Chegaram então ao quarto de Lupin que logo se deitou em sua cama. Parecia estar ofegante só de andar até lá.

"Remo, agora você vai dormir."

Lupin virou-se de bruços na cama, olhou para Snape e falou: "não tenho sono."

O que posso fazer? Se quiser posso preparar-lhe uma poção do son..."

"Fique aqui." disse Remo de um só impulso, reunindo toda a sua coragem. "Quem sabe, assim durmo mais rápido."

Severus e Lupin ficaram um bom tempo se encarando, Severus parecia estar analisando cada traço do rosto de Lupin.

"Ficar aqui?..." Snape quis perguntar se o fato de ele estar ali ajudaria Remo a dormir, mas receou que não houvesse uma resposta certa.

"Ficarei esta noite, se é assim que quer. Mas não pense que vou ficar de papo furado, nós vamos dormir."

Desenhou-se um largo e gracioso sorriso no rosto de Lupin.

"Então vou pegar um colchão para..."

"Não!" interrompeu Snape. "Não há necessidade. Ficarei sentado naquela cadeira ali." disse ele apontando para uma cadeira de balanço.

"Tudo bem, então. Apesar de que eu acharia um tanto desconfortável." respondeu Lupin enquanto puxava a cadeira bem para perto de sua cama. Logo depois Snape se sentou.

Remo pediu um minuto a Severus, entrou atrás de uma cortina e trocou de roupa, colocando um pijama azul que já estava desbotado de tão velho. Quando voltou para a cama, cobriu-se até o pescoço e agarrou o travesseiro.

"Está esfriando... estou com frio e... e..."interrompeu a frase para dar um longo bocejo. "e continuo suando..."

Logo após falar isso, Lupin dormiu, o que permitiu a Snape começar os seus cuidados médicos.

* * *

Quando Lupin acordou no dia seguinte, sentiu uma coisa úmida e gelada em sua testa.

"Bom dia, Remo." disse Snape enquanto passava um pano que acabara de molhar na água gelada na testa de Lupin.

"Hum... Bom dia..."

"Você parou de suar ao longo da noite."

"Não é pra menos." disse Lupin esfregando os olhos. "Com você a noite inteira colocando água gelada na minha testa... obrigado, Severo."

E dizendo isso, Lupin deu um beijo demorado na bochecha de Snape, que o encarou. Pegou o rosto de Lupin com as duas mãos. E foi Lupin quem tomou a iniciativa; deu um beijo rápido na boca de Severus. Quando ia se afastar, porém, Snape não deixou. "Não pare no meio do que começou" disse Snape numa voz baixa...

Algumas horas depois, já estava na hora de os professores entrarem nas salas.

É claro que tanto Snape quanto Lupin estavam atrasados, e é claro que os alunos da Sonserina e da Grifinória que tinham aula com eles (respectivamente) agora, já estavam sentindo a falta de seus queridos professores.

"Professor Lupin, professor Lupin..." comentou Draco Malfoy. "Deve estar fazendo um esforço desumano para chegar até esta sala. Sabe como é. Deve ser muito cansativo. É tão longe, não é mesmo?..." completou ele num tom muito sarcástico, arrancando escandalosas gargalhadas da Sonserina. Não estava nem um pouco preocupado com a saúde de Lupin.

Mas se a Sonserina estava pouco se lixando para Lupin, a Grifinória estava se lixando menos ainda para Snape.

"Era bom que ele esbarrasse com um trasgo no caminho para cá." disse Harry.

"Acho que o trasgo sairia correndo dele." completou Rony.

"Shhhhh!" advertiu Hermione. "Ele acabou de entrar na sala!"

"Todos sentados." falou Snape.

Todos se sentaram na hora.

"Quero que todos peguem o livro agora. Matéria nova. A propósito, Potter, ouvi o seu comentário. 50 pontos a menos para a Grifinória e quero um trabalho sobre trasgos para amanhã."

"Esta nem é a matéria dele!" sibilou Rony, revoltado.

"Eu sei." respondeu Harry. "E aposto que se fosse DRACO que tivesse dito isto, ele não lhe teria tirado pontos."

"50 pontos a menos para a Grifinória novamente por isto não ser da conta de vocês e pela comparação feita a Malfoy."

Harry apertou a mão de tanta raiva, obviamente de baixo da mesa para Snape não ver.

Após a aula, todos os alunos saíram correndo. Snape foi logo para perto dos alunos de sua Casa. Foi quando escutou Draco falar:

"Não - suporto - esta - aula! Este Lupin é um completo imbecil, além de ser um pobretão que não tem onde cair morto. Ele me enoja..."

Severus pegou Draco pela parte de trás de sua roupa e o arrastou assim até a sua sala.

"NÃO - QUERO - MAIS - OUVIR - ESTE - TIPO - DE - COMENTÁRIO!!!" disse Snape bem baixo, metendo o dedo na cara de Draco.

"Mas professor... o que eu fiz?!" disse Draco visivelmente apavorado e indignado. Snape nunca falara assim com ele antes.

"Ora, Malfoy, não seja cínico! Ouvi o que você falou! Você não tem o direito de julgar a aula de um professor E o professor pela sua condição financeira!"

Draco amarrou a cara, empinou o nariz o máximo que pôde e saiu da sala de Snape batendo o pé.