Finalmente eu consegui atualizar!!! Desculpa gente! É que faltou tempo para eu traduzir tudo. Tenho outro capítulo já pronto para a tradução. Espero que tenham gostado deste. Daqui para frente, a coisa vai esquentar. Um grande beijo para que lê e comenta a minha fic. Valeu mesmo! Um beijo especial para Laki, Lily, Ana e Saints! Valeu por estarem aí!
Capítulo 5
Amigos e Rivais
"Parabéns Potter" disse Draco Malfoy enquanto os alunos saíam da sala de McGonagall.
"Você acabou de perder os pontos que a sua sangue-ruim te conseguiu. Isso é o que eu chamo de trabalho e equipe".
Rony e Hermione conseguiram chegar a tempo a aula de Transfiguração, mas Harry não e ao invés de colocá-lo em detenção, por ser o primeiro dia de aula, McGonagall retirou dez pontos da Grifinória. Hermione não se importava mais sobre a maldade de Draco, mas Harry e especialmente Rony estavam muito zangados.
"Não ouse chamar ela assim de novo" rosnou Rony.
Alunos da Sonserina e Grifinória deixaram escapar alguns 'ohs' e 'ahs' enquanto se amontoavam ao redor da confusão.
"Porque não? Ela é sua namorada?" perguntou Iago Laois, fazendo seu caminho para o meio da roda.
Iago era o menino novo. Quinze anos, cabelos curtos e pretos, profundos olhos cor de mel e dono de uma voz hipnótica, Iago era um jovem muito atraente. Levemente mais alto do que Harry e Rony, Iago foi para o meio do círculo onde o trio da Grifinória e Draco estavam. Ele veio diretamente para Hermione, que deu dois passos para trás.
"Então você é a famosa Hermione Granger...preciso dizer que te imaginei completamente diferente" ele disse, a centímetros de distância dela. Hermione não conseguia se mover. Os olhos dele eram frios...muito frios e sua voz... "Você é definitivamente mais bonita do que pensei" Iago disse enquanto afastou uma mecha de cabelo do rosto de Hermione.
"Fique longe dela, Laois!" ameaçou Harry, e se colocou entre Iago e Hermione. Alguns alunos se afastaram e seguraram a respiração. Rony se colocou ao lado de Harry.
"Por favor...vamos embora" implorava Hermione no ouvido dos meninos, mas estes não se mexeram.
"Harry Potter...eu pensei que você fosse mais alto" disse Iago, zombando. "Draco me contou tudo sobre você e seus amiginhos. Pena...um bruxo como você se metendo com gente como esta" Iago se aproximou e disse ao pé do ouvido de Harry "Mas preciso admitir que Granger vale alguns minutos do seu tempo, se é que me entende".
Foi a gota d'água. Rony ouviu o comentário e antes que Harry pudesse pensar em uma resposta, Rony se jogou em cima de Iago, socando seu nariz. Hermione gritou para que parassem, alunos gritaram, alguns encorajando a briga outros para que parassem. Draco estava rindo com Crabbe e Goyle e Harry tentava afastar Rony de Iago quando os meninos mudaram de posição e Iago socou Rony no estômago. Hermione gritou e Harry conseguiu arrastar Rony. Rony se levantou ajudado por Harry e apoiando uma mão em seu estômago. Iago se levantou do chão. Seu nariz sangrava, mas um sorriso satisfeito residia em seus lábios.
"Muito bem, Weasley. Foi muito nobre de sua parte defender sua amiga" Iago disse e puxou um lenço de dentro de suas vestes, colocando-o contra seu nariz "mas preciso dizer que você bate como uma menina"
Rony estava preste a se jogar contra Iago novamente quando Harry e Hermione o impediram.
"Não vele a pena, Rony" disse Hermione.
"Vale sim" disse Harry, abaixando o tom de voz para que somente Rony e Hermione o pudessem ouvir "mas esta não é a hora ainda".
Rony olhou para Harry e entendeu a mensagem e lutando contra a dor, se ergueu e virou de costas para Iago.
"Realmente nobre" disse Draco "Ah, e você sabia, Iago, que a irmã do Weasley 't ruiva?"
"Mesmo? Interessante...eu simplesmente adoro ruivas"
Aquilo dito Ron e Harry atacaram Iago e Draco tão rápido que Hermione não teve tempo de se dar conta até ser tarde de mais. Ela voltou a gritar, ordenando para que parassem. Muitos alunos deixaram o local as pressas quando ouviram uma voz perigosamente baixa perguntando:
"Qual é o significado disto?" perguntou Snape ao se aproximar do grupo. Ele parou o avistar os quatro meninos machucados e furiosos no chão. Eles avistaram o professor e se levantaram.
"Ele começou, professor" disse Rony, com um olho roxo e estômago dolorido.
"Eu não fiz nada"
"Mentiroso! Você sabe que fez. Você insultou Hermione e Gina" disse Harry, sua sobrancelha sangrando levemente.
"Você está maluco? Eu as elogiei. Isso não é um insulto" disse Iago no tom de voz mais doce que possuia.
Iago e Draco se posicionaram atrás de Snape enquanto Rony, Hermione e Harry estavam a sua frente. Harry sabia que pelo olhar de Snape, eles estariam servindo detenção até o dia de sua formatura de Hogwarts.
Snape estava furioso. Ele não podia ter o filho de Liam se metendo em encrenca. Não agora.
"Vocês cinco, me sigam" Snape disse e se virou.
O professor andava na frente, em passos apressados, enquanto os estudantes tentavam dolorosamente acompanhá-lo. Harry e Rony mantinham Hermione longe dos olhos de Draco e Iago até chegarem a ala hospitalar.
"Para dentro" Snape sibilou e os alunos obedeceram.
Poppy estava pasma após ouvir o que aconteceu. Snape observava tudo de um canto da ala hospitalar. Seus braços cruzados sobre o peito, seu rosto zangado e olhos cheios de raiva.
"Detenção para os três" Snape disse rapidamente, sua voz baixa e zangada.
"Três? E eles?" perguntou Harry.
"Nós fomos atacados, professor" disse Draco, seu lábio ainda sangrando "Não foi nossa culpa"
"Mentira!" gritou Rony.
"Professor, deixe Hermione fora disso. Ela não teve culpa nenhuma" pediu Harry.
"Ela foi o motivo"
Poppy olhou para Snape sem acreditar no que acabara de ouvir. Ela estava preste a discutir sobre sua escolha de palavras quando Snape voltou seu olhar assassino para ela e a enfermeira decidiu permanecer calada. Harry, Rony e especialmente Hermione estavam pasmos com o que Snape tinha dito. Harry abriu a boca para protestar, mas Snape foi mais rápido.
"Sexta-feira, depois do jantar, na minha sala" ele concluiu, se virou e deixou a ala hospitalar.
Iago e Draco sorriram entre si, mas reclamaram quando Poppy pressionou com uma forçinha a mais os panos encharcados de remédio em seus ferimentos. Após terminarem os cuidados, Poppy pediu que Harry, Rony e Hermione deixassem a ala antes de Iago e Draco, para evitar mais confusões. Os três andaram em silêncio em direção ao Salão Principal até que Hermione parou abruptamente e se colocou em frente aos meninos.
"Desculpe por tudo" Hermione disse amenamente.
"Mas você não fez nada" comentou Rony.
"Você ouviu Snape... eu fui o motivo. Se vocês não tivessem me defendido..."
"Esta não era uma opção, Hermione" disse Harry.
