Título: Lusitania (7)
Autor: siriuswhite
E-mail do Autor: siriuswhite@schnoogle.com
Categoria: Romance
Sub-Categoria: Mistério
Palavras-Chave: Artio Sperios Patrick Dolphin Lusitania
"Rating": PG-13
"Spoilers": SS/PS, CoS, PoA, GoF, FB, QTTA
Sumário: Artio é uma rapariga que vai para uma escola de magia, como Hogwarts. Ela vai para o primeiro ano e acontecem coisas muito estranhas. Patrick é um rapaz e as pessoas não gostam dele. Porquê?
Nota Importante: Esta história é baseada em personagens e situações criadas por JK Rowling que lhe pertencem, várias editoras incluindo mas não só a Bloomsbury Books, a Scholastic Books, a Raincoast Books, e a Warner Bros., Inc. Não se está a ganhar dinheiro com esta história e não são permitidos os direitos de cópia nem de comércio.
Nota do Autor: Dedicado a Túlia, uma grande grande amiga. Obrigado a todos aqueles que comentaram sobre o capítulo anterior: Trinity Black, Wolf Of Solitude, Kahlessk, ElfinKat, Nentari e Gemma!

Agradecimentos especiais às minhas beta-readers, Jo, Lizzy e Gemma.

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Lusitania

POR    S I R I U S   W H I T E

Traduzido por Nentari(Obrigado Pat!)

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SETIMO CAPITULO

AMIGOS, EQUIPAS E PONTOS

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Quando entraram no castelo, Hagrid virou-se para ela e disse numa voz forte: "Bem-vinda a Hogwarts, Artio Sperios!" e falando para o ar disse, "A minha missão está cumprida, disse o que me foi pedido, mesmo que não goste de ti. E é tudo culpa tua! Espero que fiques aqui o mínimo de tempo possível. Não és bem-vinda."

Artio sentia-se confusa. O que é que ela tinha feito? Ela tinha culpa de quê? Não conseguia compreender porque é que o homem grande não gostava dela, e não conseguia dizer uma palavra.

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"Hagrid!" Snape surgiu perto da entrada de madeira. "Porque é que fizeste isso? Obliviate!"

Ele executou um feitiço de memória fraco em Artio, para que ela se não lembrasse dos últimos acontecimentos. Ela não sabia como havia chegado ali, mas não perguntou nada, pensando ter-se distraído com algo no caminho.

"Oh," disse Snape, "como estás? E Archibald, ele está bem?"

"Sim." Ela lembrou-se do pai a ter deixado no portão da escola mas não se lembrava de como lá tinha entrado.

"Estou contente por te ver aqui. Vou-te levar ao escritório da Professora McGonagall."

Virou-se e subiu as escadas. Artio seguiu-o, mas não antes de lançar um olhar a Hagrid, que tinha uma expressão não muito amigável no rosto.

Andaram através de vários corredores e subiram várias escadas, parando finalmente em frente a uma pesada porta de madeira com uma placa de bronze onde estava escrito "Professora M. McGonagall".

Snape bateu à porta, abriu-a e disse: "Minerva, ela está aqui." Ele olhou para fora e pediu a Artio para entrar. Depois saiu, deixando as duas sozinhas.

"Um, olá, Professora," disse ela nervosamente, sentindo-se um pouco apreensiva com a ideia de se encontrar com a Directora Assistente.

"Boa tarde, Miss Sperios," respondeu McGonagall. "Não sei se já a informaram do motivo pelo qual chegou antes dos outros…"

"Não, o meu pai não me disse nada." Artio recordou-se dessa manhã no apartamento.

"Penso que devo explicar. Como está a iniciar a sua educação sobre magia aos catorze anos de idade, encontra-se significantemente atrasada em relação aos outros alunos. Normalmente, os estudantes de catorze anos iniciam o seu quarto ano, mas você, porém, deve começar no primeiro. O Professor Dumbledore conseguiu uma solução em que você terá sessões de explicação personalizadas com os seus professores e com vários dos melhores alunos desta escola."

"Hum… isso pode ser feito?" ela perguntou, confusa.

"Isso não é problema seu," replicou a severa professora, que continuou a sua linha de pensamento anterior. "Queríamos que chegasse mais cedo para evitar a atenção gerada quando um aluno é transferido. Você deve ser seleccionada para uma das nossas equipas: cada uma delas tem a sua própria prestigiada reputação. Elas são Hufflepuff, Gryffindor, Ravenclaw, e Slytherin. Gostaríamos de a seleccionar imediatamente de modo a não atrair nenhuma atenção desnecessária."

