Esse definitivamente não é um passeio no parque, é House e Cuddy lidando com a vida e com relacionamentos.
Agradeço aos recentes comentários e sugestões e sigo com o plano de (ao menos) um capítulo semanal.
Capítulo 04 – Ajustes pelo caminho
"Desculpe!".
Ela bufou. "Agora é tarde".
E saiu.
House sentiu-se o último dos homens.
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Como sempre House invadiu a sala de Wilson.
"O que é isso? Eu não tenho como trabalhar mais aqui. Primeiro Cuddy, agora você".
"Eu ferrei tudo".
"Obviamente".
"Eu não sirvo para ser namorado, pai, nada... Eu não sei como agir em nenhuma situação".
"Ok, rainha do drama".
"Ontem Cuddy me amava, hoje ela me odeia".
"Não exagere, ela só ficou irritada".
"Ela está tensa, não é bom deixar uma mulher grávida tensa".
"Não é bom deixar nenhuma mulher tensa".
"Bom ponto".
"O que você fará?".
"Vou dar tempo pra ela".
"Como assim?".
"Vou pra sua casa essa noite".
"Oh não!".
"Por quê? Você vai receber alguma mulher?".
"Não".
"Homem?".
"Não!". Wilson fez cara de nojo.
"Eu só vou passar a noite por lá".
"Você vai avisar Cuddy?".
"Sim, claro". House levantou-se e saiu da sala. "Eventualmente". Ele falou quase inaudível quando já estava do lado de fora.
O fato é que Cuddy passou a tarde sendo parabenizada por todos, ela só queria que ninguém soubesse... Cuddy precisava tomar o tempo dela para se acostumar com a novidade, esperar o feto se desenvolver. Mas House fez o grande favor de precipitar tudo. Aliás, ela não o viu mais pelo resto do dia e não podia estar mais satisfeita com esse fato.
House não voltou pra casa naquele dia, ele deixou o hospital e foi direto para a casa de Wilson.
"Você avisou Cuddy?".
"Fique tranquilo".
"Isso não é resposta".
"Relaxa Wilson".
Na dúvida Wilson mandou uma mensagem para ela.
House está comigo, caso você não saiba. Ele disse que precisa te dar algum tempo.
Cuddy queria morrer ao ler a mensagem. Ela só teve tempo de vestir Rachel, colocar a garotinha no carro e partir rumo ao endereço de Wilson.
Quando a campainha tocou Wilson foi atender.
"Cuddy?".
"Onde ele está?".
"No banheiro...".
"Ótimo!". Ela entrou e Rachel foi junto.
"Tio Jimmy!".
"Ei pequena".
Cuddy bateu na porta do banheiro.
"Wilson, me deixe urinar em paz".
"Abra a porta".
House começou a tossir quando reconheceu a voz.
"Vamos House!".
Ele respirou fundo, lavou o rosto e abriu.
"O que você...?".
"Haja como um adulto e volte pra casa".
"Qual casa?".
"A nossa casa".
"Eu tenho o meu apartamento...".
De fato eles nunca conversaram sobre morar juntos, simplesmente aconteceu. House até disse que queria vender o apartamento dele em algumas ocasiões e Cuddy sempre ficava desconversando.
"A nossa casa que fica na minha casa. Você resolve nos deixar no primeiro problema?".
"Eu não resolvi deixar você, eu só pensei que você queria ficar longe de mim".
"E ao invés de pensar você devia me consultar".
"Pra quê? Eu sempre faço tudo errado mesmo".
Ela respirou fundo, olhou para o chão. "House, nós somos namorados, temos um relacionamento, seremos pais se tudo continuar progredindo. Nós precisamos ser mais maduros do que fomos até hoje. Nós precisamos melhorar nosso dialogo, supor o que o outro quer ou pensa não é um bom caminho pra nós. Sempre fizemos isso e sempre infringimos dor em nós mesmos e no outro".
"E o que você sugere?". House tinha tanto a dizer, mas o medo de perdê-la era maior.
"Volte pra casa".
House acenou em concordância com a cabeça.
"Venha!". Ela o puxou pela mão e caminharam juntos até a sala.
"Estamos indo Wilson". Cuddy avisou.
"Ok".
"Ei House!". Rachel correu para ele.
"Agora será só você e a gata velha...". House disse para Wilson se referindo ao animal de estimação do amigo.
"Não fale assim da minha gata". Wilson contestou.