"Ele está certo. Nós não deixaríamos eles falarem assim com você. Nem eles, nem ninguém. E eu não ligo para o que aquele morcego velho disse" concluiu Rony.
Hermione tinha lágrimas frescas nos olhos.
"Ah meninos!' ela jogou os braços em volta dos dois. Os meninos reclamavam das dores dos ferimentos já quase curados, mas sorriram".
Hermione soltou os dois e os três voltaram a andar em direção ao Salão Principal, Harry na sua direita e Rony na sua esquerda. Chegando perto do Salão, Harry viu algo que fez seu coração pular uma batida. Cho Chang estava de braços dados com Phillip, um Sonserino do sétimo ano.
Harry congelou. Rony e Hermione não tinham notado até seguirem o olhar de Harry. Ele não se moveu por alguns instantes. Cho estava agora em frente a Phillp, conversando alegremente, ambos com grandes sorrisos nos rostos. Phillip, mesmo um pouco mais velho que Cho, não era muito mais alto que ela. Cabelo louro escuro e olhos azuis, Phillip era um dos poucos alunos da Sonserina que podia ser considerado legal.
Alguns momentos depois, algo que pareceu uma eternidade para Harry, Phillip se despediu e se retirou enquanto Cho conversava com Julie.
Harry voltou a caminhar em direção a porta, seguido por Rony e Hermione. Os olhos verde-esmeralda de Harry não deixaram o rosto de Cho, até que esta o olhou. Seu olhar foi para o chão.
"Oi Harry" ela disse alegremente.
"Oi Cho" Harry respondeu, voltando a olhar para a menina.
Ela é ainda mais bonita do que eu lembrava.
"Como foi de férias?" ela perguntou.
Julie olhou para Hermione e gesticulou para que ela e Rony a seguissem para dentro do Salão. Eles obedeceram.
"Bem, e você?"
"Bem. Eu ouvi que vocês vão ter um teste para o novo goleiro da Grifinória agora que Wood se formou"
Harry confirmou. Ele já sentia falta de Wood. Olívio fazia o time treinar como loucos, e obviamente estava obcecado por quadribol, mas era ele quem mantinha o time unido. Ele mandou uma coruja para Jorge durante as férias, contando que ele estava tentando entrar para os Cometas Insanos. Todos torciam por ele.
"Vemos Ter uma votação para capitão também" Harry disse.
"Espero que você ganhe. Você é muito bom jogador Harry Potter" ela disse sorrindo e tocando o ombro de Harry levemente.
"Assim como você, Cho Chang"
Luana, a nova apanhadora da Lufa-Lufa e amiga de Cho a chamou de dentro do Salão.
"Nos veremos no campo, então" Cho sorriu mais uma vez entrou no salão.
Hermione, Rony e Julie estavam os observando até aquele momento e viraram suas cabeças rapidamente quando Harry entrou no Salão.
Julie também era da Grifinória e estava no terceiro ano. Mesmo sendo bem mais nova do que o famoso trio, Julie era incrivelmente inteligente e muito legal. Hermione era quase que sua mentora. Elas passavam horas a fio dentro da biblioteca discutindo feitiços e encantamentos. Julie era bem baixa comparada com os outros alunos da sua idade. As mangas de suas vestes eram muito longas para ela e Julie sempre tinha que erguer os braços para o alto, fazendo com que as mangas caíssem até seus ombros antes de começar qualquer poção. Sempre tropeçando na barra de suas vestes, Julie era chamada de 'Julie ameaça', pois toda vez que ela tropeçava, ela carregava para o chão qualquer pessoa que estivesse ao seu alcance. Menina de rosto bonito, olhos castanhos e com seu cabelo preso em um rabo de cavalo mal feito, Julie era uma doce bruxa filha de trouxas.
"Não fique triste, Harry" Julie disse "Tenho certeza que ela vai cair na real. Uma corvinal namorando um sonserino...não vai durar"
"Por que diz isso?" perguntou Hermione.
"O Phillip é legal, mas é um sonserino. Mais cedo ou mais tarde, esta parte dele vai aparecer. Coitada da Cho"
Hermione deu um leve sorriso para Harry. Ela sabia que ele gostava de Cho. Ciúme foi a primeira coisa que sentiu quando descobriu, mas no fundo ela sabia que nada poderia mudar o que tinham... amizade verdadeira. Ela faria qualquer coisa pelos dois assim como tinha certeza que fariam tudo por ela.
"Muito obrigada" disse Gina abraçando Rony e Harry brevemente.
"Você sabe? Já? Como?" perguntou Rony.
"Eu estava voltando da casa de Hagrid, fui alimentar Sally, quando Lilá me contou. Vocês estão bem?"
Os meninos fizeram que sim com as cabeças. Iago e Draco entraram no Salão. Rony puxou Gina, fazendo-a sentar entre ele e Harry. Os dois alunos da Sonserina foram se sentar em sua própria mesa, sorrindo maliciosamente.
Megan Malfoy entrou no Salão logo após eles. Ela olhou diretamente para Harry mas não disse nada. Ela se sentou mais à frente na mesa da Grifinória e começou a ler um livro que tirou de sua pasta.
"Então... e essa Megan?" perguntou Julie quase sussurrando.
"Não sei. Ela é prima do Draco" disse Hermione.
"Ela parece saber muito sobre Moira Dumbledore" comentou Harry.
"É mesmo. Como você acha que ela sabe?" perguntou Julie.
Harry ergueu os ombros.
"Tudo que eu sei é que a Srta. Dumbledore não é tão má como todos dizem. Ela pareceu bem legal, não é Harry?" perguntou Rony.
Harry concordou com a cabeça.
"Vocês acham que ela e o professor Lupin namoram?" perguntou Gina, para o espanto de todos.
"O que foi? Acham que não é possível? Eles estudaram juntos sabiam?" a ruiva continuou.
"Como você..."
"Hagrid me contou. Ele disse que Moira, Lupin e Sirius eram inseparáveis. Hagrid até comparou os três com vocês" Gina disse apontando para Rony, Harry e Hermione.
"Então ela conheceu seus pais, Harry" comentou Rony.
"Provavelmente. Quando perguntei sobre isso para Hagrid, ele mudou de assunto"
"O que mais ele te contou?" perguntou Julie.
"Hum... Moira era bem reservada, não tinha muitos amigos além dos dois, mas tem mais uma pessoa que era vista em sua companhia"
"Quem?" perguntou Hermione.
"Professor Snape"
"O QUE!!!!" gritaram todos juntos, sem notar os olhares que estavam atraindo dos outros alunos. Também não notaram a atenção que Megan estava prestando ä conversa.
"Essa foi a minha reação também. Hagrid disse que os dois se davam bem e que ela era a única aluna da Grifinória que Snape não distratava. Não sei se isso é bom ou não" concluiu Gina.
Ter a filha do diretor, uma bruxa renomada em artes das trevas, ser amiga de um ex Comensal da Morte e protetor de alunos da Sonserina não podia ser boa notícia para a turma da Grifinória, não é?
"Bom, é por isso que acho que pode ter algo acontecendo entre Lupin e Moira. Vocês se lembram do sorriso no rosto dele quando foi anunciado que ela estaria vindo para cá?" perguntou Gina.
Harry lembrava, mas ele também se recordava claramente do choque estampado no rosto de Snape e após estas informações, Harry começou a pensar nos motivos para tal reação.
"Eu acho que seria lindo. Formariam um casal bonito" disse Julie.
