Autor: Sirius White (traduzido por Nentari)

E-mail do Autor: siriuswhite@schnoogle.com

Categoria: Romance/Mistério

Palavras-Chave: Artio Sperios, Patrick, Dolphin, Lusitania

"Spoilers": Os Quatro livros e QTTA e FB.

"Rating": PG-13.          

Sumário: Artio é uma rapariga que vai para uma escola de magia, como Hogwarts. Ela vai para o primeiro ano e acontecem coisas muito estranhas. Patrick é um rapaz e as pessoas não gostam dele. Porquê?

Nota Importante: Esta história é baseada em personagens e situações criadas por JK Rowling que lhe pertencem, várias editoras incluindo mas não só a Bloomsbury Books, a Scholastic Books, a Raincoast Books, e a Warner Bros., Inc. Não se está a ganhar dinheiro com esta história e não são permitidos os direitos de cópia nem de comércio.

Nota do Autor: Dedicado às minhas Beta-Readers Jo e Trinity Black. Obrigado a todos os que escreveram sobre o capítulo anterior: Wolf Of Solitude, Wormtail, Belladona Patil e Aline Carneiro!

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Lusitania

POR    S I R I U S   W H I T E

Traduzido por Nentari

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SEXTO CAPITULO

CORUJAS, MAGIA NEGRA E NOVOS LOCAIS

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"Então tu vieste de Lusitania!" Snape perguntou a Artio. "Eles ainda ensinam Magia Negra? Era uma grande escola há alguns anos atrás, agora não sei se eles ainda continuam a ensinar as mesmas coisas que lhe concederam o título de "maior escola de Magia Negra". Ainda ensinam?"

Artio não sabia o que dizer. "A maior escola de Magia Negra??" ela estava muito surpresa. "Lusitania é uma escola onde se aprende Magia Negra?" pensou ela.

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"Acho que não… e tu, pai?" disse Artio após pensar um pouco sobre a resposta, e detestando Snape ainda antes de ele ter falado com ela.

"Não, também acho que não…" Archibald virou-se para Snape. "Penso que o Ministério da Magia português descobriu que se ensinava Magia Negra  em Lusitania e mandou parar com isso…"

"Estou a ver… Durmstrang é agora a melhor nessa matéria," disse Snape, sorrindo. "Ninguém é perfeito! Vemo-nos em Hogwarts," ele disse a Artio, e dirigiu-se a Knockturn Alley.

"Artio, ele talvez te pareça um pouco estranho," começou Mr. Sperios, "mas é boa pessoa. Foi ele quem me ajudou a contactar Albus Dumbledore quando estava a fazer aquele artigo sobre as escolas… sabes… e ele talvez tenha influenciado Dumbledore na sua decisão de te aceitar em Hogwarts…"

"Tenho de confessar que não gostei dele…" disse Artio.

"Espero que mudes a tua opinião sobre ele… quantos mais livros tens de comprar?"

"Só mais alguns…"

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Cynthia dirigia-se para o dormitório feminino do primeiro ano, depois de jantar, quando ouviu uma voz. "Boa noite a todos! Por favor sentem-se e ouçam-me." Era Captain Dolphin, que estava sentado na mesa dos professores, com a Professora Shayra Stormd'sky, e os prefects.

Cynthia dirigiu-se de novo à cadeira onde se sentara durante o jantar, sentando-se de novo, e preparou-se para o ouvir.

"Como devem saber, chegaremos à Academia Mágica de Magia e Feitiçaria Lusitania dentro de algumas horas." Todos começaram a falar sobre isso. "Finalmente", "Fixe"…

"Por favor…" Captain Dolphin tentou fazer-se ouvir por cima do barulho. "Por favor calem-se e ouçam." Eles pareceram obedecer, e alguns calaram-se.

"Obrigado… Como eu ia dizendo, em breve chegaremos à academia e, presumo que já saibam isto, mas tenho de dizer algumas coisas importantes para que os alunos do primeiro ano aprendam e os outros se lembrem, acerca das aulas e de outras coisas …"

"Nos jardins vão ter Herbologia e Cuidados com Criaturas Mágicas. A vossa professora de Herbologia será a Professora Stormd'sky," e olhou para o seu lado direito, onde ela estava sentada.

