Olá pessoal, Calborghete aqui, ficaram com saudades?

Hoje começa mais uma história, espero poder conseguir agradar a todos e fazer com que possamos passar mais um tempo juntos nesta nova jornada que iniciaremos hoje.

Não esqueçam de curtir a página no Facebook, o link direto pode ser encontrado na página do meu perfil na Fanfiction, ou se vocês preferirem pesquise "Calborghete" e localizar uma imagem de Shinji e Asuka. Nesta página eu vou postar atualizações e também será mais fácil de entrarem em contato comigo.

Então agora sem mais enrolação, boa leitura.


"Diálogos"

- Pensamentos -

"Conversa via Rádio"

"Auto conversa."


Nota de Responsabilidade:

Evangelion, seus personagens e cenário são propriedade de Hideaki Anno. Qualquer marca, filmes e séries mencionado nesta Fanfic é propriedade de seus criadores.


(*)


Capítulo 01.

Quando eu me encontrei com a alma de Shinji Ikari eu senti uma coisa que tinha aprendido a muito tempo, eu senti pena, pela primeira vez na minha vida eu me senti conectado com aquela pessoa, nunca eu tinha sentido isso por ninguém antes, olhando aquela pobre criatura frágil sentada a espera de meu toque.

Eu sabia qual era o meu trabalho, eu sabia qual era a minha função, nunca na minha vida eu tinha hesitado em terminar com a vida das pessoas, eu nunca tive essa sensação, eu podia ver ele lutando para respirar, seus olhos focados nas pessoas ao seu redor, algumas tentavam retardar o inevitável.

Eu queria poder fazer alguma coisa, ajudar, mas será que tenho esse poder para fazer isso? Isso ainda ficou na minha mente por um tempo, logo meus olhos focaram em um pequeno grupo de pessoas, elas estavam vestidas com outros uniformes, mas os olhos eram os mesmos, eles tinham medo cravado neles, eles não queriam perder essa pessoa, eu já tinha visto aquilo antes, mas desta vez tinha mais sentimentos envolvidos.

Inspirando profundamente, eu começo a odiar meu trabalho, eu tinha aprendido muito nestes anos em que eu acompanhei essas pessoas, vi seus medos, vi seus arrependimentos, eu vi tudo que elas mal podiam esperar que poderia ter, virando para o lado, eu posso ver aquela presença que me acompanhou a muito tempo, ela olhava para o pobre Shinji Ikari com tristeza, eu me sinto confuso agora.

Muitas pessoas correm, outras brigam, xingam entre si, vejo uma garota confrontar o pequeno grupo logo atrás de mim, não ligo para o que é dito, eu somente olho para Shinji, a cada segundo eu sei que ele fica mais perto de meu toque, todos estão em choque, meus olhos caem um uma pequena médica, ela não tem as cores tradicionais das pessoas, ela parece em pânico, mas isso é estranho depois do que eu vi, os humanos são estranhos.

"Novamente." Eu digo para ninguém, eu não me importo se elas não podem me escutar, eu somente olho para o pobre garoto, o pobre homem que teve sua vida feita um inferno por pessoas que o manipularam, o esqueceram, o traíram, o pior dos pecados na minha opinião.

Lentamente eu me abaixo, focando meus olhos nos dele, ele olha para mim com dor, mas parece que não tem medo de mim, eu posso ver que ele ainda quer viver, ele tem muita coisa para conversar com os outros, ele quer isso, mas devo ir contra o que eu tenho que fazer?

Lentamente eu abaixo a cabeça para seu corpo, vendo como seus médicos lutam para parar o sangramento que está ali, vendo o liquido vermelho da vida vazando de seu corpo, a cor é vermelha viva, a mesmo dos mares e da terra.

Lentamente eu estico minha mão, tocando sua cabeça com delicadeza, sempre agi assim, posso ver seus olhos, eu os encaro por alguns segundos, finalmente eu pude falar com ele.

"Olá Shinji."


Muita coisa se passa na cabeça de uma pessoa quando ela morre, algumas pensavam em suas famílias, outras em seus sonhos nunca realizados, outras pediam perdão pelos seus piores erros, mas eu não sei como deveria me sentir naquele dia, ver um evento que iria consumir a vida na terra de forma tão destrutiva.

Ainda não entendo o que passou no mundo naquele dia em especial, ainda não sei como deveria me sentir ao ver as almas das pessoas sendo levadas por outras entidades, eu somente podia assistir a tudo, assistir como uma única pessoa poderia fazer com que tanto mal pudesse ser feito com seus próprios povos.

Olhando para baixo, eu somente pude ver a morte, a destruição e a tristeza, muitas pessoas me associam como uma coisa ruim, algo que deve ser evitado a todo o custo, o que tem que ser destruído, mas elas têm que entender uma coisa, e essa coisa tem que ficar bem clara na mente das pessoas, nada pode fugir da morte, sempre irei dar um jeito para que as coisas possam voltar a ser como deveriam ser.

Logo meus olhos travam em um objeto em especial, o objeto que estava no centro desse novo universo que iria ser construído, mas meus olhos não podiam entender como aquilo poderia mudar o destino do mundo da forma como tinha mudado, eu somente assisti, vendo aonde isso tudo iria dar.

Eu por muito tempo observei um certo garoto, sempre nas sombras eu o olhava, vendo como ele era, seus medos, nada poderia ficar longe dos meus olhos, eu sempre podia ver tudo que acontecia ao redor das pessoas, sempre dentro de suas mentes, dentro das mentes dos inimigos, dentro das mentes dos aliados, cada um com seus motivos para fazer o que tinha que fazer, fazer o que achavam que estava certo.

Por muitos anos antes disso tudo acontecer, eu presencie o nascimento de um novo mundo, com novas vidas, mas eu aprendi meu papel no mundo novo, eu pude ver que tudo que é novo e belo uma hora tinha que terminar, eu fui encarregado de fazer com que as coisas terminassem.

Sempre uma coisa tentava controlar os outros, a muito tempo antes um homem achou que poderia controlar o mundo, o resultado? Guerra, muitas vidas perdidas, eu me lembro de ter trabalhado muito naquele dia em especial, eu me lembro de quando uma pessoa se autoproclamou um Deus vivo na terra, como se julgava um Deus-Rei, eu assisti quando ele lutou em um lugar na Europa.