"Vamos filha, House vai pra casa conosco".
"Oba!".
Talvez a sinceridade, simplicidade e inocência da menina fosse o que o relacionamento deles precisasse. Não?
Chegando em casa House entrou depois de mãe e filha. Ele ainda estava confuso, Cuddy o havia perdoado ou foi buscá-lo para trucidá-lo vivo?
"Por quê?". Ele só conseguiu perguntar isso.
"Por que o que?". Ela se fez de desentendida enquanto ajudava Rachel a retirar a jaqueta.
"Por que você foi me buscar?".
"Porque você mora aqui e porque você não vai fugir tão facilmente dos problemas".
"Eu sabia que havia uma intenção por trás...".
"House depois conversaremos". Ela apontou os olhos para a filha.
"Eu não gosto dessa expectativa negativa".
"Então pense antes de agir da próxima vez".
"House, vamos brincar?".
Ele não estava com a menor vontade de brincar, mas seria melhor do que ficar parado tentando imaginar o que se passava na mente da namorada.
"Ok marujo. Eu só aceito brincar se for de massa de modelar nojenta".
Rachel riu alto, ela amava aquela brincadeira. "Ok, eu vou buscar!". A menina saiu tão rápido que quase caiu.
"Mais devagar Rachel". Cuddy a alertou. "Eu não quero você ensinando coisas nojentas pra ela". Depois ela disse para House.
"Eu só ensino a realidade".
Rachel voltou antes de dar tempo de Cuddy rebater.
"Vamos lá...". E os dois começaram a fazer 'arte'.
"O que você está fazendo?".
"Cocô de pombo". Rachel respondeu. "E você?".
"Gengiva humana apodrecida e infestada de larvas de moscas".
"Eca!".
"House!". Cuddy se aproximou com olhos arregalados.
"É só um jogo!". Ele se defendeu.
"House é bom nisso, ele sempre faz as coisas mais nojentas". Rachel respondeu rindo.
"Viu só? Ela tem um talento nato para identificar talentos".
"Façam algo bonito". Cuddy disse. "Ao menos uma vez".
"Se fizéssemos algo bonito o jogo não se chamaria Massa de Modelar Nojenta". House contestou.
"Você que deu esse nome ridículo". Cuddy falou.
"Eu gostei". Rachel respondeu.
"Tá vendo?". House estendeu a mão e ele e Rachel fizeram um cumprimento ensaiado.
"Ela tem três anos e não entende nada". Cuddy disse.
"Ela é grande!".
"É, eu sou grande!".
Cuddy balançou a cabeça e saiu.
"Ok marujo, vamos fazer algo fofo para a sua mãe. O jogo então agora será Massa de Modelar Entediante".
A menina riu.
Ela fez uma borboleta e House fez um feto.
"Mamãe, fizemos algo bonito pra você". Rachel a chamou.
Cuddy se aproximou desconfiada.
"Eu fiz uma borboleta".
"Oh que lindo, filha!".
"Eu não sei o que House fez. Parece um peixe". Rachel disse.
"É um embrião". Ele respondeu e Cuddy corou.
"Embri... o quê?". Rachel perguntou confusa.
"Um pequeno bebê em desenvolvimento ainda dentro da barriga da mãe". House respondeu.
"Mas é tão feio assim?".
"Pode-se dizer que sim". House respondeu.
"Isso é... Vida!". Cuddy respondeu emocionada e saiu de lá rapidamente a beira das lágrimas.
House respirou fundo. Ele sempre fazia bobagem.
"O que mamãe tem?".
"Hormônios".
Naquela noite House demorou para ir para o quarto com medo da reação da namorada. Quando ele entrou notou que Cuddy ainda estava acordada. House tentou esgueirar-se para baixo dos lençóis, mas ela ascendeu a luz.
"Não pense que você fugirá de uma conversa".
Ele respirou fundo. "Eu não queria fugir, eu só estava tentando não te acordar".
"Você não me engana House".
"Posso dizer que já fiz isso algumas vezes...".
"House! É sério".
Ele parou rapidamente e a encarou. "Eu sei".
"Você precisa entender que não tem mais quinze anos".
House franziu a testa ferido.
"Suas atitudes e palavras geram repercussão nas pessoas de sua vida e, se você ainda não percebeu, você não é mais sozinho".
Ele não conseguia formular nenhum pensamento coerente para dizer.
