Capítulo III
A Nova Professora
Euforia na plataforma 9 e ¾. Alunos do primeiro ano claramente se destinguiam dos demais, olhando de boca aberta o trem escarlate que os levaria para a escola de magia e bruxaria. Despedidas e reencontros. Harry mal podia esperar para voltar a Hogwarts. Rony e os outros Weasley já estavam recebendo os lanches da Sra. Weasley, todos fingindo que iriam realmente comê-los. Rony torcia o nariz. Hermione conversava com Gina e com uma menina da Lufa-Lufa. Em cada entrada do trem tinha um auror que olhavam nos olhos de cada um que entrava e um aparelho parecido com o animagem que Rony deu a Harry era posto perto de cada animal. Desagradável, mas perto dos dementadores, aurores eram bem melhores. O Sr. Weasley observava tudo com atenção. Ele parecia mais calmo, mas procurava por algo. Harry não resistiu:
- O Sr. está procurando por alguém?
Sr. Weasley olhou para Harry e, tentando esconder a verdade:
- Não. Só quero ver se está tudo em ordem. Sabe...baús pesados para crianças carregarem sozinhas. - e deixou escapulir um risinho nervoso, do tipo que o falecido Prof. Quirrel tinha.
- Desculpe perguntar, mas a reunião foi bem?
Arthur Weasley encarou Harry. Conheciam-se bem e gostava o suficiente do garoto para não mentir para ele.
- Não precisa se preocupar Harry - disse o patriarca ruivo - os boatos foram confirmados, mas não é nada grave, apenas inesperado. Avistaram uma pessoa que não aparecia há muito tempo e isto causou um alarme no Ministério.
- Meu padrinho?
- Não, não. Mas é alguém que divide opiniões como ele. É complicado...
- E por que esta pessoa apareceu agora?
- É isto que queremos saber. Bem, está na hora de vocês irem. Se comporte, hein.
Um a um, os jovens bruxos e bruxas foram lotando os vagões da locomotiva. Sr. Weasley abraçava os ombros de sua esposa que, como sempre, se emocionava ao vê-los partir. Não demorou muito para Hermione vir pedir o tão falado livro a Harry. Ele, que já sabia que ela iria pedir, não o colocou no baú e o entregou a curiosa amiga. Hermione abriu o livro com cuidado e examinava cada página como se estivesse procurando por pistas:
- Incrível - ela disse, sem levantar os olhos do livro - eu não sabia que esta poção podia realmente ser feita. E esse feitiço...muito bom.
Ela foi assim metade da viagem, decorando cada feitiço e ingrediente. Examinou o bilhete que veio junto do livro e memorizou cada assinatura. Já Harry e Rony jogaram xadrez e se divertiram com Fred e Jorge. Gina mexia em uma pequena bolsa.
- Pelo amor de Merlin, quer mostrar no que você tanto mexe! - exclamou Fred, seguido por Jorge, que balançava a cabeça em afirmação. Todos no vagão voltaram sua atenção para Gina. Ela, por sua vez:
- Prometem que não vão brigar comigo?
Todos se entreolharam e concordaram. De dentro da bolsa emergiu um pequeno lagarto azul.
- O QUE É ISSO! - berrou Rony
- SSSHHHHH!!! É uma salamandra. Comprei no Beco Diagonal ontem. Mamãe disse que já estava na hora de ter um bichinho de estimação já que Rony vive com o Pichitinho. O nome dela é Sally. Tenho que dar pimenta para ela comer toda hora já que o fogo onde ela nasceu está em um pote dentro do meu baú. Ela passou pelo animagem, não é um animago, podem ficar tranqüilos.
- Como aprendeu a colocar fogo sobre controle, como sabe tanto sobre salamandras e por que comprou uma!? - perguntou Rony enquanto os gêmeos alimentavam o lagarto. Gina não respondeu, apenas olhou para Hermione e sorriu.
- Ah! Tinha que ser idéia sua! Ela já quase morreu engolida por um basilisco e agora você dá idéia para ela ter um lagarto que vive no fogo!
- Salamandras, ao contrário do que muitos acreditam, não são venenosas. Bem, não todas. Esta é de uma espécie que tem como característica propriedades de cura em seu sangue. Completamente inofensiva.
