CAPÍTULO 2
No dia seguinte de manhã, Lupin está na porta do Caldeirão Furado, devidamente vestido de trouxa e observando as pessoas que passam, tentando aprender alguma coisa de seu comportamento. Finalmente o prof. West chega, em seu carro. Lupin sobe, e os dois começam a conversar.
- Aonde o senhor vai ficar hospedado esse tempo?
- Suponho que no Caldeirão Furado, prof. West.
- Por favor, me chame de Timothy. E você não vai ficar no Caldeirão Furado. E sim em minha casa. Conversei com minha esposa e Dumbledore ontem à noite e todos concordamos que é o melhor.
Alarmado, Lupin recusa gaguejando:
- Eu... não posso aceitar... Seria um... um tanto quanto... Eu tinha planejado... ir para Hogwarts...
- Por favor, insisto. Temos muito espaço em casa, agora que todas as crianças já não estão. Se for com relação ao seu problema - ao ouvir isso, Lupin fica escarlate e quase sufocado - minha esposa e eu não nos importamos.
- Como... o senhor sabe que eu... sou um...
- O prof. Dumbledore me contou - explica Timothy - eu tive um filho com a mesma doença. Infelizmente ele foi morto pelos Comensais da Morte. Gostaria muito de fazer por alguém o que eu não pude fazer com ele.
Lupin, que já estava pronto para reclamar da tagarelice de Dumbledore, se cala, se sentindo envergonhado.
- Temos tudo preparado para você. Devemos a Dumbledore. Ele aceitou nosso filho em Hogwarts quando tínhamos certeza de que não o faria e nos ajudou o máximo que pôde, sempre que precisávamos dele. - Timothy recuperou a compostura e falou com voz mais forte - vou lhe apresentar a profa. Worthing e mais tarde passo lá para irmos buscar suas coisas no Caldeirão Furado, certo?
- Gwendolyn, como vai você, minha cara? - cumprimenta efusivamento o prof. West.
- Muito bem Timothy. Somente muito ocupada, como sempre. Sabe como é. E você? Laura e as crianças?
- Ótimas. Este é o meu amigo de quem eu lhe falei, Remus Lupin. Remus, está é a professora Gwendolyn Worthing. Vocês devem ter muitos conhecimentos a compartilhar. Bem, com licença, tenho uma aula em dez minutos. - despede-se Timothy.
Remus olha com curiosidade para a mulher à sua frente. Alta, uns trinta e poucos anos, com cabelo preto preso, óculos e um ar de extrema exasperação e impaciência, aparentemente por ter sido interrompida. E, de algum modo, uma incrível semelhança com a profa. McGonagall. Não fisicamente, mas a rigidez da postura, a distância que parecia manter das pessoas eram muito parecidas com as da velha professora de Hogwarts. E percebe que também é observado atentamente pela mulher.
- Como eu nunca ouvi falar de você? Estou em contato com quase todos os outros estudiosos do crudínico arcaico, e não sabia que existia mais ninguém. - disse ela, estendendo uma mão coberta com uma luva de borracha - estava examinando-o agora mesmo. Venha.
Os dois passam em um tipo de biblioteca, onde uns poucos alunos estudam.
- Aqui é a biblioteca do Departamento de Língua Antigas. Não temos muitos alunos, então sobra muito tempo para pesquisa. E para falar a verdade, não tenho nenhum aluno de crudínico. Eu dou aula de História Pré-Bizantina.
Entram por uma porta, onde parece ser a sala dela. Na mesa, coberto com um plástico, está o pergaminho.
- Aqui está ele. Coloque isso - diz ela, estendendo um pacote de luvas - é maravilhoso, mas tem algo muito estranho. É muito recente para estar em crudínico arcaico. Deixou de ser usado como língua corrente há mais de 2500 anos, depois que os crudínios foram todos assassinados pelos romanos. E eu calculo que esse pergaminho não tenha mais que 900. Como se quem tivesse escrito não quisesse que ninguém além dele entendesse. Ou talvez tenha sido um estudioso que estivesse aprendendo uma língua que naquela época já era morta. Não sei... E o dialeto é bastante incomum.
Lupin pega o pergaminho, e começa a olha-lo. Imediatamente reconhece os nomes de Salazar Slytherin e Hogwarts, mas o resto somente parece vagamente familiar.
- Isto é decididamente muito interessante - murmura Lupin, e tira diversos livros da maleta velha e surrada, que pertencem à biblioteca de Hogwarts.
- Meus Deus! - exclama a profa. Worthing - esses livros são preciosidades! Onde os conseguiu?
- Er... Herança de família! Meu... meu... pai estudava crudínico.
- Mais tarde eu gostaria de examiná-los. Algum problema?
- Não, claro que não. Hum, deixe-me ver... Aparentemente este é o crudínico do norte, falado por somente algumas poucas pessoas. Tem muitas semelhanças com o do sul, mas também incorporou um pouco do idioma fenício. - murmura Lupin, mais para si mesmo do que para ela - se conseguirmos decifrar o primeiro rolo de pergaminho, os outros quatro não apresentarão a menor dificuldade.
