A porta já estava aberta e Dumbledore já os esperava. Eles entraram e se acomodaram nas mesmas cadeiras que a noite anterior. Dumbledore parecia não querer perder tempo, por isso já foi direto no assunto.
- E então? Vocês já decidiram?- Um olhou para o outro, respiraram fundo e balançaram a cabeça em sinal de afirmativo.
- E...?
- Nós tomamos a mesma decisão professor. Nós iremos participar da Ordem.- Harry se adiantou e falou pelos três.
- Vocês têm certeza?
- Sim...
- Que bom. Nós realmente precisávamos de vocês. Agora, irei explicar como funciona a Ordem. A Ordem é uma organização secreta, composta por pessoas de total confiança, como os professores de Hogwarts e alguns amigos, como, por exemplo, Sirius e Mundungus Fletcher, além dos Weasleys. As regras são para todos e deverão ser seguidas à risca. A Ordem é totalmente secreta. Vocês não poderão cobtar para ninguém. Quando forem conversar sobre a Ordem, certifiquem-se que não há nada nem ninguém por perto e utilizem códigos. As decisões que forem tomadas terão que ser obedecidas até o fim, não importa o que esteja ocorrendo. Se nós falarmos para vocês não saírem do castelo, é para não sair. Como já disse antes, tem coisa por trás da Ordem que muito maior do que vocês imaginam. Por isso, é essencial que vocês tomem cuidado. Certo?
- Certo. Pode contar conosco.
- Uhn... srta. Granger, , eu tenho um assunto para tratar com você.
- O senhor quer que a gente saia?- Harry perguntou apontando para Harry.
- Não. Não se faz necessário nesse momento. Podem ficar.
Dumbledore conjurou uma jarra com um suco de abóbora e alguns copos. Ofereceu para os três, mas eles não aceitaram. Dumbledore serviu-se com um pouco do suco para depois prosseguir.
- Hermione.. hum, posso te chamar assim?
- Claro que sim diretor.
- Bom, Hermione. Você deve estar se perguntando porque você não foi nomeada monitora...- Harry e Rony espantaram-se.
- É mesmo Mione... Você não é monitora...
Hermione abaixou a cabeça e sussurrou com uma imensa tristeza na voz.
- O diretor deve ter tido as suas razões por não ter me escolhido.
- E tive mesmo Hermione. Nós fizemos várias reuniões durante as férias de vocês e em uma delas nós resolvemos chamar vocês para participar da Ordem. Nessa reunião, levantaram essa questão. Afinal, você já estava certa de ser monitora da Grifinória desde o seu primeiro ano aqui. Porém, nós entramos num consenso de que, participando da Ordem, ficaria muito cansativo para você ser também monitora. E você ainda tem os NOM´s este ano. Mas, das suas capacidades, só você pode saber. Por isso, nós deixamos a srta.Addams, do sexto ano, responsável pela Grifinória nesses primeiros dias de aula, até saber da sua decisão. Se você quiser ser monitora, você será, mas saiba que a responsabilidade e os compromissos que você terá será muito maior e você terá que dar conta de todos. Você é quem sabe o que é melhor para você.
- Eu aceito diretor, é claro! Eu dou conta de todos os compromissos. Desde que eu entrei em Hogwarts, eu sonhei em ser monitora. Eu quero isso pra mim. Eu posso desistir de duas aulas extras para ter mais tempo. Se for preciso, é claro.
- Ah, então faça isso se você quiser. Faça um tempo de experiência e avalie o que é melhor pra você, monitora.
O sorriso de Hermione foi de orelha a orelha quando escutou Dumbledore chama-la de "monitora".
- A primeira reunião da Ordem é sexta-feira após o jantar. Não esqueçam. Agora, vocês podem ir para os seus dormitórios.
Os três se levantaram e seguiram até a porta.
- Harry, você pode ficar um momentinho, por favor?
Harry se virou, sacudiu a cabeça afirmativamente e voltou para o seu lugar.
Dumbledore se sentou, respirou fundo e cruzou as duas mãos, como se fosse rezar. Estava com uma expressão mais serena porém ainda parecia preocupado.
- Harry... essa conversa que teremos agora será a mais séria de todas as vezes que conversamos. Quero que você me deixe terminar antes de fazer qualquer conclusão. Saiba que eu nunca lhe contei antes por achar que você não estava preparado pra saber e talvez isso afetasse no seu crescimento aqui em Hogwarts. Decidi contar isso agora, pois o seu passado é a chave para derrotarmos Voldemort e você precisa saber de tudo antes da reunião. Optei por conversar com você à sós por achar que você ficaria exposto se eu contasse na frente de mais alguém.. Não enrolarei mais Harry. Contarei logo toda a verdade sobre o seu passado.
