Capítulo Trinta e Um

CERTO SINCERO

"Beeem-vindos a mais uma partida de quadribol do Campeonato das Casas de Hogwarts. Hoje temos a estréia da Grifinória contra a Lufa-Lufa. O dia está maravilhoso, e o clima perfeito para uma partida de quadribol" – Lino Jordan anunciava enquanto os times se reuniam nos vestiários e os vários outros alunos chegavam para assistir à partida.

 - Tá, o jogo vai começar daqui a pouco. – Angelina Johnson disse para o seu time. – Eu sei que um certo nervosismo é normal, mas tentem ficar o mais calmos que puderem. – Esse último comentário foi direcionado diretamente para Colin Creevey e Gina Weasley. – Tudo que tinha que ser dito, já foi dito; e todas as estratégias já foram revisadas, então agora... agora é só esperar... – Angelina soava confiante, mas ao olhar para ela, percebia-se que ela também estava muito nervosa.

"E a Madame Hooch chega ao campo para inspecionar as bolas." – A voz ampliada de Lino chegava ao vestiário do time da Grifinória.

 - Vamos indo, então... – Angelina disse, pegando sua vassoura e se direcionando à saída.

"Madame Hooch dá o seu ok, e aí vem o time da Lufa-Lufa, que nesse ano vem liderado por Bennet." – Lino fez a sua apresentação.

A torcida era muita, mas o entusiasmo não era o mesmo. Os alunos da Lufa-Lufa e alguns da Corvinal aplaudiram o time, e até deram alguns gritos de incentivo, mas Harry acreditava que talvez quadribol nunca mais fosse o mesmo para o time com uniforme amarelo canário. Mesmo sabendo que eles de qualquer jeito não contariam com Cedrico Diggory naquele ano – já que ele terminaria Hogwarts no ano passado – ainda assim, o fato de que o capitão tão querido nunca mais jogaria nem que fosse para outro time profissionalmente, ainda era muito devastador.

Enquanto os jogadores da Lufa-Lufa se posicionavam, Lino Jordan anunciava a entrada da Grifinória:

"E aí vem o time dos leões: Potter, Johnson, Bell, Weasley, Weasley, Weasley e Creevey."

Harry e o resto do time voaram em torno do campo, e a torcida gritava bastante. Lufa-Lufa não seria um adversário muito difícil, mas a torcida da Grifinória – que estava já esperando há algum tempo para ver seu time jogar – estava entusiasmada mesmo assim. E nas várias reuniões que o time tivera, Harry e os outros chegaram à conclusão de que o único desafio mesmo seria a Sonserina, já que Corvinal também estava desfalcada. Assim que todos tomaram suas posições, Madame Hooch mandou os capitães apertarem as mãos.

 - Montem suas vassouras... Ao som do meu apito... um, dois, três!

E assim que o apito soou, a goles foi lançada e o jogo começou. Como já era de se esperar, em pouco tempo a Grifinória estava na liderança e, cada vez mais, distanciando o placar.

"E mais um gol lindo de Johnson. O placar agora é de 70 a 10 para a Grifinória. O goleiro Hamilton nem viu a bola passar!"

Harry teve a chance de pegar o pomo já algumas vezes, mas por ordens da Angelina, ele deixou escapar de propósito. A capitã dissera que a nova apanhadora da Lufa-Lufa – Ana Abbot – não era párea para ele. E para o time da Grifinória, era vantagem marcar o maior número de pontos possível antes que terminasse a partida. Assim, se eles perdessem uma partida e precisassem contar com pontos, eles não teriam problemas. Por isso, de tempos em tempos, Harry voltava-se para Angelina para que ela indicasse a partir de quando ele poderia tentar pegar o pomo, ao invés de impedir que Ana Abbot o fizesse.

Colin Creevey estava se saindo um bom goleiro e estava recebendo vários elogios. Claro que o ex-capitão Olívio Wood seria para sempre lembrado como o goleiro, mas até que Colin estava sendo bem recebido. Assim como Gina Weasley, para quem, aparentemente, todos os treinos extras para melhorar o entrosamento valeram. O trio de artilheiras estava indo muito bem, e a torcida da Grifinória estava achando tudo aquilo muito bom.