Como sempre, muitas pessoas perderam suas vidas, eu sempre estava lá, podendo ver e sentir seus últimos pensamentos e medos, podendo sentir seus arrependimentos, como sempre eles eram os maiores clichês da vida, com o tempo eu fui parando de me importar com essas coisas, eu somente levava suas almas.

Muitos anos depois, uma guerra mundial surgiu, novamente por motivos fúteis, todas aquelas mortes por causa de um único assassinato, uma única vida foi o suficiente para começar um longo conflito que iria me fazer ceifar mais de vinte milhões de almas, como sempre eu não me importei em caminhar pelos corpos daquelas pessoas que morreriam por ideais, a verdade era que eu nem ligava para quem estava certo.

"Novamente." Eu digo para o nada, meus olhos focados em um lugar chamado Europa, focados quando um único homem estava falando para uma grande multidão de pessoas, eu podia sentir sua raiva, eu podia sentir seu desejo de iniciar outro movimento que iria limpar o mundo das pessoas inferiores, essas eram suas palavras de explicação, eu não pude negar que isso me divertiu, nunca mudava.

Como sempre a coisa toda se superou, outro conflito se iniciou, mais uma vez eu caminhei pela terra manchava de sangue de pessoas inocentes, tudo isso novamente por um grande motivo fútil, tudo porque um único homem não podia aceitar uma simples religião.

Olhando para cima, eu solto um longo suspiro, eu não sabia mais a minha idade, eu já tinha perdido a conta de quantas luas eu já tinha visto, de quantos nascer do sol eu tinha visto, de quantas pessoas eu já tinha levado para o outro lado, eu somente estava olhando para cima, como se fosse a primeira vez que eu podia ver aquela imensidão negra que era o universo.

Eu não sei quando tempo fiquei olhando para cima, pensando quando que as vidas das pessoas iriam ser, eu não sabia quanto mais tempo eu iria ficar levando as pessoas, mas tudo isso mudou em um único dia, treze de setembro do ano dois mil, porque essa data em especial me marcou? Eu não sei, mas senti uma coisa naquele dia, eu senti quando as almas eram levadas por outra coisa, meus olhos focaram no gigante branco que nasceu daquele lugar sem vida, eu podia sentir as almas sendo levadas.

Ainda não sei o que levou aquilo tudo, mas uma coisa eu tinha certeza, levando meus olhos para os céus novamente, eu ignorei os gritos das almas, eu pude ignorar o gigante branco abrindo suas asas para o céu e explodir em uma grande luz branca, eu somente tinha um único pensamento em mente.

"Novamente." Foi tudo o que eu disse, eu podia sentir que novamente algumas pessoas estavam querendo ser um novo Deus, eu podia sentir isso se aproximando do mundo, eu sabia que novamente muitas pessoas iriam sofrer por causa de homens e mulheres que não aceitavam que suas vidas tinham um prazo de validade, eu podia falar com completa certeza, era isso que eu mais invejava nos humanos.

Sentindo uma coisa nas suas costas, eu não me virei, a verdade era que eu não estava com medo, eu não sentia mais nada, minha única função era levar as almas, então eu somente a ignorei.

Flutuando na superfície da terra, morte olhou para o sol, completamente alheio ao seu mundo, logo abaixo dele, uma garota o olhava, ela tinha olhos vermelhos fortes, cabelos azuis e o encarava, ela não tinha emoção em seu olhar, ela somente o olhou, buscando entender o que seus olhos viam.

Não demorou para ela desaparecer, mas eu continuei olhando para cima, mesmos olhos vendo não focando na terra, eu podia sentir que algumas coisas iriam acontecer da forma que eu estava acostumado, fechando os olhos e dando um pequeno suspiro, eu sabia que isso tudo era desnecessário, mas o efeito que ele dava era bom.

"Novamente." Falo ao me virar e olhar para a terra, podia ver que suas águas tinham mudado, eu sabia que tinha muitas almas para buscar, eu podia sentir elas vagando pela terra sem rumo, com um piscar de olhos eu as coleto, minha mente se perguntou o motivo de serem os animais.

Lentamente eu me afastei, podendo sentir alguma coisa, eu podia ver as pessoas maquinando sobre planos, eu podia sentir que eles falavam sobre o que tinha acontecido na antártica, meus olhos franziram quando eu percebi que aquilo era somente uma parte de seus planos.

"Novamente." Eu falo ao olhar para todos aqueles homens e mulheres sentados numa grande mesa de madeira, eu me aproximo de seu lugar, um homem velho, com seu corpo já entrando na reta final da vida, a muito tempo eu já sabia que seria pouco tempo para que eu o levasse, mas isso não iria acontecer graças a era das maquinas.

Anos após anos eu observei e trabalhei, eu pude ver que as pessoas começaram a se preocupar com outras coisas, países reivindicavam novas terras, pessoas reivindicavam as propriedades que julgavam ser do povo, novamente muito sangue foi derramado.

Meus olhos estavam focados no céu, eu fazia muito isso para me distrair, a vida humana com todo o seu egoísmo me machucava, machucava o que eu achava de tudo isso, as pessoas somente sabiam se machucar por coisas inúteis.

Um forte brilho chamou minha atenção, eu somente olhei para baixo, podendo ver sobre o lugar que as pessoas chamavam de Japão, uma cidade estava lá, me aproximando da luz que não era normal, eu pude ver que novamente eles a usaram, somente assisti quando um imenso cogumelo surgia, eu odiei aquela visão.

"Novamente." Eu falei ao fechar os olhos, tentando ignorar os gritos das pessoas que iriam conhecer meu toque, eu sempre me sentia mal por levar as almas que não estavam prontas, eu tinha aprendido a me controlar da pior forma possível, meus ouvidos ainda podiam escutar o som das crianças gritando ao entrar naquela sala a muitos anos atrás, o som delas sufocando com o gás venenoso que lançaram sobre elas, um banho, era somente isso que elas queriam.