"Não sei, não" comentou Harry "Acho que ela é do tipo solitária...que não se envolve"
"Ela não pode se apaixonar" disse Megan. A menina tinha se aproximado do grupo sem que notassem.
"Como assim?" perguntou Rony.
"Bruxas como ela, com poderes escuros, não podem se apaixonar"
"Por que?" perguntou Harry.
"Porque quando uma bruxa das trevas, ou sombria, se casa, metade de seus poderes passam para seu marido e vice-versa. Sendo quem é, seria muito perigoso que isto acontecesse"
Os jovens estudantes tinham suas testas franzidas, mas Hermione tinha puro medo em seus olhos.
"Você entende agora, não é? Seria praticamente impossível derrotá-la assim como seu marido" disse Megan.
"Então é verdade?" perguntou Hermione, tremor em sua voz. Megan confirmou que sim com a cabeça. Hermione levou suas mãos a sua boca, em choque.
"O que foi? O que é verdade?" perguntou Harry.
"Moira Craine Dumbledore foi noiva de Tom Servolo Riddle" Megan disse em uma voz triunfante.
Todos prenderam o fôlego. Como ela pôde? Ela era filha de Dumbledore! Como ela pôde ser noiva do homem que matou sua mãe?
"Isso é mentira" disse Harry firmemente.
"Não é não. Ele a enfeitiçou, fazendo-a achar que estava apaixonada por ele. Claro que ele aparecia para ela como o jovem e bonito bruxo que ele foi um dia. Mas ela conseguiu quebrar o feitiço antes do casamento. Ainda não sei como já que este tipo de encanto é supostamente inquebrável. Bem, foi tudo por água abaixo. Depois disso, O Lorde das Trevas matou a mãe de Moira assim como vários outros bruxos poderosos, incluindo.."
"Meus pais" disse Harry "Mas porque ele matou a mãe dela?"
"Não sei. Tudo que sei é que Moira ajudou a derrota-lo e desde então ela tinha desaparecido. Ninguém sabia dela até esta semana. Achavam até que ela tinha morrido"
"Deve ser horrível não poder se apaixonar" disse Gina, olhando de rabo de olho para Harry.
Harry olhou para Megan. Ela era uma Malfoy e provavelmente seguiria esta linha de bruxaria. O mesmo destino solitário de Moira esperava Megan.
"Se apaixonar ela pode, mas é preciso Ter cuidado por quem" Megan concluiu e se levantou. "Fico contente que Draco recebeu o que merecia de vocês dois. Espero que se recuperem logo" e deixou o Salão em silêncio.
"Temos que descobrir mais" disse Harry.
Do lado de fora do Salão Principal, Snape se aproximava da entrada quando ouviu Lupin chamando por ele. Muito sem paciência, o professor parou e se virou, esperando Lupin alcança-lo.
"Não posso acreditar que fez isso" Lupin disse ao se aproximar de Snape.
"Do que está falando?"
"Hermione Granger. Você disse que ela foi o motivo? Severo, o que há de errado com você? Como pode dizer isso para uma garota?"
"Desculpe-me, Lupin mas acho que não estou entendendo onde quer chegar. Eles brigaram por ela. Granger foi o motivo" Snape disse, sua voz controlada.
"Os meninos a estavam protegendo""Protegendo?" retrucou Snape indignado "Laois lhe fez um elogio e Potter perdeu a cabeça. Não estavam protegendo, estavam disputando Granger e isso eu não vou tolerar" disse Snape e voltou a andar em direção do Salão.
"Alguns anos atrás" Lupin disse "você agiu da mesma maneira com Moira"
Snape parou no meio de um passo. Ele se voltou para Lupin e foi até ele rapidamente.
"Ela não tem nada a ver com isso" Snape disse, com seus dentes trincados.
"Você esqueceu das brigas que tinha com Sirius por causa dela? Ambos pensavam que a estavam protegendo...um do outro e se Moira não teve nada com isto, Hermione está na mesma situação"
"Aquilo foi diferente. Black sempre foi um desastre esperando para acontecer. Eu nunca.... a disputei"
"Pareceu que sim pra mim" disse o jovem lobisomem, firmemente "Isso é por causa da carta, não é?" Lupin continuou "Eu recebi uma e sei que você tem uma também. Isso tudo é por causa da possibilidade de Sirius retornar, não é?"
Snape estava furioso. Suas mãos estavam fechadas em punhos, e ele controlava a respiração com toda sua vontade.
"Eu sei que você e Sirius não se dão bem, Severo, mas isto não é desculpa para descarregar em uma aluna. Eu também sei que quando o assunto envolve Moira você é muito...territorial sobre ela" Snape olhou indignado para Lupin, mas este continuou "Todos somos, mas você tem que separar uma coisa da outra"
"Eu tenho meus assuntos separados como quero e ela nunca foi um deles"
"Quem?" uma voz suave, mas firme perguntou atrás de Snape.
O Professor de Poções se virou para olhar para a dona da voz; uma voz que ele não ouvia há quinze anos. Moira estava em pé atrás de Snape, com suas mão atrás de suas costas, sobrancelha esquerda erguida e olhos esperando uma resposta. Ela estava como ele lembrava dela: Linda.
"Snape" ela disse o cumprimentando.
"Craine" Snape retornou no mesmo tom, abaixando levemente a cabeça.
O olhar de Moira encontrou os olhos de Lupin.
"Não acho que vocês dois deveriam estar discutindo aqui, na frente de alunos"
"Está certa" Lupin disse "Não temos nada para discutir, temos?" ele olhou para Snape e entrou para o Salão em passos pesados.
Moira e Snape o observaram entrar. Ela se virou novamente para o alto professor, erguendo sua cabeça para que pudesse olhar em seus olhos.
"Sobre as detenções...não vou dizer como lidar com alunos, mas escolha suas palavras com mais cuidado da próxima vez? Elas podem causar mais danos do que ações" Moira disse.
Snape observou a professora. Ele sabia o que ela quis dizer e não era somente de Granger que ela estava falando. Ele não sabia se ela tinha recebido uma carta também e decidiu que não. Se tivesse, ela provavelmente estaria sorrindo agora, e ele não queria que isto acontecesse...não quando Black era a razão para seu sorriso.
"Então, todo dia é tão movimentado como hoje?" Moira perguntou, andando em direção ao Salão com Snape ao seu lado.
"Piora" ele respondeu em sua voz barítona.
"Fiquei longe por muito tempo então"
"Ficou...importa-se em contar onde passou os últimos quinze anos?" Snape perguntou. Sarcasmo e reprovação misturados em seu tom.
Moira o fitou, sorrindo levemente.
"Dividir meus segredos com um ex Comensal da Morte? Eu acho que não"
"Apenas trabalhei para ele, você quase se casou com ele. Não acho que este em posição de me julgar"
"Essa foi baixa, Snape. Mesmo para você" ela disse calmamente, mantendo sua voz controlada.
Moira olhou Snape novamente sem identificar se ele estava brincando como ela ou se falava seriamente. Na verdade, não importava.
Eles continuaram andando para o Salão Principal em silêncio. Muitos alunos os observaram quando entraram. Suas vestes negras se movimentando de acordo com seus passos, somente o som dos saltos de Moira era ouvido. Moira e Snape andavam com suas cabeças erguidas e transmitiam a impressão que todos ali estavam na presença de realeza...realeza má.
