Yoshiyuki Terada não conseguia tirar os olhos de um certo ursinho de pelúcia. Não era simplesmente um boneco. Fora-lhe dado por Rika há muito tempo desde então permanecera sobre o criado-mudo. O professor deixara-o ali porque o fazia lembrar Ri-ka. Agora, no entanto, ele só queria esquece-la. Já fazia duas semanas desde que ha-viam decidido separar-se por um tempo. Ele sentia falta dela. Do rosto meigo, da voz gentil, do perfume doce...Suspirou e pegou o ursinho. Tentava avaliar seus próprios sentimentos. Mas o rosto dela aparecia em sua mente e não o deixava se concentrar. Perguntou-se se não errara ao pedir aquele período para ficar a sós com seus pensa-mentos. Até porque, ela estava sempre neles, de modo que nunca estava realmente só. Mas ele quisera dar um tempo para que ela também refletisse sobre o que sentia por ele. Ele temia que o amor dela não fosse real, mas apenas uma adoração infantil. Seu coração, porém, ansiava por ela. Pegou o telefone, mas não discou. Não sabia o que diria se ela atendesse .Queria apenas ouvir a voz dela. Mas e se ela não estivesse em casa? * Ora, Yoshiyuki, pare de agir com um adolescente e ligue de uma vez.* Teclou os números devagar, tremendo. Ouviu o sinal de ocupado e desligou, dividido entra alí-vio e frustração. * Mais tarde tento de novo.*

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Rika acreditava ter passado a pior semana de sua vida. Lembrava-se freqüente-mente de Terada e sentia-se confusa. Tinha vontade de fugir do mundo. Agradecia o esforço que as amigas estavam fazendo para anima-la, embora não estivesse obtendo muito sucesso. Sem perceber, ela caminhou até o parque de diversões. Estivera ali muitas vezes junto com ele. Ficou parada, observando o interior. Tão absorta estava em suas lembranças, que não notou que alguém havia parado ao seu lado até que sentiu uma mão no seu ombro. Deu um salto para trás, assustada.
? Boa tarde.
? Bo...Boa tarde. Já nos conhecemos? Tenho a impressão de tê-lo visto em al-gum lugar.
Ele sorriu.
? Andreas Kirsten. Nos conhecemos há alguns dias, na saída do cinema. Você estava com sua amiga, Chiharu. Eu as acompanhei até a casa dela.
? Oh, é verdade! Sinto muito, é que essa última semana foi muito...atribulada. Como vai?
? Bem, e você?
? Vou bem, ela disse, forçando um sorriso. Depois, seu rosto tornou a ficar tris-te. ? De que adianta mentir? Desculpe, como eu disse, têm sido dias muito difíceis.
? Não quer me contar o que aconteceu?
? Eu...não sei...Não seria certo tomar seu tempo com bobagens.
Ele negou com a cabeça.
? Será um prazer ouvir sua história. E ficarei feliz se puder ajuda-la. Mas por que não continuamos essa conversa lá dentro?
? No parque de diversões?
? Sim, e por que não?
*Porque era o nosso lugar...*
? Tem razão, vamos.

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Depois que contou tudo a Andrea, Rika teve a impressão de ter ficado mais leve, como se um grande peso tivesse sido tirado de suas costas. Ele não fez perguntas, mas esperou pacientemente até que ela terminasse. Enquanto ela falava, eles cami-nhavam calmamente. Quando ela terminou, ele tocou de leve no rosto dela.
? Não entendo como alguém consegue ficar sequer um minuto longe de uma garota como você. Que tal a montanha-russa?
Ele virou-se e saiu caminhando em direção à montanha-russa. Rika ficou parada, surpresa com o modo como ele a tocara e com suas palavras e confusa pela abrupta mudança de assunto. Sorriu para si mesma e o seguiu. Seria uma tarde divertida.