Capítulo Vinte e Quatro

APÓS O BAILE

 - Por que tão triste, Hagrid? – Gina perguntou, voltando-se para o amigo.

 - É que esse é o primeiro Dia das Bruxas de que minhas abóboras não fazem parte da decoração... Eu não tive tempo de plantá-las e acompanhá-las esse ano...

A decoração esse ano não tinha as abóboras gigantes do Hagrid, mas ainda assim estava bastante bem feita, com muito preto, roxo e cor de laranja. Os fantasmas foram convidados, e até o aniversário de morte do Nick Quase-Sem-Cabeça fora lembrado. A comida tinha sido caprichada, e era toda temática à festa. Os gêmeos Weasleys, claro, adoraram a idéia, e viviam oferecendo a todos que passassem as coisas mais diversas: dedos de crianças trouxas, que na verdade eram gomas de mascar; sapos ensangüentados, que eram sapos de chocolate com calda de morango; e a lista era enorme. Mas Harry só ousou experimentar o que estava na mesa da festa, porque tudo o que os gêmeos ofereciam era produto das "Gemialidades Weasleys", e ele poderia apostar que os efeitos colaterais dos logros não seriam nada agradáveis para ele, e hilários para os outros.

Gina olhou para o Harry como que perguntando o que seria o melhor para dizer naquele momento, mas ele também não tinha nem idéia do que dizer. Ele e Gina conversavam com o amigo enquanto Hermione e Rony estavam dançando e, aparentemente, nem aí para ninguém que não fosse eles mesmos. Para eles, a noite era só deles.

 - Mas você não gostou da decoração, Hagrid? A Hermione trabalhou tanto nela...

Gina perguntou com um tom de voz baixo e olhou para o Harry com um sorriso. Ele entendia muito bem o que a amiga estava tentando fazer: ao dizer que a Hermione se empenhara na decoração: o Hagrid iria deixar de ver que o que ele não fez, para passar a ver o que a amiga fez. O Hagrid nunca magoaria os sentimentos de nenhum deles dizendo que não gostou de algo que eles tenham feito, mesmo que ele não tenha gostado. Ele era bom demais para isso.

 - Gostei! Claro que eu gostei! – Hagrid disse um tanto exasperado. – A pequena Hermione fez um ótimo trabalho e eu me orgulho muito dela...

Harry sorriu para a Gina ao ver que seu plano dera certo. Hagrid olhou para onde Rony e Hermione e vários outros casais estavam dançando, e deu um suspiro de alegria.

 - É tão bonitinho ver os dois juntos. – Harry seguiu sua linha de visão e viu o Rony e a Hermione. – Eles sempre brigaram tanto, e agora estão namorando!

Gina riu e Harry, claro, seguiu seu exemplo.

 - É, Hagrid! Finalmente esse bobão do meu irmão pôde ver o que estava bem de baixo do seu nariz o tempo todo...

 - É sim! – Hagrid tirou seu olhar dos casais e se voltou para Harry e Gina . – E vocês dois? Por que estão aqui sentados comigo ao invés de dançando com os outros? Vão lá! Vão se divertir um pouco! – Hagrid sorriu em encorajamento.

Harry e Gina entreolharam-se e, balançando os ombros como se não tivessem outra opção, levantaram-se e se juntaram aos outros casais que dançavam animados. A festa até agora tinha sido bem divertida, e Harry pôde até esquecer naqueles momentos as suas preocupações. Ele acreditava que Gina fazia o mesmo, e se sentia um tanto aliviado que os dois pudessem fazer isso. Todas as tensões de reuniões da Ordem e segredos para com os amigos estavam começando a sobrecarregá-lo, e como a Gina era a única com quem ele podia conversar sobre isso, ela também deveria estar tão cansada quanto ele. Talvez a idéia do Dumbledore de fazer uma festa não tinha sido tão ruim assim.