Harry olhava para a salamandra. Era realmente muito bonita. Sua cor era um azul forte mas sua barriga, quase lilás. Ela parecia estar bem a vontade com todos a olhando. Rony, depois da bronca de Hermione, chegou mais perto para ver e acabou gostando de Sally.
- Ei Harry, - chamou Jorge - será que você consegue se comunicar com ela?
- Não. Acho que só serpentes me escutam.
- Tenta - pediu Fred.
Todos se aproximaram, sentados em círculo, Sally no meio e Harry deitado de barriga para baixo, olhando para ela.
- Oi. Você pode me ouvir?
Sally não se mexeu, mas continuou a olhar para ele. Ele olhou para os outros e Rony balançou a cabeça, tinham entendido o que ele disse:
- Acho que não funciona com salamandras - ele disse, se levantando e indo se sentar encostado em uma poltrona - Gina, como você vai fazer para guardar Sally em Hogwarts?
- Vou deixá-la na cabana do Hagrid. Ele vai cuidar bem dela - respondeu a ruivinha, colocando mais uma pimenta na boca de Sally, que mastigava feliz. O resto da viagem correu bem. Nenhum sinal de Malfoy, o que sempre era bom. Alguns alunos do primeiro ano passavam na porta do vagão de Harry para dar uma olhada nele. Já não se importava mais, mas que era chato, era.
Chegando em Hogwarts, avistaram Hagrid. Mais alto do que todos alí, Hagrid mantinha o rosto amigável, embora parecesse cansado.
- Oi Harry! Primeiro ano me sigam! - e lá foi ele com uma fila de crianças seguindo, olhando e comentando tudo. No fim da fila, uma menina loira, olhos claros, se destacava. Andava mais atrás e sozinha.
- Vamos Harry - chamou Hermione e Harry foi ao seu encontro. Quando olhou para o grupo do primeiro ano de novo, já tinham sumido nos barcos indo a direção do castelo. Harry seguiu os amigos e junto com o restante dos alunos, tomaram outro caminho e se dirigiram ao banquete do primeiro dia de volta a Hogwarts.
Ao chegarem no Grande Salão, reencontraram vários amigos. Lino, Angelina, Katie e o resto do pessoal da Grifinória. Neville e Simas também estavam sentados e, pelos seus rostos, famintos. Para a infelicidade de Harry, Draco Malfoy e seus comparsas estavam sentados na mesa da Sonserina. Malfoy mostrava um enorme e orgulhoso sorriso no rosto. Já na mesa dos professores, o lugar da Professora McGonagall estava vazio. Hagrid estava tomando o seu quando Harry notou que havia outro assento vazio entre Dumbledore e Snape.
- Será que não conseguiram outro professor? - perguntou Katie
Harry voltou a olhar para a mesa dos professores e encontrou um sorridente Dumbledore. Seus olhos brilhavam através dos óculos de meia lua que usava. Harry não conteve o sorriso. Tinha que lembrar de agradecer o livro.
Não demorou muito para o Grande Salão ser invadido por uma onda de alunos liderados por Minerva McGonagall. Ela deu as instruções de como a escolha de casas seria feita e começou a chamar os nomes. Vários novos alunos da Grifinória foram recebidos com aplausos. Cada casa vibrava com seus novos integrantes até que:
- Megan Malfoy.
Silêncio seprucal. A jovem veio em direção do banco e se sentou. Era a menina que Harry tinha visto ao sair do trem. Não acreditava que era uma Malfoy. Ela parecia nervosa, mas disfarçava bem.
- Ela é prima do Draco. - contou Lino.
Todo o salão observava a jovem menina. A mesa da Sonserina estava preste a aplaudir quando:
- Grifinória! - gritou o chapéu seletor.
O sorriso orgulhoso de Malfoy se transformou em uma expressão de nojo e indignação. Toda a mesa da Sonserina tinha a mesma expressão. Alguns comentavam baixo e apontavam para Malfoy. Já os alunos da Grifinória estavam tão boquiabertos que ninguém se ligou em aplaudir a nova integrante. Foi Harry que começou e os outros seguiram. Megan veio se sentar e não abriu a boca nem sorriu. Olhou para Harry, olhou para Draco, e voltou o olhar para a mesa dos professores onde encontrou um sorridente Lupin batendo palmas. Megan sorriu leve e rapidamente.