Artio acenou em silêncio, e observou admirada assim que um chapéu velho e roto num pedestal de mármore abriu a sua aba velha e começou a cantar, algo desafinado.

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Cynthia acordou num dormitório completamente silencioso. As raparigas estavam todas a dormir; a primeira aula só começaria de tarde.

Isto era bom para ela; assim, podia ajudar o Captain Dolphin com o problema do feitiço de Jeremy. Ela vestiu-se e saiu do quarto, chegando à sala comum dos Golfinhos.

Ela tentou abrir a porta mas esta não a deixou sair, e ela deixou-se ficar por alguns comentos, confusa, antes de se lembrar de que tinha de escrever a senha na porta com a varinha. Mas havia um problema: ela não se lembrava da senha, na véspera ela tinha-se sentido extraordinariamente cansada e não havia prestado atenção ao que os prefects tinham dito… a única coisa que ela podia fazer era esperar até que mais alguém acordasse.

Isso iria demorar um bocado, ela tinha acordado demasiado cedo e mesmo os alunos que tinham aulas nessa manhã ainda não tinham acordado…

Finalmente a porta do dormitório das raparigas do segundo ano abriu e saiu uma rapariga. Era Anaras.

"Cynthia! Porque é que estás aqui tão cedo?" ela perguntou, surpreendida.

"Tinha fome e quis sair para comer alguma coisa mas não sei a senha."

"Oh," disse Anaras. "Os prefects não te disseram?"

"Disseram, mas eu estava muito cansada ontem à noite, por isso não prestei muita atenção a nada do que eles disseram…"

"A senha é Dia de sol," informou Anaras.

"Obrigada," disse Cynthia, enquanto a escrevia na porta de madeira, que abriu silenciosamente. Cynthia saiu com Anaras, que ia para os campos, pois ela e Carldonne haviam decidido encontrar-se lá.

Em apenas alguns minutos estavam no Grande Salão. Anaras saiu dizendo, "Vemo-nos por aí!"

Cynthia tentou encontrar o escritório do Captain Dolphin, mas não fazia a mínima ideia de onde ele seria. Ela estava, realmente, com fome, por isso regressou à Sala Comum, onde alguns alunos estavam a comer o pequeno-almoço.

Ela reparou em Francesca Timpsy, uma prefect do quarto ano, que comia o pequeno-almoço. Cynthia tentou sentar-se perto dela, na mesa dos Golfinhos, e sentou-se em silêncio, timidamente.

"Olá," disse Francesca, "és do primeiro ano, não és?"

"Sim," respondeu Cynthia, colocando uma torrada no seu prato. "Sou a Cynthia. Podes-me dizer onde é o escritório do Captain Dolphin?"

"Claro. É no quarto andar, perto da sala de Poções; o nome dele está escrito na porta – não há como enganar. Tenho de ir andando agora." Cynthia reparou que ela tinha terminado o pequeno-almoço. "A Professora Stormd'sky pediu-me para a ajudar a enviar algumas corujas. Vemo-nos mais tarde, ao almoço," disse ela, pegando na mala e saindo da sala comum.

Cynthia continuou a comer a torrada e começou a observar os outros alunos. Havia mais alunos na mesa dos Baleias, principalmente alunos mais velhos que pareciam ser do quarto ano. A mesa dos Tubarões era a que tinha menos alunos, apenas quatro: um rapaz e três raparigas. Uma delas comportava-se como se fosse a rainha. Cynthia olhou para o relógio na parede, que indicava que eram cinco para as seis. Ela pegou na mala e dirigiu-se para o quarto andar, onde tinha de se encontrar com Captain Dolphin às seis.

Francesca tinha razão; era fácil encontrar o escritório dele.

Ela bateu à porta.

Uma voz masculina respondeu, "Entre!"

Ela abriu a porta e entrou. "Bom dia, Captain Dolphin."

"Bom dia. Estás pronta para me ajudar?"

"Claro. O que posso fazer?"

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"RAVENCLAW!" anunciou ruidosamente o chapéu.

Artio retirou o chapéu, olhando para a Professora McGonagall, e perguntando silenciosamente o que deveria fazer de seguida.

"Foi seleccionada para Ravenclaw," esclareceu McGonagall. "O chefe da equipa Ravenclaw é o Professor Flitwick, que ensina Encantamentos. Deve ir ter com ele. Ele pode esclarecê-la acerca da sua equipa, as aulas, e assim por diante."

"Onde é que o posso encontrar, Professora McGonagall?" perguntou Artio.