Abrindo os olhos, novamente eu fui trabalhar, alma por alma eu tocava, eu não sei quantas pessoas eu levei ou quanto tempo levou, mas uma coisa eu sabia, sentindo novamente que meu corpo queria descansar depois de fazer isso tudo, eu somente tinha ficado cansado assim no que as pessoas a chamaram de segunda guerra mundial.

Essa não foi a primeira vez que eu iria ver aquele cogumelo sobre alguma cidade, minha mente ainda tentava entender os motivos de tamanha crueldade, se o objetivo eram terras, porque destruir tudo? Essa foi a pergunta que eu nunca consegui responder, uma voz dentro da minha cabeça me respondeu isso, ela somente falou uma única palavra... Egoísmo.

Eu sabia bem o que ela significava, tinha visto muito disso na minha longa vida, sempre era o motivo por trás de tanta morte e tristeza, isso me irritou, eu não sabia o motivo por trás desse sentimento, eu não gostava dele, somente me atrapalhava.

Novamente eu soltei um longo suspiro, eu podia ver as almas em meu corpo, eu podia sentir elas viajando para o seu novo destino, pouco me importava o seu destino final, eu somente queria poder descansar, nas minhas costas eu sinto novamente aquela presença, mas como sempre eu não me importei.

Rei observou a morte, ela sabia que ele somente pegava as almas que ela criava e buscava, ainda não sabendo o motivo dele estar ali, não era uma de suas criações, mas não parecia mal, lentamente ela se aproximou.

"Quem é você?" Perguntou a garota para a estranha forma na sua frente, seu corpo era como uma de suas criações.

Eu escuto uma coisa nas minhas costas, sabendo que era aquela coisa diferente que muitas vezes apareceu antes, minha curiosidade aumentou com sua presença, lentamente eu me viro, podendo ver o rosto dessa garota.

"Eu tenho muitos nomes, muitas civilizações me chamam de Thanato... Alguns povos me chamam de Samael, outros de Shinigami, eu particularmente gosto do primeiro."

Rei somente assentiu, ela tinha seu olhar de indiferença natural, seus olhos focaram no rosto daquele que se proclamou a morte, o fim da vida como ela conhecia.

"Entendo."

"E você quem é?" Perguntou Thanato a garoto misteriosa.

"Eu sou Lilith." Respondeu Rei, ela sabia que tinha outro nome, mas resolveu guardar para sua vida.

"Lilith? O mesmo nome da primeira esposa de Adão." Thanato fala com um sorriso no rosto.

"Adão." Lilith fala ao relembrar dele, o anjo que tentou destruir sua criação, ela ainda se lembrava de quando ambos lutaram.

"Então essa é sua criação?" Perguntou Thanato ao apontar para a terra, ele podia ver outro cogumelo surgindo, ele ficou ligeiramente aborrecido.

"Sim." Foi tudo que a Lilith respondeu, logo seus olhos se agraciaram quando enormes asas negras se abriram na sua frente, bloqueando completamente a luz do sol, ela não sentiu medo com a visão, somente curiosidade.

"Eu vou trabalhar." Falou Thanato com calma e controle, mas uma pequena porção de ira percorreu sua voz, Rei observou o homem sumir em direção ao mundo que estava se consumindo, ela sabia que os Lilins teriam que provar seu valor, mas parecia que isso era somente um sonho distante.

Thanato lentamente buscou aquelas almas, mas sua mente estava focada na garota que apareceu na sua frente a pouco tempo, ele lentamente voltou seu olhar para cima, pensando se poderia conversar com ela novamente, mas a sensação tinha desaparecido.

Muita coisa tinha mudado, o tempo não era mais o mesmo para ele, nada era como os humanos, eu somente observava de cima, não tinha realmente muito interesse em suas vidas, mas uma coisa mudou isso, eu ainda não sei o que foi, ou como ela tinha conseguido, mas uma certa garota conseguiu isso.

Thanato lentamente desceu para a terra, usando tudo que podia para ficar invisível para os outros, seus olhos focaram em uma mulher, ela tinha cabelos castanhos escuros e curtos, usava um jaleco branco, eu seus braços uma prancheta.

Ele queria entender melhor as pessoas, entender o que as levavam a fazer as coisas que costumavam fazer com suas vidas, mas ele mesmo não sabia o que o levou a ter interesse nessas pessoas em especial.

"Como estão as coisas?" Falou essa mulher, completamente alheia ao ser que a observava.

"Bem, acabei de falar com o professor Fuyutsuki, eu espero poder entrar na faculdade." Uma garota de óculos falou colocar um pouco de dinheiro em uma máquina de bebidas.

"Você vai." Respondeu a mulher sorrindo, ela se sentou em uma das cadeiras e se permitiu sentir o sol iluminando sua pele.

"Eu não sou tão esperta como você Yui." Respondeu a garota ao escutar um som de negado vindo do equipamento, ela tentou novamente.

Yui olhou para a garota tentando comprar alguma coisa, ela sorriu ao já saber sobre o resultado de sua tentativa de admissão na faculdade, ela soltou uma pequena risada ao escutar um pequeno rosnado vindo da garota.

"Mari...Você é esperta, pare de se menosprezar tanto." Yui falou ao se aproximar e abrir a carteira, com um movimento rápido, ela colocou uma nova nota mais nova na máquina, sorrindo abertamente ao ver que tinha funcionado.

Mari olhou para Yui com abatimento, ela queria ter aquele entusiasmo. "Eu sei, mas ainda não posso evitar, você e Kyoko já entraram, se eu não entrar, vou ter que ir para longe..." A garota fala ao abaixar a cabeça e ficar chateada. "Vocês são minhas melhores amigas e não quero me afastar."

Yui sorriu afetivamente ao olhar para a garota de quinze anos na sua frente, Mari sempre se menosprezou à toa, sendo uma criança prodígio, tendo terminado a escola aos doze anos de idade, sendo uma mulher adulta em miniatura, mas no fundo ela podia ver a garotinha na sua frente com medo da solidão.

Ainda do lado de Mari, lentamente Yui a pegou nos braços e deu um abraço apertado nela, ela aproximou sua boca de seu ouvido e falou. "Mari, saiba que eu sempre vou te amar, mas não fique pensando muito, aposto que daqui a pouco o professor vai te chamar."

