pensamento em voz alta. Tudo parecia perdido.
* * *
N/A: Por favor, não me matem... eu já falei que eu gosto de Arquivo-X, não falei??? Isso explica tudo, não? Por falar nisso, está na hora de eu ver "William". Prometo mandar o capítulo 8 logo...
