Autor: Sirius White

E-mail do Autor: siriuswhite@schnoogle.com

Categoria: Romance/Aventura/Acção/Mistério

Palavras-Chave: Artio Sperios, Patrick, Anaras, Captain Dolphin, Lusitania

"Spoilers": Os Quatro livros e QTTA e FB.

"Rating": PG                 

Sumário: Artio é uma rapariga que vai para uma escola de magia, como Hogwarts. Ela vai para o primeiro ano e acontecem coisas muito estranhas. Patrick é um rapaz e as pessoas não gostam dele. Porquê?

Nota Importante: Esta história é baseada em personagens e situações criadas por JK Rowling que lhe pertencem, várias editoras incluindo mas não só a Bloomsbury Books, a Scholastic Books, a Raincoast Books, e a Warner Bros., Inc. Não se está a ganhar dinheiro com esta história e não são permitidos os direitos de cópia nem de comércio.

Nota do Autor: Dedicado aos meus leitores. Obrigado Jo, pela tarefa de Beta-Reader.

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Lusitania

POR    S I R I U S   W H I T E

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QUINTO CAPITULO

TEMPOS OBSCUROS

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Se Carldonne e Cynthia não estivessem tão excitados, eles teriam ouvido o Captain Dolphin:

"Agora tenho a certeza que o mundo irá Acabar. E isto é só o Princípio."

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"Tens medo?" Gilbert perguntou a Artio.

"Eu? Não! Captain Dolphin disse-me que este meio era seguro, por isso não tenho medo…" respondeu Artio.

"Então podemos voar mais rapidamente," assim que chicoteou o dragão a velocidade aumentou, e Artio começou a sentir medo "Tens a certeza que não estás com medo?" perguntou Gilbert de novo, notando que ela sentia-se realmente com medo.

"Não, bem eu estou com um bocadinho de medo, mas consigo controlar-me" disse Artio, e mudou de assunto "Como é que o dragão se chama?"

"Shilta, é uma dragão fêmea…"

"Ela obedece-lhe?" perguntou Artio, duvidando.

"Às vezes, excepto quando anda com dragões… Tu pareces confiar no Captain Dolphin, não é?"

"Sim," ela concordou, "ele explicou-me porque é que os meus pais se divorciaram, e sobre Jer… Patrick, ele explicou-me muitas coisas e ele é muito importante para mim… Eu não sei porque é que ele me trata de uma maneira especial, mas talvez seja por causa daquilo do Patrick…"

"O Robin é sempre o mesmo, ele nunca perde uma oportunidade…"

"Quem?" perguntou Artio, "Quem é Robin?"

"Oh, eu esqueci-me que ele nunca diz o seu nome verdadeiro… Captain Dolphin é uma boa alcunha para uma pessoa como ele, ele precisa de facto de uma."

"Captain Dolphin é Robin?" ela perguntou, confusa.

"Robin Stormd'sky" disse Gilbert "mais conhecido por Captain Dolphin, Hahaha!" riu.

"Stormd'sky? A Professora Shayra é mulher dele?"

"Irmã" corrigiu Gilbert "Robin e Shayra também têm outro irmão mas ele foi expulso da academia no seu último ano…"

"Porquê?" perguntou Artio, interessada.

"Ele foi enganado… Lungush forçou-o a roubar uma coisa da academia e Josh Darkwater viu-o, e denunciou-o ao Robin e à Shayra, que já eram professores lá… mas essa é outra história."

"Quem são Lungush e Josh Darkwater?" ela perguntou, confusa mais uma vez.

"Josh era o seu melhor amigo, antes de o trair, Lungush é um poderoso Death Eater que sonha ser o grande Mestre das Trevas, depois de matar o Quem-nós-sabemos…"

"Ainda cá há Death Eaters?"

"Infelizmente, sim" disse Gilbert, "Lungush é o braço esquerdo do Senhor das Trevas. Ele seria o direito, se não fosse o Malfoy… Josh era amigo do Lungush… agora já não: ele tem tudo o que desejava, Professor e Director de uma equipa, na academia Lusitania."

"Qual equipa?" perguntou Artio.

"Qual é que achas?"

"Tubarão."

"Claro," concordou Gilbert.

"E onde é que está o irmão do Captain Dolphin e da Professora Shayra agora?"