Mari sorriu para a mulher, Yui era tudo que ela queria ser, uma mulher forte e independente. "Obrigado."

Soltando a garota, Yui lentamente pegou uma bebida e se sentou, ela pode ver Mari ainda escolhendo o que queria na máquina. "Eu nunca te agradeci."

Mari se virou e olhou para Yui, confusa com tudo, finalmente escolhendo sua bebida. "Me agradecer?"

Yui sorriu abertamente, ela ainda se lembrava de quando foi apresentada a Gendo, Mari tinha conseguido se aproximar do homem que era muito silencioso da faculdade, finalmente ela pode ver por traz daqueles olhos tristes.

"Por me apresentar para Gendo." Concluiu a mulher ao tomar um gole de seu chá.

Mari sorriu ao ver isso, ela rapidamente pegou seu refresco e se sentou ao lado da tutora. "Não foi nada, eu somente dei um empurrãozinho na direção certa... Gendo sempre a olhava quando achava que ninguém estava olhando."

"Eu sei." Yui fala divertida, mas ela rapidamente olhou para Mari. "E você quando vai achar um homem?"

Mari abaixou o olhar, ela sempre teve facilidade em unir os outros, mas isso tudo era diferente quando se tratava dela mesma, logo seus olhos caíram em Yui, vendo seu belo rosto, seu belo cabelo e o principal, seu belo sorriso, ela sabia que nunca poderia ter o que ela mais queria neste mundo.

"Eu não... Sei lá." Falou a garota ao corar e começar a tomar seu refresco, Yui sorriu ao ver isso, ela sabia que Mari nunca foi como as outras garotas, ela sabia que Mari gostava dela, mas infelizmente ela não era assim, Mari sempre foi muito reclusa por causa da reação dos outros sobre sua sexualidade.

"Mari... Olha para mim." Yui falou seriamente, ela queria poder dizer que sua amiga iria encontrar alguém, que poderia contar sempre com ela para tudo, mas antes de poder dizer qualquer outra coisa, uma voz falou ao fundo.

"Finalmente te achei!" Uma mulher loira gritou ao se aproximar, seus olhos azuis brilharam forte ao ver aquelas duas.

"Kyoko!" Mari falou sorrindo ao ver sua outra amiga. "Como foi o encontro?"

"Horrível!" A mulher falou ao se sentar, ela se lembrou de ter saído com um cara da faculdade. "Acredita que o idiota me levou em um parque de diversões!"

"Nossa." Mari e Yui falaram juntas, mas estava sendo divertido.

"Sim... Eu larguei aquele perdedor na fila." Kyoko falou ao olhar para suas unhas. "Fala sério, eu pensei que iria para um jantar."

Yui falou ao se aproximar. "Talvez ele pensou que iria te agradar." Ela riu ao receber um olhar de sua amiga. "Assim nunca vai ter um filho."

"Se todas as pessoas do Japão forem chatas, eu vou fazer um inseminação artificial." Kyoko resmungou ao pegar um pouco do refrigerante de Mari.

"Nem na Alemanha tinha alguém?" Mari perguntou ao olhar para a mulher, Yui sorriu para isso, ignorando a ofensa que seu País recebeu.

"Não, tem que ter um padrão muito alto para agradar a Kyoko Shikinami." Respondeu a mulher ao mostrar a língua para Mari divertidamente, todas riram com isso, mas antes da loira falar para Mari.

"Esqueci de te falar, o professor Fuyutsuki quer ver você na sala dele."

Mari rapidamente se levanta com olhos arregalados, ela olha para as duas na sua frente e fala com ansiedade mal controlada.

"Meu Deus! Meu Deus!"

"Vai lá, aposto que é uma boa noticia." Yui fala diretamente, ela sorriu para a garota.

"Me desejem sorte!" Gritou a garota ao se afastar, Kyoko esperou a garota virar uma esquina para conversar com Yui sobre assuntos mais delicados, ela gostava de Mari, mas ela ainda era muito nova para falar sobre alguns assuntos de mulher, mesmo Yui sendo contra isso.

"Então? Como foi com Gendo?"

"Ele é fofo de sua forma." Yui falou sorrindo, mas ela podia ver os olhos de Kyoko nela.

"Já!?" Responde mulher loira, seus olhos estavam arregalados com a sua própria imaginação tinha revelados, nunca em sua mente Yui iria se abrir tão facilmente para outra pessoa.

"E o que tem?" Yui responde naturalmente, mas ela podia ver o pequeno choque no olhar de sua amiga de longa data.

"Nossa, eu não esperava que você fosse tão fácil." Kyoko falou com nojo falso no rosto.

"Eu não sou fácil, eu não fiz nada de mais com ele, somente senti alguma coisa." Yui se defende, corando levemente com a ideia que a alemã tinha em mente.

"O que você acha que fizemos?"

"Falando em sentir..." Kyoko fala ao olhar para os lados em busca e privacidade, Yui sabia no que a bomba iria estourar.

"Você sabe que Mari vai ficar com ciúmes?"

"Ciúmes?" Yui fala ao se fazer de bobo, mas no fundo ela já sabia o que iria acontecer.

Kyoko revirou os olhos ao ver a inocência de Yui, mas ela sabia que teria que cavar mais fundo para conseguir revelar mais coisas sobre sua vida.

"Eu falo sobre Mari... aquela garota é apaixonada por você, nunca percebeu?"

Yui abaixou o olhar para o chão, escutando o som do vento limpando as arvores ao seu redor, ela sabia dos sentimentos de Mari por ela, ela não queria machucar a pobre garota, mas o coração não escolhia o seu alvo, Kyoko podia ver o rosto de Yui, ela se perguntou se tinha ido longe demais agora.

"Eu sei, Mari é uma pessoa especial para mim." Yui fala abatida. "Mas foi ela quem me apresentou para Gendo, acho que no fundo ela já sabia de alguma forma."

Kyoko solto um pequeno suspiro ao ver que não tinha destruído o clima bom que tinha se instalado lá, mas essa última frase de Yui a deixou intrigada de alguma forma.