Harry voltou seu olhar para os dois professores. Pele muito pálida, roupas escuras e postura rígida. Se Harry fosse do primeiro ano, ele estaria com muito medo destes dois, como os rostos dos calouros de Hogwarts mostravam. Mas medo era algo que batia a porta do coração de Harry. Andavam lado a lado, mas mantendo uma distância segura entre os dois. Tudo que foi dito minutos antes sobre Moira começou a rodar na cabeça de Harry. Como ela pôde ter feito isso e agir daquela maneira com ele?
Snape olhou para Harry e seus amigos quando passou pela mesa da Grifinória, mas Moira não desviou o olhar da mesa dos professores. Sibila Trelawney parecia aterrorizado ao ver os dois juntos, e Snape notou.
"Em nome de Circe, o que você disse desta vez?" ele perguntou quase sussurrando para Moira.
"Nada demais. Ela é muito fácil de assustar, só isso"
Lupin já estava almoçando e parecia ainda muito zangado. Seus olhos seguiram o trajeto de Moira e Snape até a mesa. Ninguém disse nada e almoçaram em silêncio. Após o almoço, Lupin voltou à sua sala, sem dar uma palavra para ninguém. Moira sabia que eles não tinham aula te mais tarde e o seguiu.
Lupin estava agindo de maneira estranha, como se estivesse escondendo algo. Moira entrou na sala e fechou a porta atrás dela. Lupin apoiou suas mãos em sua mesa e abaixou a cabeça.
"Isto tudo não pode ser pelo que aconteceu com Granger. O que foi, Remo?"
Lupin levantou a cabeça e se virou para Moira. Seus olhos mostravam cansaço e preocupação. Ele suspirou e passou a mão pela cabeça.
"Não acredito que isto está acontecendo" ele disse ao se sentar no chão, aparentando derrota.
Moira se sentou ao seu lado.
"Você está me assustando. O que aconteceu, Aluado...me conta" Moira disse suavemente.
Lupin olhou para ela. Moira parecia tão frágil, desprotegida. Ele sabia que no fundo era isso que ela realmente era. Ele não queria que as notícias fossem verdade, mas eram e iriam a machucar mais uma vez. Lupin ergueu a mão e apontou para um envelope que estava em sua mesa. Moira o pegou e leu a carta que continha.
"Estimado Sr. Remo J. Lupin,
Nós gostaríamos de chamá-lo para atender o julgamento de Sirius Black a ser realizado amanhã às 10 horas na embaixada do Ministério em Hogsmeade.
Sinceramente,
Ministério da Magia"Moira segurou a carta firmemente em suas mãos e fechou os olhos. O Ministério tinha capturado Sirius. Sua cabeça começou a doer, seu rosto ficou muito quente e ela tentou de tudo para não perder a calma, mas nada adiantou. Em cima de uma prateleira, um jarro de vidro estourou.
Lupin olhou para Moira alarmado. Isto nunca tinha acontecido antes.
"Quando isso aconteceu?" Moira perguntou, sua voz trêmula.
"Não sei. Albus disse que ele não tem mandado seus relatórios há algum tempo" Lupin respondeu "Não tenho um bom pressentimento sobre isso, Moira. Se esse julgamento não for justo, Sirius vai retornar para...aquele lugar"
"Por que não me contou antes?" Moira perguntou, olhando nos olhos de Lupin.
"Pensei que você teria recebido uma carta também. Recebi a minha hoje e acho que Severo também. Nós dois sabemos onde isto vai dar"
Moira se levantou rapidamente e se voltou para sua sala.
"O que vai fazer?" perguntou Lupin ao segui-la.
"Marque minhas palavras: Sirius Black não vai voltar para Azkaban" e ela saiu em passo acelerado, seguida de perto por Lupin.
Entraram na sala de Moira, mas não acharam carta alguma. Em seguida, saíram da sala e percorreram os corredores. Muitos alunos que passavam por ali saíram do caminho, deixando espaço para os professores passarem. Não entendendo o que estava acontecendo, os alunos observaram os dois professores com olhos curiosos. Moira andava rápido, olhos fixos a sua frente, vestido se movimentando de acordo com seus passos. Lupin a seguia no mesmo ritmo. Os dois só pararam ao chegarem ä gárgula de pedra que guarda a entrada para a sala de Dumbledore.
"Pés fedorentos" disse Moira.
A gárgula saiu da frente e a escada se revelou atrás dela. Os dois professores subiram quase que correndo os degraus e bateram na porta.
"Entrem" disse a voz rouca de Dumbledore.
A porta foi aberta e acharam perto de Dumbledore, Snape, Rony, Hermione e Harry. Moira olhava atentamente todos os presentes, esperando uma explicação. Seus olhos castanhos encontraram os negros de Snape e se fixaram ali.
"Eu os esperava mais cedo" disse Dumbledore para os dois professores.
"O que está acontecendo?" perguntou Moira sem tirar os olhos de Snape.
Sim, a filha do diretor e o professor de poções de entendiam. Sempre que discussões aconteciam entre Snape e Black, Moira sempre era justa. Mas desta vez, olhando para ela, Snape sabia que Moira não estava do seu lado.
"Eu estava informando as crianças do julgamento" disse Dumbledore "já que eles não estarão presente durante ele"
Os três grifinórios olharam para Dumbledore surpresos.
"Nós temos que ir, professor. Sabemos que Sirius é inocente e podemos provar" disse Harry, desesperadamente.
"Todos nós sabemos disto" disse Dumbledore.
Snape fez aquele barulho que indicava que nem todos na sala pensavam como o diretor. Poucos ouviram, mas Moira notou.
"Mas não posso permitir que vocês compareçam. Quero que escrevam o que sabem. A professora Dumbledore vai levar as cartas para serem apresentadas no julgamento para vocês" terminou Dumbledore.
Moira olhou para o pai. Harry viu a surpresa em seu rosto.
"Eu vou?"
"Vai. Eu acredito que tem informações que poderiam ajudar a inocentar Sirius"
Moira balançou levemente a cabeça, concordando com a afirmativa de seu pai.
"Muito bem. Está tudo decidido, então. Amanhã, nós quatro ajudaremos a trazer de volta seu padrinho, Harry"
Harry sorriu para Dumbledore. Ele sabia que se dependesse dele e de Lupin, Sirius iria voltar em um piscar de olhos. Mas não tinha tanta certeza disto sobre Moira e Snape.
Harry, Rony e Hermione escreveram seus relatos e os entregaram um tanto quanto relutantes para Moira. Ela, por sua vez, levou as cartas para que Dumbledore selasse.
"É melhor que o senhor faça. Não confiam em mim o suficiente para isso" Moira disse em voz baixa para o pai.
Após tudo pronto, o trio voltou para a aula, deixando os três professores e o diretor a sós.
"O Ministério não tem idéia que eu vou ao julgamento, não é?" perguntou Moira.
"Não. Mas acho que Sirius terá maiores chances com a sua presença lá" concluiu Dumbledore.
"Mas diretor" começou Snape "O senhor acha que é seguro..."
"Farei o preciso para traze-lo de volta" Moira disse, interrompendo Snape.
Seus olhos confirmavam suas palavras. Sirius era o irmão que Moira nunca teve e se dependesse dela, ela iria ao fim do mundo para busca-lo.
Snape não disse mais nada.
Lupin e Moira deixaram a sala de Dumbledore momentos depois disto. Eles ainda teriam outra reunião antes do jantar para discutir os possíveis planos de Voldemort. Os dois professores de defesa ainda tinham algum tempo antes da próxima aula e foram espairecer perto da Floresta Proibida.