Quando o placar já estava 150 a 30, Angelina deu o sinal de positivo para o Harry, que pôde finalmente sair atrás do pomo dourado para cumprir sua missão: apanhá-lo. Não demorou muito, e Harry o avistou. Sua Firebolt era muito mais veloz que a Shooting Star da Ana Abbot, e ele não teve problema algum para chegar ao pomo antes dela. Enquanto ele procurava pelo pomo, Angelina marcou dois gols, e Katie um; terminando o jogo 330 a 30. A vitória da Grifinória não fora nenhuma surpresa, mas ainda assim, Harry sentiu-se muito bem por poder voltar a jogar o único esporte em que ele era bom e tinha lugar garantido – muito diferente das aulas de Educação Física que tinha antes de vir para Hogwarts.

 - Ah ê! Muito bem, time. – Angelina disse enquanto eles ainda estavam no campo e se direcionando ao vestiário. – Se a gente manter a mesma estratégia com a Corvinal, a gente vai marcar tantos pontos, que talvez a Sonserina nem precise aparecer pra jogar com a gente!

Angelina riu, e Fred posicionou seu braço nos ombros dela.

 - Grande vitória, capitã! Isso merece uma celebração... – Fred comentou com um sorriso maroto que ia de orelha a orelha. – Só nós dois... – Ele acrescentou baixinho próximo ao ouvido da Angelina, mas Harry, que estava logo atrás dos dois, pôde ouvir e se sentiu ligeiramente sem graça.

 - E celebração é o que a gente vai ter! – Jorge exclamou bastante alegre. – Festa na Sala Comunal!

Vários alunos da Grifinória, que se juntaram em volta do time para cumprimentá-los pela vitória, expressaram concordância com a idéia de uma festa e, com gritos eufóricos, foram para a Sala Comunal preparar tudo. Harry, aproveitando o tumulto, aproximou-se de Gina e sussurrou bem perto de seu ouvido:

 - A gente sai pra falar com o Rony e a Mione durante a festa. Ninguém vai notar a nossa ausência.

Gina respirou fundo e só balançou a cabeça em um sinal positivo. Harry olhou confuso para ela, e ficou ainda mais confuso quando notou que ela estava corada e ele não tinha nem idéia do porquê.

A música estava bem alta na Sala Comunal, e várias vozes falando ao mesmo tempo podiam ser ouvidas. Fred e Jorge – como sempre – trouxeram comida da cozinha, e a festa da Grifinória estava bem entusiasmada. A Professora McGonagall bem que tentou dizer algo em repreensão, mas depois de ser praticamente ignorada, ela simplesmente suspirou e, balançando a cabeça de um lado para o outro, deixou a Sala Comunal.

 - Mione? – Harry chamou a atenção da amiga. Ele, Hermione, Gina e Rony estavam juntos durante a festa.

 - Que foi, Harry? – Hermione perguntou, aumentando um pouco o tom de voz para ser ouvida.

 - Lembra do que você disse ontem? Sobre o segredo meu e da Gina? – Hermione balançou a cabeça em um sinal positivo cautelosamente. Harry também tinha a atenção do Rony. – Então... eu e ela queremos falar sobre isso... mas não aqui.

Hermione olhou séria e rapidamente para o Rony. Voltando sua atenção para o Harry e a Gina, ela simplesmente indicou com a cabeça para o buraco do retrato da Mulher Gorda. Sem nenhuma palavra, os quatro deixaram a Sala Comunal, e Harry os direcionou para o banheiro da Murta-Que-Geme.

 - Ei! Isso é um banheiro de meninas! O que vocês dois estão... – Murta interrompeu o que ia dizer quando olhou para o Harry. – Ah... é você!

Harry abaixou a cabeça e esperou o que viria. Ele realmente queria ter tido a mesma sorte do dia anterior, e não encontrar a Murta por lá.

 - Você nunca mais veio me visitar, né?! – Murta disse, já começando com alguns gemidos e soluços, indicando que iria chorar. – Quando precisa de mim, fala comigo... mas quando não precisa... Todo mundo ignora a pobre Murta!