Harry engoliu em seco. Sempre quis saber sobre o seu passado, mas do jeito que Dumbledore falava dava pra perceber que não seria agradável pra se ouvir. Mas estava disposto a escutar tudo aquilo que lhe estava reservado.
- Sua mãe entrou para Hogwarts junto com seu pai. Tiago, como você já sabe, era da Grifinória, junto com Sirius, Lupin e Pedro. Sua mãe fora selecionada para outra casa. A Sonserina.
- Mas.. mi...- Dumbledore fez um gesto para que Harry não o interrompesse e prosseguiu.
- Sua mãe chamou a atenção de todos nós, professores, pelo fato de que demonstrava não gostar nem um pouco da Sonserina. Não tinha amigos lá. Na realidade, os únicos amigos que tinha eram grifinórios: o grupo do seu pai e Arabella Figg. O que gerou até um certo conflito entre os sonserinos. Nós realmente não conseguíamos entender como o chapéu seletor havia escolhido sua mãe para lá. Nós até pensamos em aposentar o chapéu e fazer um outro tipo de teste com os próximos alunos que fossem entrar no colégio. Mas, a decisão mais sensata que tomamos, foi deixar o chapéu como está. Nós deixamos passar e resolvemos confiar no chapéu. Quando Voldemort voltou ao poder, ele nunca escondeu que estava atrás de você pelo motivo que será explicado para você na reunião da Ordem, na sexta. Por isso, eu comecei a desconfiar da grande obsessão por um menino de apenas 1 ano e fui atrás para descobrir o porquê. Foi onde eu encontrei toda a verdade.
Dumbledore parou mais uma vez, bebeu mais um copo de suco e depois prosseguiu.
- Analisando a genealogia do seu pai, nós vimos que ele era um puro descendente de Godric Gryffindor. Logo, você também é Harry. Lembra da espada de Gryffindor que você retirou do chapéu seletor no seu segundo ano?- Harry afirmou que sim- Então, eu deixei de lhe dizer que não era somente um aluno da Grifinória que conseguia retirar a espada, mas sim um legítimo descendente de Gryffindor.
Harry estava atordoado. Por mais que pensasse no seu passado, nunca iria imaginar nada como isso. Mas algo ainda lhe dizia que não acabava por aí.
- Já com sua mãe, a história foi um pouco mais complicada. Eu sabia que havia um motivo muito forte para Voldemort estar atrás de você e eu já tinha uma ligeira desconfiança do motivo, mas antes precisava confirmar. Porém, ao utilizar o mesmo método que utilizei com seu pai, não vi nada de diferente. Sua mãe não tinha nenhuma ligação com quem achava que ela deveria ter. Ainda mais por ela ser filha de trouxas. Um dia, chamei sua mãe para uma conversa séria, como esta que estou tendo com você agora. E nessa conversa, ela me contou que era filha adotiva.- O estômago de Harry parecia que havia revirado e que agora estava no lugar de um outro órgão, mas que definitivamente, não estava no seu lugar de origem.- Minhas suspeitas tomaram uma maior consistência. Comecei a procurar sua verdadeira avó, sozinho, pois sua mãe havia me pedido segredo absoluto.Foi um pouco demorado, mas depois de uma longa busca e investigação, consegui acha-la, nos arredores de St. Loius e ela pôde me confirmar tudo aquilo que imaginava.
- E... e o que era?
- Sua avó chamava-se Layla e era bruxa. A mãe dela, sua bisavó, teve um romance com um homem, do qual nasceu sua avó. Esse tal homem largou sua bisavó e sua avó Layla, que sobreviveram nem sei como. Elas foram muito guerreiras realmente. Porém, quando sua avó engravidou de sua mãe, ela tinha noção de que não tinha como cuidar da filha e não queria que ela passasse por tudo que ela passou e queria que ela fosse criada longe do mundo dos bruxos. Por isso, entregou sua mãe para a adoção dos trouxas.
- Professor... por favor... diga-me logo quem era esse homem...- Havia uma voz que estava lhe dizendo quem era, porém ele não queria acreditar. Iria esperar pra ouvir de Dumbledore toda a verdade.
