por Amanda SaturnVenus SaturnVenus84@msn.com
Advertência: Isso é uma obra de ficção. Todas as personagens e lugares citados pertencem à J K Rowling e foram usados sem permissão. Essa história foi escrita sem fins lucrativos.
Notas da Autora: Essa fanfic não é recomendada para crianças muito jovens. Há temas como violência, morte e sexualidade.
Capítulo Um
DE VOLTA À RUA DOS ALFENEIROS
- Eu preciso pensar em algo!
Lorde Voldemort estava conversando com sua confidente. A única quem ele procura quando precisa de conselhos, a única que nunca sofrera nenhum dos 'Imperdoáveis'...
- Eu a deixei sem supervisão tempo demais... Eu preciso saber como ela está, o que ela está fazendo, tudo! Eu preciso saber tudo!
Nesse instante, ele parou de falar e começou a andar de um lado para outro. Seus nervos estavam por explodir. 'Essa maldita dor de cabeça' era como ele constantemente chamava uma enxaqueca que começara pouco tempo depois de voltar para um corpo físico. Ainda tinha lembranças perfeitas, em todos os detalhes, cada cena do que acontecera naquela noite. Harry Potter escapara-lhe mais uma vez. Quando ele finalmente começou a achar que tudo daria certo pra ele, e que dessa vez o menino não teria chance... maldita varinha!
- Mas você nem tem certeza se ela é, ou vai ser, assim tão poderosa...
Lorde Voldemort parou quando ouviu o comentário gentil. Virou-se, e os seus olhos vermelhos encontraram os olhos do único ser que o acompanhara nos últimos anos, não porque o temera, mas sim porque se importara.
- Nagini... Eu cometi o erro de apostar na dúvida uma vez, e olha onde isso me colocou! Aquele maldito garoto!
Para qualquer um que ouvisse de fora, essa conversa não passaria de longos sibilos. Mas para Harry Potter que acordava assustado e com sua cicatriz doendo naquele exato instante, a raiva e o veneno no tom de voz do Lord das Trevas eram tão claros quanto a dor de cabeça que com certeza lhe deixaria isento de sono por mais algumas horas. Isso sem falar, é claro, da dor que sua cicatriz fornecia-lhe. Quase como se o próprio Lord Voldemort estivesse ali, espetando várias agulhas, com o intuito de tirar sangue e fazê-lo sofrer. E cada pontada que Harry sentia em sua cicatriz era mais uma lembrança que lhe vinha de sonhos e tempos, os quais ele com certeza gostaria de deixar bem longe.
Harry estava de volta à rua dos Alfeneiros. Mais uma vez de férias e com sua família que o odiava sem nenhum segredo. Mas sua família era a última de suas preocupações naquele instante. Ele tinha acabado ter mais um pesadelo com Voldemort.
Desde que voltara de sua escola no término do seu quarto ano, pesadelos faziam parte de sua rotina. Quase que diariamente alguma coisa ou outra voltava para assombrá-lo, e lembrá-lo de que o Lord das Trevas estava de volta. Mas o que mais pesava para ele eram os sonhos em que ele revivia o que acontecera no final da terceira tarefa do Torneio Tribruxo. Por mais que todos dissessem a ele que o culpado era Voldemort, Harry não conseguia desfazer-se do sentimento de culpa ao ver o corpo de Cedrico estirado no chão depois de ser morto pelo 'Avada Kedavra'.
- Não, eu não posso pensar nisso agora! - Harry murmurou quando, com raiva, levantou-se de sua cama e pegou um pergaminho e uma pena que guardava junto com o resto de seu material escolar: embaixo de um taco solto debaixo de sua cama. Caminhou para a janela e escreveu no pergaminho o seu sonho com o máximo de detalhes que podia lembrar-se.
"Mas você nem tem certeza se ela é, ou vai ser, assim tão poderosa...".
Ela quem? Harry não sabia de quem Voldemort e sua cobra estavam falando. Para ser sincero, a única coisa que Harry realmente entendera desse sonho todo foi a última parte, quando o Lord das Trevas falou com tanto ódio daquele maldito garoto.
Depois de reler o escrito para ver se lembrava de mais algum detalhe de seu sonho, Harry, satisfeito de que não esquecera de nada, começou a compor uma carta.
Professor Dumbledore,
Essa noite foi a primeira vez que eu sonhei com o que o Voldemort está fazendo desde que voltei de Hogwarts. Minha cicatriz não dói tanto quanto das últimas vezes, mas achei que deveria escrever mesmo assim. No outro pergaminho que estou mandando junto, eu escrevi tudo o que eu lembro do sonho. Só que eu não entendi nada! Espero que você tenha mais sorte.
Harry
PS: Por favor, tente avisar o Snuffles. Eu escreveria pra ele, mas como não sei onde ele está, nem se corre perigo, achei que você, se conseguir falar com ele poderia me fazer esse favor. Obrigado.
Harry dobrou as duas folhas de pergaminho e prendeu na pata de Edwiges, que parecia muito feliz por finalmente poder entregar alguma correspondência. Julho já estava quase acabando, e Harry ainda não tinha escrito nenhuma vez para os seus amigos.
- Entregue para o Professor Dumbledore em Hogwarts, Edwiges. Por favor.
Com algumas bicadinhas nas costas da mão de Harry, Edwiges voou pela janela e dirigiu-se ao castelo do qual Harry gostava tanto. Ele continuou na janela até que sua coruja saísse de vista. Quando não tinha mais nada pra ver, Harry voltou pra cama. Faltavam apenas poucos dias para o seu décimo quinto aniversário, mas Harry não estava tão entusiasmado quanto deveria. A verdade é que o último momento em que ele riu foi no trem de volta para a estação King's Cross. Naqueles breves momentos, Harry quase pôde esquecer de tudo. Ver Malfoy e seus capangas no chão, com diferentes feitiços lançados sobre eles, foi divertido demais para deixar passar. Ele quase pôde esquecer de suas preocupações com seu padrinho, que Voldemort tinha voltado, que Cedrico tinha morrido...
Quase...
A imagem de Cedrico largado no chão seria algo que Harry nunca esqueceria. Era cruel demais. Mas tudo isso tinha um lado bom, se é que dá pra achar um lado bom na morte de um colega e no retorno do bruxo mais temido de todos os tempos. Harry vira seus pais. Se ele não estivesse tão nervoso nem tão cansado de tantos segredos, Harry poderia até ser capaz de sentir-se feliz por isso. Mas ele não agüentava mais! Harry não entendia por que seu padrinho tinha que manter segredo de onde iria, por que Dumbledore, o diretor que com certeza sabia mais do que estava lhe contando, não dizia o que estava acontecendo e lhe privava de informações sobre o Voldemort e as pessoas que lutavam contra o seu retorno. O que estavam querendo esconder dele? Por que ninguém lhe dizia nada? Por que ele tinha que ficar isolado do mundo dos bruxos e voltar pra essa casa que ele tanto detesta? Harry tinha tantas perguntas, o que lhe faltava eram respostas.
Continua no Capítulo Dois...
