No outro dia

Kim Shacklebolt se prepara para mais um dia de trabalho, mais um dia em que eles não têm nenhuma pista sobre o serial killer, mais um dia em que as pessoas vão encará-lo com uma pergunta muda. Mesmo que ele não seja parte da Scotland Yard, muita gente sabe que ele também está envolvido. Diabos, ele mesmo se cobra!

A impressão que ele tem é que seu suspeito simplesmente parou as suas atividades escusas depois que o cemitério foi encontrado. Ele se pega pensando se isso fez com que o seu homem resolvesse encerrar as atividades. Kim não sabe direito o que pensar, a única coisa que ele sabe é que neste exato momento eles não têm quase nada que os levem a desvendar o mistério

Ele sabe que a Scotland Yard está fazendo o seu melhor e todas as unidades também em sua força conjunta, mas a impressão que ele tem é que isso não vai levar a nada e que talvez eles tenham um novo Jack o estripador a solta na cidade novamente

Somado a tudo isso está o fato que os demais crimes não param de acontecer como um chamado urgente acaba de lhe mostrar...

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No dia anterior

Ele finalmente vai ter o seu descanso merecido. Por um momento ele pensou que seria mais difícil convencê-lo, mas por sorte a sua retórica continua impecável, somando ao fato dele ter a confiança cega em sua pessoa. Agora ele vai poder se focar apenas em seu novo objetivo e tirar o foco de si mesmo, não que ele achasse que iriam sequer cogitar seu nome

Ele vai sentir falta do seu aliado mais fiel, mas às vezes alguns sacrifícios precisam ser feitos...

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De volta ao dia seguinte

Gina acorda um pouco assustada, por um minuto ela pensa que perdeu a hora, mas a penumbra no seu quarto mostra que ainda é cedo. No entanto, embora ela esteja no seu quarto parece que alguma coisa está diferente e essa impressão se transforma em certeza quando aos poucos ela vai se lembrando da noite anterior

A ruiva aperta os olhos com força enquanto respira fundo e se prepara para olhar para o lado embora ela já saiba o que vai ver, ela se vira lentamente e vê Harry Potter dormindo a seu lado. Diabos, ela nem pode colocar culpa na bebida! Gina sabe que uma taça de vinho ou duas de modo algum tiraria seu discernimento e, diabos, ela realmente queria fazer o que eles fizeram, ela pensa com um sorriso ao se lembrar dos momentos de paixão da noite anterior.

Não, ela não pode dizer que está arrependida, mas Gina também não pode negar que está apreensiva. Ela não se perdoaria se um arroubo de momento pusesse tudo a perder, principalmente se isso for afetar a sua chance com a Scotland Yard e a sua frágil relação com seu parceiro.

E ela em breve vai ter uma das respostas, Harry Potter está acordando...

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Na Scotland Yard

Sirius acaba de chegar, ele sabe que ainda está um pouco cedo, mas seu lado certinho (sim, ele tem um!) sempre o faz chegar mais cedo no dia seguinte a uma, digamos, reunião noturna. Ele sabe que muitos na Scotland veem seu jeito pouco convencional com desconfiança e um simples atraso poderia pegar muito mal, principalmente com tudo o que está acontecendo.

Ele se pega pensando na reunião informal da véspera, embora ninguém tenha achado nenhum tipo de solução ele admite que algumas ideias interessantes saíram daí, sem falar que ele e James se divertiram tentando ligar seu afilhado de alguma forma a sua nova recruta

Ele tem que admitir que Kim estava certo, Gina Weasley é exatamente o que eles precisam, ela não nega em nada ser filha de Arthur Weasley e provavelmente será uma ótima aquisição a sua equipe se eles conseguirem orçamento para uma nova contratação.

Ele olha para o relógio, Sirius sabe que daqui a pouco a sua equipe estará a postos, mas uma mensagem em seu celular lhe diz que não á pra cá que seus agentes devem ir. Algo aconteceu...

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Um pouco antes, na casa de Gina Weasley

Harry acorda, por um momento ele não sabe direito onde está, ele precisa de um momento para que as recordações da noite passada venham a sua mente e ele saiba que tudo o que aconteceu não foi um sonho, um ótimo sonho diga-se de passagem

Ele vê que Gina o fita, a seu ver a ruiva parece meio desconcertada. Que não seja arrependimento. Ele diz para si mesmo porque embora Harry tenha consciência que isso não deveria ter acontecido, em momento algum ele se arrepende.

Harry sabe que ambos devem conversar, embora a última vez que eles tentaram não acabou exatamente como ele esperava, ele não pode deixar de lembrar esforçando-se para não sorrir.