"Eu não acredito que ele não me disse nada sobre o julgamento! Como ele ousa!" Moira disse, andando de um lado para o outro, como um animal enjaulado.
Lupin a observava. Snape e Moira sempre discutiram, mas ela nunca demonstrou sinal de irritação antes de hoje.
"Calma..." Lupin sussurrou de longe.
Moira parou de costas para ele. Suas mãos foram para seus quadris e ela levantou a cabeça, respirando profundamente. Ficou assim por uns segundos e, vagarosamente, virou a cabeça para a floresta.
"Sirius tem que ser libertado desta vez. Todos nós sabemos que ele é inocente. Até mesmo Snape" comentou Lupin.
"Ele vai ser inocentado" disse Moira, vagamente.
Lupin voltou seu olhar para ela e viu que Moira tinha seus olhos fixos no interior da floresta. Suas narinas se moviam discretamente.
"Remo, existem cavernas na floresta? Eu esqueci"
"Acho que não. O que tem de sobra são troncos ocos cheios de Bichos papão. Por que?"
"Hum" Moira fixou sua visão mais um pouco, respirando profundamente "Pensei que tivesse sentido um cheiro que não deveria estar aqui. Deve ter sido o vento" Ela voltou a olhar para Lupin "Que foi?"
Lupin estava sorrindo.
"Nada. É que eu tinha esquecido desta sua "qualidade"".
Moira sorriu. Seu semblante aparentava mais calma.
"Você já imaginou quando Sirius chegar aqui?" Lupin perguntou ao se sentar na grama. O vento soprava, despenteando seu cabelo cor de areia.
"Não, não consigo" Moira disse. Tristeza era aparente em sue tom de voz.
Alguns fios de cabelo que não estavam presos em seu coque dançavam em sua nuca, de acordo com o vento. A luz do dia revelava o tom arruivado de seu cabelo castanho. Cercada por seu longo vestido negro, Moira se sentou ao lado de Lupin.
"A última vez que eu o vi, ele tinha Potter em seus braços. Lílian e Tiago já não estavam mais conosco" ela disse, olhando diretamente para a floresta, mas com seus pensamentos em outro lugar. "Ele estava arrasado. Eu cheguei tarde demais". Moira abaixou a cabeça e seus longos e finos dedos mexiam com um fio solto de seu vestido.
Lupin não sabia o que dizer. Ele não sabia que ela estava presente quando Lílian e Tiago foram mortos.
"Sirius não me viu" Moira continuou "Estava tão concentrado em seu afilhado, que esqueceu o mundo ao seu redor. Ele realmente ama aquele menino" Moira sorriu levemente, seu olhar perdido no passado "Depois disso, nunca mais o vi".
"Eu não sabia" Lupin disse com suavemente, tristeza em seus olhos.
"Agora sabe" Moira concluiu, voltando a olhar para o jovem lobisomem.
Moira observou Lupin por alguns momentos. Ela sabia que podia contar com ele. Sua amizade era genuína. Agora, depois de todos estes anos, estar ao seu lado novamente trazia a sensação de que nada de ruim tinha acontecido e com o retorno de Sirius, seria como reviver os anos de estudantes. Junto deles, seria mais fácil lidar com o que estava acontecendo com ela.
"Você se lembra do baile de Halloween do nosso terceiro ano?" Lupin perguntou sorrindo.
"Como poderia esquecer? Foi a primeira vez que dancei" Moira respondeu, retornando o sorriso. Lupin arregalou os olhos e seu sorriso aumentou.
"Sério? Eu fui o primeiro a te tirar para dançar?"
Moira confirmou.
"Você foi praticamente o único que quis correr o risco de dançar comigo também"
"Claro. Depois que descobriu a incrível dançarina que você é, como poderia deixar alguém mais chegar perto de você?"
"Humm...sempre charmoso" Moira riu, apertando levemente a bochecha de Lupin.
Moira não ria muito, mas Lupin gostava do som de sua gargalhada, de seu sorriso. Ele só podia imaginar tudo que ela passou durante os anos que esteve fora. Talvez, um dia, ele perguntaria sobre o que aconteceu. Mas não agora.
"Eram bons tempos" Lupin disse.
Moira confirmou com a cabeça.
"Talvez possamos tê-los de volta um dia" Lupin disse.
"Gostaria disso. Não vai ser o mesmo, mas já é algo para batalhar" Moira concluiu.
Os dois ficaram em silêncio por um tempo. Escutando o vento soprar, trazendo lembranças de tempos felizes, calmos.
"Temos que voltar. Temos aula com os curiosos calouros" Lupin disse.
Os dois se levantaram e andaram lado a lado de volta ao castelo. Dentro da floresta, o vento soprou mais forte, e dois olhos grandes e amarelos observavam os professores através de um buraco no chão.
Snape deixou a sala de Dumbledore com um olhar preocupado no rosto. Tsarina foi uma bruxa extremamente poderosa e Moira deveria estar recebendo a "herança" de sua mãe...seus poderes.
Snape olhou através dos arcos de Hogwarts, em direção a floresta e achou Moira e Lupin sentados na grama, sorrindo. Moira estava tocando a face do jovem lobisomem com carinho. Os lábios de Snape se comprimiram. Vigiar Moira ia ser difícil com Lupin sempre ao seu lado. O lobisomem não tinha idéia do que estava acontecendo com ela. Não tinha noção da luta interna que Moira estava travando para manter controle de seus poderes...caindo nas sombras. Snape sentiu exatamente o mesmo quando seu pai faleceu. Quando os poderes de uma geração passam para a próxima, o receptor tem problemas para administra-los no começo. Fica mais fácil depois de prática, mas antes da nova energia ser domada, a luta é grande e dolorosa. Não, Lupin não conhecia Moira como ele e foi por isso que Dumbledore pediu que Moira fosse vigiada por ele. Não porque ele não confia em sua filha, mas porque ela vai precisar de ajuda e é muito orgulhosa para pedir.
Mas Snape tinha mais um problema: Black. Se ele retornasse, vai ser ainda mais difícil ter acesso a Moira. Black a vigia como um cão de guarda, mas ele acharia uma maneira. Sempre achou. Snape olhou mais uma vez para os dois professores, virou o corpo em um só movimento e se retirou para sua sala.
"Dumbledore não me deu o livro" Harry disse para os amigos ao entra no Salão Comunal da Grifinória.
Deixaram os livros em uma mesa e se sentaram perto da janela para que não ouvissem a conversa.
"Você acha que foi Sirius então?" perguntou Rony "Talvez ele não conseguiu escrever um bilhete como fez com o outro. Talvez seria muito perigoso"
Harry se sentou em uma poltrona, olhando para o chão. Hermione olhou para Rony, que por sua vez balançou a cabeça. Eles sabiam que Harry estava muito preocupado com o julgamento. Eles também estavam porque se Sirius não fosse inocentado desta vez, ele não conseguiria escapar novamente...nunca mais.
"Não se preocupe, Harry. Lupin e Dumbledore vão trazer ele de volta e ele não vai precisar mais se esconder" disse Hermione.
"O que você acha que Moira tem com isso tudo?" perguntou Harry "Como ela pode ajudar?" Irritação podia ser detectada em seu tom.
Sem aviso algum, Harry se levantou e andou até o sofá perto da lareira, onde Megan Malfoy estava lendo, o mesmo livro que ele a viu ler no almoço.
"Megan, tudo que você disse sobre a professora Dumbledore...é verdade?!"