- Você notou estas palavras, aqui e aqui? - diz a profa. Worthing, apontando com o dedo - são transcrições literais do inglês, e significam Salazar Slytherin. Suponho que seja ou o autor do pergaminho ou sobre quem ele está falando. E essa outra aqui também.
Os dois continuam a discutir o pergaminho o resto do dia, e decidem começar efetivamente a traduzi-lo no dia seguinte. De tarde, Timothy vem buscá-lo para que Remus se acomode em sua casa.
Depois que saem da universidade, Remus e Timothy passam no Caldeirão Furado, pegam os poucos pertences dele e vão para a casa dos West.
Remus está muito receoso da reação da sra. West, apesar de Timothy haver garantido que ela concordava plenamente com a idéia de hospedá-lo. Tinha se acostumado sempre a esperar a pior reação das pessoas. Se elas reagissem como esperava não o surpreenderia de maneira alguma. Mas se fosse diferente, o que era bem mais raro, seria uma surpresa agradável.
- Sra. West, eu estou muito embaraçado. Por favor, eu não quero incomodar. Timothy já deve ter lhe falado sobre o meu... problema. Eu sei que é muito difícil a convivência com alguém assim. Só vim aqui por que Timothy insistiu muito.
- Meu caro, em primeiro lugar vamos deixar essas formalidades de lado. Por favor, me chame de Laura. Em segundo lugar, terei muito prazer em ajudar você. Sei que está fazendo algo para ajudar Albus Dumbledore, e devemos muito à ele. Faríamos qualquer coisa que ele pedisse. Mas venha, vamos jantar. - disse a bruxa, puxando Remus pelo braço e fazendo-o se sentar na sala de jantar.
Um pouco constrangido, Remus come calado, e quem quebra o silêncio é Timothy:
- Laura, acho que Remus foi professor de Andrew. - e voltando-se para o hóspede - Andrew é nosso neto. Falou muito bem de você, e lamentou muito quando soube que não ia mais ensiná-lo.
- Andrew West? Da Ravenclaw? - fala Remus, lembrando-se de um menino magrinho que sempre se sentava na primeira cadeira, e sempre vinha com dúvidas extra-classe - muito interessado nas aulas e bastante inteligente.
Orgulhosos ao ouvirem isso sobre o neto, Laura e Timothy abrem um grande sorriso. E a partir daí, a conversa torna-se muito mais fácil, todos relaxam e se sentem muito mais à vontade.
No dia seguinte de manhã, Lupin está na porta do Caldeirão Furado, devidamente vestido de trouxa e observando as pessoas que passam, tentando aprender alguma coisa de seu comportamento. Finalmente o prof. West chega, em seu carro. Lupin sobe, e os dois começam a conversar.
- Aonde o senhor vai ficar hospedado esse tempo?
- Suponho que no Caldeirão Furado, prof. West.
- Por favor, me chame de Timothy. E você não vai ficar no Caldeirão Furado. E sim em minha casa. Conversei com minha esposa e Dumbledore ontem à noite e todos concordamos que é o melhor.
Alarmado, Lupin recusa gaguejando:
- Eu... não posso aceitar... Seria um... um tanto quanto... Eu tinha planejado... ir para Hogwarts...
- Por favor, insisto. Temos muito espaço em casa, agora que todas as crianças já não estão. Se for com relação ao seu problema - ao ouvir isso, Lupin fica escarlate e quase sufocado - minha esposa e eu não nos importamos.
- Como... o senhor sabe que eu... sou um...
- O prof. Dumbledore me contou - explica Timothy - eu tive um filho com a mesma doença. Infelizmente ele foi morto pelos Comensais da Morte. Gostaria muito de fazer por alguém o que eu não pude fazer com ele.
Lupin, que já estava pronto para reclamar da tagarelice de Dumbledore, se cala, se sentindo envergonhado.
- Temos tudo preparado para você. Devemos a Dumbledore. Ele aceitou nosso filho em Hogwarts quando tínhamos certeza de que não o faria e nos ajudou o máximo que pôde, sempre que precisávamos dele. - Timothy recuperou a compostura e falou com voz mais forte - vou lhe apresentar a profa. Worthing e mais tarde passo lá para irmos buscar suas coisas no Caldeirão Furado, certo?
- Gwendolyn, como vai você, minha cara? - cumprimenta efusivamento o prof. West.
- Muito bem Timothy. Somente muito ocupada, como sempre. Sabe como é. E você? Laura e as crianças?
- Ótimas. Este é o meu amigo de quem eu lhe falei, Remus Lupin. Remus, está é a professora Gwendolyn Worthing. Vocês devem ter muitos conhecimentos a compartilhar. Bem, com licença, tenho uma aula em dez minutos. - despede-se Timothy.