"Cuidados com Criaturas Mágicas será ensinado para Professora Caroline Zelt, Captain da equipa Gaivota. No campo de Quidditch vão aprender a voar com a Professora Sabrina Pitinus, Captain da Equipa Sereia. Dentro da Academia terão outras seis disciplinas. História da Magia será ensinada pelo Professor Justin Tintacle, Captain da Equipa Polvo, no segundo andar. No terceiro andar terão Transfiguração com o Professor Damarion Slibel, Captain da Equipa Caranguejo. Nos calabouços aprenderão Encantamentos, ensinados pelo Captain da Equipa Tubarão, o Professor Josh Darkwater. A sala de Poções encontra-se no quarto andar e as aulas serão dadas pela Professora Langueldia Barbutinus, Captain da Equipa Baleia. Defesa contra as Artes das Trevas será ensinada pelo Professor Sinushoy Habecula, da Equipa Tubarão, no sexto andar. Finalmente, no sétimo andar, eu ensinarei Astronomia. Alguns de vocês também sabem as seguintes regras, mas os outros não sabem, pelo que as repetirei como faço todos os anos."

"Os alunos estão proibidos de ir ao quinto andar. Não devem tentar ir a esse andar: há escadas entre o quarto e sexto andar que impedem que os alunos e alguns Professores entrem no quinto andar. Não tentem quebrar o feitiço das escadas…"

"Para visitar a secção reservada da Biblioteca, os alunos deverão obter a autorização do Professor directamente ligado à matéria referente ao livro em questão. Se o livro escolhido pelo aluno não pertencer a nenhuma matéria em especial, a autorização deve ser dada pelo captain da vossa equipa, que, no vosso caso, sou eu."

"Penso que devem preparar as vossas malas porque chegaremos dentro de algumas horas. Ve-los-ei então." Ele sentou-se na mesa dos professores, e muitos dos alunos levantaram-se e dirigiram-se aos seus quartos para arrumar as coisas nas malas, algo que também Cynthia foi fazer.

Ao chegar à sala das raparigas, antes do quarto das raparigas do primeiro ano, ela escutou algumas raparigas a falar:

"Nos outros anos, demorámos mais tempo no navio: normalmente dormimos aqui três noites, e este ano chegamos antes da hora de deitar, e durante a noite, o que é ainda mais estranho… porque é que eles resolveram chegar durante a noite?"

"Sim… é mesmo estranho, e esquisito…"

"Talvez não queiram que cheguemos durante o dia, talvez alguém nos esteja a observar, o meu pai contou-me acerca da Marca Negra durante o Campeonato Mundial de Quidditch há um mês."

"Não, eu acho que não. A Academia pertence ao Ministério da Magia Português… não pode estar a ser vigiada pelo Lado Negro…"

"Sim, tens razão… bem, temos de esperar para ver."

Cynthia ouviu a conversa e começou também a pensar sobre o problema. "Se elas sabem como se chegou nos anos anteriores e nunca foi assim, porque é que agora chegámos mais cedo, e durante a noite?"

Cynthia não conseguia explicar nada, pelo que começou a arrumar as suas coisas na mala, preparando-se para chegar a um sítio novo, onde nunca esteve antes, e onde ficaria durante os próximos seis anos.

Estava uma coruja à janela, a bater com o bico no vidro para que Cynthia a ouvisse. Cynthia abriu a janela; a coruja colocou uma carta nas suas mãos e partiu. Cynthia não a viu porque a noite estava escura…

Querida Cynthia,

Escrevi isto um pouco à pressa, porque vou com o meu pai a Diagon Alley comprar as minhas coisas para Hogwarts.

Ele explicou-me algumas coisas e eu agora entendo-o e sei o que ele sente: foi a minha mãe que se separou dele. Mas não tenho muito tempo, explico-te melhor as coisas na próxima coruja…

Estou a viver com o meu pai numa zona Muggle porque ele está a fazer um estudo para o trabalho dele… Estou a começar a gostar disto…

E tu? Como estás? Espero que bem… diz-me como está o Carldonne, tu própria e o Captain Dolphin.