- Ele se chamava Riddle. Tom Servoleo Riddle.
O estômago de Harry revirava cada vez mais. Por um momento, todas as imagens do passado passaram pela sua cabeça. Todas as vezes que Voldemort tentara mata-lo, todo o ódio que sentia por aquele homem, todo o mal que ele já havia lhe causado. Escutava os ecos da sua mãe implorando para que ele não matasse a ele. Se aquilo já parecia inexplicável, ficava mais doentio sabendo que ele estava assassinando a própria neta. Tudo isso voltou a cabeça de Harry como se fosse uma enxurrada, até que ele não agüentou mais e explodiu, já de pé.
- NÃO!!! NÃO PODE SER!!!! COMO MINHA MÃE PODE SER NE TA DE VOLDEMORT SE ELE A MATOU? ISSO NÃO É POSSÍVEL! ELE NÃO SERIA CRUEL O BASTANTE PARA MATAR A PRÓPRIA NETA!!! NÃO! NUNCA!!!
- Harry... ele matou o pai e os avós somente por raiva. Sua mãe estava no caminho dele. Por isso ele fez o que fez...
- EU NÃO QUERO ACREDITAR NISSO PROFESSOR! ME DESCULPA, MAS NÃO QUERO!!!!
- Acalme-se Harry.
- EU NÃO QUERO ESCUTAR NEM MAIS UMA PALAVRA DESSA HISTÓRIA ABSURDA E...
- Calmus
Harry foi se acalmando e se sentou na cadeira novamente. Dumbledore usara um feitiço para que Harry se acalmasse, mas sem perder os sentidos, a noção da realidade e nem ficasse "dopado".
- Posso continuar Harry?
- Sim...pode...
- Sua mãe era realmente neta de Voldemort e ele a matou por um único motivo: ela não deixaria que ele tocasse em você e ele tinha que matar você para não ter o seu poder ameaçado.
- Como assim?
- Harry, você se lembra que Voldemort é o herdeiro de Salazar Slytherin?- Harry apenas confirmou com a cabeça- Então, a sua mãe possuía o sangue de Slytherin, já que sua avó teve um relacionamento com um bruxo. Ela manteve o sangue puro, mas sua mãe tinha o sangue de Slytherin apenas por um lado. O da sua avó. E esse era o único motivo pelo qual ela foi escolhida para a Sonserina. Esse sangue também passou para você. Logo, Harry, você é a junção de Gryffindor e Slytherin. O bem e o mal estão contidos em você. Por isso que o chapéu considerou a chance de você ir para a Sonserina, mas lhe mandou para Grifinória. São casas totalmente diferentes. Você nunca se perguntou porque o chapéu, no lugar de te mandar para a Sonserina, lhe mandou para uma casa totalmente oposta, que era a Grifinória?
- Não.. Nunca pensei nisso.
- Bom, é isso Harry. Essa é a verdade. Seu pai era um descendente de Gryffindor e a sua mãe era descendente de Slytherin. Quero que você se lembre que a sua mãe não passa a ficar má agora, só por ser neta de Voldemort. Ela era uma pessoa muito simpática, uma ótima pessoa. Se eu mesmo não tivesse escutado da sua avó toda a história, eu não teria acreditado. Não mude a imagem que você tem da sua mãe Harry. Ela lhe amava mais do que tudo. Você sabe disso.
- Sei sim professor. Eu sei separar as coisas. Ela não pediu pra nascer neta dele...
- Isso mesmo. Que bom que você compreende. Agora você pode ir pro seu dormitório.
- Mas... professor... eu ainda tenho algumas dúvidas com relação a toda essa história.
- Harry, já está tarde, por isso é melhor você ir dormir. Você tem aula amanhã a tarde?
- Não... Acho que não...
- Então encontre-me as duas horas no Salão Principal, nós conversaremos e eu tirarei toda as suas dúvidas com relação à essa história.
- Ta legal professor. Mas, será que eu poderia fazer só uma pergunta?
- Pode. Desde que seja rapidinho.
- É que... mesmo que eu seja a junção de Gryffindor e Slytherin, eu ainda não entendi o porque Voldemort quer tanto me matar.
- Isso será explicado para você na sexta-feira.- harry fez uma expressão de desapontamento.
- Ok. Bom, já vou indo.- Harry falou com uma grande tristeza na voz e se retirou da sala, em direção ao seu dormitório, tentando se acostumar com toda a reviravolta que havia acontecido na sua vida.
