NA: demorei para atualizar a história por dois motivos: estava carregadíssima de provas na faculdade e a primeira versão do que eu tinha escrito não me satisfez. Então reescrevi tudo. Espero que gostem. Reviews, opiniões, sugestões e críticas são muito bem-vindos.

Obrigada a Fabi e a Severa pelos reviews. Valeu!

CAPÍTULO 4

A chave de portal transporta Remus para os fundos do Caldeirão Furado, segurando Gwen e os livros com extrema dificuldade, para encontra-lo vazio, por causa da hora. Chama por Tom, que vem correndo dos fundos, pronto para ajudar.

- Tom, me dê uma ajuda. Vamos coloca-la em um dos quartos. Depois traga um chá para ela e tente acorda-la.

Eles depositam a mulher desacordada na cama. Remus acende a lareira do quarto, tira um saquinho do bolso e joga no fogo um pó que tirou daquele. E fala para o fogo:

- Professor Dumbledore! Preciso falar com o senhor agora!

O rosto do diretor aparece no meio das chamas, parecendo preocupado.

- Aconteceu alguma coisa?

- Os Comensais da Morte descobriram sobre o pergaminho. Mas consegui salva-la, o pergaminho e os livros. Não adianta lançar um feitiço de memória nela, pois vai acabar acontecendo a mesma coisa que houve com Berta Jorkins. Estou absolutamente sem ter a menor idéia do que fazer.

Um silêncio mortal cai no quarto, quebrado somente pelo murmúrio de Tom, acordando Gwen:

- Enervate!

Tamborilando nervosamente os dedos sobre o consolo da lareira, Remus aguarda a resposta de Dumbledore. Olha para a cama e vê Gwen, ainda meio tonta, beber uma xícara de chá quase fervendo, ajudada por Tom.

- Traga-a para Hogwarts. - diz repentinamente Dumbledore.

- O quê? - surpreende-se Remus.

- É a única alternativa. Se a deixarmos no mundo dos trouxas, ela está em perigo, e por nossa culpa. Não use o feitiço de memória nela, e venha para cá imediatamente. Terminarão seu trabalho aqui. Use pó de flu e saia na lareira da Casa dos Gritos. Eu e Minerva estaremos esperando-os lá.

- Certo professor. Já estou indo para aí.

O rosto de Dumbledore na lareira some e Lupin volta-se para Gwen para verificar seu estado. Ela ainda está tonta e desorientada, e seu olhar está confuso, como se tivesse levado uma pancada forte na cabeça.

- Como ela está, Tom?

- Acho que ela está pior do que deveria por ser trouxa, e nunca ter sido estuporada antes. Mas eu acho que logo vai ficar boa. - responde Tom - e o chá a acordou mais um pouco.

Lupin ajoelha-se em frente à cama, e segurando o rosto de Gwen entre as mãos, para fixar seu olhar nele, começa a explicar, como se estivesse falando a uma criança:

- Gwen, preste muita atenção no que eu vou dizer. O pergaminho que nós estamos traduzindo está sendo procurado por um grupo de pessoas que se o conseguirem, vão causar muitas mortes. Eles também ameaçaram você, então tenho que leva-la a um lugar seguro. Não se preocupe, nada de ruim vai lhe acontecer. Então agora eu quero que fique em pé.

Com bastante dificuldade, Gwen fica em pé, ainda meio hesitante, parecendo quase embriagada.

- Ótimo, então agora Tom vai atar nossas mãos. Feche os olhos, e aconteça o que acontecer, somente os abra quando eu disser que você pode faze-lo.

Com as mãos unidas, Lupin joga o pó de flu na lareira. As chamas ficam verdes, e ele berra:

- Casa dos Gritos!


Remus e Gwen saem pela lareira, completamente cobertos de cinzas e poeira. Ele tem que carrega-la, por que ela desmaiou novamente. Ao vê-los chegando, Dumbledore e McGonagall, se aproximam apressadamente para ajuda-los.

Gwen ao ser colocada num sofá velho e quase desmontado, abre os olhos, confusa, e tenta sentar-se. Olha para Dumbledore e McGonagall, e tenta firmar a vista para vê-los melhor, mas permanece com o olhar confuso e desfocado.

Os três bruxos ficam por um momento observando-a, e depois voltam-se para si mesmos.

- O que aconteceu Remus? - pergunta Dumbledore com ar cansado.

- Nott. E Crabbe. Apareceram na universidade. Eu não pude fazer mais nada além de fugir. Lutar chamaria muito mais atenção do que gostaria.

- O que vamos fazer com ela? - pergunta rispidamente McGonagall.

- Por enquanto, ela deve se recuperar na ala hospitalar. Você vai contando a ela aos poucos, Remus - diz Dumbledore.

- O problema não é agora, Albus, e sim o depois. Como Remus bem disse, ela é um alvo importante para os Comensais da Morte - replica McGonagall.

- Decidimos depois. Vamos voltar para a escola.

Lupin murmura mobilicorpus, e Gwen flutua suavemente no ar, e os quatro entram na passagem em direção ao castelo.

- Acho que ela não está bem. Ser estuporada, viajar numa chave de portal e com pó de flu foi um pouco demais para ela. É melhor ela ir para a ala hospitalar - comenta Lupin.

Os dois bruxos mais velhos concordam e o acompanham até lá. São recebidos com exclamações de surpresa por parte de Madame Pomfrey, que nunca recebeu qualquer trouxa para tratamento em Hogwarts.

- Ah meu Deus, uma trouxa! Que coisa estranha! Mas deixe isso para lá, vamos ver o que ela tem... Hum... - examinha os olhos e toma o pulso de Gwen, que já está em uma das camas - a coitadinha foi estuporada, e depois acordada... Mas não foi nada bom para ela. Esses malditos Comensais da Morte...

Lupin se mexe, desconfortável, e diz:

- Bem... na verdade... fui eu quem a estuporou.

- O QUÊ? Por que fez isso? - pergunta Madame Pomfrey, surpresa - nunca esperei isso de você.

- Eu tive que faze-lo! Era para a própria segurança dela! - responde Lupin, um pouco indignado com a repreensão.

- Calma, calma... Vamos esfriar os ânimos... - aparta Dumbledore - Poppy, creio que a moça vai ficar bem. Estou certo em pensar assim?

- Claro. Amanhã ela vai estar nova em folha.

- Ótimo. Remus, venha para a minha sala. Temos muito o que conversar.

Numa cama próxima, Harry, que levou um banho de pus de bubotúbera numa aula de Poções (cortesia de Neville), começa a pensar no que ouviu. Deveria ser algo muito grave para que trouxessem uma trouxa para Hogwarts. Por que o professor Lupin a tinha estuporado? E por que estava vestido de trouxa? Ao fazer-se essa pergunta, Harry se mexe na cama, o que arranca uma exclamação de dor.