"Mari é legal... Mas ainda não consigo ver o que Gendo tem de bom."

Yui não pode deixar de rir com isso, ela rapidamente pensou no encontro que teve com o homem misterioso, sua timidez, ela podia ver seus medos, isso ajudou a criar uma forte conexão entre eles.

"Gendo é uma pessoa diferente, isso me chamou a atenção." Yui começa a falar, ela podia sentir os olhos de Kyoko nela, mas isso não parecia importar, ela focou sua visão nas arvores na sua frente e começou a divagar sobre o homem que tinha conseguido tomar seu coração.

"Ele... eu não sei, ele somente pode me entender, ele pode entender meus medos, meus desejos, meus sonhos, o pouco que eu falei com Gendo, pude ver que ele é a pessoa certa."

Kyoko não pode deixar de sentir um sorriso nascendo em seu rosto com essa declaração, ela rapidamente olhou para frente, vendo as arvores dançando conforme o vento ditava seus movimentos, ela rapidamente começou a pensar na sua vida, nos seus objetivos, ela nunca foi ligada a família, sempre sendo uma pessoa independente, forte, mas estar com sua amiga era como estar ao lado de sua irmã que nunca teve.

"Nossa, isso foi profundo." Respondeu a mulher ao começar a rir abertamente, ela rapidamente olhou para o relógio e sorriu.

"Como será que Mari está? Aquela garota deve estar surtando."

Yui soltou uma pequena risada. "Ela merece, é muito esperta."

Kyoko a olhou com dúvidas. "Acha que isso vai impressionar o professor? Eu até posso entender nós termos entrado, eu sou uma gênia por natureza é claro." Se gabou a loira na sua frente, Yui sabia do forte orgulho da alemã, mas deixou isso passar, Kyoko a olhou e sorriu.

"Você também é, aposto que Kozo levou em consideração seu belo par de peitos." Apontou a loira para Yui que prontamente começou a rir.

Levando as mãos para seu próprio corpo, Yui falou sorrindo. "São para isso que eles foram criados, eles são armas poderosas."

Kyoko não pode deixar de rir, era bom descontrair, mas sua mente rapidamente se focou no futuro, seus olhos focados no oceano vermelho na sua frente, ela rapidamente perdeu o sorriso e falou o mais seriamente possível.

Yui se controlou o suficiente, ela rapidamente olhou para Kyoko com um sorriso no rosto.

"Eu já sei que ela entrou."

Kyoko a olhou com dúvidas, Yui usou isso para continuar seu raciocínio.

"Realmente você está certa, Kozo tem uma queda por mim, e eu usei isso para descobrir algumas coisas." Kyoko levantou uma sobrancelha ao escutar isso. "Eu pude conversar com ele sobre Mari, ele realmente se impressionou com aquela garota, então eu já sei que ela conseguiu entrar."

Kyoko continuou com o seu sorriso malicioso no rosto, Yui rapidamente olhou para os lados em busca de qualquer outra coisa que pudesse estar levando a atenção de sua amiga.

"O que foi?"

Apontando para seu corpo, Kyoko falou ainda mantendo o sorriso.

"Você... você não mostrou os peitos para ele, mostrou?"

"O que!?" Yui falou corada ao cobrir seu corpo, Kyoko começou a rir abertamente, Yui lançou um olhar desaprovador com isso, mas não pode negar que isso foi uma possibilidade se Mari não impressionasse o professor Fuyutsuki.

Kyoko finalmente se controlou o suficiente, ela rapidamente olhou para frente novamente, seus olhos azuis focaram no oceano vermelho novamente, ela adorava aquela cor, mas ver o mar assim era triste, com um longo suspiro, ela tentou sentir o cheiro da água salgada, mas nada vinha ao seu destino, somente o cheiro de nada.

Sentindo o corpo ficando nostálgico, Kyoko se levou a pensar no seu futuro, na sua possível família, ela não queria que eles crescessem em um mundo assim

"Será vamos conseguir, Yui?"

Yui logo olhou para mar, sua mente relembrando quando o mesmo era azul, seus momentos quando era criança, poder tocar os animais marinhos, se divertir na água salgada, ela rapidamente pensou em seus objetivos, seu avô conversava muito com ela sobre isso, o seleto grupo da SEELE na qual ele era membro.

"Vamos conseguir." Falou a mulher o mais sério possível, ela pode sentir os olhos de Kyoko nela. "Vamos conseguir mudar isso, o mundo vai ser perfeito novamente."

Kyoko olhou para sua amiga, sentindo um pequeno calafrio com a frieza em sua voz, mas não pode negar que gostaria que o mundo perfeito que ela acabou de falar fosse realidade, logo um longo silencio tomou conta do pequeno grupo, ambas as mulheres estavam em seu mundo pessoal.

"Eu consegui!" Gritou uma voz vindo do fundo, ela era feminina e aguda, somente uma pessoa poderia ter aquela voz, ambas as mulheres trocaram um sorriso, mas Yui tinha um belo e claro 'eu te avisei' nos olhos.

Virando uma esquina, Mari estava com lágrimas nos olhos, ela queria contar a novidade para suas amigas, ela rapidamente virou para onde tinha saído, ela pode ver as duas sentadas a espera dela, rapidamente Mari correu com os braços abertos.

"Eu consegui!" Gritou a garota ao abraçar Yui e Kyoko com toda a sua força.

"Eu sabia que iria dar tudo certo." Yui fala ao sentir a garota em seus braços, ela rapidamente olhou para Kyoko que se sentiu um pouco estranha com o abraço, mas deixo a garota curtir.

Finalmente ela se afastou, olhando para as duas ainda com lagrimas nos olhos. "Eu consegui." Sussurrou a garota ao sentir o peso de ter conseguido realizar um de seus sonhos.

"Não é para tanto quatro olhos." Kyoko falou sorrindo ao se aproximar da máquina de vendas, ela não tinha a intenção de menosprezar a conquista de sua amiga, mas seu orgulho não iria permitir deixar ela se livrar das provocações tão facilmente.

"O que?" Kyoko falou ao receber um olhar desaprovador de Yui, Mari ainda estava cantarolando sua música da vitória.