"Neste momento, está a voar, sentado, e a falar contigo."

"Tu és o irmão deles que foi expulso?" ela perguntou.

"Está mais alguém a falar contigo agora?" disse, "Gilbert Stormd'sky, muito prazer e conhecê-la."

"Eu não posso acreditar! Eles expulsaram-te? Porque é que não lhes explicaste o que aconteceu mesmo?"

"Eu tentei… O Robin dá-me algumas coisas para fazer, como esta, levar-te a Londres, e eu tenho o meu próprio trabalho…" explicou Gilbert.

"Em que é que trabalhas?"

"Dragões… Eu adoro dragões."

"Estou a ver…"

"Por favor" disse ele "não digas a ninguém nada do que ouviste… isto é só para teres conhecimento."

"Okay," ela concordou.

"Agora tenta dormir," recomendou, "É um pequeno sofá mas eu acho que consegues dormir ali."

"Eu vou tentar. Boa noite." Artio pôs-se confortável e fechou os seus olhos.

"Boa noite, é uma noite mesmo boa" disse Gilbert, olhando o céu, onde milhares de estrelas davam cor à noite.

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Quando Artio acordou eles ainda sobrevoavam o azul do Oceano Atlântico.

"Bom dia" disse ela.

Gilbert virou a cabeça "Bom dia, eu pensei que ias dormir até pelo menos às 10 da manhã..."

"Que horas são?"

"Oito e meia, dormiste bem?" perguntou ele.

"Sim, não tive pesadelos…"

"Vou deixar-te em Land's End (o fim da terra), depois vais com o teu pai."

"Onde é Land's End?"

"Inglaterra…" Gilbert agarrou num mapa e mostrou-lhe onde era.

"Está bem" disse ela "Mesmo que eu não goste da ideia de ir viver com o meu pai…"

"Eu não tenho nada a ver com isso, infelizmente. Então e tu vais para Hogwarts?"

"Sim, Captain D… o seu irmão disse-me que o meu pai quer que eu vá para lá."

"Eu teria gostado de ir para Hogwarts, se não tivesse sido expulso da Lusitania"

"Eu gostava de ter ficado na academia Lusitania…" eles riram.

"Ninguém pode fazer o que realmente quer," disse Gilbert.

"Isso é verdade," ela concordou.

Duas horas mais tarde, ela estava em Land's End. Gilbert tinha abalado e  seu pai chegou, a conduzir um carro Muggle.

"Artio, finalmente chegaste!" disse ele, chegando perto dela.

"Sim" disse ela, ao ser abraçada pelo pai "finalmente."

"Desculpa-me por tudo" começou ele.

"Não interessa… agora já está feito," ela tentava não falar muito com ele, "Vamos?"

"Sim, vamos," eles entraram no carro e Artio foi conduzida a um pequeno apartamento em Londres, ao qual chegou depois de almoço.

"Esta vai ser a nossa casa durante os próximos meses," informou ele, abrindo a porta que deixou Artio ver uma pequena cama, ainda mais pequena que a casota do dragão de Gilbert, "este é o teu quarto, gostas?"

"É giro," comentou ela, esperando ficar sozinha..

"Deixa aí as tuas coisas e depois vem ter comigo à sala de estar." Disse ele, e saiu do quarto.

Artio deixou as coisas lentamente, enquanto olhava as paredes, coloridas de um rosa claros; havia uma cama pequena com uma colcha rosa, um armário de madeira, um candeeiro, e uma carpete entre a cama e o armário colorida de rosa e azul claro. Também havia uma janela. Artio andou até lá. Notou que estava num bairro Muggle. Ela não percebeu porquê e pensou que iria perguntar ao seu pai sobre aquilo, mas viu muitos carros Muggles lá for a, uma  coisa que não se via todos os dias… ela continuou a aprecia e esqueceu-se das horas, passaram mais de quinze minutos, e quando se lembrou começou a dirigir-se para a sala, como o pai lhe tinha pedido, passando por um quadro velho, mas limpo, no qual havia uma mulher, mas ela olhou rapidamente, sem ter visto, e foi juntar-se ao seu pai, na sala.

Archibald Sperios estava sentado na sala há já um bom bocado, quando uma rapariga alta, com cabelo loiro e pele clara apareceu à porta.