"Tudo o que você faz afeta diretamente a mim, Rachel e a esse bebê". Cuddy colocou a mão protetora sobre o abdômen. "Eu gostaria de ter mais tempo para a gestação se desenvolver antes de alguém saber, mas você...".
"Desculpe-me! Eu fui egoísta, como sempre. Imaturo, como sempre. Nem sei por que você ainda está ao meu lado. Porque você ainda me quer aqui".
Agora foi a vez de Cuddy respirar profundamente. "Eu te amo seu idiota".
"O amor não é suficiente. Vai chegar um momento em que você vai perceber que...".
"Cale-se!". Ela disse com rispidez. "Eu só preciso dormir".
Agora foi House quem não entendeu nada.
"Abrace-me!". Ela pediu docemente e ele não pode negar.
Dormiram assim, abraçados. Ela sentindo-se extremamente cansada e esgotada e ele... House não sabia ao certo como conseguiu dormir, mas ele dormiu profundamente aquela noite.
"E aí? Cuddy te trucidou?".
"Surpreendentemente não".
"Não?".
"Não Wilson, desculpe pela frustração".
"Não... eu... eu pensei...".
"É, eu também".
"Ela não disse nada? Não te bateu?".
House respirou fundo. "Ela disse algumas coisas, mas sem agressão física".
"Uh... Bom!".
"Ok, o que você vai comprar pra comermos hoje?".
"Eu já tomei café da manhã".
"Mas eu não. Vamos!".
"Eu tenho paciente, não é como se eu estivesse em um parque de diversões".
"Desde quando?".
"House". Era Leonora, amiga de Cuddy.
"Olá Dra. Leonora".
"Eu queria falar com você, a sós. Tudo bem?".
House estranhou, mas concordou e Wilson se afastou.
"Você vai me parabenizar? Criticar-me?".
"Nada disso. Eu e as meninas queremos fazer algo especial para celebração de mais um ano de Lisa no hospital como nossa melhor reitora de sempre. Queremos fazer algo na próxima sexta-feira".
"Uh... Sério?".
"Você havia se esquecido?".
"Claro que não". Ele mentiu. "Eu sempre me lembro de todas as datas importantes como essa, afinal, não é sempre que Lisa completa mais um ano no hospital". Ele ironizou.
"Pra nós isso é uma data marcante...".
"Claro que sim". House tentava controlar a risada.
"Podemos combinar algo na minha casa. Você a levaria como uma surpresa?".
"Cuddy não gosta de surpresas".
"Eu sei, mas seremos só alguns amigos próximos".
"Não sei... Ela pode ficar muito irritada e me fazer pagar por isso".
"Ela não irá. Eu prometo!".
House não sabia o que fazer, afinal, ele também odiou aquela ideia. House não celebrava aniversários, quanto mais essa bobagem de aniversário como reitora do hospital.
"Eu não sei...".
"Só um jantar, nada mais. Por favor! Ela vai amar!".
"Não sei se Arlene virá... É uma data tão relevante".
"Oh Cuddy merece algo melhor do que ficar com Arlene".
House riu. "Merece sexo de comemoração com o namorado, por exemplo".
"Vocês podem fazer isso depois do jantar".
House arregalou os olhos.
"Na casa de vocês, claro. Assim que retornarem". Leonora disse.
"Wow, já comecei a pensar que você estava me convidando para uma suruba".
"Sonhe!". Ela respondeu rindo. "E aí? Podemos combinar? Oito horas na minha casa?".
"E Rachel?".
"Ela pode ir também".
Ele pensou, mas não tinha mais argumentos. "Ok".
"Obrigada". Leonora abraçou House e todos os que passavam no corredor naquele momento estranharam a cena única.
House teria a difícil missão de esconder os planos da namorada, mentir e ainda por cima jantar com as amigas dela. Ok, talvez ele merecesse isso depois dos últimos eventos. House tomaria isso como uma punição, é... definitivamente uma punição.
"Leonora anda te agarrando no hospital?".
Ele assustou com a voz de Cuddy.
"O quê?".
Ela riu. "Todo mundo está comentando a cena e dizendo que Dr. House está ficando mole com a gestação da namorada".
"Não foi bem assim".
"Eu sei que Leonora pode ser um tanto dramática e emotiva". Cuddy falou.
"Sim, ela me parabenizou um tanto exageradamente".
Cuddy riu e pegou a mão dele. Não era usual fazerem isso no ambiente hospitalar. "Vamos te alimentar, eu tenho certeza de que você não almoçou".