Mari estava nas nuvens, ela rapidamente olhou para suas duas amigas conversando sobre coisas fúteis, ela rapidamente olhou para cima, sentindo o cheiro de uma das suas futuras conquistas, esse cheiro era bom, mas uma coisa não estava certa, ela sentiu como se estivesse sendo observada.

Virando a cabeça para os lados, ela procurou por qualquer coisa que pudesse ser o culpado, mas seus olhos somente viam as outras pessoas cuidando de suas vidas, mal ela sabia que estava certa, uma figura estava ao lado da arvore a olhando.

Ela não tinha tempo para ficar olhando e procurando, julgando que deveria ser alguma coisa de sua mente, Mari voltou sua atenção a suas amigas, indo até elas.

"Temos que comemorar!"

Kyoko sorriu ao escutar isso, mas seu corpo e mente estavam cansados com tudo que tinha acontecido neste dia, ela somente queria dormir e relaxar na sua cama.

"Vamos ao Karaokê!" Mari falou novamente, ela adorava cantar, sabia que Yui era uma pessoa que gostava de se divertir e suas idas ao Karaokê, ela rapidamente sentiu os braços de Yui ao seu redor, agradecendo que ela não pode ver o seu rubor com o contato.

Yui olhou para Mari, sorrindo ao ver a garota escondendo o rubor no rosto, mas ela queria se divertir, e a ideia de Mari era boa, logo seus olhos caíram em Kyoko que estava relutante.

"Eu vou dispensar essa." Falou a loira alemã ao esticar os braços.

"Ah! Vamos Kyoko, vai ser legal!" Mari falou com a voz suplicante.

"Estou cansada, somente quero dormir um pouco." Kyoko falou ao olhar para Yui, ela tinha aquele olhar no rosto, o olhar que mostrava que nada de bom podia sair dali.

"O que foi Kyoko? Com medo de ser derrotada novamente na pontuação de canção?" Yui sabia que somente provocando o ego da alemã orgulhosa poderia mudar qualquer coisa, Kyoko sempre foi uma pessoa muito competitiva.

Olhando e sentindo seu ego ardendo com a provocação, Kyoko nunca se esqueceu disso, ela ainda iria derrotar Mari e Yui numa batalha de música.

"Quer saber... que se foda isso." Falou a mulher ao se levantar sorrindo. "Eu finalmente vou te derrotar."

"É assim que se fala." Mari falou sorrindo ao bater as palmas juntas, ela rapidamente se virou e começou a caminhar, mas ao não escutar o som de passos logo atrás, se virou e olhou, ela podia ver as duas mulheres mais velhas paradas olhando para ela.

"Vamos!"

Yui se virou e olhou para Kyoko, ambas trocaram um sorriso antes de começar, era bom ver o entusiasmo que Mari tinha, ela era uma pessoa feliz, mesmo com toda a merda que aconteceu no mundo, Mari conseguia sorrir.

"Vamos... eterno segundo lugar!" Yui falou ao começar a andar, Kyoko a lançou um olhar sujo, era um golpe baixo atacar seu ego, mas ao menos era por um bom motivo, estar com os amigos sempre era bom, lentamente ela começou a caminhar, não demorou para ela se juntar a suas amigas.

A noite foi boa, todas puderam se divertir, cantaram muito, riram muito, essa era a noite dessa pessoa que era chamada de Mari, eu observei elas cantando, realmente era uma coisa boa estar dentro daquela sala, eu podia sentir a felicidade delas, eu podia sentir a energia que elas podiam dar.

Não demorou para meus olhos caírem na pessoa que se juntou à noite, eu ainda não entendia o que essa pessoa que era chamada de Yui via neste homem, mesmos olhos acompanharam quando Gendo entrou timidamente na sala, ele foi rapidamente saudado por Mari e Yui.

Kyoko o lançou um aceno rápido com a cabeça, eu observei quando Gendo tentava disfarçar quando seus olhos caiam em Yui, eu podia ver seus pensamentos, eu podia sentir seu coração naquela noite, isso era o que os humanos chamavam de amor? Eu ainda não entendia direito aquele sentimento, mas uma coisa eu sabia, aqueles dois iriam ficar juntos.

Timidamente eu observei quando Gendo tentava cantar, ele até sorriu quando as meninas o incentiva a se abrir mais, foi divertido de se ver, era bom observar essas pessoas, eu me sentia vivo, parte minha queria poder se juntar a eles nesta noite, mas meu trabalho impedia, rapidamente eu tinha que sair, mas sempre que podia voltava a ficar com eles.

Os dias são diferentes para mim, eu não sei como é passado o tempo, as coisas sempre vão e voltam quando eu estou presente, foi como num piscar de olhos que eu voltei para o local onde grande parte da população deste planeta partiu no que eles chamaram de segundo impacto, eu caminhei pela superfície do que foi chamado de portões de Guf, o incrível arco-íris da morte.

Meus pensamentos ainda não entendem o motivo por trás de mentirem sobre o que realmente aconteceu neste lugar, eu ainda não entendo como as pessoas acreditam que um meteoro causou isso tudo, mas os humanos eram pessoas estranhas, seres estranhos.

Novamente eu sinto aquela presença atrás de mim, eu me viro e ali estava ela, flutuando no nada, finalmente eu pude entender suas vestimentas, ela vestia o que os outros falavam que era um uniforme escolar, mas o que mais me intrigou foi sua aparência, ela era igual as uma das mulheres que eu observava.

"Olá... Thanato." Rei falou ao se aproximar lentamente, seus olhos focaram no buraco central dos portões de Guf, mas ela rapidamente voltou a sua atenção ao ser na sua frente, ela se encantou com ele.

"Olá... Lilith não é?" Eu não tive problema em me lembrar do nome, minha memória era perfeita, nada passava por mim, nada era esquecido, nada era deixado para trás, para mim isso era como uma maldição, tinha coisas que eu iria adorar esquecer.

"Sim." Rei respondeu diretamente, ela queria perguntar muita coisa para esse ser que levava as almas para outros mundos, queria entender ele.

"Você me falou que era a morte, quem criou você?"