No entanto uma mensagem em seu celular lhe diz que essa conversa vai ficar pra depois, ele olha para a ruiva que também tem seu telefone em mãos. Eles foram chamados...

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Pouco depois

Sirius vê Harry e Gina chegarem juntos, em outra ocasião o aluno de sexto ano que vive dentro dele não perderia a chance de fazer algum tipo de brincadeira e constranger seu afilhado até a morte, mas no momento ele não pode fazer isso, não quando ele tem na sua frente outra descoberta macabra, cinco corpos femininos jogados em uma caçamba.

Ele olha para Neville Longbottom que procura usar seu tom profissional, mas dá pra ver que ele também está estarrecido, mesmo com seus anos como médico legista isso não é algo que se veja todos os dias – alguma coisa que você possa dizer? – o detetive pergunta.

- Não muito – Neville nega com a cabeça. Ele toca em um dos corpos com as mãos enluvadas – esse aqui ainda se encontra quente, pelo rigor mortis posso dizer que foi a menos de 24 horas, quanto aos outros (ele suspira) não posso dizer com certeza, mas se tivesse que adivinhar diria que estiveram congelados por um tempo.

Harry olha para Gina, eles agora estão no modo profissional e pelo jeito isso deve mesmo ser obra do mesmo homem. Se ele tivesse que adivinhar, Harry diria que esse homem por algum motivo resolveu se livrar dos seus brinquedinhos a pergunta que ele se faz é, por quê?

Eles se preparam para voltar para a Scotland Yard torcendo para que esse achado bizarro traga alguma pista para tudo o que está acontecendo...

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Mais tarde, na Scotland Yard

Gina e Harry vão para o necrotério, eles encontram madame Pomfrey e Neville concentrados nos corpos encontrados, eles só esperam que haja alguma pista

Eles se cumprimentam com um breve menear de cabeça, Neville olha para a sua superiora que assente com a cabeça, então ele respira fundo e começa:

- A jovem ainda não identificada – ele aponta para um dos corpos –tem cerca de 20 anos. Pela temperatura do fígado, ela foi morta há pouco mais de 24 horas. Não há indícios que ela tenha sido uma viciada (ele suspira) pode ser que tenha sido a primeira vez que experimentou, mas a causa certamente foi uma overdose de heroína. Eu levei as digitais e amostras de DNA para o Lupin, se houver alguma coisa ele achará (ele dá um ligeiro sorriso) havia resquícios material neste arranhão (ele mostra o braço ferido da moça) ela deve ter tentado se defender, talvez o pessoal do laboratório descubra alguma coisa.

- Vamos torcer que sim – Harry diz, é mais do que eles tiveram nos últimos tempos, alguma amostra física vai vir a calhar uma vez que até agora apenas sobram teorias – e quanto às outras?

- Aí é que a situação fica mais bizarra ainda, se é que isso é possível – Neville diz – nós temos evidências claras que todos estes corpos estiveram congelados por um período de semanas, se não meses

- É sério isso? – as palavras escapam da boca de Gina sem que ela tenha controle – por que diabos alguém manteria um corpo congelado em um freezer como se fosse um pedaço de carne pra usar mais tarde?

Então ela se cala e seus olhos procuram o do seu parceiro. Talvez seja exatamente isso, a pergunta agora é, por que foram descartados?

Eles sabem que agora eles têm ainda mais perguntas, só o que podem fazer é torcer para que achem as respostas...

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Em outro local

Draco observa a moça loira com roupas mais surradas do que as com que ela chegou, mas ainda com os mesmos olhos sonhadores de quem vê coisas que ninguém mais vê, mas ao mesmo tempo deixa passar coisas que as pessoas notam com facilidade, a seu ver não vai ser difícil que ela se passe por alguém sob o uso de alguma substância entorpecente

Ela até chegou a dar a ideia estapafúrdia de se passar por uma prostituta, pois assim seria mais fácil chegar nas pessoas o que Draco vetou veementemente alegando que caso alguém quisesse contratar seus serviços, ela não poderia recusar sem despertar suspeitas e para o seu alívio ela concordou.

Então de comum acordo decidiram que ela seria apenas uma viciada. Viciados não querem confusão com ninguém e raramente são notados pelas pessoas que estão nas ruas, assim ela pode observar e quem sabe descobrir algo.

E quanto a ele, bem, Draco vai desempenhar da melhor forma o seu papel de mendigo e bancar a babá e torcer para que eles descubram alguma coisa e ou que ela desista da sua ideia e volte a fazer seja lá o que ela faz

Ele vai ficar a uma distância segura e interferir apenas caso aconteça alguma coisa, no início Draco sugeriu que eles se passassem por um casal ou algo parecido, mas Luna se negou veementemente dizendo que isso atrapalharia o seu plano, como se ela soubesse algo sobre isso. Ele pensou com desdém, mas apenas suspirou e aceitou. Então o loiro vê a moça se dirigir a uma das ruas mal iluminadas como se já houvesse feito isso várias vezes e a ele resta bancar a babá e torcer para que tudo dê certo...