"Eu levo-a até ao escritório dele. Siga-me."

Elas saíram do escritório de McGonagall, e Artio seguiu a Professora McGonagall, que ia à frente, caminhando rápida e silenciosamente.

Ela conduziu-as através muitos dos mesmos corredores que Snape e Artio haviam atravessado, e finalmente chegaram a uma porta, que indicava "Escritório do Professor F. Flitwick." McGonagall bateu levemente na porta e saiu de seguida, entregando Artio aos cuidados do anónimo Professor Flitwick. Ela viu McGonagall virar na esquina do corredor, quando a porta abriu.

"Sim?" guinchou o pequenino Professor.

"Um… Professor Flitwick?" começou Artio.

"O próprio. Posso ajudar?"

"Sou a rapariga que veio da Academia Lusitania, acho que sabe, e entrei em Ravenclaw. A Professora McGonagall trouxe-me aqui, e disse que o senhor precisava de me dizer algumas coisas."

"Foi seleccionada para Ravenclaw… hum… interessante, okay…" ele estava nitidamente submerso em pensamentos.

Artio percebeu, e perguntou: "O que é que é interessante, Professor?"

"Oh, nada, não estava à espera que fosse uma Ravenclaw."

"Isso é mau? Porque é que não estava à espera?"

"Não, é bom," ele disse, e murmurou, "pelo menos não é assim tão mau… Aah, bem, esqueça isso. Simplesmente não estava à espera que fosse uma Ravenclaw porque veio de outro sítio e… e sei muito pouco sobre si."

"Oh, percebo, " ela concordou, observando um retrato no escritório de Flitwick. Era de uma fada; pelo menos parecia ser de uma fada. Tinha asas e um vestido amarelo e voava através de um conjunto de árvores. O único motivo pelo qual não devia ser uma fada era o facto de ser demasiado grande em comparação com as árvores.

"Ms. Sperios, qual é o seu primeiro nome?" perguntou Flitwick, interessado.

"Artio," respondeu ela, ainda a olhar para o retrato.

"Bem, Artio, sabes que és uma aluna especial, não sabes?"

Ela olhou para ele e deixou de observar o retrato. "Sim, a Professora McGonagall disse-me isso há uns minutos."

"Vais ter aulas extra para além das aulas normais e fazer uma grande quantidade de trabalho individual, supervisionada por alguns dos melhores alunos de Hogwarts. À noite, os outros alunos vão chegar e tu vais conhecer os teus tutores. Agora podes ir para o Salão Principal, a sala comum ou os campos de Quidditch até que eles cheguem. Diverte-te em Hogwarts!"

"Obrigada, Professor Flitwick." Ela virou-se e preparou-se para sair, mas depois apercebeu-se de que não sabia como chegar ao Salão Principal. "Er, Professor…"

"Sim?" respondeu ele.

"Oh, não é nada, desculpe, estarei lá à noite." E saiu. Ela decidiu que iria descobrir o caminho até ao Salão Principal sem incomodar ninguém com direcções, e começou a caminhar pelo corredor, tentando-se recordar do ponto de onde começara…

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No escritório de Captain Dolphin, Cynthia escutava atentamente aquilo que era suposto fazer...

"É imperativo que lances o feitiço na mesma altura que eu. Este é um feitiço difícil e como ainda não aprendeste nenhuma magia tens de ter muito cuidado para não haver erros. Não te devia ter metido nisto. És muito nova e este é um Feitiço Negro. Cynthia, lembra-te de que não deves contar isto a ninguém."

"Eu sei, Captain," disse ela. "Tenho a certeza de que sou capaz de o fazer. Eu faço-o, eu faço tudo para ajudar a Artio."

"Ainda bem. O feitiço deve ser lançado de noite. Ele não pode ver a luz do sol."

"Eu sei, você já me disse isso. Não tenho dúvidas de que podemos fazer isto. Eu encontro-o e trago-o aqui-"

"Não. Não pode ser aqui no meu escritório," disse ele. "Temos de o levar para outro sítio… ele irá dormir durante algum tempo depois do feitiço ser executado."

"Durante quanto tempo?" perguntou ela com seriedade.

"Mais de dois dias..."

"Demora assim tanto?" ela perguntou com incredulidade. "Ele não vai conseguir ir às aulas e os Professores vão suspeitar..."

"Não," o Captain disse com firmeza, "Eu digo-lhes que ele está na ala hospitalar com uma doença terrível qualquer que a nossa enfermeira não pode curar. Eles confiam em mim."

"Está bem," disse ela, ainda com dúvidas. "Agora tenho de ir, vou procurar o livro com o feitiço como me disse."

