Crepúsculo é todo da Stephenie Meyer, mas o enredo desta fanfic, assim como alguns personagens, são de minha autoria.
Olá, essa será uma fanfic com poucos capítulos, ainda não tenho certeza de quantos serão, mas não serão muitos, juro. Agora, boa leitura!
Senti o cobertor deixar meu corpo, escutei passos, algo cair no chão e depois uma porta abrindo e fechando. Não estava acordado pra valer, meus olhos ainda fechados, apenas estiquei uma mão e puxei um travesseiro solto para mim.
Ele tinha cheiro de morangos, era tão bom. Eu apaguei de novo. E quando acordei para valer foi com alguém sacudindo meu ombro.
— Cara, acorda!
— Não — murmurei, entreabrindo os olhos, eles ardiam e minha cabeça parecia que tinha sido acertada por um martelo de tanta dor que eu estava sentindo. — Dor — me queixei.
Uma risada ecoou, eu reconheci, era Emmett.
— Isso que dá beber tanto quanto você bebeu — acusou.
Abri mais um pouco meus olhos, me movi um pouco na cama e senti meu corpo protestar. Não era só a cabeça doendo. Eu estava exausto, meus músculos protestando a cada movimento que fazia. Também sentia minha boca extremamente seca, como se não bebesse água há dias.
— Tô mal — murmurei, deitando de barriga para cima.
— Claramente. — Meu irmão se afastou, pareceu pegar algo do frigobar e voltou com uma garrafa de água para mim. — Bora, senta e bebe tudo.
— Não quero.
— Vamos, Cullen! — exigiu. — Não se esquece que é domingo de Páscoa e temos que almoçar todos juntos.
Resmunguei, mas me forcei a sentar, peguei a garrafinha e bebi aos poucos. Tentei me lembrar da noite passada, no entanto ela era um borrão em minha mente.
Olhei para o espaço vazio ao meu lado na cama do quarto de hotel, um flash de lembrança rápido atingiu minha mente, pensei em cabelos castanhos longos, que cheiravam a morango. Peguei um dos travesseiros perto de mim e inalei o cheiro dele, era de morango também.
Um alerta soou na minha mente, eu tinha passado a noite com uma garota.
— Merda! — Enfiei a garrafinha de volta nas mãos de Emmett e saí da cama, tentando ignorar a fraqueza que abalava meu corpo e a dor de cabeça infernal.
— O que foi? — meu irmão indagou confuso.
— Acho que transei com alguém. — Fiquei remexendo nos lençóis da cama.
— Acha? — Ele riu.
— Não lembro direito da última noite — confessei, continuando a procurar por algo na cama, depois no chão do quarto. Recolhi o cobertor caído aos pés da cama e um pequeno vaso de flor artificial próximo aos pés da mesinha de cabeceira.
Estava de férias em Seattle para as comemorações de casamento de Emmett, o filho da minha madrasta. Mas que eu considerava mesmo como meu irmão, ainda que não compartilhassemos laços biológicos.
Eu era filho de um médico e de uma enfermeira, o primeiro e único bebê daquele casal de New York. Minha mãe faleceu quando eu tinha 8 anos, o que me fez ficar sozinho com meu pai por alguns anos. Até que ele decidiu reformar nosso apartamento e conheceu Esme, uma arquiteta que o encantou de primeira.
Esme era divorciada e tinha dois filhos, Alice que era dez anos mais nova do que eu e Emmett, cinco anos mais novo. Meu pai acabou casando com a arquiteta, ganhei dois irmãos e me vi no meio de uma família grande.
Amei isso, adorava ter irmãos, uma madrasta que era legal pra caramba e ver meu pai feliz de novo ao lado de alguém. Fomos uma família unida e feliz por um bom tempo, até Emmett nos trair e ir fazer faculdade no outro lado do país, em Seattle.
Ele dizia que voltaria para a Costa Leste depois de formado, mas isso não aconteceu, uma vez que se apaixonou por uma garota lá e decidiu permanecer em Seattle. Provavelmente meu irmão nunca mais moraria na boa e velha New York, já que tinha ficado noivo de Rosalie.
O casamento seria em Seattle no próximo sábado, a família dela era muito maior do que a nossa e vivia toda na Costa Oeste. Sendo assim, seria mais fácil para a família do noivo se deslocar até lá.