"Posso entrar, pai??" perguntou Artio, mas entrou e sentou-se no sofá sem esperar pela resposta do pai, "Pai, eu notei que estamos a viver num bairro Muggle. Podes explicar-me porquê?"

"Bem, nós ainda não tivemos tempo para falar. I estou a escrever para uma Organização Cultural, aqui em Londres, e eu fui encarregado de fazer um estudo sobre Muggles. O melhor local para isso é viver com eles."

"Está bem, eu compreendo… como eu acho que não vou aqui viver a maior parte do ano, certo?"

"Sim, tu vais para Hogwarts. Eu estive lá quando tive de escrever aquele artigo sobre as Escolas Europeias de Bruxaria," informou o lado jornalista de Mr. Sperios, "e como fui convidado para trabalhar aqui em Londres, será o melhor para ti. A escola pareceu-me segura, tu sabes que o Quem-nós-sabemos tem medo do director, Albus Dumbledore."

"Sim, eu sei, ele é o único que o Quem-nós-sabemos teme… Mas eu preferia ter ficado em Lusitania."

"Artio, eu sei que isto é difícil de compreender, mas por favor faz um esforço por mim."

"O que é que eu posso dizer? Eu tenho de viver contigo certo? Eu não tenho dinheiro suficiente para fugir por isso tenho de ficar aqui, tenho de fazer todas as coisas que quiseres. E tudo por tua culpa! Eu não te queria perguntar, mas estou forçada a faze-lo. Porque é que te separaste da Mãe?" Artio perguntou, explodindo.

"Artio, nós já não nos amávamos, nós tivemos de nos separar. Teria sido pior se tivéssemos ficado juntos como se nada tivesse acontecido." Respondeu ele, calmamente.

"Sim, e quem paga pelos vossos actos sou eu!"

"Eu não queria que tu sofresses, mas pensa no assunto de outro ângulo. Tenta compreender, teria sido pior se nós tivéssemos ficado  jun-" ele foi interrompido.

"É melhor desta maneira? Pelo menos para mim? Não compreendes que estou farta de ouvir isso? Vocês só pensam em vocês próprios! Eu vim para cá sem querer discutir contigo," ela informou-o, "mas eu não podia ficar aqui como se nada tivesse acontecido!"

"Artio eu também não te queria dizer isto," Archibald começara a ficar zangado "Foi a tua mãe que se separou de mim!" Ele levantou-se e dirigiu-se para o seu quarto.

Artio não podia acreditar que fora a sua mão que pedira o divórcio; ela sempre pensou que fosse culpa do pai. Os seus olhos, cuja cor era uma cor entre azul e verde claro, encheram-se de água instantaneamente. Lágrimas caíram da sua face tocando o seu nariz e os seus lábios, tendo um sabor de uma espécie de sal, e não paravam no seu queixo…

Ela ficou ali, sentada no sofá, sem sentir nada do que era físico, mas sentindo-se realmente mal dentro do seu coração. Ela queria morrer, não, não queria: ela lembrou-se das palavras do Captain Dolphin, "vive a tua própria vida", e acordou daquele dormir acordada.

Ela dirigiu-se para a porta do quarto do seu pai. Ela hesitou em bater na porta, mas finalmente fechou a mão e bateu à porta. "Posso entrar?" Como não obteve resposta, abriu a porta lentamente. O seu pai estava deitado na cama.

"Desculpa" Artio começou "eu não sab-"

"Agora já sabes" ele parecia estar zangado.

"Sim. Pai, desculpa-me, eu nunca pensei que pudesse ter sido a mãe que acabou com o vosso casamento. Desculpa."

Ele sentou-se na cama "tu tens os olhos dela" disse ele, olhando nos olhos de Artio "e não precisas chorar."

"Pai, eu… Eu quero esquecer tudo isto, o que interessa é que eu estou a viver aqui contigo, e nós vamos divertir-nos juntos."

"Estou orgulhoso de ti porque tu compreendes, ainda que as coisas não possam só ser esquecidas."

"Eu sei" disse Artio, "mas eu não quero discutir mais contigo sobre isto".

"Queres ir dar um passeio?" perguntou Archibald.