"Eu acabei de chegar".
"Ok, lembre a chefa de que você chega para trabalhar no horário de almoço".
"Não... é que...".
"Cale-se! Almoce comigo. Eu pago!".
"Ok".
Naquela noite Rachel e House brincaram de colorir. House se divertia colorindo as coisas com cores aleatórias enquanto a garotinha o corrigia.
"A árvore não é vermelha".
"Existem arvores vermelhas sim".
"Ela é verde".
"A minha é vermelha".
"Você é bobo!".
"RACHEL!". Cuddy chamou a atenção da filha.
"Ele está fazendo errado".
"E isso não te dá o direito de tratar assim House e ninguém".
A menina fez cara de choro.
"Tudo bem...".
"Não, não está bem. Ela precisa aprender a tratar as pessoas com educação e respeito desde já".
"Desculpe!". A menina disse com tom de voz choroso.
"Tudo bem". House respondeu. Ele odiava ver a menina chateada.
Jantaram. A menina ficou emburrada e Cuddy tentou não dar atenção a manha da filha.
"Ei Rachel, vamos comer chocolate depois?".
"House!".
"Eu estou tentando...".
"A deixe. É importante aprender a lidar com a frustração e arrependimento desde cedo".
House respirou fundo. "Não sei se é uma boa hora pra isso, mas... Sexta-feira eu pensei em te levar pra jantar... Você e Rachel".
Cuddy arregalou os olhos. "Sério? Por quê?".
"Sim. Porque é seu aniversário como reitora do hospital".
Ela riu. "Você nunca se lembraria disso. Você se esquece até do meu aniversário de nascimento".
"Claro que eu me lembro de datas que são relevantes pra você".
"Onde?". Cuddy perguntou desconfiada.
"Onde o que?".
"Onde você quer nos levar para o jantar?".
"É surpresa!".
"House, você sabe que eu odeio surpresar".
"Nem toda surpresa é ruim".
"Por favor, me diga! Eu preciso saber o que vestir, o que esperar".
"Relaxa Cuddy, você não consegue controlar tudo".
"House... Você sabe que sábado será o aniversário de Rachel, não podemos voltar tarde...".
"Eu vou pegar um pouco de sorvete. Quem quer?".
Nem Cuddy e nem Rachel respondeu. House pensou que a garota tinha mais a ver com a mãe do que podia imaginar, ambas eram turronas e teimosas. Ele estaria lascado no meio das duas Cuddies.
"Cuddy sabe?".
"Não".
"Ela não gosta de surpresas".
"Eu sei, Wilson".
"Ela pode ficar brava com você".
"E o que você esperava que eu fizesse?".
"Não sei. Você está em uma situação de merda".
"Obrigado. Quem te convidou? Leonora?".
"Sim".
"Será que irão muitas pessoas?".
"Não faço ideia".
"É um saco isso".
"Eu me surpreendo até agora em porque você aceitou...".
"São as amigas de Cuddy, ela gosta delas. Como eu poderia negar algo assim? E se ela descobrisse que eu disse não? Ela já está bem irritada com tudo o que aconteceu recentemente".
"Você só finge ser durão, você é na verdade um namorado atencioso e dedicado".
House corou.
"Deixe o hospital saber disso...".
"Cala a boca, Wilson!". E ele saiu pisando firme.
"Eu não vou contar pra ninguém que namorado atencioso você é".
Chase passava enquanto Wilson dizia isso.
"Eu digo... Cuddy me falou isso". Wilson se justificou vermelho de vergonha.
"Sei". Chase respondeu sorrindo.
"É verdade".
Chase saiu rindo e Wilson cada vez mais vermelho.
Horas depois House encontrou Leonora em seu consultório.
"Ei...".
"Ei. Tudo certo para sexta-feira?".
"Sobre isso...".
"O que você fez House?".
"Nada, mas Cuddy não vai gostar da surpresa".
"Ela vai gostar sim".
"Não. Não vai. Eu a conheço melhor do que você".
"É uma festa surpresa. Haverá só poucos amigos".
"Independente de qualquer coisa, ela não vai gostar".
"House, eu assumo a responsabilidade. Mas não conte pra ela, por favor!".
"Uma vez eu fiz uma surpresa e deixei uma caixa de presentes sobre a mesa, quando ela viu se assustou e arremessou a caixa longe".
"Arremessou longe?".