Remus olha com curiosidade para a mulher à sua frente. Alta, uns trinta e poucos anos, com cabelo preto preso, óculos e um ar de extrema exasperação e impaciência, aparentemente por ter sido interrompida. E, de algum modo, uma incrível semelhança com a profa. McGonagall. Não fisicamente, mas a rigidez da postura, a distância que parecia manter das pessoas eram muito parecidas com as da velha professora de Hogwarts. E percebe que também é observado atentamente pela mulher.
- Como eu nunca ouvi falar de você? Estou em contato com quase todos os outros estudiosos do crudínico arcaico, e não sabia que existia mais ninguém. - disse ela, estendendo uma mão coberta com uma luva de borracha - estava examinando-o agora mesmo. Venha.
Os dois passam em um tipo de biblioteca, onde uns poucos alunos estudam.
- Aqui é a biblioteca do Departamento de Língua Antigas. Não temos muitos alunos, então sobra muito tempo para pesquisa. E para falar a verdade, não tenho nenhum aluno de crudínico. Eu dou aula de História Pré-Bizantina.
Entram por uma porta, onde parece ser a sala dela. Na mesa, coberto com um plástico, está o pergaminho.
- Aqui está ele. Coloque isso - diz ela, estendendo um pacote de luvas - é maravilhoso, mas tem algo muito estranho. É muito recente para estar em crudínico arcaico. Deixou de ser usado como língua corrente há mais de 2500 anos, depois que os crudínios foram todos assassinados pelos romanos. E eu calculo que esse pergaminho não tenha mais que 900. Como se quem tivesse escrito não quisesse que ninguém além dele entendesse. Ou talvez tenha sido um estudioso que estivesse aprendendo uma língua que naquela época já era morta. Não sei... E o dialeto é bastante incomum.
Lupin pega o pergaminho, e começa a olha-lo. Imediatamente reconhece os nomes de Salazar Slytherin e Hogwarts, mas o resto somente parece vagamente familiar.
- Isto é decididamente muito interessante - murmura Lupin, e tira diversos livros da maleta velha e surrada, que pertencem à biblioteca de Hogwarts.
- Meus Deus! - exclama a profa. Worthing - esses livros são preciosidades! Onde os conseguiu?
- Er... Herança de família! Meu... meu... pai estudava crudínico.
- Mais tarde eu gostaria de examiná-los. Algum problema?
- Não, claro que não. Hum, deixe-me ver... Aparentemente este é o crudínico do norte, falado por somente algumas poucas pessoas. Tem muitas semelhanças com o do sul, mas também incorporou um pouco do idioma fenício. - murmura Lupin, mais para si mesmo do que para ela - se conseguirmos decifrar o primeiro rolo de pergaminho, os outros quatro não apresentarão a menor dificuldade.
- Você notou estas palavras, aqui e aqui? - diz a profa. Worthing, apontando com o dedo - são transcrições literais do inglês, e significam Salazar Slytherin. Suponho que seja ou o autor do pergaminho ou sobre quem ele está falando. E essa outra aqui também.
Os dois continuam a discutir o pergaminho o resto do dia, e decidem começar efetivamente a traduzi-lo no dia seguinte. De tarde, Timothy vem buscá-lo para que Remus se acomode em sua casa.
Depois que saem da universidade, Remus e Timothy passam no Caldeirão Furado, pegam os poucos pertences dele e vão para a casa dos West.
Remus está muito receoso da reação da sra. West, apesar de Timothy haver garantido que ela concordava plenamente com a idéia de hospedá-lo. Tinha se acostumado sempre a esperar a pior reação das pessoas. Se elas reagissem como esperava não o surpreenderia de maneira alguma. Mas se fosse diferente, o que era bem mais raro, seria uma surpresa agradável.
- Sra. West, eu estou muito embaraçado. Por favor, eu não quero incomodar. Timothy já deve ter lhe falado sobre o meu... problema. Eu sei que é muito difícil a convivência com alguém assim. Só vim aqui por que Timothy insistiu muito.
- Meu caro, em primeiro lugar vamos deixar essas formalidades de lado. Por favor, me chame de Laura. Em segundo lugar, terei muito prazer em ajudar você. Sei que está fazendo algo para ajudar Albus Dumbledore, e devemos muito à ele. Faríamos qualquer coisa que ele pedisse. Mas venha, vamos jantar. - disse a bruxa, puxando Remus pelo braço e fazendo-o se sentar na sala de jantar.
Um pouco constrangido, Remus come calado, e quem quebra o silêncio é Timothy:
- Laura, acho que Remus foi professor de Andrew. - e voltando-se para o hóspede - Andrew é nosso neto. Falou muito bem de você, e lamentou muito quando soube que não ia mais ensiná-lo.
- Andrew West? Da Ravenclaw? - fala Remus, lembrando-se de um menino magrinho que sempre se sentava na primeira cadeira, e sempre vinha com dúvidas extra-classe - muito interessado nas aulas e bastante inteligente.
Orgulhosos ao ouvirem isso sobre o neto, Laura e Timothy abrem um grande sorriso. E a partir daí, a conversa torna-se muito mais fácil, todos relaxam e se sentem muito mais à vontade.