"Está bem, deixa-me só escrever uma carta rapidamente, para a Cynthia, a dizer que eu estou bem."

"Está bem. Eu estou à tua espera na sala…" Ele virou-se caminhando para a sala mas Artio não o deixou.

"Espera!" disse ela.

"Sim?" ele virou-se para trás "queres mais alguma cois-?"

Artio abraçou-o, e ele abraçou-a também, Mr. Sperios começava a sentir que eles eram quase uma família normal… finalmente!

Artio foi para o seu quarto, escreveu rapidamente uns rabiscos e mandou para Cynthia pela coruja do seu pai.

Quando chegou à sala, Archibald olhava para qualquer coisa que tinha na mão.

"Isto chegou um pouco depois de ires para o quarto." Disse ele, mostrando uma carta com um símbolo vermelho na parte de trás "Eu esperei por ti antes de a abrir. Eu nunca tinha visto uma antes."

"É de quem?" perguntou Artio.

"Hogwarts School of Witchcraft and Wizardry!" anunciou ele, orgulhosamente.

"A sério?"

"Sim. Há dois dias, quando eu mandei a carta para a academia, eu mandei outra para o director de Hogwarts. Eu expliquei-lhe a situação e pedi-lhe para te aceitar em Hogwarts, mas ele ainda não tinha respondido. Como está em teu nome, acho que te aceitaram. Ia ser um grande problema se não recebesses esta carta…"

"Porquê? Isto é assim tão importante?" perguntou Artio, sem perceber por que é que uma simples carta da escola era tão importante.

"Se não a recebesses, não poderias ir para a escola."

"O quê? É preciso receber a carta para ir para a escola?"

"Sim, o mecanismo desta escola é assim. A academia Lusitania é uma instituição do Ministério da Magia português, mas Hogwarts é uma escola independente… os alunos só têm de estar no cais e entrarem para o Navio Lusitania para ir para a academia, mas aqui é diferente. Todas as pessoas que vão para Hogwarts têm de ser convidadas, e recebem uma carta como esta. Eles normalmente enviam corujas a todas as crianças que têm onze anos, aqui na Grã-Bretanha, e algumas da Irlanda... como tu vieste de Portugal, eu tive de lhes pedir para te convidarem, porque eles não adivinham simplesmente que tu queres frequentar a escola…"

"Isto é tão diferente. Eu pensei que toda a gente pudesse ir para todas as escolas que quisessem..."1

"Não, cada escola tem os seus métodos de selecção. Hogwarts podia ter-te enviado uma coruja antes, mesmo que tu vivesses na Austrália, e isso teria sido um sinal de que tu darias uma grande bruxa! Hogwarts é uma das melhores escolas de bruxaria da Europa e eles não podem aceitar toda a gente que quisessem ir para lá. O que fariam se todas as crianças do mundo quisessem ir estudar para Hogwarts? Agora, se recebeste a carta significa que eles estudaram o teu caso e decidiram que tu poderias dar uma grande bruxa, e podias ir estudar para lá."

"Como é que eles "estudaram o meu caso"?"

"Bem, eles possivelmente puseram alguém a espiar-te nestes últimos dois dias, ou pediram a alguém que te conhecesse algumas informações… eles também podem ter usado algum feitiço que lhes permitisse ver-te… há muitas coisas que nós – feiticeiros – podemos fazer!"

"Pois…" Artio não estava muito contente. Eles podiam tê-la visto a beijar Jeremy! Hum, talvez não, pensou ela, positivamente…

"Mostra-ma lá" pediu o pai de Artio. "Oh, só isto?" disse ele, quando viu a carta.

"só o quê?" perguntou Artio "porque é que é isto?"

"Bem" ele começou "Eu… um… Eu pensei que uma carta de Hogwarts podia trazer mais informação que uma simples lista de material… como é uma escola tão famosa. Oh guarda isso contigo. Nós vamos à Diagon Alley e compramos as tuas coisas lá."

"A famosa Diagon Alley, hum?"

"Sim, o local onde eu e a tua mãe nos conhecemos… é uma lugar lindo... tu nunca lá estiveste, mas tenho a certeza que vais gostar."

"Sim," ela concordou, "Mal posso esperar para ir!"

"Está bem, por favor não fales sobre magia lá fora. Sabes que estamos a viver num bairro Muggle…" avisou.