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De volta a Scotland Yard

Gina e Harry mapeiam os locais por onde serviços de assistência social de qualquer tipo passam, eles conseguiram essa informação rapidamente graças a Hermione que conversou com Minerva McGonagall e ela mexeu seus pauzinhos mesmo sem saber ao certo porque eles precisariam desta informação. Por motivos óbvios eles não informaram o motivo, pois isso poderia comprometer a investigação

Eles precisam lidar também com o fato que não necessariamente seria alguém de uma destas instituições, o mais certo seria que alguém esteja simplesmente se passando por alguém interessado em ajudar e uma pessoa das ruas não teria como saber

Eles têm que pensar também na hipótese de ser algum outro tipo de autoridade, eles precisam admitir que um viciado entraria facilmente em uma viatura ou carro de alguém que se passasse por policial

- Vamos lá – Gina diz ao ver o quadro com o mapa da cidade coberto de alfinetes que indicam os locais indicados por Hermione – nenhum destes locais nem de perto é próximo a residência dos seus pais

- É verdade – Harry concorda – mas por mais que uma van de assistência social por lá seja algo estranho, não podemos ligar isso ao que está acontecendo, então precisamos deixar isso pra lá por enquanto – ele vê que Gina quer falar alguma coisa – você sabe que isso é verdade, ruiva – ele vê que Gina o fita de forma estranha – o que foi?

- É que você me chamou de ruiva – ela diz intrigada – você nunca me chamou assim antes

- Desculpe – Harry diz desconcertado – não foi profissional – ele completa e se ruboriza ao lembrar que nem sempre eles foram profissionais. Ele sabe que devem conversar, mas a última tentativa não saiu como deveria, embora ele não possa reclamar

- Tudo bem – Gina diz tirando-o do devaneio – eu não ligo, mas voltando à van, pode ser que não tenha nada a ver mesmo, mas eu ainda acho estranho (ela para por um momento) a gente concluiu que o cara teria dinheiro, então não deixa de fazer sentido a van nesse lugar

- Sim, mas nós falamos também que ele é inteligente, então não seria lógico ele levar a van para um lugar daquele, isso poderia chamar atenção se não da polícia dos outros moradores – ele contra argumenta

- Ponto pra você – Gina suspira – então vamos deixar essa van de lado e focar apenas nos locais marcados, aliás – ela se corrige – não apenas nos locais marcados, a gente ainda precisa entender por que estes últimos corpos, os congelados especificamente. Eu sei que deviam ser uma espécie de reserva por assim dizer, mas por que descartá-los assim? Não entra no padrão que nós perfilamos, será que é algum imitador? A história está em todos os jornais, não seria impossível

- Céus, espero que não! – Harry exclama – é a última coisa que precisamos, mas não vamos descartar essa hipótese também (ele olha para o celular e informa) o Remo está chamando, ele tem alguma coisa...

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Quase ao mesmo tempo, na casa de apoio

Hermione termina de analisar os últimos relatórios, ela e Minerva se revezam na parte burocrática, segundo a sua mentora isso é algo tão chato que ninguém merece ser a única responsável por isso, então ambas dividem a função

Falando nisso, ela sabe que em breve terão que dividir outra função, a de sair esporadicamente pelas ruas tentando convencer as jovens a aceitarem a sua ajuda. Ninguém sabe quando Luna retornará e, verdade seja dita, a moça é apenas uma voluntária e não tem nenhuma obrigação de voltar, principalmente agora que o mistério da sua mãe já foi solucionado

Falando em mistério, ela não pode deixar de pensar no pedido da sua cunhada sobre informações a respeito dos centros de assistência social que fazem trabalhos de campo. Hermione é uma mulher inteligente e conhece um pouco a respeito de como funcionam as investigações para saber que esse pedido deve ter algo a ver com o caso que a sua cunhada e seu marido investigam, mais ainda ela sabe que estas pessoas tem acesso fácil a mulheres vulneráveis e mesmo que não seja alguém do ramo não seria impossível passar por alguém que quer ajudar e ela do fundo do coração espera que seja isso, Hermione nem quer pensar no quanto o seu trabalho seria prejudicado se fosse descoberto que algum assistente social é na verdade um serial killer.