Falaste com o Jeremy? O que foi que ele disse? Conta-me tudo. Espero que a coruja do meu pai chegue aí depressa, apesar de ser bastante longe.

Beijos,

Artio

Cynthia não tinha tempo para responder a Artio: ele tinha de ir para a sala comum dos Golfinhos e depois para a Academia; para além disso, ela não tinha a sua própria coruja…

Ela prometeu a si mesma que iria escrever mais tarde, no seu quarto, na academia.

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Artio chegou a casa, depois de comprar as suas coisas em Diagon Alley, e foi jantar.

Como estava demasiado cansada, foi para a cama imediatamente depois de jantar.

Estava lá uma coruja para ela, com penas cinzentas e olhos amarelos.

Querida Artio!

Como estás? E o pai? Espero que estejam bem.

Não te contei nada sobre os problemas da mãe e do pai. Sei que cometi um erro. Desculpa. Devia-te ter dito, eu sei, mas não se pode mudar o passado…

Sei que estás zangada comigo, e tens razão, fui muito estúpido.

Sei que não queres viver com o pai, mas acho que ele te vai explicar as coisas e mudar a tua opinião. Se não quiseres viver com ele diz-me, e podes vir viver comigo e com a Tuverine.

Neste momento estou a pesquisar lobisomens na maior Biblioteca de Feitiçaria do mundo, na Austrália.

Diz-me como estão as coisas por aí, e tudo o que queiras. Guardarei os teus segredos se fizeres de mim o teu diário.

Beijos,

O teu anjo da guarda, diário e irmão, Rudolph

Artio ficou muito contente pelo irmão lhe ter finalmente enviado uma coruja. Estava realmente zangada com o seu comportamento, mas o que poderia ele fazer? Ela tinha também de o entender; os pais não lhe deixaram contar nada… Ela decidiu responder:

Olá, meu querido "anjo da guarda, diário, e irmão" Rudolph!

Estou muito contente por estares a fazer o que realmente queres. Como está Tuverine? Espero que estejam ambos bem.

Tenho de te dizer que eu e o pai estamos muito felizes, a viver numa zona Muggle em Londres… é por causa de um estudo que ele está a fazer para o trabalho.

Ele explicou-me muitas coisas, sobre ele e sobre a mãe, e agora eu sei que foi melhor para eles divorciarem-se do que continuarem a viver sem amor. Acho que também sabias.

Garanto-te, vais-te tornar no meu diário quando precisar de falar!

Beijos,

Artio

Ela enviou a coruja de volta ao seu irmão, vestiu o pijama, e deitou-se. No dia seguinte iria para Hogwarts, e precisava de dormir.

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Cynthia estava na sala comum dos Golfinhos, tal como muitos outros. Já tinham as malas feitas, e preparavam-se para ouvir as instruções do Captain Dolphin, desejando que a chegada demorasse tanto quanto fosse possível.

"Estão todos prontos?" disse o Captain, sentando-se na mesma cadeira de braços onde se havia sentado minutos antes, com a Professora Shayra e os prefects.

Alguns alunos chegaram dos dormitórios.

"Muito bem." Ele começou, "Como foi decidido no Congresso Internacional de Feitiçaria, as aulas de todas as escolas de feitiçaria do mundo, públicas ou privadas, devem começar a 1 de Setembro. Normalmente, o Navio Lusitania chega à Academia na manhã desse dia, mas este ano aumentámos a velocidade porque temos algumas coisas a fazer, coisas essas que não podem ser feitas aqui no barco. Sei que alguns de vocês se questionaram acerca disto, e aqui está a resposta."

Cynthia pensou: "Oh, finalmente! Aqui está a resposta!" e imediatamente perguntou a si mesma: "Mas o que será que eles lá têm?"

"Os alunos do primeiro ano ainda não sabem nada sobre a escola, ou pelo menos não sabem tudo… Os outros podem sair." Todos começaram a falar. "Alunos do primeiro ano, fiquem, por favor. Os outros devem sair, para não ser tão confuso. A Professora Shayra acompanha-vos. Boa sorte."