"Eu sei." Disse ela, enquanto saíam do apartamento.

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Muito longe dali, seguindo a rota da coruja para o Navio Lusitania, Cynthia tentava encontrar Jeremy, durante a hora de almoço.

"viste o Jeremy?" perguntou ela a um rapaz do primeiro ano.

"Quem?"

"O Jeremy Craig," disse ela, e depois pareceu-lhe ver uma cabeça castanha clara no outro lado da sala, "esquece!"

Ela dirigiu-se para o local onde parecia ter visto Jeremy. Lá estava ele, com o amigo que tinha ido com ele à loja, em Laxus.

"Jeremy!" chamou ela.

"Ah, olá!" cumprimentou ele, "tu és a amiga da Artio, não és? Onde é que ela está?" ele sorriu. Cynthia notou que ia ser difícil explicar-lhe o que acontecera.

"Sim, sou eu. Cynthia Tropelt."

"Hum," ele parou de mastigar e levantou-se da cadeira, "Jeremy Craig, muito prazer. Porque é que ela não veio?"

"Foi por isso que eu vim. Podemos falar, em privado?"

"Claro. Walter, eu já venho." Ele juntou-se a Cynthia e saíram da sala, para a proa do navio.

"Então?" perguntou Jeremy quando se sentaram ambos numas cadeiras de metal, enferrujadas por causa da chuva.

"Eu… A Artio não veio…" começou Cynthia.

"Estou a ver… onde é que ela está? Ela não me quer ver outra vez?"

"Não, ela quer muito, mas não pode." Ela informou-o, "Jeremy, Eu não sei como te hei-de dizer isto... ela…"

"O que aconteceu? Ela não me ama?"

"Não é iso… Jeremy, a Artio fez-e prometer que eu te ia dizer tudo, mas eu não sei se consigo dizer-te tudo o que ela me pediu."

"Estou a ouvir… é mau?" ele começava a ficar preocupado.

"Os pais da Artio divrociaram-se," disse ela, "e a Artio está muito triste."

"Meu Deus! Eu sei o que isso significa, apesar de os meus pais nunca se terem separado, mas eu acho que o que me aconteceu foi pior"

"O que foi?"

"O meu pai… morreu há um ano, quero dizer, foi assassinado." Uma lágrima pareceu aparecer-lhe num dos lados do seu olho negro, mas não caiu pela cara.

"Desculpa-me por te ter lembrado disso," disse Cynthia "Mesmo."

"Não peças desculpa, eu gusto de pensar nele, ele foi um grande feiticeiro! Estou orgulhoso dele."

"Bem, o que te aconteceu é um bocado pior, mas o que aconteceu à Artio também é muito mau."

"Sim, eu sei, posso ir falar com ela? Eu sei o que devo dizer nestes momentos e-"

"Infelizmente, não, tu não podes ir falar com ela"

"Hum?"

"Ela," Cynthia empurrou as palavras para fora "ela já não está no navio…"

"O quê??" perguntou Jeremy, confuso e sem acreditar naquilo que ouvia.

"É verdade, ela abalou ontem ao pôr do sol, e foi para Londres viver com o pai." Cynthia notou que os olhos pertos de Jeremy tornaram-se ainda mais negros, se isso fosse possível, como se tivesse sido o alvo de um feitiço das trevas.

"Eu não posso acreditar nisto!" ele levantou-se "isto não pode ser real, isto é um pesadelo e eu quero acordar. Alguém me acorde, por favor!" ele olhou para o céu, onde o sol brilhava muito, num céu azul, sem nuvens, e com gaivotas "Tu estás a dizer-me que a rapariga que eu amo está do outro lado do oceano? Em Londres, longe dos Açores, com o pai dela e que eu não a vou voltar a ver?"

"Jeremy, ela não teve outra escol-"

"Porque é que estas coisas me acontecem sempre a mim?" perguntou ele a ninguém.

"Jeremy, eu sei que é difícil de acreditar, mas tenta compreender que foram os pais dela que decidiram com quem ela ia ficar, sem a consultarem. Eu tenho a certeza que ela teria preferido ficar aqui, se eles lhe tivessem dado a oportunidade de escolher. Ela disse-me que não queria ir viver com o pai dela…"

"Mas ela foi," disse ele, "se ela não quisesse mesmo ir, ela não tinha ido, e ela foi! Ela podia pelo menos tentar encontrar-me ontem e se me tivesse explicado tudo eu não a tinha deixado ir! Nunca! Ou teria ido com ela."