A cerimônia continuou e após as advertências sobre a floresta proibida e Argus Filch, Dumbledore deu a notícia:
- Espero que tenham tido ótimas férias pois este ano vai ser um ano difícil. Devido aos acontecimentos do ano passado foi decidido que as aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas serão dobradas - alunos reclamavam baixo - Sim, eu sei, mas é necessário. Muitos de vocês conhecem o Professor Remo Lupin, que será um dos mestres desta matéria - vários alunos aplaudiram e meninas assoviaram, Lupin sorriu timidamente.
Durante todo o tempo, Harry observou Snape. Juntando as sobrancelhas e com os lábios firmemente fechados, Snape estava furioso. Dois professores para dar a matéria que ele tanto quer e ele não foi escolhido. Outra coisa que Harry também notou é que os outros professores também não pareciam saber quem era o professor que dividiria o cargo com Lupin. Dumbldore continuou:
- A outra pessoa que estará dando aula juntamente com Prof. Lupin chegará hoje a noite. Tenho o grande prazer de lhes informar que a nova professora é a minha filha, Moira Dumbledore.
CAOS! Expressões de pânico, felicidade, surpresa e confusão. Alunos cochichavam entre si. Harry estava perdido no meio disso tudo. Nem sabia que Dumbledore era casado muito menos que tinha uma filha. Tentou perguntar isso para alguém, mas ninguém deu ouvidos. Hermione falava rapidamente com Angelina; Rony, Fred e Jorge conversavam entusiasmado,s mas foi Megan que surpreendeu Harry. Ela tinha um enorme sorriso no rosto, mas o conteve quando viu Harry a olhando. Ele, não conseguindo a atenção de ninguém, se voltou para a mesa dos professores e ficou ainda mais surpreso: Snape estava ainda mais pálido do que já era, em choque, olhar perdido, lábios entreabertos, como se não estivesse acreditando no que acabara de ouvir. Já Lupin tinha um enorme sorriso no rosto, se inclinando sobre a mesa e trocando olhares felizes com McGonagall. Flitwick, Sprout e Hooch também sorriam, mas Trelawney deu um sorriso amarelo e o restante dos professores não pareciam estar tão contentes assim, mas não desgostavam da notícia como a professora de adivinhação. Dumbledore pediu silêncio e foi obedecido imediatamente.
- Tenho certeza que será um ano...interessante. Que o banquete comece! - e as mesas se encheram de comida. Muitos comeram, outros não conseguiram, nervosos demais, e Harry não entendia a razão para tanta agitação:
- Qual é o problema? O quê que tem a filha de Dumbledore? Eu nem sabia que era casado.
- Ele é viúvo e ela é a única filha dele. - respondeu Hermione
- É uma longa história. Te contamos no salão comunal. - continuou Rony.
O salão acalmou um pouco. Harry jantou assim como seus amigos. Professores também, Lupin se levantou e tomou o lugar vazio entre Snape e Dumbledore. Parecia mais jovem do que nunca. Snape não se mexia.
- Como a convenceu? - perguntou Lupin
- Bem, ela queria voltar já a um tempo mas não podia. Eu contei o que vem acontecendo nos últimos quatro anos, a maioria ela já sabia, e ela aceitou.
- Que bom, Alvo. - sorria Minerva McGonagall, colocando as mãos juntas a baixo de seu queixo.
- O senhor parece muito feliz. Já faz um bom tempo desde que o vimos assim. - comentou Lupin.
- Estamos separados a muito tempo. Já estava na hora dela voltar para casa.
- Hagrid, por favor, não chore. Olhe os alunos... - comentou McGonagall.
Hagrid puxou um lenço, que mais parecia um lençol, do bolso do casaco e enxugou as lágrimas.
- Faz tanto tempo...(snif)...Ela era uma adolescente quando a vi pela última vez...tinha acabado de terminar com o...
- Shh! - chamou Lupin
Snape se levantou bruscamente e, olhando de rabo de olho para os professores, retomou sua postura:
- Com licença - disse em voz baixa e saiu pela porta de trás do salão.
Lá fora, Severo Snape foi andar pelos corredores. Precisava de ar. "isto não pode estar acontecendo" pensava ele. Ele ouvia os quadros comentarem sobre o retorno de Moira, o que fazia suas mãos suarem. Tanto tempo sem vê-la, sem ter notícias. Sabia que Lupin a encontrara algumas vezes, mas nunca iria perguntar dela para ele. Snape se encostou em uma pilastra.