Algumas pessoas do primeiro ano começaram a protestar. "Não concordo com isto. Devíamos ter todos os mesmos direitos!" Cynthia ouviu os comentários dos outros, mas não disse nada.

Quando os outros saíram, Captain Dolphin continuou.

"Bem vindos, alunos do primeiro ano, a muitas coisas novas: a uma nova vida, um novo lar, uma nova casa, novos professores, novos amigos, uma nova família! Este ano temos muitas raparigas na Equipa Golfinho – quinze, tínhamos dezasseis, mas uma saiu – e apenas cinco rapazes. Mas isso não importa…"

Cynthia verificou que havia apenas nove raparigas e dois rapazes, como é que ele dizia aquilo?

"Ah, vocês devem estar a perguntar… quinze raparigas e cinco rapazes? Só vejo onze! Sim, há seis raparigas e três rapazes que vêm do Brasil. Como devem saber, esta escola também aceita alunos do Brasil, pois eles também falam português… Penso que sabem como funciona o sistema de pontos… não?"

Um rapaz de cabelos castanhos, o que estava com Jeremy em Laxus, disse: "Um… não… podia-me explicar, Professor?"

"Claro. Ninguém sabe antes de lhe dizerem, não é?" ele sorriu. "Vocês ganham – ou perdem – pontos quando fazem coisas boas ou más. Os Professores dar-vos-ão pontos quando fizerem coisas boas, e retirá-los-ão quando fizerem coisas más. Alguns exemplos de coisas boas… ajudar outros nos trabalhos de casa mais difíceis, participando nas aulas… coisas más: transformar um amigo em rato, estar fora do quarto durante a noite… se fizerem coisas mesmo más receberão um castigo, mas não vou dar nenhum exemplo porque acho que não vão fazer nada de mau, ou vão?" Ele não esperou pela resposta. "Os pontos vão para vocês ou para a vossa equipa. A equipa que obtiver o maior número de pontos será a vencedora da Taça das Equipas desse ano. Devo apontar que a equipa Golfinho ganhou o campeonato das equipas há dois anos, e a equipa Gaivota ganhou no ano passado. Espero que o consigam fazer. Sabemos que alguns de vocês são muito espertos e querem estudar várias coisas, e podem trocar os vosso pontos por coisas que queiram. Tenham em conta que podem trocar apenas os pontos que vocês próprios ganharam para a vossa equipa. Se usarem esses pontos, não irão contar para a Taça das Equipas. Entenderam? Vocês vão ajudar a vossa equipa a ganhar pontos, mas a taça é também disputada entre cada um de vocês: os pontos que ganharem podem ser transformados noutras coisas."

"Professor," interrompeu uma rapariga de longos e encaracolados cabelos negros, "que tipo de coisas podemos comprar com os nossos pontos?"

"Boa pergunta!" disse ele. "Podem comprar, como tu mesma disseste, várias coisas, e com vários pontos: podem ter acesso a livros na secção reservada da nossa Biblioteca, mas devem ter em conta que o número de pontos para cada uma não é igual, e têm de pedir uma autorização por escrito ao Professor directamente ligado ao livro que desejam consultar. Como também sabemos que querem o vosso próprio dinheiro para comprar diversas coisas, podem usar pontos para comprar dinheiro verdadeiro. Creio que não é a coisa mais habitual, mas… Ah! Também podem comprar pontos a outras pessoas. Por exemplo… tu, como te chamas?" perguntou ele à rapariga que havia feito a questão.

"Sarah Wolf".

"Por exemplo, Miss Wolf podia comprar alguns pontos pertencentes a Miss Tropelt." Ao dizer isto, ele olhou para Cynthia e ela ouviu uma voz dentro da sua cabeça: Quero falar contigo a sós. Procura-me na Academia amanhã de manhã. "As duas poderiam decidir quantos pontos ela venderia, e quanto custaria cada ponto. Depois, estes pontos seriam adicionados à lista de pontos de Miss Wolf. Não podem comprar pontos aos alunos das outras equipas, assim como eles não podem comprar os vossos."