Murta começou a chorar bem alto, e os quatro se entreolharam. Hermione foi a primeira a tomar uma atitude.

 - Sshhh, Murta! Alguém vai te ouvir! E a gente vai se encrencar se for achado aqui!

 - Ah, é a assim, né?! "Cala a boca, Murta senão eu me encrenco!" Vocês só pensam em vocês! Não tem nenhuma consideração! – Murta soluçou em seu choro e continuou. – Eu vou embora, e tô pouco me importando se vocês se encrencarem...

Com isso, Murta desceu pelo seu vaso, espalhando água pelo chão.

 - Até que enfim! – Rony suspirou aliviado. – Pensei que não iria parar nunca!

Rony foi até as pias e sentou no mármore de uma delas. Hermione preferiu ficar em pé, mas foi para o seu lado. Harry e Gina se entreolharam, e Harry comentou baixinho:

 - Eu nem sei por onde começar...

 - Pelo começo seria uma boa... – Hermione sugeriu, falando sério.

Harry suspirou e olhou para os dois melhores amigos.

 - Aí é que tá: eu nem sei quando tudo isso começou!

 - Eu sei. – Rony interrompeu. – Desde que você confrontou o Dumbledore e a Professora Figg quando foi anunciado que ela seria a professora de D.C.A.T.; você mudou. Foi desde aí que você começou a se isolar da gente...

Harry olhou admirado para o amigo. Puxando pela memória, ele lembrou-se que foi exatamente na noite que o Rony descreveu, que o Dumbledore falou para ele da Ordem da Fênix. Ele estava impressionado e tocado pela atenção do melhor amigo.

 - É isso mesmo... – Harry concordou de cabeça baixa. – Foi nessa noite que o Dumbledore me contou algumas coisas, e exigiu que eu guardasse segredo...

 - Se você preferir não contar nada, Harry, ninguém vai te acusar por isso... – Hermione ofereceu com uma voz gentil.

Até aquele momento, Gina permanecera em silêncio, mas quando viu Harry hesitar, sem segundos pensamentos, ela foi direto para o seu lado e segurou a sua mão. Harry ergueu a cabeça e olhou para a amiga. Nos olhos dela, ele viu muito encorajamento e compreensão, e isso fez com que ele recuperasse sua determinação. Harry olhou para Hermione e preferiu ignorar o olhar de desconfiança humorada com o qual ela olhava para Harry e Gina. Ele limpou sua garganta pigarreando e respirou fundo.

 - Naquela noite, o Dumbledore me falou da Ordem da Fênix...

E Harry começou a explicar tudo para os amigos, desde a Ordem da Fênix, até o fato de ele ser o último herdeiro de Godric Gryffindor. Falou das profecias de Helga Hufflepuff, e não deixou de lado a constatação de que Tom Riddle – Voldemort – é mesmo o herdeiro de Salazar Slytherin. Durante todo o tempo em que ele explicava o que acontecera com ele nos últimos meses, ele percebeu que a Hermione tivera vontade de perguntar uma coisa ou outra por várias vezes. Mas ele foi muito grato à amiga por não interrompê-lo e deixar as perguntas para o final. Rony, na maioria das vezes, olhava do Harry para a Gina e para as mãos deles que continuavam entrelaçadas, mas Harry, dessa vez, não largou a mão dela por nada. Ele precisava da força que a amiga lhe estava proporcionando.

 - Então é por isso que você pôde usar a espada de Godric Gryffindor pra salvar a Gina na Câmara Secreta...? – O tom de voz de Hermione implicava mais uma afirmação do que uma pergunta, e Harry achava que essa era exatamente a sua intenção.

 - É... – Harry respondeu. – O Dumbledore falou que era minha por direito, e por isso ela apareceu pra mim quando eu precisei... – Harry acrescentou com gravidade.

As lembranças da Câmara Secreta não eram lá suas favoritas, já que além de uma amiga quase morrer, ele próprio arriscou a sua vida e quase morreu naquele dia. Se não fossem as lágrimas da fênix para curá-lo, ele com certeza não sobreviveria à picada do basilisco. E se não fosse exatamente a espada de Gryffindor, ele nunca conseguiria ter matado aquele basilisco com suas próprias mãos. Suas lembranças eram vagas, mas extremamente desagradáveis.