Também foi em Seattle que a festa de despedida de solteiro de Emmett aconteceu, uma semana antes do casamento. Organizada por mim, e por um dos seus melhores amigos que vivia lá. Os colegas de trabalho do meu irmão, amigos da faculdade e dois primos de Rose tinham sido convidados. Meu pai declinou, preferiu sair com os pais da noiva e Esme para jantar.
— Deus! — gritei aliviado quando encontrei as embalagens vazias de camisinha embaixo da cama. Era um bom sinal, eu não tinha transado com uma desconhecida sem proteção.
Uma desconhecida que tinha cabelos cheirando a morangos… Uma desconhecida que eu não conseguia me lembrar do rosto, do nome, nem mesmo da voz.
— Você a viu? — questionei meu irmão, Emmett tinha sentado em uma poltrona do outro lado do quarto.
Ele era todo grandalhão, quase dois metros de altura, cabelos castanhos escuros e olhos azuis. Mas também tinha covinhas no rosto, o que todos sempre falavam que lhe dava um aspecto de bom garoto, o que o professor de matemática realmente era.
— Quem?
— A garota com quem transei, não me lembro de nada dela, nem mesmo do rosto.
Emmett me lançou um olhar de repreensão.
— Você é péssimo, Edward. Não consegue nem lembrar do nome da garota?
— Não.
— Bom, eu não sei quem foi, saí pouco depois de chegarmos à boate, fui encontrar Rose no nosso novo apartamento e curtir de verdade com minha noiva. — Deu um sorriso animado.
— Nós seguimos o roteiro que planejei com o Félix? — indaguei, eu tinha sido o cara organizando sua despedida de solteiro, junto com Félix que era um dos melhores amigos do meu irmão.
— Sim — Emmett confirmou. — Fomos primeiro jantar, depois o passeio de barco e por fim a boate. Fiquei uns dez minutos lá, quando liguei para Rose e combinamos de nos encontrar.
— Você abandonou sua própria despedida de solteiro — reclamei. — E me viu conversando com alguma garota?
Meu irmão riu.
— Até eu sair você estava apostando quem bebia mais com meus amigos, não te vi de olho em ninguém.
— Merda, eu realmente não me lembro de nada dessa garota.
— E vai ficar remoendo isso? — questionou confuso. — Você vive falando que não quer engrenar em um namoro sério agora.
— Não quero, mas é estranho não lembrar com quem transei, eu bebi muito além da conta mesmo. — Suspirei. — Por sorte usei camisinha, imagina se eu acabasse correndo o risco de ter pego algo ou engravidado uma estranha.
— Certo, agora agiliza aí e vai se arrumar para sairmos. — Olhou o relógio em seu pulso. — Combinamos de estar uma da tarde na casa dos pais da Rose, ela já foi para lá e Carlisle e a mamãe foram buscar Alice e Luke no aeroporto, logo estarão indo para a casa dos meus sogros também, quero chegar primeiro.
— Obrigado por vir me buscar, eu acabaria perdendo a hora.
— Eu sei, por isso vim.
Abri a gaveta da mesinha de cabeceira, meu celular e carteira estavam ali. Todos meus cartões em seus devidos lugares, o dinheiro em espécie também, ao menos eu não tinha saído com uma desconhecida ladra, já tinha visto acontecer.
Mexi em meu celular, procurando ver se tinha algum contato novo adicionado, mas nada. Eu não tinha o número da mulher, também não tinha sido seguido por nenhuma garota no Instagram, só pelos amigos de Emmett e também não estava seguindo ninguém novo além deles.
— Que estranho não saber nada da mulher com quem transei — murmurei seguindo para o banheiro.
— Supera, Edward — meu irmão ordenou. — Ela se foi.
Entrei no banheiro, fechei a porta e atrás dela vi um par de saltos altos. Pretos, com as solas vermelhas.
— E restaram os saltos. — Me agachei e os peguei.
Abri a porta e mostrei os sapatos para Emmett, ele entendeu na hora e riu.
— Ela saiu descalça? Cara, você está vivendo um conto de fadas!
Eu também ri, eu estava preso em Cinderela. Porém, diferente do príncipe, não iria procurar pela garota desconhecida. Provavelmente nós dois nunca mais iríamos nos ver, isso era tudo.
Em breve volto com mais.
Beijão!
Lola Royal.
17.04.22