"Ainda bem. Lembra-te de que não deves dizer a ninguém que estou envolvido. Se alguém descobrir alguma coisa, foste tu quem fez tudo. Eu não fiz nada, nem sei quais os livros que pediste, certifica-te de que pedes permissão para os usares a outros Professores..."

"Vejo-o então esta noite, senhor. Eu trago-o aqui, depois pensamos em alguma coisa." Ela levantou-se, esticou as pernas, e avançou para a porta. "Obrigada por me deixar ajudar nisto, senhor," disse ela.

"De nada," disse ele, enquanto ela saía.

Cynthia andou pelos diversos corredores, chegou ao Salão Principal, e foi para a Sala Comum. Eram onze da manhã. Ela tinha passado aquelas horas todas no escritório do Captain Dolphin a ouvi-lo, mas não parecia ter sido tanto tempo...

Era tempo de intervalo entre aulas, muitos alunos estavam na sala comum, outros estavam nos campos, ou simplesmente nos corredores. Todos os alunos tinham intervalo. Havia muita confusão e barulho em todo o lado. Cynthia percebeu que não conhecia a maior parte das pessoas, só a Ariane, o Jeremy e a Monica, aquela rapariga do Brasil...

Então ela lembrou-se de que a maior parte das pessoas que conhecia deviam estar nos dormitórios; elas só iriam ter as suas primeiras aulas à tarde. Ela voltou à Sala Comum dos Golfinhos, no terceiro andar.

No segundo andar havia um grupo de alunos que parecia estar a fazer coisas que não deviam: começaram a cantar quando ela passou e depois ouviu um grande barulho enquanto subia as escadas... ao chegar ao terceiro andar, percebeu que a porta através da qual havia saído de manhã, a que levava à Sala Comum dos Golfinhos, já lá não estava. No corredor encontravam-se apenas dois retratos e uma porta ao fundo, na qual havia uma tabuleta de "Enfermaria". Ela tinha a certeza de que a porta era ali. Os retratos eram de um cavaleiro e uma dama, cujos mantos levavam a crer que eles eram do tempo do Rei Artur...

Cynthia olhou para eles. "Er... Podiam-me dizer onde é a Sala Comum dos Golfinhos, por favor?" ela perguntou delicadamente.

O primeiro a responder foi o Cavaleiro. "Rosan, esta rapariga está a tentar entrar na Sala Comum dos Golfinhos, ela devia tentar descobrir outra forma de o fazer, será que pensa que somo estúpidos?" A mulher deslocou-se para o retrato dele, e os dois olharam para Cynthia. A mulher, Rosan, respondeu, "Querida, nós não somos como tu, mas não somos estúpidos, está bem?"

Cynthia estava triste; ela não os queria chamar estúpidos como eles estavam a pensar. "Eu sou uma Golfinho, só não me lembro de onde é a porta, não a vejo mas tenho a certeza de que é aqui, saí por ela esta manhã. Vocês devem-me ter visto, ou não?"

"De manhã?" respondeu Rosan. "Oh não, eu estava com o Michael no quinto andar"

"O quê?" disse o Cavaleiro. "Estiveste com ele de manhã? Isso quer dizer que dormiste no retrato dele? Não acredito, tu mentiste-me!" Ele desapareceu do retrato.

"Não, não é verdade, nós só estávamos a conversar," ela tentou explicar. Não se foi embora, mas olhou para Cynthia e disse, "Vês o que fizeste? Oh rapariga, não tentes quebrar o feitiço da Sala Comum dos Golfinhos. Como é que sei que não és de uma das outras equipas?"

Cynthia lembrou-se de uma coisa que lhe podia mostrar para provar que era, realmente, uma Golfinho.

"Posso te mostrar," disse ela.

"Como?" respondeu Rosan, olhando para ela.

"A senha é Dia de Sol!"

"Oh, bem, desculpa. Não me perdoo por estar zangada com uma aluna Golfinho!" disse ela com uma expressão triste no rosto.

"Er, por favor, podias-me dizer onde é?"

"Oh, claro, é entre os nossos dois retratos."

Cynthia olhou para a parede onde ela dissera que estava a porta, e não notou nada de estranho na parede. Ela pegou na varinha e escreveu na parede Dia de Sol. A parede transformou-se numa porta e abriu rapidamente. Ela passou através dela e na Sala Comum havia alguns alunos a falar ou apenas sentados em cadeiras. Uma rapariga estava a escrever na mesa; não devia ser trabalhos de casa, eles ainda não tinham tido aulas, pelo menos os do primeiro ano, e aquela rapariga era do primeiro ano. Cynthia conhecia-a, embora ainda não tivesse falado com ela. O nome dela era Natasha Bizecuit, era alta, e tinha longos cabelos castanhos e olhos verdes.