Megan olhou para ele. Ela tinha os mesmos olhos cinzas do primo e o mesmo tom de louro nos cabelos levemente cacheados. As chamas davam a Megan um brilho diferente, mais maduro. Ela fechou o livro e olhou para Harry.
"É...por que?"
"Como sabe tanto sobre ela?"
Megan hesitou por um momento, mas decidiu falar.
"Por causa da minha mãe. Ela e Moira se detestam"
Harry franziu a testa e se sentou perto de Megan. Hermione levantou as sobrancelhas rapidamente, em uma expressão de "AHA!" e saiu da sala com o destino para a biblioteca, arrastando Rony pelas mangas de sua veste. O ruivo foi reclamando até o quadro da Mulher Gorda fechar a passagem.
"Porque elas se odeiam?" Harry perguntou.
"Não é para eu falar sobre isso" Megan disse firmemente.
"Por favor, Megan...Isso é muito importante pra mim" implorou o jovem bruxo.
"Me prometa que não vai contar para ninguém. Nem mesmo para aqueles dois"
Harry prometeu.
"Muito bem. Tudo começou quando elas estudavam aqui. Minha mãe, como você provavelmente já sabe, tem poderes escuros, mas nada remotamente comparado com o que Moira sabe fazer" Megan disse, mostrando verdadeira admiração pela professora.
"Como você soube sobre o noivado?"
"Porque minha mãe queria ser a noiva" Megan disse casualmente "Quando o Lorde das Trevas começou a procurar seguidores, uma noiva também estava em seus planos. Quanto mais poderosa fosse a bruxa com quem se casasse, mais poderes ele arrecadaria. Minha mãe queria ser a escolhida, mas.."
"Moira era mais poderosa"
"Sim. Quando minha mãe descobriu, ela ficou furiosa, mas nada podia ser feito. Quando Você-Sabe-Quem tem um plano de ação, não existe nada nem ninguém que possa impedi-lo. Quando tudo estava preparado, Moira surpreendeu a todos quebrando o encanto"
"Mas como ela fez isso? Você mesmo disse que esse tipo de encanto é indestrutível"
"Não sei como ela fez. A única maneira que conheço de se quebrar um encanto como aquele é se a vítima já estiver apaixonada por alguém quando ele for lançado, e não acho que foi isso que aconteceu"
"Por que não?"
"Porque se foi isso que aconteceu, Moira quebrou o encanto apenas por estar apaixonada por outra pessoa. Uma leve atração não faria o truque. Tem que ser amor verdadeiro, profundo e incondicional, e eu não acho que foi assim que aconteceu. Ela não seria capaz de esconder tal sentimento"
Harry refletiu sobre as palavras de Megan. Moira não podia se apaixonar e foi isso que a salvou...salvou a todos. Ele pensava diferente de Megan. Harry lembrava dos olhos de Moira; tanta expressão e ao mesmo tempo, você não consegui ver através deles se ela não quisesse. Amar alguém desta forma e esconder...deve ter sido horrível.
"Depois disso, você conhece a história"
"Porque ela fugiu?"
"Ela não teve escolha. Comensais da Morte ainda estavam vagando, sedentos por vingança"
"Você disse que ela ajudou a derrotar Voldemort...como?"
Megan se arrepiou ao ouvir o nome.
"Foi uma guerra, Harry. Você o derrotou, mas Moira acabou com seus planos antes disso. Afinal, ela o conhecia bem"
Harry sabia que tinha algo mais nesta história, mas não perguntou mais.
"Agora, ela voltou para ajudar a derrota-lo novamente. Minha mãe já sabe e não está muito feliz" Megan disse ao se levantar.
"Como você sabe disto tudo? Não era nascida quando aconteceu"
"Minha mãe e meu tio me contaram algumas coisas e eu pesquisei o resto"
Harry devia saber. Os Malfoy deviam saber sobre tudo que aconteceu já que seus interesses envolvem resgatar o poder de Voldemort. Ele só esperava que Megan não seguisse os passos de sua família. Claramente ela tinha problemas com Draco e foi parar na Grifinória, o que significava algo sobre sua personalidade. Harry tinha que se lembrar de perguntar sobre isto depois.
"Megan, por que..."
"Que eu resolvi te contar? Você foi o único que não me tratou como uma Malfoy" Megan disse. O peso do nome de sua família aparecendo claramente em seu rosto.
A jovem se retirou para o jantar, nunca deixando o livro em suas mãos.
"Finalmente acabou" disse Lupin ao abrir a porta que conectava as duas salas de aula de Defesa. "Pronta para a reunião?"
Moira olhou para ele sem levantar a cabeça.
"Me fale sobre Maeve. O que ela tem feito depois que saí" ela perguntou, juntando papéis.
"Ela se casou com um bruxo...não lembro do seu nome, pouco tempo depois de você...viajar. Ele faleceu antes de Megan nascer"
"Ela o matou?" Moira perguntou casualmente.
"O QUE?! Não...claro que não. Ele morreu de causas naturais" Lupin respondeu surpreso pela pergunta de Moira "O que te fez pensar isso?"
"Por favor, Remo. Maeve é capaz de fazer misérias para conseguir o que quer. Estou surpresa que ela não se casou com Snape. Depois de Tom...Voldemort, pensei que ele seria seu próximo alvo"
"Você não entendeu, não é?" Moira olhou para ele "Primeiro ela queria ser a escolhida de Voldemort e te odeia por você ter...tomado seu lugar" a postura de Moira enrijeceu "mas Snape...ele foi só uma maneira de te dar o troco"
"Vamos esclarecer algumas coisas. Eu sei que você pensa que Snape e eu tivemos algo no passado, mas não tivemos. Por favor, não faça joguinhos para que eu fale sobre nós. Não existe nós. Fui clara?"
Lupin concordou. Ele sabia que as brigas que Snape tinha com Sirius eram causadas por ciúme de Moira. Ele também sabia que ela gostava do Mestre de Poções, mas não tinha certeza de quanto. Depois deste discurso defensivo de Moira, Lupin tinha certeza de que estava certo sobre suas afeições. Mas agora não era a hora para questiona-la. Lupin sabia que se ela precisasse conversar, ela iria procura-lo, como já fez antes.
"Maeve é apenas outra bruxa oportunista que quer fazer o possível para tornar nossas vidas um inferno. Eu espero que sua filha não siga seu exemplo" Moira disse enquanto juntava mais papéis.
"Megan parece uma boa garota, não acha?"
"Uma alma velha e um corpo jovem. Quando se é filha única com as habilidades que tem, tem que crescer rápido"
Lupin pensou sobre suas palavras. Moira falava de Megan ou de si?
"Ela parece muito interessada em você"
"Provavelmente pelo que Maeve disse a ela. Eu posso até imaginar as mentiras que ela inventou sobre mim"
Moira entregou a Lupin metade das pastas, livros e documentos que carregava.
"Vamos?" Moira chamou e os dois se dirigiram a sala de Dumbledore.