- Tudo bem, Severo? - disse Lupin, emergindo do salão.
Snape se recompôs rapidamente.
- Por que não estaria? - voz baixa, em controle novamente.
- Por nada. - Lupin se aproximou - Pode ser difícil tê-la de volta e...
- Não a tenho de volta - cortou a fala; saiu como não devia - não tenho dificuldades. Srta. Dumbledore é uma bruxa muito capaz e será ótima professora. Com licença. - e deu as costas a Lupin, andando de volta para seus aposentos.
- Se quiser conversar, sabe onde me achar. - mas o mestre de Poções não deu ouvidos.
Lupin sempre tentou se tornar amigo de Snape. Mesmo Tiago e Sirius não gostando dele, Lupin o achava muito solitário e solidão para um bruxo do calibre de Snape podia ser perigoso. Mas a única pessoa que conseguiu chegar perto dele, ou melhor, que ele deixou chegar perto dele foi Moira e com ela de volta, Severo Snape travaria uma batalha não com Voldemort mas com algo muito mais forte. Com uma força que esteve adormecida por quase quinze anos: seus sentimentos.
Após o jantar, os alunos voltaram aos seus respectivos salões comunais. Harry tinha ouvido Malfoy dizer que precisava mandar uma coruja urgente para o pai. Ao entrar no salão da Grifinória, muito barulho:
Querem fazer o favor de me contarem qual é o problema? – pediu Harry aos amigos.
Ele foi praticamente empurrado até o meio da sala, onde sentou no chão encostado em uma poltrona. Todos os alunos se amontoaram no salão.
Não sei por onde começar. – disse Hermione.
Fácil, pelos boatos. – disse Fred, se sentando ao lado de Kate.
Que boatos?
Existem muitos – explicou Rony – um deles é que ela seguidora de Você- Sabe- Quem. Uma comensal da morte.
Besteira! – protestou Jorge – Este já foi provado que era mentira. Só por que ela é uma das bruxas mais conceituadas em artes das trevas pessoas começam a inventar.
É, mas a mãe dela era da Sonserina – disse Neville, segurando seu sapo, Trevor, entre as mãos.
E daí? Sei que não é a melhor casa mas não é desculpa para ela ser má. Dumbledore não se casaria com alguém assim. Sem contar que Srta. Dumbledore foi da Grifinória. – protestou Hermione.
Acho que ser da Grifinória não é mais desculpa para ser bom, não é? – disse Alicia, olhando de rabo de olho para Megan, que por sua vez olhava por uma janela, aparentemente não prestando atenção na conversa.
Espera um pouco – pediu Harry – Esqueçam os boatos. Alguém sabe de fatos?
Pouco. Eles se misturam muito. Sei que ela perdeu a mãe logo após se formar. Há quase quinze anos. – contou Lino.
Harry nunca tinha pensado em Dumbledore como viúvo. Ele perdeu a esposa na mesma época que ele perdeu seus pais. Como ele nunca disse nada?
Como ela morreu? – perguntou Gina, triste.
Pela mão do Lorde das Trevas. – respondeu uma voz distante. Todos viraram, e perto da janela estava Megan, olhando para eles. – Ele a matou.
Como sabe disso? – perguntou Harry.
Megan fixou o olhar nele. Olhos azuis frios, mortos demais para uma menina de onze anos. A menina não respondeu. Apenas subiu as escadas que levavam para o dormitório e sumiu. O clima no salão ficou tenso com a resposta de Megan. Harry não queria mais pensar no que ela dissera nem no que mais ela sabia e não revelou.
Bom, vamos ver do que se trata amanhã – disse Harry se levantando para ir dormir.
É disso que tenho medo – reclamou Neville, com tremor na voz – Se ela realmente for a metade do que dizem, vai ser uma versão feminina do Snape só que pior.
Todos se entreolharam e não demorou muito para uma explosão de gargalhadas tomar conta do salão. Dali para frente o clima melhorou. Conversaram sobre outros assuntos, alguns alunos novos se apresentaram, comentaram sobre um Sonserino que foi transferido de Durmstrang, dos testes para escolher o novo goleiro da Grifinória, já que Olivio Wood se formou ano passado. Riram muito e Harry até tirou algumas fotos com a máquina que Hermione lhe deu. Foram dormir tarde, quando Minerva McGonagall apareceu já de pijamas, pedindo que fossem dormir e parassem com o barulho. Ela deixou escapar que os chefes das outras casas estavam fazendo o mesmo. Aparentemente não eram apenas Grifinórios que estavam curiosos com a chegada da nova professora. Harry demorou a pegar no sono, ficou olhando para o teto, pensando no que estaria para acontecer este ano. Ele adormeceu antes da carruagem que trazia a filha do diretor chegar.