"Sim. Ela disse que pensou que era uma bomba".
"Mas o que era?".
"Uma caixa de música".
"Ela arremessou uma caixa de música longe pensando que era uma bomba?".
"Sim. Ela tem sérios problemas com surpresas. Outra vez eu me escondi atrás da porta para surpreendê-la e acabei recebendo um soco no nariz".
Leonora arregalou os olhos. "Ela te bateu por isso?".
"Não, ela assustou e o soco foi uma reação ao susto".
"Ok, isso não vai acontecer. Prometo. Só arrume uma boa desculpa para levá-la até a minha casa e o resto deixe comigo".
"Tem certeza?".
"Absoluta".
House concordou muito relutante.
O fato é que aquela semana foi um martírio para ele. Além da festa surpresa ele também teve que lidar com a compra do presente da namorada, ok, era uma data de merda pra comemorar. Quem celebrava aquilo? Mas ele estava em débito com a namorada. Ele tinha que dar o melhor presente, não? Afinal, ele era o namorado e o cara que a engravidou.
"O que você comprou de presente para Cuddy?". Wilson perguntou no almoço de sexta-feira.
"Ainda estou no processo".
"Você ainda não comprou nada?". Wilson perguntou como se House tivesse cometido um crime.
"Por enquanto".
"Mas já é sexta-feira. Você já parabenizou Cuddy?".
"Ela se levantou muito cedo essa manhã, eu ainda não a vi".
"O quê? Você quer morrer?".
"Ok, eu farei algo a respeito... Mas... Quem celebra essa data? Isso é ridículo!".
"Pra Cuddy isso é relevante".
"Eu me pergunto por que não vivo em uma caverna?".
"Oh acredite, eu também me pergunto isso". Wilson respondeu rindo.
House saiu mais cedo no horário do almoço e foi a um lugar que ele odiava com todas as forças: Shopping.
Nada o agradava. Não o bastante. Ok, talvez alguma lingerie, mas isso ele dava pra Cuddy regularmente, e era mais um presente pra ele mesmo.
De repente o celular dele vibrou.
Hoje é minha celebração de mais um ano no hospital, quase uma hora da tarde e meu namorado não aparece sequer para me dar um beijo.
Ele respirou fundo.
Talvez o seu namorado esteja ocupado buscando o presente perfeito.
House se arrependeu quase imediatamente após enviar a mensagem. Olha a pressão que ele colocou sobre si mesmo.
É bom que meu namorado esteja de volta em breve senão ele pode ficar sem a namorada para o resto do dia. E da noite.
"Oh Deus!". Ele reclamou para si mesmo. Por que Cuddy se preocupava tanto com datas comemorativas? Por que ela criava datas que não faziam sentido?
Não sabendo o que levar ele decidiu levar um pouco de tudo. House comprou flores, um urso de pelúcia, chocolates, lingerie e uma joia. Adeus limite do cartão de crédito.
As duas e meia da tarde ele retornou.
"Duas e meia". Cuddy disse assim que ele entrou no saguão cheio de sacolas.
"Oi namorada! Feliz Aniversário de... reitora?".
"Na minha sala. Agora!".
Ele respirou fundo e a seguiu até lá. Cuddy fechou as janelas e ele pensou que nada de bom o esperava.
"O que você tem em tantas sacolas? Quantas namoradas suas fazem aniversário hoje?".
"Só a melhor delas e nem é aniversário... aniversário...".
Cuddy mordeu o lábio e puxou a primeira sacola.
"Ei... Era para mais tarde".
"Nada de mais tarde".
"Ok...". House respondeu se rendendo e entregando todas as sacolas.
Cuddy abriu uma a uma: Chocolate suíço, um buquê de flores, um conjunto de lingerie caríssimo na cor preta, um cachorro de pelúcia e um conjunto de pulseira, corrente e brincos de brilhante.
"Oh meu Deus! Você deve ter gasto uma fortuna".
"Você merece! Para a melhor chefa de todos os tempos!". Ele respondeu sorrindo.
"Venha aqui!".
"Onde?".
"Aqui... Dê-me um beijo".
House se levantou e caminhou até ela. Eles trocaram um beijo quente, nada suave.
"Sabe o que eu queria agora?". Cuddy cochichou no ouvido dele.
"O quê?".
"Que você entrasse embaixo dessa mesa e me lambesse até eu gozar".
"O quê?". House estranhou.