Não demorou para que os dois professores chegassem na gárgula. Dumbledore, Snape, McGonagal, Sinistra e Hagrid já estavam na sala. Hagrid abriu um largo sorriso ao avistar Moira. Ela retribuiu discretamente, mas com os olhos brilhando, mostrando sua felicidade de reencontra-lo. Os dois deixaram a papelada em cima da longa mesa. Os professores conversavam entre si em voz baixa. Moira foi até Fawkes. Seus longos e finos dedos acariciavam as penas da fênix, o que fazia a ave fechar seus olhos. Snape a observava do outro lado da sala. Mesmo de longe, ele conseguia sentir o cheiro de Moira. Um aroma fresco e delicado que só pertencia a ela. Após Fawkes cair no sono, Moira se virou para a janela, abrindo-a alguns centímetros e deixando a fresca brisa noturna entrar. Fechando os olhos, Moira deixou a brisa beijar seu rosto. Snape observava cada movimento da bruxa. Ele os tinha memorizado por completo: a maneira que ela molhava os lábios com a língua após cada gole de chá, o jeito que seus olhos ficavam menores quando ela sorria, como ela acariciava seus lábios com seu polegar enquanto estava perdida em pensamentos, a maneira como andava, sempre de cabeça erguida, sem medo. Mas Snape conhecia seus medos. Tinha sido seu trabalho conhece-los...muito bem.
Moira se virou e seus olhos imediatamente acharam os olhos de Snape, quase encobertos pelos longos fios negros. As pálpebras de Moira se abaixaram levemente em uma piscada demorada e seus olhos caíram sobre a figura de Lupin, que conversava com Dumbledore. Uma vontade quase incontrolável de socar o nariz de Lupin cresceu no peito de Snape. Ele sabia o que isso significava e se odiava por sentir: ciúme.
"Entre Harry" chamou Dumbledore, trazendo Moira e Snape e volta a realidade.
Moira se virou e achou Harry em pé ao lado da porta. Exatamente como Tiago. O rapaz entrou silenciosamente na sala e sentou-se perto de Lupin, que sorriu para ele.
"Vamos começar?" pediu Dumbledore ao sentar-se na cabeceira da longa mesa.
Harry e todos os outros professores, com a exceção de Moira, se sentaram à mesa. A jovem bruxa continuou onde estava enquanto os outros examinavam os papéis que ela trouxera. Harry a olhou de rabo de olho e viu que ela o estava observando. Sua figura quase toda no escuro, mas seus olhos brilhavam o suficiente para o deixar nervoso.
"Estes são relatórios detalhados de todos os seguidores de Voldemort. Estão separados por data e locação" disse a sedutora voz de Moira do escuro.
"Três dias estão faltando no verão de quatro anos atrás" disse Snape em um tom de reprovação.
Harry ouviu os passos de Moira chegarem mais perto.
"Verdade. Durante estes dias eu fui...detida por outros problemas. Mas aqui" Moira jogou um envelope para Snape "estão os acontecimentos destes dias. Uma aurora chamada Justine Lorcan fez o trabalho para mim".
"Como a convenceu? Ela tem o caráter muito difícil" disse Sinistra.
"Algum tempo antes, ela estava recebendo notícias de que energias negras estariam sendo emitidas de uma fazenda na Escócia. Ao chegar lá, ela me encontrou. Depois de explicar tudo que tinha acontecido, ela me devia um favor" Moira disse, se sentando na frente de Harry.
"E o que tinha acontecido?" perguntou ele.
Moira o olhou diretamente nos olhos. Ela sabia que o menino tinha suas próprias opiniões sobre ela e que provavelmente já tinha ouvido os boatos verdadeiros.
"Eu estava tomando conta de sua irmã. Ela tinha sido amaldiçoada e só um específico feitiço, de magia das trevas, a curaria. Depois de tudo feito, não tivemos mais problemas"
A atenção foi virada para os papéis. Havia mapas, documentos, fotos e todo tipo de material. Moira tinha os espionado por quinze anos. Harry sabia que Moira sabia aparatar e não ficou surpreso quando viu que os lugares de tudo estavam documentados menos o local onde ela estava.
"Acha que ele já tem um plano?" perguntou Sinistra. Moira confirmou a afirmação.
"Eu o conheço bem" Moira disse em voz baixa.
A sala ficou em silêncio.
"E provavelmente o Sr. Potter aqui já tem tido dores desconfortáveis em sua cicatriz, não tem?" Moira perguntou para Harry.
Harry confirmou e contou a todos os sonhos que tem tido durante as férias. Moira não piscava enquanto ouvia o que ele dizia. Seu rosto já alvo, ficou pálido.
"Alvo...acha que ele vai tentar...vir atrás..." dizia McGonagall com dificuldade de expressar o medo que sentia.
"Sim, temo que ele virá. Infelizmente Voldemort está mais forte e acho que por razões diferentes, ambos Harry e Moira são seus próximos alvos" disse o diretor. Seus olhos azuis cheios de preocupação.
Lupin olhou para Harry e Moira. Ele sabia que Dumbledore estava certo, mas ouvi-lo dar voz ao seu maior medo fazia as coisas piorarem. Harry tinha os olhos fixos em Dumbledore. Cheio de coragem, era igual ao seu pai. Harry já tinha enfrentado Voldemort antes e sabia que teria que enfrenta-lo novamente. Moira, por sua vez, era impossível de se decodificar. A jovem tinha sofrido tanto nas mão de Voldemort, vivido sozinha desde os seus quinze anos de idade, perdido sua mãe e amigos para ele, mas seus olhos não mostravam um pingo de medo...só frieza. Uma frieza que Lupin nunca tinha visto antee em seus profundos olhos cor de chocolate.
"Novidades Severo?" perguntou Dumbledore.
"Ele já sabe que sua filha está de volta e deu instruções para seus seguidores para terem mais cuidado. Ela está sendo vigiada, mas não sei ainda por quem" o bruxo de cabelos longos e negros respondeu.
"Eles ainda confiam em você?" perguntou Lupin.
"Incondicionalmente" respondeu Snape, arrogantemente.
Moira cruzou os braços, não tirando os olhos de Snape. Como ele podia se orgulhar de algo assim?
"Bom. E como vão as coisas com você, Hagrid?"
"Gigantes vão cooperar, senhor" Hagrid respondeu com seu sotaque único. Estufou o peito, orgulhoso de estar ajudando Dumbledore. Um coração de ouro batia lá dentro.
"Sinistra?"
Dumbledore e os outros olharam para a professora de astrologia e não gostaram da expressão que viram.
"Eles não estão felizes, senhor. Alguns já estão trabalhando para Você-Sabe-Quem há algum tempo e outros estão com medo demais para escolher lados" ela disse, derrotada "Vampiros se tornaram seus caçadores".
"Onde eles estão?" perguntou Moira, dúvida em seu rosto.
"Irlanda"
Moira levou a ponta de seu polegar para seus lábios, o acariciando enquanto pensava. Snape estava inquieto em seu acento. Moira se dirigiu lentamente para a janela aberta e respirou profundamente o ar que por ela entrava.
A reunião continuou por mais alguns minutos e após alguns acertos, todos foram liberados.
"Professor, poderia falar com o senhor em particular?" pediu Harry a Lupin.
"Claro. Vamos para a minha sala"
Os dois foram para a sala de Lupin. Sinistra, Hagrid, McGonagall e Dumbledore foram para o Salão Principal para tentar pegar o jantar antes que fosse tarde. Harry viu Moira sussurrar algo no ouvido de Snape e ele a seguir para a sala dos professores.
Ao andar para a sala de Lupin, o coração de Harry se comprimiu ao ver Cho Chang agora de mãos dadas com Phillip. Os dois estavam conversando e andando para a biblioteca.
"O que foi Harry?" perguntou Lupin, sentado em uma poltrona em frente a de Harry.
Harry o contou sobre tudo que Megan tinha dito. Pediu que ele não contasse nada a ninguém já que a garota o fez jurar silêncio. Não sabia se era o certo a fazer já que Lupin e Moira eram muito próximos, mas ele tinha que contar a alguém e confiava em Lupin.