Thanato sorriu para Rei, nem ele sabia ao certo quem o tinha criado, sua memória não tinha essa informação, ele tinha surgido quando a vida tinha aparecido, tudo que ele fez foi olhar para o sol ao fundo, seus olhos não se importaram com a luminosidade.

"Eu não sei, eu nasci com a vida." Thanato respondeu com calma.

Rei pode sentir sua honestidade, ela sabia que ele não tinha mentido, ela podia sentir quando a verdade era dita, o mesmo aconteceu com a mentira, mas não pode deixar de se sentir decepcionada com a resposta.

"Entendo."

Thanato pode sentir isso, ele rapidamente pensou em uma nova resposta para dar a essa garota misteriosa na sua frente, ele queria poder saber mais sobre ela.

"Eu sei que isso não é produtivo, mas a realidade é que nem eu sei quando eu nasci, eu sou a morte, tudo termina comigo, sempre que uma nova vida aparece, eu sempre vou estar lá para leva-la quando chegar a hora e minha hora chegará quando não tiver mais nada para ser levado." Thanato respondeu da melhor forma que podia, ele podia sentir Lilith o encarando com seus intensos olhos vermelhos.

Sentindo o corpo ficando satisfeito com essa resposta, Rei olhou novamente para a terra, vendo sua criação se adaptando a nova realidade que esse novo mundo imperfeito lhe dava, ela novamente pensou em seu mundo, como ele tinha ficado depois de uma falha.

"E você? Quem é você?" Thanato pergunta para Lilith, ele a olhou com a maior calma do mundo, assim ele esperou.

Rei finalmente virou a cabeça para o ser na sua frente, ela rapidamente pensou no que falaria, com um piscar de olhos ela começou a falar.

"Eu sou Lilith, as almas que você leva são de minha criação." Rei fala diretamente para a morte, ela podia ver que era escutada atentamente. "Eu criei a vida neste mundo, mas muita coisa aconteceu e suponho que já deve saber disso."

Eu somente concordei com a cabeça, minhas memorias se lembrando de quando o segundo impacto aconteceu, eu queria poder saber mais, por isso eu esperei, podia sentir que ela iria falar mais.

Um longo silencio tomou conta dos dois, eu pude ver que ela estava à espera de perguntas, então rapidamente eu queria saber mais sobre ela, sua aparência ainda me intrigava.

"Porque você tem o rosto dela?"

Lilith encarou a morte, ela sabia o motivo, ela rapidamente se lembrou de um certo garoto que faz parte de sua vida inúmeras vezes, lentamente ela começou a falar.

"Eu apareço assim por um único motivo, por causa dele."

Eu não entendi ao certo, mas esperei Lilith terminar de falar.

"Você ainda não o conheceu, seu tempo ainda não chegou, acredito que logo você vai saber quando ele nascer." Rei continuou, seus olhos nunca mudando ou dando o mínimo de emoções.

"Entendo, esse nova vida ainda não foi construída." Thanato olhou para baixo, podendo entender sobre o casal que tinha se formado na sua frente, ele sabia que essa pessoa seria o fruto desta união, logo seus olhos caíram em Lilith novamente.

"E sua aparência?"

"Você vai entender com o tempo."

Foi tudo que ela falou, eu me senti intrigado com isso, num piscar de olhos Lilith desapareceu, novamente meus olhos caíram na terra, com somente suas últimas frases para mim, eu iria esperar, tinha todo o tempo do mundo, o destino iria me dar a resposta que ela me instruiu a esperar.


Lentamente eu volto para a terra, querendo aprender mais sobre essas pessoas que parecem ter conseguido prender minha atenção, novamente me vejo com aquelas pessoas, o tempo parece ter passado para eles, Yui estava trabalhando em um grande laboratório, ela parecia ocupada.

Assim como sua amiga, Mari e Kyoko estavam focadas em seus próprios trabalhos, eu como sempre as observei, eu queria poder interagir com elas, mas sei do meu lugar, eu sei que não posso, o que é uma pena, mas uma hora eu vou conhece-los, quando a sua hora chegar, eu vou finalmente poder aparecer para cada um.

Eu paro na frente de um rosto gigante, tentando entender o que estava sendo feito, eu nunca na minha vida milenar tinha visto algo assim, não posso negar que é extremamente divertido assistir a isso, não posso sentir a vida, mas posso sentir alguma coisa nascendo, lentamente eu escuto o som de passos vindo na minha direção, me viro e vejo Yui, a mulher na qual acompanhei por todos esses anos.

"Como estão as coisas?" Gendo pergunta ao se aproximar de Yui, ele a olhou com um sorriso no rosto.

Yui abaixa o tablet e olha para o gigante em construção na sua frente, ela sorri para sua criança, tudo parecia estar perfeito para que a salvação do mundo pudesse acontecer, ela sorri orgulhosamente.

"Está tudo indo bem, pelo menos um pouco, estamos atrasados uma semana." Diz a mulher cansada.

Gendo lentamente a puxa para seus braços, deixando o perfume de Yui inundar seu corpo e alma, o cheiro que ele amava.

"Uma semana não é o fim do mundo."

"Eu sei, somente estou... sei lá... é muita pressão." Yui diz cansada ao sentir os braços do marido, rapidamente ela sentiu o corpo relaxando com isso, até conseguiu esquecer o comitê a incomodando com os prazos.

"Eu sei, por isso deram isso para você, pelo menos não estamos com Kyoko." Diz Gendo ao dar um pequeno beijo na cabeça da esposa, aliviando seu abraço.

Yui solta uma risada, fazia tempo que ela não via sua amiga de faculdade, ela sabia que ambas estavam no projeto E, pelo menos ela estava mais adiantada que Kyoko.

"Não queria estar na pele de sua equipe agora, aquela mulher tem que controlar seu orgulho, ela acha que tudo é uma competição."

"Kyoko vai se acalmar assim que se casar com esse tal de Langley." Gendo fala ao olhar para a enorme cabeça sendo construída na sua frente.

"Tadinho dele." Yui fala ao para ao lado de Gendo, ela observa a cabeça da unidade 01 nascendo dentro de um enorme tanque de LCL.