Durante o baile, Harry observou os vários outros casais, e pôde se divertir ao notar o comportamento de alguns. Parvati e Simas, que vieram juntos, estavam mais se beijando do que dançando: volta e meia sumiam, e voltavam bem mais desarrumados do que há alguns minutos. Mas isso não era nada de demais. O interessante era que Lilá, a melhor amiga da Parvati, naquele momento não era tão sua amiga assim. Ela olhava feio para a Parvati, e o mais curioso, é que o Simas quando percebia isso, exagerava ainda mais. As cenas de ciúmes eram óbvias, e só eles é que não conseguiam notar. O Colin estava acompanhado de Jô Halliwell, uma amiga da Gina da Corvinal. Mas ele estava mais interessado na sua câmera do que na Jô. Ele vivia tirando fotos de tudo, mas principalmente da Gina, Harry notou não se sentindo muito feliz com o Colin naquele momento. Draco Malfoy estava acompanhado de Pansy Parkinson, e os dois já tinham recebido várias advertências de professores para manterem um comportamento mais adequado a uma festa, até que eles resolveram deixar o baile de vez para fazerem, com certeza, coisas que horrorizariam os professores se eles soubessem o que estava se passando.

Quem estava gostando bastante da festa também, eram os fantasmas, principalmente o Barão Sangrento e Pirraça, o poltergeist. Eles podiam assustar os alunos o quanto quisessem naquela noite, e era exatamente isso que faziam, e riam até não poderem mais das reações diversas que conseguiam de várias pessoas.

No geral, a Festa de Dia das Bruxas estava sendo um sucesso, e Harry reconheceu que gostou bem mais desse baile do que o do ano passado. No Baile de Inverno do Torneio Tribruxo, sua maior preocupação era observar Cho Chang, e ficar deprimido a noite inteira ao ver que ela estava bem feliz por estar acompanhada pelo Cedrico Diggory. Enquanto nesse ano, ele ficou mais com seus amigos, conversou e riu bastante, e até dançar estava sendo divertido. Ele não era nenhum Fred Astaire, mas como a Gina também não era a Ginger Rogers, até que eles estavam se saindo bem. Como o mais importante era se divertir, eles não estavam nem aí se estavam dançando certinho ou não. E o mesmo acontecia com o Rony e a Hermione. Ela dançava bem melhor que ele, mas não se importava nem um pouco. Para ela, só de estar ali com o Rony já era o suficiente.

 - Bom, pelo menos eu vou conseguir andar amanhã... – Gina disse com um sorriso.

Harry, confuso, ergueu as sobrancelhas e perguntou:

 - Como assim?

 - É que no baile do ano passado, o Neville pisou tanto no meu pé, que eu mal pude andar no dia seguinte! – Gina riu. – Não me leva a mal, o Neville é muito bonzinho, um amor. Mas eu tenho pena de quem teve que dançar com ele esse ano.

Harry riu também, e sentiu um flash em cima dele. Olhando em volta, ele avistou mais uma vez Colin Creevey. Mas dessa vez, a foto não era só da Gina: Colin fotografara os dois, a Gina e ele.

 - Colin! – Gina disse com um sorriso. – Pra que tantas fotos?

Colin deu com os ombros e sorriu de volta.

 - Você veio com a Jô, não foi? – Gina continuou. – Eu nem pude falar com ela... manda um beijo pra ela, tá bom?

Sem nem esperar a resposta do amigo, Gina pegou a mão do Harry e praticamente o arrastou dali. Harry não entendeu nada, mas a seguiu mesmo assim. Quando os dois já estavam a uma distância razoável do Colin, Gina voltou-se para o Harry.

 - Ai desculpa, Harry! – Gina suspirou cansada. – Mas é que eu odeio tirar foto, e o Colin essa noite tá atacado! Não pára de fotografar todo mundo!

Harry sorriu em compreensão.

 - Todo mundo é exagero, Gina... De cada três fotos que ele tira, uma é de "todo mundo" as outras duas são suas!

Gina olhou surpresa para ele, e Harry riu de sua expressão.

 - Eu acho muito bom... – Harry disse sorrindo. – Pelo menos, ele parou de tirar fotos minhas. Parece que a vítima agora é você...

Gina franziu a testa e bateu de leve no ombro do Harry.

 - Quer dizer que quando você é a vítima, o Colin é pentelho; mas quando eu é que sou a vítima, tá tudo bem?!

Harry riu e pegou a mão da Gina, encaminhando os dois para fora um pouco. O ar estava bem abafado dentro do Salão Principal, e um pouquinho menos de barulho para os dois conversarem não faria mal a ninguém.