Cynthia entrou no seu dormitório; estavam três raparigas lá dentro, Sarah Wolf, Amanda Finn e Monica Banana, a rapariga do Brasil.

"Olá," disse Cynthia. Monica respondeu, "Olá". Elas tinham jantado juntas na véspera. As outras também disseram um "Olá" quase inaudível. Não tinham gostado do que Cynthia fizera no dia anterior, todas as outras ficaram a conversar durante várias horas da noite e ela tinha adormecido como se não quisesse fazer amigos.

Cynthia não sabia porque é que lá tinha ido, ela só queria ir aos dormitórios para ver quem lá estava, e tinha de ir à Biblioteca antes do almoço...

"Como é que estão?" ela continuou, queria saber mais sobre as outras raparigas para ter mais amigas, mas não havia muito...

"Bem, ontem estávamos a falar sobre nós e sobre as nossas famílias para nos conhecermos melhor mas tu preferiste dormir," disse Amanda.

"Manda, por favor não sejas tão dura com ela, ela estava cansada, ela disse-nos que estava cansada," Monica tentou acalmar a conversa.

"Não, ela tem razão," disse Cynthia, "Se não falei com vocês a culpa é minha. Eu podia estar a falar com vocês e preferi dormir, não fui muito simpática..."

"Eu não chamo a isso ser simpática, chamo-o ser menina da mamã..."

"Manda!" Monica não queria zangar a Cynthia.

"Okay, podes pensar o que quiseres, eu sei que estava muito cansada e isso chega para saber que a culpa não é toda minha. Bem, tenho de ir à Biblioteca, falo com vocês mais tarde."

"Okay, vemo-nos então," disse Monica.

Cynthia saiu da Sala Comum e olhou para os retratos; nenhuma das pessoas lá estava, apenas os cenários no fundo...

Cynthia foi para a Biblioteca, que era no sétimo andar. Ela reparou que havia escadas entre o quarto e sexto andares; o corredor para o quinto andar podia ser visto mas não se podia lá chegar a não ser que alguém saltasse da escada, o que não era lá muito boa ideia... Cynthia começou a pensar porque é que não tinham permissão para ir para o quinto andar, mas depressa continuou a andar; faltava meia hora para as onze e o almoço seria à uma da tarde, e isso não era muito tempo para se estar numa biblioteca... Ela adorava ler; quando era mais nova passara tardes inteiras a ler livros infantis. Ela talvez gostasse de livros devido ao avô ser escritor, mas ele morrera muitos anos antes, e como ela ficava muito triste ao pensar nele, resolveu pensar acerca de outras pessoas...

Ela entrou na biblioteca; era uma sala grande com milhares de livros, velhos e novos, com diferentes formatos, tamanhos e cores.

A bibliotecária era uma mulher que não parecia ter mais de 26 anos; estava sentada atrás de uma secretária cheia de livros. Usava óculos verdes, com o formato de asas de borboleta, que faziam com que os seus lindos olhos azuis não parecessem assim tão belos...

"Olá," disse Cynthia. "Posso ter acesso aos livros?"

"Claro, já ganhaste alguns pontos?" disse a bibliotecária.

"Não, ainda não tive nenhuma aula, tenho de os trocar para levar livros?"

"Não, depende do livro que queres levar. Bem, diverte-te na nossa Biblioteca, e se quiseres um livro, diz-me e eu digo-te se é necessário ou não trocares pontos..."

"Okay, obrigada."

Cynthia virou-se e dirigiu-se a uma estante cheia de livros de História. Depressa se apercebeu de que o livro que Captain Dolphin lhe pediu para levar necessitaria de pontos para ser levado porque um livro de Feitiços Negros como aquele não deveria ser levado de graça...

"Er... Podia-me dizer onde está o livro "Feitiços Negros de dificuldade média", por favor?"

"Claro, está na secção reservada... para que o queres?"

Bom. Ela tinha-lhe dito que ainda não tinha tido aulas, não podia dizer que era para a aula de Defesa contra as Artes das Trevas... ou talvez pudesse.

"Oh, é porque ouvi dizer que o professor de Defesa contra as Artes das Trevas vai falar sobre esses feitiços na primeira aula, que é daqui a dois dias, e eu queria lê-lo. Bem, pode ter a certeza de que não vou tentar lançar nenhum dos feitiços do livro, ainda nem sei como lançar um feitiço..."