Ambos ficam em silencio com isso, Yui rapidamente se lembra das conversas de seu avô no comitê, a SEELE tinha encontrado alguns manuscritos no mar morto, profetizando a chegada de emissários, particularmente ela não acreditava muito nisso.

"Acha que é verdade?" Pergunta a mulher seriamente, ela pode sentir Gendo a olhando, mesmo não esperando por sua resposta, ela já sabia que Gendo iria perguntar o que ela estava pensando.

"Acha que é verdade que seremos atacados em breve?"

Gendo soltou um longo suspiro, ele rapidamente pegou a mulher em seus braços, olhando fundo em seus olhos, rapidamente ele pode ver a preocupação em seu olhar.

"Não se preocupe com isso, os velhos são muito paranoicos." Tenta o homem acalmar sua mulher, isso causa uma pequena risada de Yui.

"Pode parecer loucura, mas não tenho medo deles em si, mas sim do futuro, não quero que meus filhos tenham que lutar para sobreviver."

Gendo sentiu um calafrio percorrendo seu corpo com isso, ele tinha conversado com Yui sobre isso a muito tempo, ela queria ter filhos um dia, até tinham combinado alguns novos, Shinji se fosse menino, Rei se fosse menina, mas não era isso que incomodava o homem, bem no fundo de sua alma ele não queria dividir Yui.

"Aposto que é mais provável que usem eles para lutar contra eles mesmo, o ser humano tem história de usar novas armas todas as vezes." Gendo fala sombriamente ao olhar para o esqueleto na sua frente.

"Se matando longe de meus filhos tudo bem." Yui fala com falso humor, algo que Gendo percebeu mas resolveu ficar calado.

Yui percebeu isso, ela podia sentir o medo de seu marido com relação a isso, ela nunca duvidou de seu amor por ele, mas ela queria ter filhos.

"Não se preocupe com isso ainda, vou esperar assim que estivermos prontos." Yui falou ao se aproximar e beijar Gendo levemente nos lábios, lentamente ela voltou ao trabalho, deixando o homem voltar para seu escritório.

"Alguma coisa sobre a filha do Dr. Katsuragi?" Yui pergunta para seu marido, ela sabia que seu pai tinha amizade com aquele homem, e soube do ocorrido a muitos anos, ela sentiu seu instinto maternal tomando conta dela.

"Ainda não quer falar." Gendo fala ao pensar em Misato, a pobre garota extremamente traumatizada. "Mas pelo menos está acordada."

"Pobre garota." Yui fala ao pensar em Misato, ela tinha conhecido aquela criança, uma garota alegre e cheia de energia.

"Ela vai melhorar, o tempo cura tudo." Gendo falou ao olhar para seu escritório, onde Fuyutsuki o encarava, ele podia jurar que tinha raiva em seus olhos, no fundo ele sabia que o antigo professor nunca aprovou seu relacionamento com Yui, mas ele não ligava para isso, a única opinião que contava era de Yui.

"O coite está calado nestes dias." Yui falou ao olhar para Gendo.

"Sim, eles estão mais quietos que o normal, a ONU está aumentando sua influência sobre nós." Gendo responde com indiferença.

"Não mexendo no meu salario." Yui fala divertida, mas ela rapidamente fica preocupada, logo seus olhos caem na cabeça gigante dentro do tanque, ela inspira fundo.

"Eu não gosto deles, não sei o motivo real, mas alguma coisa não está certa aqui."

Gendo rapidamente olha para a esposa e pergunta com curiosidade.

"Como assim?"

"Eu não sei amor, mas tem alguma coisa, pode chamar de sexto sentido ou intuição feminina, mas eu sinto que isso tem alguma coisa a ver com tudo isso." Yui fala pensativa.

"Meu avô está sempre falando sobre o novo marco da evolução humana, mas realmente eu não sei se é uma evolução como ele diz que é." Yui fala com medo na voz, Gendo rapidamente se aproxima, podendo conhecer aquele olhar.

"Não se preocupe com isso amor, é tudo coisa da sua cabeça, se concentra agora em terminar de construí-lo." Gendo fala com humor, mas no fundo ele sentia que alguma coisa estava errada, logo seus olhos caíram em seu relógio de pulso.

"Tenho que ir, aposto que o comitê vai querer saber dos avanços da semana." Gendo fala ao começar a se afastar, com muita coisa em sua cabeça, muitos medos para serem derrotados, muitos cenários para serem previstos.

"OK, vejo você em casa então." Yui fala ao ver o marido se afastando, ela encarou suas costas, sabendo que alguma coisa estava incomodando o homem que ela amava, mas o trabalho não tirava folga, a noite eles iriam conversar melhor a respeito, lentamente ela voltou ao seu trabalho, mas não antes de receber uma mensagem de texto no celular.

Sorrindo ao ver que era sua amiga na Alemanha, ainda mais com o conteúdo que ali estava.

Como lidamos com pessoal incompetente? "QUÊ RAIVA!

Rindo enquanto se afastava, Yui rapidamente sentiu pena de seus colegas na Gehirn Alemanha, ela rapidamente pensou no que poderia escrever para acalmar uma alemã raivosa.

Lentamente eu assisto tudo, pude sentir o medo dele, mas isso na minha opinião é algo tão significando quando um inseto, tinha muita com o que aprender com as pessoas ao seu redor, parte de seu corpo queria poder reencontrar aquela entidade novamente, era bom ter uma coisa que ele aprendeu como sendo um 'amigo'.

Num piscar de olhos me vejo novamente no espaço, sempre admirei a vista, vendo os cosmos formando novos mundos, novas estrelas brilhando, planetas sendo destruídos, isso tudo era fascinante aos meus olhos, tão fascinante como caminhar na superfície do sol.

Mas uma coisa era certa, eu podia sentir que alguma coisa estava vindo para a terra, não sabia quanto tempo teria para que isso acontecesse, parecia que o medo de Gendo era real no final de contas, viro e me vejo olhando para a terra, vendo a imensidão do mar vermelho logo abaixo de meus pés, era melhor azul.


Notas do autor: Olá pessoal Calborghete aqui... Todos estão bem? Espero que sim... O que acharam do primeiro capítulo? Foi do agrado em geral, digam nos comentários, juro que desta vez eu vou responder.

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