 - "Tudo bem", não tá, né?! Afinal, você tá comigo, e eu devo ter saído em várias fotos por tabela... – Harry sorria abertamente, mas como ele e Gina andavam lado a lado, ela não podia vê-lo.

 - Ah... então o único motivo de você achar ruim ele ficar tirando fotos minhas, é porque você pode ter saído em algumas delas? Que solidariedade, Harry... Você me comove! – Gina disse rindo enquanto os dois se afastavam do castelo em direção ao lago.

A caminhada até o lago foi feita com alguns ocasionais comentários e risadas, mas em sua maioria, foi feita em silêncio. Assim que os dois chegaram até a margem do lago, sentaram-se e ficaram em silêncio por ainda mais um tempo.

 - Por que a gente tá aqui, Harry? – Gina perguntou em um tom de voz baixinho. Os dois haviam deixado a barulheira toda da festa bem para trás, e agora, na beira do lago, os únicos sons ouvidos vinham da Floresta, ou então das criaturas que viviam no fundo dele.

 - Pra fugir do barulho... – Harry deu com os ombros e continuou olhando para o lago. – E também porque eu queria te mostrar isso.

Harry tirou um pergaminho do bolso e, pela primeira vez desde que os dois saíram do castelo, Harry olhou para a Gina. Ele estendeu sua mão e Gina pegou o pergaminho dele. Mas antes que ela visse melhor o que era, ela perguntou:

 - E o que é "isso"?

Harry abaixou a cabeça e se voltou mais uma vez para o lago.

 - Lê!

Gina olhou para ele com preocupação por mais alguns instantes, e então se voltou para o pergaminho, abrindo-o e examinando seu conteúdo.

Harry,

Eu já estou sabendo das novidades. O Dumbledore contou a mim e ao Aluado sobre você e sua 7ª amiga (não quero que isso caia em mãos erradas). Tudo o que eu tenho a dizer nesse momento, é que vocês se mantenham fortes, e que não se deixem abalar por futuras preocupações. Eu sei que é difícil pensar assim, mas quanto mais vocês se preocuparem com o que pode acontecer, pior vai ser para vocês. Esse conselho não foi dado ao seu pai e à sua mãe quando ela descobriu que estava grávida, e a situação ficou pior ainda. Todos estavam com medo redobrado, tentando protegê-la do Voldemort, que na época tinha maiores motivos ainda para matar a sua mãe. Se ele matasse a Lílian, o próximo Gryffindor morreria também. Nossa apreensão foi tanta, que a sua mãe quase perdeu o bebê por causa da tensão. Claro que nada de tão grave poderia acontecer com vocês dois, mas eu queria que você soubesse dessa história, para que você percebesse que, por vezes, não é necessário o próprio Voldemort para causar desgraças. Só a "pré-ocupação" com pensamentos do que ele possa vir a fazer, já é o suficiente para gerar pânico.

Não quero nem aconselho que vocês esqueçam de tudo, e finjam que o problema não exista com esperanças de que ele vá embora primeiro porque com isso vocês não conseguirão nada, e segundo porque acredito que vocês têm mais senso do que isso. A única coisa que eu quero, é que vocês não deixem de viver por causa do Voldemort. Dessa maneira, vocês estariam fazendo exatamente o que ele quer. O medo que ele instiga nas pessoas a não dizerem o nome dele é uma prova disso. Se só de falar seu nome, elas já têm medo, imagina de contradizer, ou fazer algo que ele não queira. Por isso, Harry, eu quero que você e sua amiga não deixem de se divertir, de dar risadas, ou de ficarem com os seus amigos. Vocês passam, e passarão, por coisas que muitos nem imaginam nem nunca vão passar em longas vidas. Eu sei que a responsabilidade e o peso disso tudo é enorme, e que de vez em quando dá vontade de jogar tudo pro alto e chorar até que alguém venha e nos tire dessa loucura toda. Mas eu peço a vocês que não desistam. Harry, você já passou por muitas sozinho, e agora não há mais essa necessidade. Sua amiga vai precisar muito de sua ajuda, e você também vai precisar muito da dela. Vocês não estão sozinhos apesar de parecer que o mundo todo está contra vocês. Eu já fui adolescente; eu sei como a gente se sente quando tá nessa fase terrível. Mas o mais importante é que vocês não se esqueçam que têm um ao outro. Você sabe bem como os meus amigos foram importantes para mim, Harry, e foi por isso que eu respirei muito aliviado quando soube que ela já era sua amiga. Mostre-lhe essa carta se você quiser, e eu espero que, juntos, vocês consigam sair dessa o melhor que puderem.