"Sempre desejei isso".
"Cuddy...".
"Eu já fiz isso por você duas ou três vezes".
"Duas, no meu aniversário e no dia dos namorados".
"Então...".
House amou o presente inusitado nessas duas ocasiões. Era excitante demais pensar que a reitora do hospital estava embaixo de sua mesa proporcionando prazer para ele enquanto o hospital, que ela administrava, seguia com sua rotina.
De repente ela tirou a calcinha e estava só de saia.
"Oh meu Deus!".
"Ajoelhe e comece o serviço, senhor!".
House não titubeou. Ele se enfiou sob a mesa dela e começou a usar a língua para algo prazeroso. Cuddy tentava segurar os gemidos, ele era muito bom com a língua. Bastardo!
House estava confuso. Seriam os hormônios da gravidez? Ele deixou de pensar quando notou a protuberância crescente dentro de sua calça.
Em poucos minutos Cuddy chegou ao ápice e gozou. Ela não pode conter um grito agudo quando isso aconteceu, mas House não parou até que o último tremor deixou o corpo da namorada.
"Oh Deus! Será que nos ouviram?".
"Não". Ele se levantou enxugando a boca e com um enorme volume sob a calça jeans.
"House, não podemos continuar... Mais tarde".
"Você está brincando? Como vou resolver isso?".
"Use o meu banheiro enquanto eu checo o ambiente pra ver se alguém percebeu".
"Você quer que eu me masturbe no seu banheiro?".
"Algo assim...". Ela nem esperou, se ajeitou e saiu tentando fazer cara de paisagem para checar o ambiente. Aparentemente os funcionários seguiam sua rotina alheios a tudo.
House não esperou que ninguém entrasse e o visse assim, ele se trancou no banheiro da namorada e começou a usar a própria mão para aliviar-se. Não demorou, pois ele já estava muito excitado e sempre havia se imaginado masturbando-se na sala dela, era uma fantasia antiga.
Quando ele saiu, Cuddy estava na mesa trabalhando.
"Tudo bem?". Ela perguntou maliciosa.
"Já que eu não tive ajuda da minha namorada egoísta".
Ela riu. "Você sabe que eu não sou egoísta, a noite te recompenso".
"Vou esperar por isso".
Ela mandou um beijo a distancia. "Agora vá e disfarce!".
Ele acenou com a cabeça e partiu.
"O que faremos essa noite? Diga-me, por favor!".
"É surpresa, já disse".
"Como devo me vestir?".
"Como você quiser".
"Vestido longo? Jeans? Dê-me alguma dica".
"Vestido curto".
Ela franziu a testa. "Pra onde você me levar, levará Rachel. Não se esqueça disso".
"Eu não sou um ninfomaníaco".
"Há controvérsias".
"Ok, há controvérsias".
Ela riu. Quando voltou, estava com um vestido floral. House vestia jeans e uma camisa social passada, por incrível que pareça.
"Você está linda!".
"E você passou a sua camisa?".
"House, eu estou bonita também?". Era Rachel que vestia um vestido verde.
"Você é uma Cuddy, não?".
"Sim!".
"Então não pode estar feia. Quer dizer... Julia e Arlene são exceções...".
A menina riu.
"Ok House". Cuddy cortou o assunto ansiosa.
E eles foram. A todo o momento Cuddy perguntava para onde estavam indo.
"Você parece uma criança de cinco anos. Na verdade Rachel é mais comportada".
"Você sabe que eu odeio...".
"Surpresas. Eu sei!".
Quando ele estacionou Cuddy reconheceu o lugar. "Mas essa é a casa de Leonora".
"Eu esqueci de pegar o seu décimo presente do dia".
"Por que você deixaria um presente meu com Leonora?".
"Não deve demorar". Ele disse jogando a chave do carro para ela.
Cuddy saiu tensa. O que estava acontecendo afinal?
"Você trancou o carro?". House perguntou.
"Sim". Cuddy respondeu e mostrou a chave para ele.
Segundos depois de baterem à porta ela se abriu. Quando entraram algumas pessoas reunidas sob a penumbra gritaram:
Parabéns reitora Lisa!
Cuddy não pensou, com o susto ela arremessou a chave do carro longe.
"Ai!".
"Dr. Wilson!". Donna correu para ele.
"Meu dente!".
"Oh Deus!". House resmungou quando viu o amigo com um vão onde deveria estar o dente incisivo.
Continua...