"Okay, tens razão mas, bem, deve ser trocado por alguns pontos que tu ganhes, e ainda não ganhaste nenhum..."

"Oh," disse Cynthia, "E quantos pontos preciso para o levar?"

"Não tenho permissão para dizer a nenhum aluno a quantidade de pontos necessária... desculpa."

"Okay, não há problema, tenho de arranjar pontos suficientes e, bem, tem de ser nas aulas de hoje e amanhã..."

"Espero que os consigas ganhar, lembra-te também de que é um livro de Magia negra... percebes?"

Bem, isto era o mesmo que dizer que ela precisava de muitos pontos...

"Penso que sim," disse Cynthia, "vou tentar arranjar alguns." Ela piscou o olho direito, virou-se e sentou-se numa mesa onde estava uma rapariga do primeiro ano que ela tinha visto a estudar na sala comum, Natasha Bizecuit.

"Olá, Natasha," parecia que a conhecia muito bem. Ela estava a fazê-lo lembrando-se da afirmação de Captain Dolphin: "Vocês podem ganhar pontos ajudando outros alunos com o seu trabalho de casa..." A outra olhou para ela.

"Olá, Cynthia." Como ela podia ver, Natasha também sabia o seu nome.

"Posso te ajudar?"

"Claro," disse Natasha, puxando uma cadeira para que Cynthia se pudesse sentar.

Cynthia olhou rapidamente para a bibliotecária, que sorriu, compreendendo o que ela quis dizer com "vou tentar arranjar alguns".

"O que é que estás a ler?" perguntou Cynthia.

"'Dragões Sobre o Atlântico', é um livro sobre dragões, quero saber mais sobre eles já que este ano alguns devem ser trazidos para as ilhas do Atlântico, como este arquipélago..."

"Bem, eu pensava que não havia dragões aqui e porque é que devem ser trazidos para cá?"

"Eles foram vistos por alguns Muggles recentemente," respondeu Natasha tristemente, "Se falhamos ao colocar-lhes feitiços de memória será o caos… "

"Estou a ver..." disse Cynthia. Após um momento, ela disse: "E como é que te posso ajudar?"

"Estou à procura do habitat do Peruvian Vipertooth, é a espécie que eu acho que vai ser trazida para aqui, e estou a ver se este ambiente é ou não apropriado para eles, e acho que não..."

"Bem, isso é uma pena..." disse Cynthia. "Eu vou procurar noutro livro, volto já."

Cynthia pegou em "Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los" da estante. A bibliotecária olhava para ela, sorrindo.

Cynthia sentou-se perto de Natasha; ficaram a falar sobre dragões e os seus habitats por um tempo.

Finalmente voltaram a pôr os livros nas estantes e prepararam-se para sair da Biblioteca.

A bibliotecária chamou-as.

"Sim?" disse Cynthia. Natasha seguiu-a para perto da bibliotecária.

"Bem, eu vi que a ajudaste no trabalho de casa," disse ela.

"Oh, não foi nada." Cynthia sorriu e parecia que estava a dizer a verdade...

"Bem, estou a pensar em dar-te alguns pontos," a bibliotecária disse a Cynthia.

"Oh, é a primeira vez que ganho pontos!"

"Sim," disse a bibliotecária, "dez pontos para os Golfinhos!"

"Um, você pode fazer isso?" perguntou Natasha. Ela era muito mais esperta do que Cynthia, e Cynthia recebera pontos antes de Natasha; ela não conseguia acreditar...

"Bem, como fizeram o vosso trabalho aqui na Biblioteca, quem vos pode dar os pontos? Eu estou aqui e vi-vos a trabalhar para eles..."

Natasha resmungou, Cynthia estava agradecida, e elas saíram da Biblioteca...

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Artio andou através daqueles corredores e escadas e não conseguia encontrar o caminho para o Salão Principal; ela limitou-se a andar e entrou em várias salas. Quando percebeu que isto não a levava a nenhum lado, limitou-se a sair.

Finalmente, encontrou uma casa de banho. Entrou, e viu que era enorme…

Quando virou a esquina na casa de banho, gritou. "AAHHH!!"

Estava lá dentro uma criatura que a assustou. Ela não estava à espera de ninguém dentro da casa de banho e estava lá dentro uma rapariga-fantasma. Ela estava a chorar.

"Um, olá," disse Artio.

"Sniff, olá, não te queria assustar, desculpa, sniff," disse ela.

"Bem, a culpa não foi tua, eu não estava à espera de ver ninguém aqui e foi por causa disso que eu gritei..."