"Mas se usarmos os nossos pontos, a nossa equipa perde-os… Acho que não podemos comprar tudo o que queremos porque, se o fizermos, a nossa equipa não ganha a taça das equipas," disse um rapaz pequeno, amigo de Jeremy.

"Sim, isso é verdade," concordou Captain Dolphin. "Vocês podem usar os vossos próprios pontos mas têm de ter em conta que fazem parte de uma grande equipa, que também precisa dos vossos pontos para ganhar a taça… Devem usar os vossos pontos apenas para coisas importantes. Agora, vou-vos apresentar os prefects da Equipa Golfinho. Esta é Francesca Timpsy, do quarto ano," uma rapariga alta, de cabelos loiros e olhos castanhos, disse olá, "à sua direita temos John Brenkinsun, do quinto ano," um rapaz magro, de cabelos ruivos e olhos amarelos acenou com a cabeça, "e finalmente Maya Harrington, que está no sexto ano," uma rapariga de olhos castanhos e cabelos negros acenou também. "Eles são os prefects da Equipa Golfinho este ano, e ajudar-vos-ão em tudo aquilo que precisarem, se pedirem. Agora peço-vos que se apresentem, para que saibamos os vossos nomes." Ele olhou para a sua direita, e os alunos começaram as apresentações.

Cynthia pensou que isto era uma boa ideia… ela apenas conhecia Ariane, Artio e os dois rapazes, Jeremy e o seu amigo, Walter; esta era uma boa maneira que saber como os outros se chamavam.

"Hum… er… Eu sou Madeleine Pustrin, venho de Portugal, e tenho catorze-"

"Okay, eu sei… tu gostas de Transfiguração, embora nunca tenhas tido essa aula, certo?" Captain Dolphin perguntou a brincar, e a rapariga respondeu com um sorridente sim.

"Eu… o meu nome é Ariane Silbus, venho de Portug-" foi interrompida por Captain Dolphin.

"Nós sabemos que somos todos de Portugal: os alunos brasileiros ainda não chegaram… não precisas de dizer isso."

"Oh, bem, acho que temos todos catorze anos… gosto de todo o tipo de animais, bem… okay, todos, e por isso acho que vou gostar de Cuidados com Criaturas Mágicas."

Cynthia pensou que Ariane podia vir a ser uma boa amiga: as duas tinham alguns interesses em comum, e Cynthia não sabia que ela gostava de animais…

Mais duas raparigas fizeram as suas apresentações: Sarah Wolf, uma rapariga com cabelo preto longo e encaracolado; e Katie Turner, que tinha cabelo castanho.

Chegou então a vez de Cynthia. Ela estava um pouco nervosa, embora não houvesse razão para tal.

"Eu sou Cynthia Tropelt e acho que vou gostar de Cuidados com Criaturas Mágicas, porque também gosto de animais como a Ariane." Olhou para ela, e Ariane sorriu.

"Olá a todos!" disse uma rapariga de cabelos loiros e olhos castanhos, que parecia ser engraçada e sociável. "Sou Amanda Finn, e tenho a certeza de que vou adorar Defesa contra as Artes das Trevas, porque os meus pais foram mortos por um Death Eater e eu quero vingança!"

Os outros olharam para ela como se fosse maluca… Vingança? O que poderia ela fazer?

Apresentaram-se então mais três raparigas: Susan Amparo, Marysia Anderson e Natasha Bizecuit.

"Olá, eu sou Jeremy Craig, e vou adorar Poções, porque ouvi dizer que a Professora Barbutinus é linda," Todos se riram, menos Cynthia. Ela estava zangada com ele. E ele não devia ter dito aquilo acerca da Professora de Poções. Mas o Captain Dolphin também se riu, e tendo sido dita uma coisa daquelas …

"Haha… Eu… Ha… o meu nome é Walter Calysto e, como gosto do passado e das origens da feitiçaria, tenho a certeza de que vou gostar de História da Magia…"

"Okay," começou Captain Dolphin, "Agora que fizeram as vossas apresentações, vamos para a Academia!"

Os estudantes sorriram, e seguiram os prefects através da porta da Sala Comum Golfinho.