Rony, que não dissera nada até aquele instante, continuou calado, mas olhava Harry com um olhar que ele não conseguia compreender muito bem. A impressão que passava para o Harry, era de que Rony estava muito magoado, e Harry sentia-se mal com isso. Rony sempre teve uma pontinha de ciúmes de toda a atenção que Harry recebe e, talvez, esse seja mais um dos momentos em que Rony esteja enciumado de que Harry tenha mais alguma coisa que o destaque e deixe Rony em segundo plano. Mas por algum motivo, Harry não achava que esse era exatamente o motivo. Havia mais que o velho ciúme da fama de Harry no olhar do Rony, e isso preocupava e chateava Harry por demasiado.

 - O que foi, Rony? – Harry perguntou cautelosamente. – Você não falou nada até agora...

Rony simplesmente deu com os ombros e abaixou a cabeça. Mas o último olhar que ele deu para as mãos entrelaçadas de Harry e Gina não passou despercebido por nenhum deles. Harry e Gina entreolharam-se e, antes que Harry pudesse dizer qualquer coisa, Gina foi mais rápida:

 - Eu sei que cê tá chateado, Rony. Eu te conheço a minha vida inteira... Você vai falar o que é?

Rony respirou fundo e balançou a cabeça de um lado para o outro. Gina deu um suspiro cansado, e continuou:

 - Então pode deixar que eu falo... – Rony ergueu a cabeça e olhou feio e desconfiado para irmã. Mas Gina não se deixou abater e prosseguiu. – Você tá chateado porque eu fiquei sabendo de tudo o que o Harry tá te contando agora muito antes de você...

Rony fez menção de que iria dizer algo, mas Gina estendeu sua mão livre com a palma de frente para o irmão, em um sinal que ele esperasse.

 - Não adianta dizer que não é isso, Rony... Mas tudo bem... – Gina suspirou tristemente. – Você tem todo o direito de se sentir chateado, mas eu quero dizer que não foi exatamente escolha minha o fato de eu saber o que se passa. – Gina deu uma pausa e olhou fixo para o irmão. – Eu também faço parte da Ordem da Fênix.

Rony e Hermione se entreolharam, e Rony voltou a atenção para irmã com uma única sobrancelha erguida, como que pedindo explicação. E foi a partir desse ponto que Gina contou a sua história. Sobre a descoberta de ser uma feiticeira, e como que o Dumbledore chegou a perceber esse fato.

 - Então o Gui tava certo, né?! – Rony perguntou baixinho. – Seus pesadelos eram sim motivo pra preocupação.

Gina abaixou a cabeça e não respondeu nada. Harry percebeu que Rony apesar de preocupado, naquele momento estava bravo com a irmã, e Harry por algum motivo sentia que em poucos instantes entenderia por quê.

 - Você falou pra mim que não era nada, Gina! O Gui não sabia o motivo, e quando eu perguntei pra você, você disse que os pesadelos eram do "Tom Riddle". Você mentiu, Gina!

Gina ergueu a cabeça e olhou igualmente brava para o irmão.

 - Eu não menti! Meus pesadelos eram sobre o Voldemort, sim!

Rony e Hermione olharam surpresos para Gina, e Rony até parou o que iria dizer por alguns instantes. Harry, por sua vez, sentia-se orgulhoso da amiga por finalmente chamar e admitir Voldemort pelo nome. Talvez, quem sabe, seus outros amigos chegassem a fazer isso um dia também.

 - Você falou o nome dele... – Rony disse baixinho, e ainda um pouco abalado.

 - Falei sim! – Gina respondeu, diminuindo um pouco o tom de voz. – Todo mundo na Ordem da Fênix fala o nome dele. E quer saber? É estranhamente libertador! É ótimo deixar de ter medo de dizer o nome Voldemort. Você deveria tentar...

Rony abaixou a cabeça e, quando a ergueu de novo, toda a sua raiva tinha sumido, e agora seus olhos estavam cheios de preocupação.