"Okay, para a próxima não precisas de ficar assustada, eu estou sempre aqui."

"Quê? Porque é que estás a chorar? Vives aqui?"

"Sim, eu vivo aqui, bem, eu não vivo... Eu não tenho amigos."

"Porquê?" perguntou Artio.

"Eu sou um fantasma, não sou uma rapariga a sério..."

"Eu sou nova por aqui, também ainda não tenho amigos..."

"Oh, grande coisa, vais arranjar alguns depressa," disse o fantasma.

"Bem, nós podemos ser amigas. Eu sou Artio Sperios."

"Toda a gente me conhece como Moaning Myrtle... obrigada por seres tão querida, mas vais-me esquecer depressa."

"Não vou, podemos ser amigas, se tentarmos... Posso-te contar coisas sobre mim e a minha vida, e podes-me contar sobre ti, sobre Hogwarts..."

Artio depressa lhe contou tudo excepto sobre Gilbert Stormd'sky, contou-lhe mesmo sobre Jeremy. Moaning Myrtle limitou-se a escutar em silêncio, e no final abriu a boca.

"Que história," ela estava chorar. "Gostava que gostassem de mim dessa maneira... Eu gostava de um rapaz, namorámos mas depois eu morri, e apesar de eu ser um fantasma, ele não me quis voltar a ver."

"Oh, desculpa-me por to fazer lembrar," disse Artio.

"Não há problema, ele agora também morreu..."

"Eu também não me lembro de como cheguei ao Salão Principal, só me lembro de estar perto do portão e depois o Professor Snape estava-me a perguntar pelo meu pai, com um homem grande, Hagrid, o Guardador das Chaves..."

Ficaram a conversar durante algum tempo e depois Artio apercebeu-se de que a hora de almoço já havia passado, era tarde, e ela tinha fome...

Moaning Myrtle contou-lhe como chegar ao Salão Principal, o que ela fez, querendo comer alguma coisa.

Não estava ninguém na Sala Comum, excepto um elfo doméstico que limpava as mesas. Ele assustou-se quando Artio entrou na sala.

"Ah!" gritou ele, e fugiu da sala.

"Desculpa-me por te assustar," disse Artio, "eu não queria fazê-lo."

Ele já lá não estava, pelo menos Artio não o podia ver, mas ela continuou a pedir desculpa. "Anda cá, não te vou magoar, não te mordo, não digo a ninguém que te vi."

Mas ele não veio. Mas, quando Artio se voltou, estava um prato cheio de comida. Ela ficou maravilhada com a comida.

Alguns minutos mais tarde ela estava nos campos, e havia nuvens negras no céu. Artio foi até ao lago.

Ela sentou-se à sombra de uma árvore; estavam muitos animais por perto e no lago.

Ela adormeceu e, quando acordou, o sol estava-se a pôr, e os novos alunos estavam a chegar...

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Cynthia almoçou com algumas raparigas do seu ano: Natasha, com quem ela tinha estado toda a manhã, Monica, a rapariga do Brasil, Sarah e Amanda.

Elas não tinham sido muito simpáticas antes, mas agora pareciam ter-se esquecido disso...

Elas foram até à sala de Encantamentos, nos calabouços, que eram dadas pelo Professor Josh Darkwater, captain da equipa Tubarão.

Quando entraram na sala, o Professor Darkwater já se lá encontrava dentro. Ele disse, "Bem-vindos à vossa primeira aula, Golfinhos, e à vossa segunda, Baleias!"

Eles tinham aquela aula com os alunos do primeiro ano da equipa Baleia, que eram poucos.

"Nesta primeira aula vamos falar sobre a história dos Encantamentos..." começou o professor. "Alguém sabe de onde vem o nome "Encantamentos"?"

"Eu sei," disse Cynthia, ela estava determinada a ganhar mais pontos. "Vem da época medieval, não é?"

"Não, Ms. Tropelt, não," disse o Professor. "O que foi que esteve a fazer toda a manhã? Devia ter lido as primeiras páginas do livro, pelo menos essas se não o queria ler todo, é óbvio, está mesmo no primeiro parágrafo. Cinco pontos a menos para os Golfinhos!"

Cynthia estava triste, não era obrigada a ler o livro antes das aulas! Não era justo, os pontos que ela tinha ganhado de manhã foram perdidos de tarde: quase no final da aula ela abriu novamente a boca e o professor Josh retirou mais cinco pontos à equipa Golfinho...

Quando a aula acabou, Cynthia não podia acreditar, aquilo era tortura; ela não devia ter aberto a boca!