Cynthia estava prestes a sair como os outros, quando Captain Dolphin a chamou.

"Sim?"

"Cynthia, preciso de falar contigo. É urgente."

"Okay. Sobre o quê?" ela respondeu, com curiosidade.

"Cynthia, a razão pela qual chegámos mais cedo é a Artio. E preciso da tua ajuda."

"O que aconteceu com ela? Ela regressou à academia?" Cynthia estava curiosa e sentia algo entre felicidade pelo possível regresso de Artio, e tristeza pela possibilidade de alguma coisa lhe ter acontecido.

"Não. Creio que sabes tudo acerca do que lhe aconteceu, não é?"

"Sim." Ela depressa se lembrou de tudo: Patrick que na verdade era Jeremy, Carldonne, Anaras, e a loja…

"Sabes sobre o Feitiço Patrick… há um rapaz, Jeremy Craig, viste-o há alguns instantes quando ele se apresentou aos outros, ele foi vítima de um feitiço, e deu uma bebida à Artio. Agora, a pessoa que lançou o feitiço consegue controlar a Artio até que alguém lance um contra-feitiço."

"Mas ela disse-me que estava bem, quando estava na enfermaria. Ela pensou que o senhor fez qualquer coisa e ficou tudo bem…"

"Nunca disse que ela estava bem, ou disse?"

"Bem," Cynthia não sabia: ela não estava lá quando Artio estava na enfermaria, e por isso não sabia o que Captain Dolphin havia dito… nessa altura, ela nem sequer conhecia Artio. "Não sei, ela não me disse que tinha dito isso, mas pensou que sim."

"Ela entendeu mal," disse Captain Dolphin. "Apenas usámos uma poção para que ela não fosse afectada durante um curto espaço de tempo. Não tínhamos os meios suficientes para lançar o contra-feitiço aqui no Navio, e aumentámos a velocidade para conseguirmos chegar à Academia mais depressa…"

"Eu entendo, mas ela já cá não está. Porque é que não voltaram à velocidade normal?" Cynthia não conseguia encontrar nenhuma razão para isto.

"Tens razão. Mas, embora ela já cá não esteja, há outra pessoa que foi afectada pelo feitiço."

"Quem?" Cynthia não via quem mais pudesse ser afectado.

"Jeremy, o rapaz que foi alvo do feitiço Controlatus."

"Mas," Cynthia não entendia, "Não era o feitiço Patrick?"

"Patrick foi um nome que ele disse sob o efeito do feitiço, e usei-o para tu entenderes. Eu sei que menti a Artio, não lhe contei toda a verdade, mas ela não podia saber. Ela não deve saber de nada, Cynthia. Por favor não lhe contes nada porque, se o fizeres, o contra-feitiço não funciona."

"E o que posso eu fazer?" Cynthia lembrou-se de Jeremy e do seu comportamento e percebeu que ele estava sob o efeito do feitiço, que as palavras que ele havia dito nessa manhã não eram dele: ele não podia ter dito aquilo, e ela arrependeu-se de se ter zangado com ele.

"Captain Dolphin," chamou uma rapariga de cabelos loiros e olhos castanhos, "estamos todos à sua espera para ir para a academia. Alguns dos alunos estão a protestar: está muito frio lá fora." Era uma prefect, Francesca Timpsy, do quarto ano.

"Okay, vamos lá," disse ele, e Francesca saiu.

"Ouvi a sua voz quando estava a falar dos pontos," disse Cynthia a Captain Dolphin.

"Eu sei. Por isso, faz o que te peço. Vai ter ao meu escritório antes das seis. Agora, temos de ir."

Eles saíram. Cynthia saiu primeiro e correu para se juntar aos outros. Estava realmente frio. Aquela era a décima ilha do arquipélago dos Açores, controlada pelos feiticeiros. Cynthia viu o nome, escrito num pedaço de madeira em letras maiúsculas cheias e antigas. Chamava-se Sitnalta.

O mar não estava nada calmo. O vento criava ondas altas, e mesmo a lua não conseguia ser vista devido às nuvens.