"É verdade, Harry. Tudo, e estou contente que Megan foi atrás dos fatos ao invés de achar que tudo que sua mãe a contou fosse verdade" disse Lupin.
Agora que Harry tinha tocado no assunto, Lupin começou a pensar como Moira teria quebrado o feitiço. Ela nunca demonstrou sinais de que estava apaixonada, nunca, nem mesmo quando estava sobre o feitiço.
"Acha que ela poderá ajudar Sirius amanhã?" perguntou Harry.
"Tenho certeza que sim. Harry, Moira pode ter feito coisas erradas, escolhas erradas, mas ela tem um bom coração. Acredite em mim, ela quer que Sirius volta tanto quanto nós"
"Obrigado professor" Harry disse em uma voz tristonha.
"Tem mais alguma coisa te incomodando, Harry?"
Ele deveria contar a Lupin sobre Cho? Porque não?
"Bem...tem essa menina...mas ela está com outro garoto" Harry disse. Suas bochechas ficaram coradas. Ele nunca tinha conversado sobre sua vida afetiva com ninguém antes.
"Ahhh...difícil, não é?"
Harry balançou a cabeça.
"Não se preocupe, Harry. Mais cedo ou mais tarde, alguém vai chamar sua atenção"
"Acha mesmo? Porque eu não quero mais me sentir assim. É como não conseguisse respirar perto dela" Harry soltou.
"Eu sei exatamente como se sente. Quando tinha a sua idade, não...um pouco mais jovem, eu me apaixonei pela primeira vez"
Harry olhou para o professor. Era fácil de imagina-lo apaixonado.
"Como foi?"
"Difícil. Ela era uma menina incrível. Linda, inteligente, esperta. Tinha a melhor gargalhada. Sabe aquela que vem do fundo? E seu sorriso...me aquecia a alma" Lupin explicou. Seus olhos brilhavam e um sorriso tomou conta de seus lábios.
"O que aconteceu?"
"Não era para ser. Não funcionou entre nós. Um tempo depois, eu conheci outra garota, me apaixonei novamente, e ela foi insana o suficiente para retornar a afeição. Estamos juntos até hoje." Ele disse com um sorriso em seu rosto "Você vai encontrar outra pessoa, Harry, mas tenha certeza de uma coisa: você nunca vai esquecer do seu primeiro amor. Essa menina sempre terá um lugar especial em seu coração"
Harry sorriu. Era verdade. Cho era muito legal, e mesmo se não desse certo entre eles, ele sempre lembraria dela.
"O que aconteceu depois?"
"Ah, nós ficamos muito amigos" Lupin respondeu.
"Vocês ainda se falam?"
"Claro! Ela dá aulas na sala do lado."
Os olhos de Harry se arregalaram tanto que quase passaram de seus óculos.
" Seu primeiro amor foi a professora Dumbledore?"
"Shhh.... ela não sabe disso. Na verdade, você é a primeira pessoa para quem contei. Nem Sirius sabe" Lupin disse sorrindo "Harry, sabe como Hermione é importante para você e como você mataria se alguém a machucasse?"
Harry sabia. Afinal, ele teria detenção na sexta-feira por causa disso.
"É o que eu sinto por Moira. Agora, você precisa me prometer que não vai contar a ninguém o que te disse. A última coisa que quero é mais boatos e Snape atrás de mim"
"Professor Snape?"
"É uma longa história" Lupin disse se levantando "Vá jantar, Harry. Amanhã vai ser um dia cheio e você vai precisar de suas forças"
Harry se despediu e saiu da sala. Se sentindo melhor e sorrindo internamente pelo que Lupin tinha dito para ele.
Remo Lupin foi tomar banho e dormir. Seu coração ficava leva quando pensava em Abby, em reencontra-la. Ele rezou para que Sirius fosse libertado amanhã. Lupin não queria pensar no que Moira fará se isso não acontecer.
"Qual o problema?" perguntou Snape ao entrar na sala dos professores, tendo certeza de que estava vazia.
"Por que não me contou sobre o julgamento?" Moira perguntou após fechar a porta atrás dela.
"Pensei que tivesse recebido uma carta também" ele mentiu.
"Mentiroso, você sabia que eu não tinha recebido carta alguma" ela disse se aproximando dele "Eu prometo para você, Snape, se fizer alguma coisa que prejudique Sirius, vou fazer com que se arrependa" Moira disse, sua voz baixa, ameaçadora. Seus olhos cheios de veneno. Snape podia ver agora a mudança nela.
"Está me ameaçando, Craine?" Snape disse em um tom de escárnio.
"Não, só estou avisando que não vou tolerar seus problemas com ele fiquem no caminho de sua volta"
"O que vai fazer? Me amaldiçoar? Você não faria isso" ele disse, seu rosto com centímetros de distancia do dela.
"Não me provoque" Moira sibilou.
Ele sabia que ela não estava blefando e que as mudanças que estavam acontecendo com ela não tinham nada a ver com isso. Ela estava simplesmente com raiva dele e ela ficava mais atraente ainda quando estava zangada.
Moira e Snape estavam tão próximos que um podia sentir o calor do corpo do outro, fazendo Snape pensar em coisas que ele nunca poderia realizar.
"Não vou provocar você" Snape disse em sua voz aveludada, e se retirou da sala.
Moira se apoiou no encosto de uma poltrona. Respirando profundamente, ela se recompôs. Ela não sentia mais nada por ele. Não dava mais atenção a maneira que sua voz forte e sedutora chamava seu nome; não ligava mais para o jeito que seu cabelo escondia seu rosto, deixando apenas aqueles olhos negros como a noite olhando para ela; nem notava mais como seus lábios ficavam mais finos quando estava zangado. Moira não se importava com mais nada disso, então porque seu coração batia tão rápido?
Moira saiu da sala dos professores e foi direto para seu quarto. Sua mente cheia, apetite perdido e coração a mil, Moira conjurou chá e o bebeu lentamente. Após um banho, Moira se deitou, relembrando os eventos de quinze anos atrás, em busca de tudo que poderia ajudar Sirius.
"Oi Harry! Aqui!" gritou Rony ao lado de Hermione, saindo do Salão Principal.
"Por onde tem andado? Nós fizemos pesquisa e jantamos. Toma" Hermione entregou a Harry um prato cheio de uvas sem caroços "Para vocÊ não ir dormir de estomago vazio"
Harry pensou no que Lupin tinha dito e sorriu.
"Pesquisaram o que?" Harry perguntou ao andarem para o salão comunal.
"Bom, nós tentamos achar algum livro que falasse sobre Moira, mas todos que mencionavam seu nome já foram pegos por alguém e Madame Pince não quis dizer quem" Hermione explicou "Eu tenho um palpite, mas preciso de alguma coisa escrita a mão por ela"
"Porque?"
"Você vai ver" Hermione disse triunfante.
De repente Harry sentiu. Uma dor aguda em sua cicatriz. Estava queimando. Harry viu a luz verde...sentiu lágrimas...gritos
HARRY!!! NÃO!!!!!Harry tentava se segurar em alguma coisa, mas não conseguia enxergar, a dor era muito intensa. Outra vez a luz verde. Dor... Lágrimas em sua pele... Perda... Medo.
As uvas rolaram no chão. Hermione gritou. Harry sentiu contra o seu rosto o chão duro e frio do salão comunal. Escuridão.
No quarto ao lado, Moira Dumbledore caiu inconsciente no chão.