 - Mas Gina... – O tom de voz do Rony era estranhamente carinhoso. – Eu e a Mione já nos preocupamos tanto com o Harry... mas sei lá... Ele já enfrentou tantas coisas, que a gente quase que aceitou como destino dele se meter em encrenca... – Rony sorriu fraquinho para o Harry que sorriu de volta. – Mas você... você é minha irmãzinha... e eu me preocupo. Eu não quero que nada de mal te aconteça...

Gina foi até onde o Rony estava sentado e abraçou a cintura do irmão. Ele estava meio sem graça, mas ainda assim pôs os braços em volta da irmã e descansou a sua cabeça em cima da dela. Depois de um tempo, ela se separou dele e voltou para o lado do Harry.

 - Aí é que tá, Rony... – Ela disse com uma voz um tanto rouca. – É tão destino do Harry, quanto é meu! Eu nunca pedi, nem nunca imaginei que seria uma feiticeira, mas aconteceu mesmo assim! – Os olhos da Gina se encheram de lágrimas, e Harry pôs a mão na sua cintura e a trouxe mais para perto. – Eu sei que é horrível se preocupar com quem a gente ama. Eu me preocupo com você mais do que você imagina! Mas dessa vez você não vai poder fazer nada, Rony... Ninguém escolheu o que tá acontecendo. Ninguém escolheu uma guerra. Mas a gente tem que lutar mesmo assim e fazer o que for preciso...

Rony jogou a cabeça para trás e respirou fundo antes de perguntar:

 - A mãe sabe disso? Sobre você estar na Ordem da Fênix, ou ser uma feiticeira?

Gina abaixou a cabeça e enxugou os olhos.

 - Não... ninguém fora da Ordem sabe sobre isso. E é pra ser mantido em segredo pra minha própria segurança. Nem a mãe pode saber...

Pelo tom de voz que a Gina estava usando, Harry teve a impressão que contar para a mãe dela era exatamente o que a Gina queria fazer naquele momento. Talvez contar tudo e correr para o colo da mãe. E Harry teve que admitir que, naquele momento, até ele que não fazia parte da família gostaria de contar com o conforto que a Sra. Weasley poderia proporcionar.

 - E vocês resolveram contar tudo pra gente mesmo assim... – Hermione especulou. – Mesmo sendo perigoso e tendo sido proibidos. Por quê?

Rony voltou a atenção para os dois e os mirou especulativamente. Harry e Gina se entreolharam mais uma vez, e foi Harry quem respondeu.

 - A gente teve que tomar uma decisão, e decidimos que contar tudo pra vocês seria o certo. Vocês correm perigo sabendo disso tudo também, e se vocês preferirem... se vocês optarem não saberem de tudo, a Gina pode apagar a memória de vocês. Eu e ela conversamos sobre isso, e se for isso que vocês preferirem--

 - Não!!! – Rony e Hermione responderam ao mesmo tempo. Ela respirou fundo e continuou. – Você insulta a gente com essa proposta, Harry. Mas eu sei que você só tá falando isso pra nossa própria proteção. Tudo o que vocês contaram pra gente hoje vale muito mais porque foram vocês dois que contaram. Vocês são nossos amigos e, por mais estranho que possa parecer, a gente quer se preocupar com vocês. Eu prefiro morrer de preocupação, mas saber o que está acontecendo, a ficar no escuro e achar inocentemente que tá tudo bem...

Harry olhou da Hermione para o Rony e constatou que ele concordava com todas as palavras da namorada. Hermione aproximou-se do Harry e da Gina e abraçou e beijou a bochecha de cada um.

 - Deve estar sendo difícil passar pelo que vocês estão passando, mas eu quero dizer que, como sempre, vocês podem contar comigo.

 - E comigo. – Rony disse, levantando-se.

Harry olhou para os dois melhores amigos e sentiu algo inexplicável dentro de si. Era tão maravilhoso saber que Rony e Hermione se sentiam assim. Era como se uma nova esperança tivesse crescido dentro dele e, talvez, tudo fosse dar certo afinal.

Continua no Capítulo Trinta e Dois...