Havia também um nevoeiro que não lhes permitia ver o Castelo Lusitania até que eles andaram alguns metros.

Era um castelo alto com muitas torres, algumas mais altas do que outras. A mais alta estava no centro do Castelo. Os alunos avançaram em direcção a uma grande porta de madeira que estava fechada.

Cynthia manteve-se nesse ponto, tal como os outros, e quando olhou para o ponto onde estava o Navio Lusitania, viu dois navios idênticos.

Ela pensou que estava maluca, mas apercebeu-se de que não estava porque saíram alunos do outro navio, e quando chegaram perto dos portugueses, Cynthia percebeu o que era aquilo: o navio que viera do Brasil; aquele inconfundível sotaque brasileiro contou-lhes tudo…

Uma mulher baixa e velha abriu a porta de madeira por trás deles.

"Boa noite alunos!" disse ela, "Bem-vindos à Academia Mágica de Magia e Feitiçaria Lusitania! Entrem, por favor, e sigam-me."

Os alunos brasileiros juntaram-se depressa aos outros e todos se tornaram num único grupo.

Captain Dolphin seguiu-os pelo corredor, mas entrou numa porta à esquerda e Cynthia deixou de o ver. Ela tentou aproximar-se de Ariane, a rapariga com que tinha falado.

Eles seguiram a mulher através de um longo corredor e viraram à esquerda, tal como fizera Captain Dolphin em direcção ao Salão de Refeição Comum.

Assim que ela virou e passou pela porta, viu Captain Dolphin, que estava sentado na mesa dos professores. Havia duas mulheres e três homens, incluindo Captain Dolphin e a Professora Stormd'sky.

O Salão estava cheio de alunos. Era bastante diferente das salas de jantar do navio: era muito maior e havia alunos das sete equipas. Os que não eram do primeiro ano já se encontravam sentados nas mesas das suas próprias equipas.

"Bem-vindos, novos Golfinhos!" disse Captain Dolphin, "Por favor, sentem-se na mesa da equipa Golfinho. Peço-vos para terem paciência porque temos de esperar por alguns alunos do primeiro ano de outras três equipas da academia: Baleia, Polvo e Sereia."

Os Golfinhos do primeiro ano sentaram-se em silêncio, num lado da mesa. Alunos de todos os anos sentaram-se naquela mesa. Cynthia tentou sentar-se perto de Ariane, mas como esta tinha outras raparigas sentadas ao seu lado, ela teve de se sentar perto de Sarah Wolf e de uma rapariga brasileira, Monica Banana, que também era muito simpática, o que Cynthia só percebeu depois de jantar.

Alguns minutos depois de todos se terem sentado, recomeçaram os ruídos no corredor.

A mulher abriu a porta da sala comum novamente, e entraram outros alunos do primeiro ano.

"Bem-vindos, novos baleias!" disse uma mulher alta de óculos. "Por favor sentem-se na mesa da equipa Baleia…" ela disse quase as mesmas coisas que Captain Dolphin.

Do mesmo modo, os alunos da equipa Sereia entraram na Sala Comum, tal como, depois, os da equipa Polvo.

Quando todos estavam prontos, começou a cerimónia.

A música começou a tocar sozinha, e os fantasmas entraram pelas paredes a dançar, cada um deles em direcção à mesa da sua equipa.

O fantasma dos Golfinhos era o mais gordo, e quase não conseguia dançar…

Eles dançaram e cantaram por algum tempo. Cynthia riu muito, Monica era muito engraçada e estava sempre a brincar com o que os fantasmas faziam…

"Muito bem," disse um homem, vestido num manto negro, que tinha uma cicatriz abaixo do olho esquerdo. "Bem-vindos a um novo ano na Academia Lusitania. Creio que sabem como funcionam os pontos, não sabem?"

"Sim, sabemos," disse toda a sala.