Suas conjecturas são interrompidas quando ela vê uma figura conhecida. Hermione se assusta ao ver Tom Riddle, normalmente o ancião não costuma visitar o centro com frequência e agora ele aparece pela segunda vez em tão pouco tempo, ela só espera que ele não esteja procurando algo que justifique parar com as suas doações como é de conhecimento que ele faz de tempos em tempos

Ela respira fundo e vai receber o visitante ilustre – bom dia, senhor Riddle (ela se esforça para sorrir) que agradável surpresa, existe algo que podemos fazer pelo senhor? Eu posso conduzi-lo à senhorita McGonagall em instantes, se o senhor desejar

- Obrigado, minha jovem. Eu gostaria disso mais tarde – ele diz de forma polida depois de beijar a sua mão – agora eu gostaria de ver novamente como estão as coisas por aqui (ele faz uma pausa) se for possível gostaria que aquela jovem loira peculiar me acompanhasse novamente, ela possui um jeito jovial e intrigante que aquece o coração de um velho

Hermione pensa por um momento – o senhor deve estar falando da senhorita Lovegood – ela diz intrigada por alguém como o senhor Riddle ter se interessado por Luna – sinto muito, mas ela não está aqui.

- Isso é uma pena – ele diz com um suspiro –como eu disse, ela é uma jovem intrigante que me proporcionou momentos bem agradáveis. Quando ela volta?

- Infelizmente não sei dizer, senhor – ela diz com a respiração suspensa – a senhorita Lovegood está enfrentando uma série de problemas pessoais e pediu licença para se afastar durante algum tempo. Como ela era apenas voluntária não havia porque negar, mas eu mesma ou a senhorita McGonagall ficaríamos felizes em...

- Obrigado – Tom Riddle a interrompe – eu acabei de lembrar que eu tenho uma reunião em alguns minutos, infelizmente vou deixar este passeio para outro dia, transmita meus cumprimentos a senhorita McGonagall

E dizendo isso ele sai antes que Hermione possa dizer alguma coisa, a ela só resta suspirar e torcer para seja lá o que tenha acontecido não vá prejudicar o andamento das coisas no centro de recuperação

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De volta à Scotland Yard

Harry e Gina vão para a sala de Remo Lupin, a ruiva nunca entrou na área de tecnologia da Scotland Yard, ela respira fundo para não deixar seu lado nerd aflorar, isso é uma grande sala de jogos a seu ver com, a grande diferença é que agora ela não mata aliens, mas salva vidas

Ela vê Alastor Moody e Sirius Black e não é necessário ser um expert para saber que alguma coisa aconteceu, nenhum dos chefes estaria ali se não houvesse algo a mostrar

- Alguma coisa no necrotério? – Moody diz e antes que eles respondam, ele continua – depois vocês me passam, nós estávamos apenas aguardando vocês para as boas novas que o Remo aqui tem pra gente

- Na verdade não são minhas as boas novas – ele diz de modo modesto – foi o pessoal do laboratório que conseguiu uma amostra de DNA do material que o Longbottom levou (ele vê os olhares de espanto dos presentes) eu sei que deveria levar muito mais tempo, mas esse caso tem prioridade absoluta por motivos que não preciso explicar

- Isso significa que poderemos finalmente ter alguma pista concreta – Gina fala lutando para não demonstrar muito entusiasmo – ela sabe que vai depender agora dos bancos de dados, mas pra ela é impossível não se animar

- Se o cara estiver no sistema, sim – Sirius fala – vamos torcer (ele olha para os computadores ligados em seguida para seus agentes) e vocês, o que têm para nós?

Harry e Gina se entreolham e se preparam para contar as suas ultimas conclusões...

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Enquanto isso

Uma van roda pela cidade, mas desta vez seu motorista não para para abordar as mulheres desprezíveis que ele encontra. Ele ainda não entendeu direito o que aconteceu, mas desta vez parece que seu benfeitor não se importou muito com o seu presente

Ele se lembra do início de tudo, o quanto seu benfeitor ficava satisfeito com a sua colaboração, mas agora é como se o seu benfeitor não se importasse

Mas isso pode ser reparado. Ele pensa com seus botões, basta que ele encontre a perfeita...


NOTA DA AUTORA

Mais um capítulo prontinho pra vocês! Desculpem a demora estou meio enrolada ultimamente, na verdade não é bem que eu estou enrolada, mas nem sempre estou com tanto ânimo pra escrever como eu tinha antes. Não é que eu vou abandonar a fic ou deixar de escrever outras, é só que às vezes estou a fim de fazer outras coisas e deixo elas um pouquinho de lado. Mas não se preocupem, isso passa.

Espero que tenham gostado, obrigada a todos os que passam por aqui, lembrando que deixar um comentário, não dói, não faz mal e deixa esta autora muito feliz e estimulada.

Bjos e até o próximo