Cynthia não podia dizer nada, ela sabia que ele tinha toda a razão, e ela própria avisara Artio de que devia dizer a Jeremy.

"Por outro lado, eu conheci a Artio há dois dias, sei que a amo, e que a única coisa que aconteceu foi um beijo, e depois ela disse-me "não fales nisto lá dentro da loja"" ele estava agora a falar com o Mar, Cynthia só via as costas dele, "e, sim, eu nunca cheguei a saber se ela me ama. Ela não disse nada quando nos beijámos. Nós? Ou eu beijei-a? Eu não sei mesmo. Ela ama-me? E se não me amar, porque é que me iria dizer que se is embora? Ela certamente pensou "O quê? Aquele rapaz? Oh, esquece-o!" pois, na realidade, eu conheci-a há dois dias, como é que a posso amar? Isto é ridículo! Grrr!"

"Jeremy, tu tens razão," o que podia Cynthia dizer mais? "Mas eu juro-te que ela te ama."

"Ela ama-me?" perguntou ele, virando-se para ver a cara de Cynthia, mas de uma forma desafiadora, "Eu não sei se eu ainda a amo."

"Eu sei que vocês os dois se amam," Cynthia tentou chamá-lo para a realidade, tu estás a falar de cabeça quente, tenta acalmar as tuas ideias."

"Tu estás a dizer-me a mim que eu estou a "falar de cabeça quente"? E tu? E Artio? Sim, ela está bem? Tens a certeza que ela não estava a "falar de cabeça quente"? Hum? E tu? Como és amiga dela, vocês devem ser as duas doidas! Hah!"

"Jeremy, eu compreendo que tu estás a sentir-te muito mal, mas não descarregues em mim! Eu não tenho nada a ver com os vossos problemas, eu só te vim trazer a mensagem da Artio, como ela me pediu, e a culpa do que aconteceu não é minha."

"Por Deus! Deixa-me em paz!!" estas últimas palavras foram ditas a gritar, e Cynthia deixou-o sozinho, também porque não tinha de suportar a loucura!

Ele estava sozinho a ouvir o barulho do mar e a pensar. Sozinho.

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Cynthia entrou no seu quarto, sentindo-se chateada consigo mesma: ela tinha de ter compreendido o Jeremy; ele estava realmente a sentir-se mal, e ela não o tinha deixado dizer tudo o que lhe apetecia, o que era muito importante, e ela sabia-o.

Uma rapariga de cabelo ruivo entrou no quarto. Ela era mais alta do que Cynthia ou até mesmo do que Artio, e por isso Cunthia deduziu que ela fosse do segundo ano. Ela estava vestida com um longo vestido verde, muito bonito, na opinião de Cynthia. Ela andou rapidamente até à cama onde Cynthia estava…

"Olá." Disse ela, "não é aqui o quarto da Artio?"

"Hum… sim, bem, não" Cynthia não sabia se era ou se já não era…

"É ou não é?" perguntou ela, pensando que Cynthia não era muito certa.

"Não, ela já cá não está. Porquê? Conheces a Artio?"

"Sim, eu sou Anaras Tisanta. Eu ajudei-a com aquilo do Patrick aconteceu…"

"Ah, estou a ver. Ela falou-me de ti."

"Então vocês são amigas," concluiu Anaras.

"Sim, as mlhores amigas!" Cynthia estava orgulhosa disso.

"Então onde é que ela foi?"

"Ela… ela foi-se embora da academia, ela foi para Londres." Cynthia tinha a certeza que Artio não ficaria zangada se Anaras soubesse de tudo, mas mesmo assim não lhe disse nada sobre o Jeremy, "Ela foi viver com o pai, os pais dela divorciaram-se."

"Divorciaram-se??" perguntou Anaras, boquiaberta.