                                                                           Boa sorte!

                                                                           Acredito que não preciso assinar.

PS: Eu não esqueci quem é a sua amiga não. E você não imagina a minha surpresa quando fiquei sabendo a sua identidade. Só não mencionei seu nome por questões de segurança. Ah! Boa sorte na estréia da Grifinória. Estarei torcendo por você(s)!

Gina ergueu sua cabeça depois de ler a carta, e esfregou um dos olhos com a mão, enquanto a devolvia para o Harry.

 - Eu queria que nada disso estivesse acontecendo... – Gina disse com um tom de voz tão baixinho que Harry quase pensou não tê-la ouvido.

 - Quantas vezes eu também já não desejei isso! – Harry disse, balançando a cabeça de um lado para o outro, com um tom de voz amargo. – Mas em nenhuma delas o Cedrico ressuscitou, ou então o Voldemort deixou de ressurgir, ou então meus pais voltaram pra mim...

 - Desculpa, Harry. – Gina disse abaixando a cabeça. – Eu sei que tudo é bem pior pra você, mas isso tudo é tão injusto!!! Eu queria tanto que nada disso que você disse tivesse acontecido, mas eu sei que é impossível! É como o Sirius falou: dá vontade de desistir de tudo, e chorar até que alguém venha e me tire do meio disso.

 - Foi por isso que eu te mostrei essa carta. Tudo o que o Sirius disse é tão parecido com o que eu sinto, que eu pensei que pudesse te ajudar também.

 - Eu me sinto tão sozinha, Harry! – Gina ergueu a cabeça para olhar para o amigo, e uma lágrima escorreu de seu olho. – Na minha casa, minha família sempre sabe de tudo o que tá acontecendo. Eu tenho zero de privacidade. E agora quem não pode contar nada pra eles sou eu. Eu só me senti assim uma vez antes: no meu primeiro ano. E é exatamente assim que eu tô me sentindo de novo, Harry. Eu tô carregando um segredo enorme, e não posso falar pra ninguém! Nem mesmo pra minha família... Como é que eu posso me divertir como Sirius pediu, se toda vez que eu tento, essa culpa enorme pesa mais uma vez?!

Gina abaixou a cabeça e cobriu o rosto com suas mãos. Seu corpo inteiro tremeu, e Harry sentiu seu coração partir em mil pedacinhos de ver a amiga chorar daquela maneira.

 - Ai, Gi...

Harry puxou Gina para o seu abraço e, mais uma vez, os dois ficaram abraçados por um longo tempo, tentando confortar um ao outro. Eles passavam por situações parecidas, e momentos assim estavam ficando cada vez mais comuns. Era difícil não ter ninguém com quem contar e dividir esse peso enorme. Eles só tinham um ao outro para buscar conforto, e era exatamente isso que faziam. Um ou outro – e por vezes até os dois – chora até que se sinta melhor, e depois limpa o rosto e força um sorriso para encarar uma legião de pessoas e amigos que nada sabem da grande responsabilidade que os espera.

Harry beijou o alto da cabeça da amiga, e Gina parecia se acalmar um pouco. Ela abraçou forte o Harry, e separou-se dele dizendo:

 - É melhor a gente ir. – Gina enxugou o rosto com suas mãos. – O baile já deve tá por acabar, e a Hermione e o Rony devem estar se perguntando onde a gente tá...

Harry riu de leve e beijou o rosto da amiga.

 - Isso se eles perceberam que a gente saiu, né?! – Ele disse com um sorriso. – Acho que uma bomba podia ter caído, e ainda assim, eles não teriam tirado os olhos um do outro!