O resto da tarde foi passada nos campos, as raparigas foram ver a equipa de Quidditch dos Golfinhos treinar. Na opinião delas havia alguns rapazes giros na equipa...

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Artio acordou e entrou no castelo. Era pôr-do-sol e os alunos estavam a chegar a Hogwarts.

O céu estava muito escuro, como num dia de tempestade... Quando Artio entrou no Salão Principal, o Professor Flitwick perguntou: "Onde estavas? Estivemos à tua procura toda a tarde! Vá lá, senta-te na mesa dos Ravenclaw."

Ela sentou-se ali, ao mesmo tempo que a porta da Sala Comum se abriu e vário alunos entraram. Na confusão, ninguém reparou que ela já lá estava quando entraram, ou que ela não tinha vindo no Hogwarts Express...

As mesas encheram-se de alunos em alguns minutos; ela estava sentada perto de uma rapariga chinesa, mais velha do que Artio, e de um rapaz que parecia ser do segundo ano.

Os outros conversavam com pessoas que Artio calculou que conhecessem, e finalmente a rapariga chinesa disse: "Olá! Eu sou Cho Chang, quem és tu?"

"Um, olá, eu sou Artio Sperios..."

"Oh, és nova aqui? Não me lembro de ti..."

"Sim, é o meu primeiro dia aqui em Hogwarts, venho de Lusitania, uma academia de magia nos Açores, em Portugal... Fui seleccionada esta manhã, e entrei para o quarto ano, apesar de não saber fazer o mais básico dos feitiços, porque os alunos do primeiro ano em Lusitania têm catorze anos..."

"Oh, então tu és o "caso especial," como dizem?"

"Caso especial?" perguntou Artio. "O que é que queres dizer? Eu não sei nada..."

"Bem, os Professores pediram-me para te ajudar nas aulas, por ter tido boas notas no ano passado."

"Então vai-me ajudar? Que bom!"

Cho teria respondido, mas o director, Albus Dumbledore, começou a falar, desejando a todos um bom ano e todas as coisas normais num princípio de um novo ano...

Estava a trovejar, o tecto do Salão Principal tinha um feitiço que o fazia parecer o céu lá fora, embora não chovesse ou trovejasse como o céu verdadeiro estava a fazer.

O som era terrível, e quando havia um trovão o Salão Principal iluminava-se, o que assustava Artio.

Alguns minutos mais tarde, um novo professor, que ensinava Defesa Contra as Artes das Trevas como disse o Professor Dumbledore, entrou no salão. O seu nome era Mad Eye Moody.

A sua cara estava cheia de cicatrizes e tinha um olho normal castanho, enquanto o outro era azul e maior, e olhava para coisas diferentes do outro... Ele era assustador!

Artio tinha uma sensação estranha, parecia-lhe que Mad Eye Moody estava a olhar para ela com o olho azul, e parecia que lhe sorria.

"Er, Cho, eu... eu ouvi falar de Harry Potter, ele está a estudar aqui? Podes-me dizer quem é?"

"Oh, o fenómeno, o rapaz que sobreviveu... sim, claro, é aquele rapaz ali, na mesa dos Gryffindor."

Artio olhou para ele, um rapaz de cabelo negro e óculos, o rapaz que derrotara o Senhor das Trevas treze anos antes, quando era apenas um bebé... Ele conversava alegremente com um rapaz e uma rapariga.

Ele levantou o olhar, na direcção da mesa dos Ravenclaw, para o local onde estava Artio.

"Ele está a olhar para mim," disse Cho.

Nesse momento Artio viu a cicatriz no meio da testa dele, era a tal cicatriz que o fazia especial, era a prova da sua batalha com Voldemort.

Nesse momento Artio sentiu uma onda de dor no seu braço esquerdo.

Ela olhou para o braço para ver o que tinha acontecido, e viu a imagem de uma cobra. Ela escondeu a imagem por debaixo das roupas, nem sequer Cho a tinha visto, e desapareceu quando Harry afastou o olhar...

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No próximo capítulo: O que era aquela cobra no braço de Artio? Terá sido causada devido a Harry Potter olhar para ela ou foi apenas coincidência? E Cynthia? Conseguirá ela pontos suficientes para obter o livro de magia negra? Jeremy e Artio não sabem nada sobre o feitiço, mas será que o irão descobrir? E quem lhes lançou o feitiço? E porquê? Descubram isto e muito mais no oitavo capítulo.

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Nota do Autor: OBRIGADÃO à Nentari, que traduziu este capítulo para mim! Beijos!

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