"Sim, é uma longa história, que nem mesmo a Artio sabia ontem…"

"Quando é que ela se foi embora? Eu vi-a ontem em Laxus…"

"Sim, eu sei, ela foi ontem ao pôr do sol… aconteceu tudo muito rapidamente: quando nós viemos de Laxus, o Captain Dolphin veio ter com ela – eu não estava aqui porque tinha ido dar comida aos meus gatos – e ele disse-lhe que os seus pais se tinham divorciado. Quando eu cheguei, ela não estava cá, e quando finalmente chegou arrumou as coisas, contou-me tudo, e foi-se embora com um amigo do Captain Dolphin, num Dragão. Pelo menos fez as pazes com o primo dela, o Carldonne."

"Carldonne?"

"Sim, é o primo da Artio, filho do tio dela, Broderick Sperios."

"O Carldonne Sperios? A sério? Não posso acreditar! Então eles são primos…"

"Sim, porquê?" perguntou Cynthia, que não estava a perceber nada.

"Porque… Eu sou a namorada dele…"

"A sério?"

"Sim, e isto é maravilhoso!" Anaras riu, "Eu não o vejo desde ontem depois de almoço. Ele tinha-me dito que queria falar com a prima dele, mas eu não sabia que era a Artio… Eu influenciei na decisão dele, sim, fui eu que lhe expliquei que ele não devia andar sempre a deitar a prima abaixo…"

"Ele é um rapaz fixe, eu conheci-o quando a Artio se foi embora. Eu, o Carldonne e o Captain Dolphin fomos lá for a dizer adeus à Artio… ela não queria mesmo ir viver com o pai, também porque pensa que foi ele que pediu o divórcio…"

"Este mudo é mesmo pequeno!" disse Anaras, com os seus cabelos castanhos a brilhar orgulhosamente.

"Sim, concordo contigo…" disse Cynthia.

"Bem, tenho de ir, ainda tenho de fazer algumas coisas até às quatro horas…"

"Está bem, adeus!"

"Vejo-te por aí. Diz-me quando a Artio te mandar alguma coruja… Eu vou escrever-lhe em breve" Anaras saiu do quarto das raparigas do primeiro ano, e Cynthia começou a procurar os seus gatos.

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Chegando à Diagon Alley, depois de ela e o seu pai terem passado pelo "Caldeirão Escoante", para mudar as roupas de Muggle que traziam vestidas, Artio ficou fascinada com a magnificência daquele sítio. Ela nunca pensou que pudesse haver um local com tantas lojas de feiticeiros!

Eles foram a Gringotts, o Banco dos Feiticeiro, onde o seu pai levantou dinheiro de bruxos (ele tinha tido alguma dificuladade em adapatr-se ao dinheiro dos Muggles), e depois foram comprar as coisas que Artio precisava de comprar para Hogwarts, mas só aquelas que ainda não tinha comprado em Laxus.

Na "Flourish and Blotts" havia muitos alunos com listas do material de Hogwarts, comprando os seus livros para o ano que ia começar. Alguns deles seguravam no "Monstruoso livro dos Monstros", que Artio nunca tinha visto antes, e pensou, "Quais destes é que eu vou ter de comprar? Espero que não me mordam…"

"Artio." Chamou o seu pai, que estava a falar com um homem vestido de preto, com uma voz fria. Ela chegou perto deles.

"Sim, Pai?"

"Este é o Professor Snape," ele anunciou.

"Prazer," Artio cumprimentou, enquanto ele olhava fixamente para ela, sem dizer nada.

"Nós viemos de Portugal. Ela primeiro foi par a Academia Mágica Lusitania, mas agora eu vim par Londres, e ela chegou ontem. Ela foi aceite em Hogwarts" ele virou-se para Artio "O Professor Snape é o M;ester das Poções em Hogwarts, eu penso que tu vais adorar as alas dele."

"tenho a certeza que vou adorar Poções!" disse Artio, sentindo exactamente o contrário…

"Então tu vieste de Lusitania!" Snape perguntou a Artio "Eles ainda ensinam Magia Negra? Era uma grande escola há alguns anos atrás, agora não sei se eles ainda continuam a ensinar as mesmas coisas que lhe concederam o título de "maior escola de Magia Negra". Ainda ensinam?"

Artio não sabia o que dizer. "A maior escola de Magia Negra??" ela estava muito surpresa. "Lusitania é uma escola onde se aprende Magia Negra?" pensou ela.

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