Harry Potter e o Fugitivo das Trevas
Uma Fanfiction Potteriana escrita por Juliana B. Correia
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Capítulo II - "Primeiro de Setembro"
O relógio marcava 3:30 da manhã quando Harry acordou assustado. Ele levantou-se, andou sorrateiro até o banheiro, molhou o rosto e encarou o espelho, ainda apertando a famosa cicatriz em forma de raio, que ardia levemente. Seria este mais um sinal de que Voldemort estaria por perto ou não seria nada de mais?
Harry voltou para o seu quarto e tornou a se deitar, mas não dormiu; tinha perdido o sono com a quantidade de perguntas sem respostas que se formavam em sua cabeça. "O que este sonho quis dizer?", pensava Harry. Não era o primeiro pesadelo que tinha desde que Voldemort havia ressurgido, mas certamente era o mais estranho de todos. "O que tinha acontecido com todos?", "Que lugar era aquele?", "Quem era aquela mulher ao lado de Sirius? E o que tinha acontecido com Hermione?".
Por mais que se esforçasse, ele não achou uma resposta sequer e, dando-se por vencido, ele se virou em sua cama e tentou voltar a dormir.
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A ansiedade de voltar à Hogwarts tinha tomado conta de Harry nesta última semana de férias de verão, e isto fez com que o garoto se esquecesse completamente do estranho pesadelo que teve a uma semana atrás. Ele mal conseguia acreditar que já estava no carro do Tio Válter e que já estava rumando em direção à Estação King Cross.
Chegando na estação, Harry não tardou em ver 6 pessoas de cabelos ruivos, os Weasley.
— Harry! — exclamou o Sr. Weasley. — Tudo bem?
— Tudo ótimo! — respondeu Harry, sorrindo, ao Sr. Weasley enquanto se apertavam as mãos.
— Harry, querido, está tudo bem com você? — perguntou, toda preocupada, a Sra. Weasley, puxando o garoto para lhe dar um abraço. — Estava preocupada pensando se os seus tios o trariam.
— Ele já está aqui, mãe, pronto! — disse Rony, puxando o braço de Harry para separá-lo da mãe. — E aí, Harry? Notícias do Sirius?
— Ele me escreve às vezes pra dizer que está tudo bem.
— Lá em casa a coisa está meio estranha — comentou Rony baixinho, puxando Harry parar longe do resto dos Weasley. — Parece que o Percy não concorda muito com a decisão da gente de ajudar o Sirius.
— O QUÊ? — perguntou Harry, indignado. — P-Por quê?
— No trem eu te conto tudo. Aqui é melhor não.
— Tudo bem — concordou Harry.
— Harry, por que será que eles mandaram a gente trazer veste de gala de novo? — perguntou Rony.
— Não sei, e sinceramente tenho medo de saber. Só espero que eles não inventem de realizar outro Torneio Tribruxo porque, desta vez, eu tô fora! Mas, mudando de assunto, cadê a Hermione?
— Não sei. Deve estar pra chegar. Você sabe que surpresa ela vai fazer pra gente? Ela me escreveu falando que a gente ia ter uma surpresa quando a encontrasse...
— Ela me disse também, mas eu não tenho idéia do que seja.
— Francamente, eu pensei que vocês dois fossem mais espertos! — disse alguém atrás deles.
Harry e Rony se viraram de repente e ficaram boquiabertos. Era Hermione, mas ela estava diferente, tinha os cabelos mais lisos, usava uma calça jeans apertada e uma blusa preta (que mostrava que ela tinha um corpo bonito), um batom clarinho e um perfume muito gostoso, o mais gostoso que Harry já sentira.
Hermione os cumprimentou e depois os abraçou. Rony ficou vermelhíssimo e com a maior cara de bobo quando ela o abraçou. Harry, por sua vez, não ficou vermelho nem com cara de bobo, mas havia alguma coisa diferente no abraço de Hermione que o deixou constrangido, apesar de mesmo assim ter gostado.
— E então? — perguntou a garota, sorrindo e apontando para um distintivo preso em sua blusa.
— MONITORA? — exclamaram Rony e Harry em voz alta, com cara de espanto. Ela fez que sim com a cabeça.
Enquanto Rony parecia extremamente irritado e "ofendido" com a amiga pelo fato dela ter sido nomeada monitora ("Ela vai ser o Percy versão feminina, escreve o que eu estou te falando" comentou Rony baixinho a Harry), o resto dos Weasley ficaram bajulando a garota até ela finalmente embarcar no Expresso de Hogwarts.
— Rony, não adianta ficar com cara feia — disse Hermione ao amigo, quando se acomodaram em uma cabine vazia —, isso não vai mudar o fato de eu ter me tornado monitora. E não é tão ruim assim, sabe... Mas Harry, você tem recebido notícias do Sirius?
— Ele me escreve às vezes pra me dizer que está bem.
— Tem tido notícias sobre Você-Sabe-Quem? — perguntou Hermione, olhando ansiosa para Harry.
— Nenhuma — disse Harry sem emoção. Ele não sabia se ficava triste ou feliz com esta afirmativa.
— Sabe, Harry, eu andei preocupadíssima com você nessas férias. Sei lá, e se o Você-Sabe-Quem fosse te procurar na casa dos seus tios? Aposto que eles não sobreviveriam... e você...
— Eu já acho que eles sobreviveriam. Se bobear, eles até me entregariam a ele... — disse Harry calmamente. — Mas obrigado por se preocupar, porém, estou bem!
— Rony, por que ele não pôde passar as férias na sua casa?
— Não sei — respondeu Rony, ainda encarando Hermione boquiaberto. — Dumbledore falou com o meu pai, mas ele não quis me dizer o que eles tinham conversado. Ele só disse que Dumbledore achava melhor Harry ficar com os trouxas. Em todo caso, o clima lá em casa não estava muito bom, então, foi melhor ele ter ficado com os trouxas mesmo.
— Por quê? — perguntou Hermione, curiosa.
— Rony me disse que parece que o Percy não concorda muito com a idéia de ajudar Sirius — disse Harry.
— O quê? — indagou Hermione, indignada.
— Bem, vocês conhecem o Percy, não é? Percy o Perfeito: aquele que é obcecado pelas leis e regras, aquele que não faz nada que não esteja inteiramente dentro da lei, aquele que faz tudo pela carreira, aquele...
— Tá bom, Rony, a gente já conhece o Percy — interrompeu Harry, impaciente. — Mas por que ele não está querendo apoiar a gente? Você não explicou tudo a ele?
— Claro que expliquei! Acho que devo ter explicado, pelo menos, umas 500 vezes. Mas parece que ele não sabe o que fazer. No começo ele disse que era loucura, depois disse que apoiaria a gente no que ele pudesse, mas depois ele voltou atrás e disse que não ajudaria ninguém. Ele, mamãe e papai tiveram uma briga feíssima quando ele disse que contaria ao Fudge sobre Sirius.
— Eu não acredito que ele seja capaz de contar ao Fudge...
— Ah, Mione, não duvide do Percy — disse Rony. — Em todo o caso, depois ele disse que não ia contar nada... por enquanto...
— Acho que ele não falará nada — disse Harry.
— Foi o que Dumbledore disse — disse Rony.
— Ah, bem, se Dumbledore não está muito preocupado com isso, então não vejo motivos pra gente se preocupar.
"Assim espero", pensou Harry.
(Continua...)