Já passava da meia-noite quando o galope dos cavalos foi ouvido. Do fundo do terreno de Hogwarts, dois cavalos cinza chumbo puxavam uma grande carruagem negra. O senhor que comandava os cavalos era baixinho e vestia um terno quadriculado. Bigodudo e com grandes olhos negros, ele lembrava um elfo doméstico.
A carruagem parou em frente as escadas que levam ao castelo. O pequeno homem desceu da carruagem com um pouco de dificuldade e abriu a porta. De dentro saiu Moira Dumbledore. Vestindo preto, seu rosto alvo sobressaía embaixo do capuz que cobria sua cabeça. Grandes olhos castanhos com cílios compridos olharam para a escada onde encontraram os olhos azuis de Dumbledore sorrindo de volta. Ela desceu e foi de encontro ao pai, abraçando-o firmemente:
Senti tanto a sua falta. – falou Dumbledore, tocando a face da filha com a sua – Estou feliz que esteja em casa.
Estou feliz de estar em casa. Senti muitas saudades, papai – respondeu a filha, voz gentil, sincera, mantendo os olhos fechados.
Dumbledore se afastou e segurou as mãos da filha:
Igual a sua mãe. Você ficou tão alta!.
Não comece, papai. – ela disse com um sorriso. Foi aí que ela avistou Lupin atrás de Dumbledore. O professor sorria com tanta vontade que mais parecia uma criança em uma loja de brinquedos. Ele desceu as escadas correndo e, a segurando pela cintura, rodopiou com ela, tirando-a do chão. Moira tentou, mas não conseguia conter o sorriso.
Estou feliz que está de volta. – sussurrou o professor ao pé do ouvido da amiga, colocando-a de volta no chão, mas ainda a segurando pela cintura.
Vamos ver se esta felicidade continua quando trabalharmos juntos. – brincou Moira, segurando os ombros do amigo. Lupin sorriu e lhe deu um beijo na bochecha. Ela sorriu e se dirigiu ao pequeno homem perto da carruagem. Ela foi até ele, que já havia retirado sua bagagem do veículo, o pagou e agradeceu. Ele sorriu, subiu de volta na carruagem e foi embora. Lupin foi chamar os elfos domésticos para levarem a bagagem de Moira para o seu quarto. Eles se despediram e ele foi embora.
Moira se voltou para o castelo, olhou para sua torre mais alta e deixou escapar um suspiro. Olhou para seu pai, subiu as escadas até ele e foram andando em direção ao seu quarto.
Quase nada mudou desde que foi embora. – disse Dumbledore,
Muita coisa mudou. – ela disse em voz baixa, nostálgica. Dumbledore parou e a encarou:
Está segura aqui. Não vai precisar mais se esconder, prometo – ela sorriu levemente - O que me diz de viramos a página e fazer de seu retorno um novo começo? Deixemos o passado onde ele pertence.
Gostaria disso.
Subiram até o andar do salão comunal da Grifinória e na porta do lado ficava o quarto de Moira.
E o ministério? Comentaram alguma coisa com o senhor?
Sim, sim. Perguntas e mais perguntas. Disse não saber ao certo do que se tratava. Deixei que ficassem um pouco nervosos. Você fez de propósito não fez?
Não, alguém deve ter me visto na Travessa do Tranco e decidiram fazer uma tempestade em copo d'água. Muita confusão?
Bastante, mas não acredito que teremos muitos problemas vindo deles. Alguns, mas não muitos. Agora, vá dormir que você terá que lidar com vários rostinhos curiosos amanhã.
A reação quando lhes disse foi grande?
Homérica! Boa sorte!
Morgana me ajude. – brincou Moira.
Dumbeldore beijou a testa da filha e se retirou. Ela olhou o retrato da Mulher Gorda, que dormia profundamente, e seu sorriso se desfez. Seus olhos amendoados se fixaram ali, sem piscar, sua expressão endureceu. Momentos depois, ela virou a maçaneta e entrou em seu quarto.