"Okay, espero que usem os pontos da melhor maneira que puderem." Ele sorriu. "Explicámo-vos quem são os professores de todas as disciplinas, e onde são as salas. Agora acho que vão aprender mais sobre cada Professor." Ele parou por um segundo, olhou para um pergaminho sobre a mesa, e continuou. "Eu sou o Professor Darkwater, captain da equipa Tubarão," ouviram-se muitas vozes e aplausos da mesa dos Tubarões. "Muito obrigado. Também ensino Encantamentos, sou membro do Comité das Criaturas Mágicas, e os meus passatempos são jogar xadrez de feiticeiros de alta competição, ler e… bem, é tudo." Ele sentou-se, e uma mulher lindíssima levantou-se nesse mesmo instante.

"O meu nome é Langueldia Barbutinus, ensino Poções e sou a chefe da equipa Baleia. Gosto de jogar Quidditch nos meus tempos livres e adoro conversas com os meus alunos…" Quando ela se sentou, a Professora Shayra Stormd'sky levantou-se e disse-lhes o que normalmente fazia: ensinar, ensinar e ensinar. Cynthia pensou, "A vida dela é mesmo aborrecida!"

Nesta altura, entraram mais oito Professores de uma porta à direita. Cynthia pensou que eles estavam atrasados mas então apercebeu-se de que estava errada.

Eles limitaram-se a sentar, enquanto os outros professores, apenas aqueles que eram captains das outras seis equipas, fizeram as suas apresentações. Os atrasados deixaram-se apenas ficar, sem dizer nada.

No final, perguntaram se alguém tinha alguma questão. Ninguém tinha.

Os prefects de cada equipa pediram aos alunos para se dirigirem para as Salas Comuns, e os Golfinhos seguiram-nos.

Andaram durante algum tempo, mas Cynthia sentiu-se cansada e não prestou atenção aos corredores nem às escadas. Limitou-se a seguir os outros.

Quando chegou ao dormitório das raparigas do primeiro ano deitou-se na cama, dizendo "Boa Noite" às outras raparigas, e adormeceu.

O dia seguinte seria muito difícil…

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Artio acordou demasiado cedo, às seis da manhã, mas deixou-se ficar na cama a pensar acerca de tudo o que a ajudou, até ser chamada pelo pai. Depois de ter tomado banho, de se ter vestido e de ter escovado os dentes, foi para a cozinha, onde o pai ainda estava a tomar pequeno-almoço.

"Como é que dormiste?" perguntou ele.

"Muito bem, não tive pesadelos," respondeu Artio. "Quando é que vamos?"

Ele olhou para o seu relógio Muggle e disse, "Estamos atrasados. Vamos!"

Pegaram nas coisas de Artio e foram para Londres. O pai contou-lhe tudo sobre o Hogwarts Express, mas ela não viajaria nele neste ano: explicou que o Director da escola, o Professor Dumbledore, lhe pediu para ir para Hogsmeade com Artio através da Rede de Floo Powder.

Dirigiram-se para Diagon Alley e usaram a lareira de um amigo de Archibald.

Num minuto, estavam em Hogsmeade. Era cedo, pensou Artio, mas talvez fosse isso o que eles tinham decidido.

"Artio," disse Mr. Sperios quando chegaram aos portões de Hogwarts, "Vais para o grande castelo lá à frente, e vai ter com um homem grande, que é suposto ser Hagrid." Ela sentiu-se um pouco assustada, mas atravessou o portão e seguiu em direcção ao castelo. O seu pai havia desaparecido no final da rua.

O homem grande não disse uma palavra durante toda a caminhada, limitando-se a andar em direcção ao castelo, seguido por ela, como se ninguém fosse com ele. Artio não gostou muito dele: parecia não ter sentimentos.

Quando entraram no castelo, Hagrid virou-se para ela e disse numa voz forte: "Bem-vinda a Hogwarts, Artio Sperios!" e falando para o ar disse, "A minha missão está cumprida, disse o que me foi pedido, mesmo que não goste de ti. E é tudo culpa tua! Espero que fiques aqui o mínimo de tempo possível. Não és bem-vinda."

Artio sentia-se confusa. O que é que ela tinha feito? Ela tinha culpa de quê? Não conseguia compreender porque é que o homem grande não gostava dela, e não conseguia dizer uma palavra.

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Nota do Autor: OBRIGADÃO à Nentari, que traduziu este capítulo para mim! Beijos!

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