Gina riu fraquinho, e parecia já estar bem melhor. Harry levantou-se e ofereceu sua mão para ajudá-la a levantar-se. A amiga aceitou e, quando se pôs de pé, Harry passou o braço em seus ombros, e os dois voltaram para a festa. Assim que havia um pouco mais de luz, Harry olhou em seu relógio, e notou que o baile estava mesmo para acabar. Assim que ele e Gina entraram no Salão Principal, eles foram direto ao encontro do Rony e da Hermione, e ficaram com os dois até o resto da festa. Em pouco tempo a música cessou, e os professores e monitores estavam mandando os alunos de volta para os seus dormitórios – Hermione inclusive.

Enquanto o Harry se vestia e se aprontava para dormir, ele relembrou o dia, e foi com um sorriso, que ele percebeu que, apesar de alguns pequenos detalhes, o dia tinha sido sim divertido. E que ele gostara muito de rir com os amigos na festa, e até dançar foi divertido. Harry lembrou da carta que o Sirius mandara para ele, e chegou à conclusão de que seria mesmo difícil tentar esquecer um pouquinho do Voldemort para se divertir, mas que não seria impossível. Talvez fosse exatamente isso que o Dumbledore quis mostrar-lhe oferecendo esse baile de dia das Bruxas.

Respirando fundo, Harry disse boa noite aos amigos – Simas ainda contava detalhes sobre o baile para quem quisesse ouvir. – e fechou as cortinas de sua cama para dormir. Assim que encostou a cabeça no travesseiro, dormiu um sono pesado como há muito tempo não tinha feito. Mas seu sono foi interrompido, e por pesadelos que Harry esperava um dia nunca mais ter.

 - Ele está vivo, senhor! Eu o encontrei! Eu o encontrei!

 - Desembucha, Rabicho! Eu não tenho o dia inteiro para gastar com você! O tom de voz de Voldemort era imponente como sempre e, dessa vez, acompanhado por muita irritação.

 - Ele está em Hogsmeade, senhor! Mudou-se para lá agora que Arabella Figg é professora em Hogwarts. Eu o encontrei como o senhor pediu, mestre! Rabicho gaguejava de vez em quando, mas sua voz estava cheia de esperança.

Voldemort levantou-se de sua cadeira e se aproximou de seu servo.

 - Parabéns, Rabicho. Mais uma vez você provou sua lealdade a mim. Voldemort fez uma pausa, e olhou diretamente nos olhos dele. É bom que continue dessa maneira, Rabicho! Eu não tolero traições...

Rabicho tremia, mas não ousava nem respirar de uma maneira que o seu Lord pudesse achar errada. Ele estava apavorado, mas se mantinha em pé e parado em seu lugar até que o Voldemort dissesse que ele pudesse sair.

 - Não, mestre! Eu nunca trairia o senhor!

 - Eu acho bom não trair mesmo! Voldemort deu as costas para o servo, e voltou para a sua cadeira. Nagini arrastou-se até o seu colo, e era acariciada, enquanto Voldemort falava. E quanto a Mundungo Fletcher, eu quero que tudo saia como eu planejei. Ele tem que estar vivo até que Figg chegue. Depois, você pode fazer o que for com ele. Mas eu, pessoalmente, vou matar essa feiticeira velha: nenhum de vocês inúteis conseguiriam mesmo!

Voldemort respirou fundo, e ficou um bom tempo em silêncio depois de ter mandado Rabicho se retirar.

 - Vai ser nesse Samhaim, Nagini... Aquela feiticeira está velha demais e não vai ser párea para os meus poderes nesse dia! Eu só gostaria de saber quem é a 7ª! Já poderia me livrar dela também aproveitando os poderes de Samhaim! Voldemort esmurrou o braço direito de sua poltrona, e Nagini afastou-se desse lado, com uma velocidade surpreendente.

 - A pressa não vai te levar a lugar algum! Um passo de cada vez... Nagini sibilou, acalmando-se do susto.

 - Um passo de cada vez... Voldemort repetiu, acariciando Nagini mais uma vez.

Em seus quartos, Harry e Gina acordavam. Harry com dor, e Gina assustada. Aquele domingo mal tinha começado, e já tinha começado mal.

Continua no Capítulo Vinte e Cinco...